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História Behind The Lights - Second Season - Daqueles amores que nunca morrem.


Escrita por: queendricka

Notas do Autor


EU NAO ABANDONEI BTL, só não tenho tempo como antes... mas esse fim de semana já escrevo o próximo porque to com ideias dez <333 e tempo né. O FIM DESSE CAPITULO É MUITO BABY.

volto pro brasil daqui um mês e meio : /

beijos

Capítulo 22 - Daqueles amores que nunca morrem.


Fanfic / Fanfiction Behind The Lights - Second Season - Daqueles amores que nunca morrem.

Justin Bieber P.O.V 
            4:05 A.M 


                         Joseph estava dormindo como um bebê, eu ficava feliz porque quando ele dormia, não sentia tanta dor como quando estava acordado. Sua cabeça ainda estava enfaixada mas sem dúvidas ele estava bem melhor do que pela manhã. Aproveitei que ele tinha pegado no sono para ir ao banheiro. Era de madrugada e um silêncio tomava conta do hospital, se tudo desse certo Ryan estaria em Nova Iorque em dois dias com a autorização. Encarei o espelho e notei o quanto os meus olhos estavam fundos devido ao sono, optei por lavar o rosto já que ficaria ali por muito mais tempo do que imaginava. 

                     Ao sair do banheiro iria voltar para o quarto, mas uma cena me chamou a atenção. Logo ao fim do corredor, onde havia uma porta em que se encontrava a varanda daquele andar do hospital, estava Blake encostada na grade de ferro, apoiada na mesma com os dois cotovelos. Eu podia ver seu traseiro perfeitamente, seus cabelos longos e pretos caiam sobre suas costas a deixando tão sexy que mordi os lábios só de olhar. Aquele corpo me trazia recordações que há muito tempo eu tentava esquecer. Não fazia sentido pensar que os meus sentimentos nunca haviam mudado, não fazia sentido tremer cada centímetro do meu corpo pelo simples motivo de saber que ela estava mais perto do que esteve em muito tempo. 

                     Caminhei até ela, mesmo que por dentro meu cérebro gritava “Fique longe dali”, não conseguia obedecer o que ele me dizia. Conforme chegava mais perto, percebi a fumaça que saia de sua boca. Ela estava fumando? Sim, ela estava. Logo ela que tanto brigava comigo pra eu parar de fumar. Assim que me viu, ela simplesmente continuou encarando o céu, como se eu nem estivesse ali. 

                  - Nunca ouviu falar que é proibido fumar em hospitais? – quebrei o silêncio, tentando sem sucesso soar bem humorado. – Quer dizer, pelo menos é isso que diz no aviso colado na porta atrás de você. 

          Ela não disse nada, mantinha o cigarro preso entre seus dentes, inalando a fumaça pelo seu nariz, como se a nicotina a fizesse esquecer de todos os seus problemas. Eu sabia exatamente o que ela estava sentindo, acontecia comigo também. Quando eu fumava era como se nada no mundo pudesse tirar a minha paz, era um momento em que nada parecia realmente me importar. 

