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História Begin Again - I'll Back


Escrita por: buttercupmoonie

Capítulo 89 - I'll Back


Fanfic / Fanfiction Begin Again - I'll Back

                – Hey. – ouço a voz do Stiles, depois de três batidinhas na porta. – Posso entrar?

Eu guardo as fotos em uma caixinha, e me viro para olhar ele. Ele parece nervoso, fede a ansiedade. Eu abro um sorriso amigável, e ele parece voltar a respirar.

                –Você está mesmo me perguntando isso? – eu levanto as sobrancelhas e ele ri. – Claro que pode.

Ele entra, analisa as estantes vazias, a falta de roupa no closet aberto, e caminha até o meu lado, eu continuo tirando as fotos do mural, ele mexe na caixa olhando as fotos. O silencio não é desconfortável, mas deixa claro, que Stiles tem muito a dizer. Eu não abro minha boca, apenas espero ele falar.

                –Então, você vai mesmo embora? – ele levanta uma foto minha com a Lydia, e a encara com carinho, foi ele quem tirou a foto.

                –Não vou ir para sempre. – eu digo, e me apoio na estante, o corpo virado para ele. – Vou voltar para me formar.

                –Estamos quase terminando o ano, poderia esperar. – ele sugere.

                –Se você veio aqui, com o plano de me fazer ficar… Não vai funcionar. – ele bufa e eu afago o ombro dele. – Derek, Braeden e Tia Melissa, já tentaram… Falharam vergonhosamente.  – eu dou risada, chega a ser engraçado o jeito de eles serem discretos. – Eu sei que é final de ano, temos alguns meses antes de o ano realmente acabar, mas eu preciso me afastar. – ele abre a boca, como se fosse me dizer algo. – Não dos meus amigos, mas de Beacon Hills. Minha vida tem sido uma bagunça desde que eu vim para cá…

                –É sobre a tal cura, certo? – ele me interrompe, eu o encaro. – Não finja que não sabe do que eu estou falando, talvez essa historia tenha cabido para todos, mas não por mim.

                –Como você sabe? – eu o encaro confusa.

                –Dylan disse que uma hora você iria descobrir a possível cura para híbridos. – eu suspiro e me sento na cama. – Não existe certeza sobre essa cura. – ele tenta me avisar.

                –Soube dos setenta e oito por cento, de chances de eu não encontrar a cura. – chama minha atenção o fato dos dois realmente terem conversando a meu respeito. – Dylan te disse?

                –Quando você morreu, durante a semana tivemos muitas conversas a seu respeito. – ele explica.

                –É bom saber… – não consigo soar muito gentil.

                –Ele disse sobre a sua insegurança a respeito do seu controle, ele me disse que você tem medo de não conseguir se controlar, de nos machucar.

                –Eu continuo assustada, agora mesmo eu estou assustada. – ele me olha surpreso. – Eu posso passar o dia inteiro me alimentando, minha sede continua sendo a pior coisa que existe, me queima… – eu balanço a cabeça, me sinto envergonhada. – É muito difícil me controlar o tempo todo. Eu não quero ter que me controlar o tempo, mas acima disso não quero machucar ninguém. – eu olho para ele. – Eu não quero ser o que eu sou agora, eu não quero acordar um dia e matar todos que eu amo. – ele suspira e se senta ao meu lado, segurando minha mão. – Eu sou egoísta, muito… Eu não quero ver todo mundo morrer, todos aqueles que eu amo, eu não quero mais dizer adeus. Eu quero uma vida comum… Fazer minhas próprias escolhas, eu deveria envelhecer, escolher se eu quero ter filhos ou casar… Fazer minhas escolhas.

                –Eu me lembro de ter te dito isso, não muito tempo atrás. – ele sorri brincando com meus dedos. – Quando uma das suas escolhas te levaram a morte.

                –Quero ser capaz de morrer… Achar algum ponto, onde tudo que eu tenha seja paz e silencio. – sinto uma lagrima escorrer. – Quero ter a sensação de ter feito a coisa certa… Quero ver Lilith e Allison onde quer que elas estejam.