                 - Você não está com frio? – arrisquei, mantendo uma distancia plausível de seu corpo perfeito – A temperatura está muito baixa, você pode acabar pegando um resfriado. 
                 - Como ela é? – ela perguntou de repente, engolindo em seco ao se virar pra mim, segurando o cigarro entre seus dedos – Sua namorada. – continuou – Brooke, não é? – eu assenti e ela foi mais além – Ela te faz feliz? 
                 - Ela me faz muito feliz. – respondi. 
                 - Ah. – ela disse com a voz fina, como se estivesse prestes a chorar, mas logo forçou um sorriso – Que bom Justin, que bom mesmo. 
                 - Por que isso agora? 
                 - Só fiz uma pergunta. 
                 - Eu sei, mas... 
                 - Eu sei que vacilei com você, só queria saber se não deixou de acreditar no amor por causa de mim, não iria me perdoar se isso acontecesse. Eu vi que você estava namorando e as fotos nas premiações... você voltou a sorrir, voltou a ser uma pessoa boa, eu só queria ter certeza que por de trás das câmeras você esteja tão feliz quanto na frente delas. 
                 - Eu também vacilei com você Blake, eu não devia... 
                 - Tudo bem. – ela me cortou. – Depois daquele dia, quando você foi embora de Paris, depois do que eu te disse... sei lá, eu percebi que eu fiz muita coisa errada também, eu por exemplo dormi com o Connor, eu não era ninguém pra julgar você por ter transado com a Aubrey. Infelizmente não percebi isso antes. 
                 - Infelizmente. – concordei. 
                 - Ela gosta das luzes? – Blake quis saber. 
                 - Sim, ela gosta. – dei risada, aquela era uma boa pergunta. – Ela é modelo, está acostumada com essas coisas. 
                 - Entendi. – Blake então jogou seus cabelos no seu ombro direito, deixando seu pescoço a mostra, aquilo era tortura. 
                 - Tem um pra mim? – perguntei suspirando fundo. 
                 - Lucky Strike. – ela disse tirando a carteira de cigarro que estava ao seu lado – O melhor. 

                 Eu ri. 

                 - Mulheres. – revirei os olhos. – Só você pra me fazer fumar Lucky mesmo. – nossos dedos se tocaram levemente quando peguei o cigarro da mão dela, senti um choque estranho mas ignorei. – Tem isqueiro? 
                 - Não. – ela respondeu – Deixei minha bolsa no quarto. Vem cá, acende do meu. 
                 - Ok. 

                 O cigarro que estava na boca dela estava menos da metade, me aproximei cautelosamente, estava tão perto que sentia sua respiração, o cheiro do seu perfume, seu cabelo... por que diabos tinha que pensar nisso? Tentei me concentrar em acender o cigarro, mas porra, seus lábios estavam tão perto, não estava psicologicamente preparado pra lidar com isso. E era tão errado. Eu tinha jurado pra mim mesmo que ela era parte do meu passado. Somente do meu passado. Puxei bem devagarzinho, nossos olhares se encontraram, seus olhos grandes e castanhos lindos e astutos como eu me lembrava, seus lábios pareciam menos finos do que antes. 

                 - O-obrigado. – gaguejei me afastando meio hipnotizado. 
                 - De nada. 
                 - Até que não é tão ruim. – falei pra descontrair. 
                 - É o melhor Justin. 
                 - Malboro é o melhor. 
                 - É muito forte, já chega de câncer na minha família, não é? 
                 - Você corre risco de ter câncer de qualquer jeito, não importa qual seja o cigarro... é cigarro do mesmo jeito. 
                 - Mas você corre mais risco do que eu Biebz. 

                 Ouvi-la me chamar de Biebz fez com que eu involuntariamente abrisse um sorriso, odiava o fato de que não conseguia me controlar. Odiava com todas as minhas forças, mas o que eu poderia fazer? Essa era a minha sina. Blake também sorriu, e voltou a encarar o céu. 
                 - Olha a blackberry lá em cima. – ela comentou se referindo a estrela que eu tinha comprado pra ela há muitos anos. – Brilhando como sempre. 
                 - Como sempre. – concordei. – Sinto falta dela. 
                 - Ela está bem aqui. – retrucou – Em algum lugar dentro de mim. 

                 Ficamos em silêncio por um longo tempo, o cigarro fraco em meus dedos já havia chegado ao fim e aquela altura meu corpo se encontrava na mesma posição que o dela. Meu olhar se mantinha preso nas ruas agitadas de Nova Iorque, mas meu coração batia acelerado por estar tão perto dela. Eu achei que depois de tanto tempo, vê-la novamente não iria me causar tanto efeito quanto está causando. Se passaram dois longos anos, como isso era possível? Eu sei que somos pessoas diferentes, que nunca vamos dar certo e que o nosso passado é a maior prova disso. Por que eu me sentia tão vulnerável perto dela? Por que ela causava aquele turbilhão de emoções dentro de mim? Será que isso nunca iria mudar? Quando terminei com a Selena não me lembro de ter ficado assim depois de tanto tempo. Hoje em dia quando a vejo não sinto aquele frio na barriga, a dor de quando terminamos. Agora com a Blake, dor é tudo que eu sentia. Era mesmo uma pena que tudo tivesse terminado assim. 
                 – Posso te pedir um favor? – o som de sua voz soou como uma facada dentro do meu peito, por mais que eu tentasse ignorar, sentia um aperto tão grande e inexplicável. – Se puder.
                 – Claro. – assenti ainda sem ousar olhar pra ela, rasgando minha palavra ao meio.
                 – Fica com o Joseph pra mim?
                 – O que? – balancei a cabeça um tanto confuso. – Como assim?
                 – Pode me achar egoísta se quiser, dizer que eu não tenho coração... Não importa! Eu já perdi muitas pessoas por causa do câncer, meu ex namorado, minha mãe, minha irmã, até você eu perdi, não quero ficar aqui e assistir o meu irmão indo embora também. Não adianta falar nada, porque você não entende, você estava lá mas você não sentiu o que eu senti, você não sabe o quer é perceber que você não tem mais ninguém. Caramba, ele é meu irmão, como as pessoas querem que eu fique aqui vendo tudo isso, vendo ele sentir dor e não poder fazer nada?
                 – Blake, ele não está morrendo, não tem nenhum motivo pra você fazer isso.
                 – É só até ele fazer a cirurgia, depois disso eu prometo que não desgrudo dele nem por um segundo, mas por favor, cuida dele até isso tudo passar. Eu não quero ficar aqui, não quero.
                 – Isso não faz nenhum sentido.
                 – Pra mim faz. 
                 – Eu não sei se posso...
                 – Vou ficar aqui até amanhã a tarde, quando Ryan chegar já vou ter partido, tenho umas coisas da Vogue pra resolver em Los Angeles. Acho que uma semana será tempo suficiente. Agora se você tiver compromissos eu vou entender, posso pedir minha amiga pra ficar com ele, só acho que ele se sentiria melhor se você estivesse aqui.
                 – Vai por mim, não é a mim que ele gostaria de ver antes e depois de sair daquela sala de cirurgia. Se quiser fazer essa merda que faça, mas não reclame se depois que ele acordar tudo que ele sentir por você seja desprezo. – aquela altura já havia perdido a paciência – E não, não adianta se fazer de inocente e me lembrar o quanto você sofreu quando perdeu todas essas pessoas, não funciona mais comigo. Eu sei que você sofreu, todo mundo sabe Blake, você nunca nos deixou esquecer. Mas e o Joe? Você não percebe que ele perdeu as mesmas pessoas também? Ele não vai morrer, é só uma cirurgia.
                 – Joseph é apenas uma criança, ele não entende essas coisas.
                 – Você deveria ter ouvido o discurso que ele fez quando a Aubrey morreu. Vai por mim, ele sente e muito.
                 – Isso não vem ao caso, eu nem estava lá. 
                 – Você nunca esteve. – sussurrei – A única coisa que você realmente se importa é em se fazer de coitada. – seus olhos se arregalaram – Qual é, nós dois sabemos que fugir sempre foi a solução para todos os seus problemas. 
                 – Isso não...
                 – Não é verdade? Então você já se esqueceu de quando nós conhecemos e eu sem querer derrubei vinho em você e você perdeu a sua entrevista?
                 – A culpa foi sua.
                 – Isso é verdade, mas você poderia ter ido mesmo assim. 
                 – Você derramou vinho na porra dos papéis, como queria que eu ainda fosse até a entrevista? Acha mesmo que eles iriam me escolher?
                 – Sinceramente acho que não, mas a vida é feita pra correr riscos, se você não se arriscar nunca saberá o que poderia ter acontecido, e foi exatamente por isso que eu fui atrás de você na França. Eu sei que foi estúpido, mas não me arrependo nem por um segundo. Aquele dia foi preciso pra eu perceber o quanto eu merecia coisa melhor.
                 – Justin...
                 – Me desculpe, mas as vezes a gente tem que ouvir umas verdades pra cair na real.
                 – Obrigado por me lembrar que eu sou um lixo, muito legal da sua parte.
                 – Eu não disse que você é um lixo, por que acha que namoramos por tanto tempo? Obviamente eu vi algo em você, algo que eu já não vejo mais.
                 – Não se preocupe, eu já superei você.
                 – É mesmo? – ri – Que bom, já estava na hora. 
                 – O que você...
                 – Não vou ficar aqui discutindo essa burrada, passado é passado. E quanto ao Joe, eu estaria aqui com ele mesmo que você não tivesse me pedido. O considero como meu irmão mais novo, como Jaxon, e se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que família não se abandona nunca. Com licença! 