–Eu te apoio… – ele anuncia. Eu o encaro surpresa, ele está sendo sincero, sua voz ou seu coração não vacilaram. – Você merece isso. Fazer suas escolhas, ter direito de fazer o que você quiser. – eu sorrio realmente agradecida. – Princesa. – a voz dele se torna mais baixa e calma. – Por que você fez isso? Por que você me deixou? Por que você foi tão egoísta? – ele passa a mão nos meus cabelos, e eu o encaro confusa, não consigo entender o que ele diz. – Passamos por tanta coisa juntos, deveríamos fazer isso juntos. – ele beija minha mão, e sorri abertamente. – Eu preciso que você volte. Sabe por quê? Porque você é a parte principal da visão, se lembra? A visão, o sonho. – eu fecho os olhos e algumas lagrimas saem dos meus olhos. – Você deveria crescer, escolher se quer ter filhos,  se você quer se casar, a faculdade… Mas, você decidiu fazer um sacrifício… Eu te amo tanto, não posso acreditar que você está morta,  continuo pensando que você vai abrir os olhos, e vai revirar os olhos para a primeira besteira que eu falar. O Dr. Geyer disse que eles tentaram de tudo, acho que o Derek não vai aceitar isso, eu não consigo aceitar. Ele suspira, parecendo tirar um peso das costas dele. – O mais difícil é que eu estou dizendo isso tudo com você morta, quando o certo era eu não ter que dizer nada, por que você deveria estar aqui comigo. Lene, você não me deixou me despedir de você. Como você não disse adeus para sua mãe ou para Allison, talvez eu também seja egoísta. Talvez eu só esteja muito assustado em perder a pessoa que eu sei que sempre está comigo, não importa o que aconteça. – eu penso um pouco, tentando entender de onde aquelas palavras estavam saindo. – O mais dolorido, é que você não parece ter partido, ainda tem o cabelo brilhante, ainda tem as unhas pintadas de preto, ainda parece a garota por quem eu me apaixono todos os dias. A garota que está disposta a morrer por nós, por cada um de nós. – eu suspiro. – Não vou ao seu funeral, não sou forte para isso. Sem você, não tenho esperança. Eu estou paralisado. Não acredito em finais felizes, não existe nada feliz sem você. Eu queria ter me despedido.

–Stiles, o que é isso? – eu pergunto confusa.

–Só um minuto. – ele me pede, e eu apenas assinto. – Eu te odeio por ter feito isso sem me dar tempo de te dizer adeus. Sei que você está me ouvindo, então esse é o meu adeus. Você é tão linda, nunca vou me cansar de dizer isso, nunca me cansei de te olhar, a foto que está no meu quarto, nunca vou me cansar de olhar. Gosto do seu jeito maldoso e inteligente de ser. Eu amo você. Sou eternamente grato pela oportunidade que você deu de te amar. No final do dia, você é a garota que eu amo. – ele passa a mão por minha nuca, me puxando para perto dele. – E eu queria ter pequenos lobinhos de cara pálida e olhos verdes escuros. Eu queria uma vida com você, mas eu aceito seu sacrifício. Eu aceito suas escolhas, aceito porque eu te amo. Você é a garota que me fez conhecer o que amar alguém. Obrigado. – ele sela  nossos lábios, uma lagrima escorre e para exatamente entre nossos lábios. – Eu sempre vou te amar.

–Esse é o adeus que você disse quando eu morri? – eu o encaro, e faço um carinho na sua bochecha.

–Sim, acho que você merecia saber. – ele beija minha testa. – Você merece tudo de bom que o mundo pode oferecer. E se você precisa de um tempo de Beacon Hills, e procurar por uma cura, se isso te fizer feliz, eu te apoio.

–Obrigada. – eu seco as lagrimas, e sorrio.

                –Eu tenho que ir. – ele diz olhando no celular. – Malia precisa de mim. – eu assinto e nós nos levantamos.

Ele me abraça, e eu me permito me sentir acolhida ali, eu afundo meu rosto na curva entre o pescoço e o ombro dele. Ele me aperta mais, imagino que passamos uns cinco minutos assim, e eu o solto. Ele caminha até a porta, e para ali de costas para mim.

                –Te vejo logo. – ele diz ainda de costas, posso sentir o sorriso dele.

                –Até… – eu sorrio também. – Stiles? – eu o chamo e ele olha para mim por cima do ombro. – Eu sempre vou te amar.

                –Sempre. – ele pisca.

...

                –Hey. – eu digo me sentando do lado de fora da casa, ao lado do Scott. – Porque você está aqui?

                –Como você me achou? – ele ignora minha pergunta.

                –Ok… – eu olho para ele, Scott está evitando me olhar. – Eu senti seu cheiro. E eu sei que quando algo está te chateando ou te preocupando, você fica sentado no telhado.

                –Como?

                –Tenho insônia… Começou quando eu virei uma hibrida. – dou de ombros. – Muitas coisas estranhas estão acontecendo desde então.

                –Tipo?

                –Paralisias durante o sono. Minha mente acorda, mas meu corpo não. – eu brinco com os nós da minha mão. – A sensação de estar presa. Pesadelos vividos.

                –Como são esses pesadelos? – ele finalmente me olha.

                –Kate. Peter. Gerard. – ele segura minha mão. – Eu. – ele franze o cenho. – Perdendo o controle. Matando, machucando pessoas que eu amo.

                –Quanto sangue tem nos seus sonhos?

                –Muito. Seu, Malia, Lydia, Kira, Isaac, Liam, Derek, tia Melissa, tio Chris, Braeden, Mason, Corey, Xerife… – eu sinto um nós na garganta.

                –Stiles. – Scott diz.

                –Não. – ele franze o cenho. – Void. – eu balbucio. – É como se ele quisesse que tudo acontecesse.

                –O matamos. – Scott diz firme.

                –Eu sei. Eu sei, mas é como se a parte ruim dele estivesse em mim e no Stiles. Nos sonhos, eu estou carregando o corpo da Hayden, ela está morta… Eu a jogo em uma pilha de corpos, com vocês, ao lado do corpo do Liam. – eu fecho os olhos tendo a mesma sensação de quando minha mente acorda, mas meu corpo não. – E quando me viro o Void Stiles, está me olhando… Aprovando o que eu estou fazendo.

                –Está fazendo por ele. – Scott deduz.

                –Por sede. – eu abaixo a cabeça. – Eu matei vocês porque eu estava com sede. Ele me deixou assim.

                –São apenas sonhos ruins. – Scott diz apertando minha mão, me confortando. – Isso não vai acontecer.

                –Como você sabe? – eu olho para frente. – Eu quase ataquei Liam.

                –Uma vez. – ele tenta me convencer.

                –Scott, eu não consigo… Eu não consigo me controlar o tempo todo. – eu aperto minhas unhas na minha mão livre. – É instintivo. É parte de ser uma Hale.

                –Sua família não faz quem você realmente é. – ele segura meu rosto entre as mãos.

                –Sim faz. – eu apoio minhas mãos nas dele. – Eu quando era uma McCall, eu era controlada, eu tinha como me controlar. A mordida despertou a Hale, a descontrolada, meu primeiro instinto é matar. Pode ver isso pelo Peter, Derek, Cora, Malia, Kali… Eu sou exatamente como ele.

                –Só porque você é uma predadora, não significa que você é uma assassina.

                –Nous protégeons ceux qui ne peuvent se protéger eux–mêmes. – eu retruco.

                –Os Argent.

                –O instinto de proteger. – eu levanto as sobrancelhas e deixando um sorrisinho irônico no rosto. – Scott tenho que proteger vocês, de mim. – ele abre a boca para falar alguma coisa. – Olha, eu sei, que você não me vêem como uma assassina, como alguém que pode machucar vocês. Mas, eu posso. – E eu não vou aguentar lidar a morte de vocês. Eu não posso.

                –Então você vai embora?

                –Eu preciso de tempo. Longe. De tudo. – eu sinto meus olhos marejar. – Eu já aguentei demais. – eu balanço a cabeça, são muitas memórias. – Scott, meus amigos morreram, Nora morreu, Lith morreu, Allison morreu, eu morri duas vezes, eu matei… Eu não posso. Ás vezes, eu quero morrer. E eu não posso. Eu preciso do meu pai. Eu preciso aprender a controlar.

                –E Derek vai ajudar? – ele não parece acreditar mais.

                –Ele sabe como me controlar, ele é duro e frio o suficiente.

                –Ele é seu pai.

                –Ele é o Derek. Eu preciso dele. – eu seguro as mãos dele, as olhando, não consigo olhar para ele. – Eu amo vocês. Mas, ele é o único que pode me ajudar agora.

                –Você não é monstro. Você não é uma assassina.

–Scott, eu estou assustada. Desde o começo, eu estou assustada. Eu continuo assustada, agora mesmo eu estou assustada. Não passa e agora estar pior. – ele me olha surpreso, minha sinceridade o assusta. – Eu posso passar o dia inteiro me alimentando, minha sede continua sendo a pior coisa que existe, me queima… – eu balanço a cabeça, me sinto envergonhada. – É muito difícil me controlar o tempo todo. Eu não quero ter que me controlar o tempo, mas acima disso não quero machucar ninguém. – eu olho para ele. – Eu não quero ser o que eu sou agora, eu não quero acordar um dia e matar todos que eu amo. – eu sinto algumas lagrimas caírem. – Eu não quero que meus sonhos se tornem realidade. Eu quero ter esperança em mim mesma. – eu abro os olhos, e engulo o choro. – E isso não vai acontecer em Beacon Hills.

– Você é meu bando, você é a minha família, sempre foi. – ele suspira. – Eu só me sinto a pior pessoa do mundo por não poder te ajudar.

–Você tem me ajuda desde que eu cheguei aqui. Você é provavelmente a pessoa que mais me ajudou na vida. – eu sorrio para ele. – Eu amo você. Muito mais, que eu amo, eu mesma. – eu beijo a bochecha dele. – Você é a pessoa que eu confiaria de olhos fechados. Eu amo você.

                –Eu amo você. – ele beija minha testa.

                –Eu posso te pedir uma coisa? – eu olho nos olhos dele, e ele assente paciente. – Mantenha a esperança em mim. Eu meio que vou precisar disso.

                –Nós sempre temos esperança. – ele responde, era o que a Lith dizia para mim. – Vem aqui.

Ele me abraçou, eu apoiei minha cabeça no ombro dele. E por alguns segundos, eu fico quieta e em paz. E a certeza de que é isso que eu preciso.

               

 

               

 

               

 



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