Virei as costas deixando pra trás uma Blake sem reação. 

10:35 A.M

               Meus olhos estavam ainda mais fundos naquela manhã, não tinha dormido mais do que uma hora. Fiquei sentado na desconfortável poltrona ao lado da cama onde ainda dormia profundamente. Não conseguia parar de pensar no que a Blake estava planejando fazer. Eu queria xinga-lá é gritar com ela, mas sabia que não ia adiantar nada. Por fim, só me restava ficar ali e esperar que tudo ficasse bem. 

                 Meus cotovelos estavam apoiados nos meus joelhos e minha cabeça baixa. Estava cansado. De repente ouvi o barulho da porta se abrindo, mas nem me dei o trabalho de me mover. Quem quer que fosse, eu não me importava. 

            – Ele ainda está dormindo? – a voz de Blake só era mais um motivo pra eu permanecer quieto. – Eu trouxe um café, tem um Starbucks na esquina. Toma. – podia ver a sombra de sua mão no piso mas continuei em estado de inércia – É o que você mais gosta. 

– Não obrigado.

Ela suspirou profundamente.

– Me desculpe.

– Não precisa fazer isso. – dei de ombros, bufando – Realmente não precisa.

– Eu sinto muito por ter dito aquilo e eu tenho certeza que você também sente muito pelo que você disse.

– É ai que está, eu não sinto.

– Tudo bem, mas saiba que eu estou arrependida.

– Então não vai mais fugir por ai? – finalmente levantei a cabeça, quase animado com as palavras dela.

– Me arrependo do modo como falei com você, não retiro o meu pedido.

– É claro que não. – revirei os olhos. – Como eu poderia pensar nisso, não é mesmo?

– Por que você é tão mal comigo?

– Eu estava numa boa, até você decidir deixar o seu irmão.

Nos calamos assim que Joey começou a se mexer na cama, esfregando seus dedos em seus olhos, era bom vê-lo se mover um pouco, desde que havia chegado ali não tinha saído da cama nem pra tomar banho, além do mais ele só foi ao banheiro uma vez. Ele então levou sua mão até a cabeça e fez uma careta, aquilo não era bom e Blake percebeu isso assim como eu, mas claro que eu não iria falar nada. Nem ela. Eu estava com raiva por causa do que ela estava fazendo, mais raiva ainda porque eu me importava. E muito. 

– Maninha. – foi a primeira coisa que Joseph disse, para a ironia de tudo.– Maninha?

– Oi meu amor. – aquela falsidade em sua voz me deixou irado. – Como você está? Dormiu bem?

– Sim.

– Está com fome? Quer ir ao banheiro?

– Quero doce. – ele disse, me fazendo rir pela primeira vez naquela manhã.

– Você não pode comer doces meu anjo, só depois da cirurgia.

– Bels!

– Que?

– Eu vou morrer?

– Não Joseph! – respondi, já que a Blake ficou em silêncio. – E você vai dormir, nem vai ver o que vai acontecer.

– Vocês podem ficar lá dentro comigo? – ele perguntou, mais despreocupado.

– Eu vou tentar, mas prometo que pelo menos na sala de espera eu vou ficar o tempo todo.

– Você também maninha?

– Eu, uh...

– Diz pra ele Blake, diz pra ele que você está planejando fugir daqui o mais rápido possível.

– Justin! – ela me repreendeu – Ele está doente, presta atenção no que você fala.

– Alguém tinha que avisar ele da irmã maravilhosa que ele tem. – falei irônico, me levantando sem ao menos olhar pra ela. – Joey eu vou sair pra tomar café da manhã, volto em uma hora. – dei um beijo na testa dele e me virei, passando lentamente em frente a Blake. - Quanto ao seu pedido de desculpas, eu não aceito.

Finalmente deixei aquele quarto, estava me sufocando ter que ficar ali com aquela garota. Pode se passar o tempo que for, mas do mesmo jeito que eu sempre vou ama-la, eu também sempre vou odia-la da mesma medida. Se dá pra entender? Claro que não. Essa é uma daquelas coisas que acontece na sua vida, mas que não importa quanto tempo passe, sempre será um mistério. 

Estava distraído quando andava pelo corredor, que nem notei que a enfermeira estava vindo, acabei esbarrando nela.

– Me desculpe! – falei rapidamente, constrangido.

– Que isso. – ela disse – Você está saindo?

– Sim, por que? Algum problema?

– É que o senhor Ryan ligou para a Doutora Stevens, ela vira até aqui em meia hora pra conversar com vocês. Mas se quiser sair fique despreocupado, sei que a irmã dele está por ai, podemos falar com ela sem problemas.

– Sendo assim eu vou prefiro esperar pela doutora. 

– Mais uma coisa. – ela disse – Tem uma garota na portaria querendo falar com você.

– Deve ser alguma fã que descobriu que eu estou aqui, diz que eu já fui embora. Não estou com cabeça pra isso!

– Ela diz ser sua namorada. Na verdade acho que já vi fotos de vocês dois coladas no quarto da minha filha, o problema é que só podem ficar duas pessoas aqui então eles não autorizaram a entrada dela. Apesar de que agora é o horário de visitas então é provável que... Lá está ela! – segui os olhos da enfermeira até avistar Brooke me olhando com um sorriso de orelha a orelha.

Tenho que confessar que estava surpreso por ela estar ali, mas de um jeito bom, ver aquele sorriso, aqueles olhos azuis... era sempre bom! Vestindo uma blusa branca de manga com listras cor de creme, uma jaqueta preta, boot marrom e calça Jeans, ela caminhou em minha direção. Ela então abriu os braços e grudou-os no meu pescoço deixando o seu perfume extremamente cheiroso pairando sobre o ar triste do hospital.

– Broo?

– Era pra ser uma surpresa! – ela comentou fazendo provavelmente fazendo uma careta pra enfermeira, mas sem maldade.

– Como você conseguiu voltar? Achei que tinha compromissos em L.A!

– Cancelei Batty Boo, sabia que precisava estar aqui com você hoje.

– Batty Boo? – gargalhei, pensando no quão ridículo e engraçado era aquele apelido. – Cada hora você me aparece com um novo.

– Batty Boo, candy, boo bear, cuddle cake... você é tudo isso e muito mais. – ela me dava um selinho pausando a cada apelidinho bobo que ela dizia. – Não está feliz que eu vim?

– É claro que estou meu anjo. – pressionei seus lábios contra os meus, dando-lhe um beijo calmo e carinhoso. 

– Oh.– ela disse ao abrir os olhos.

– O que foi? – questionei, mas nem foi preciso que ela respondesse já que ao me virar de costas avistei Blake nos encarando completamente estática.

– Essa é a Blake. – disse passando minhas mãos em volta da cintura da Brooke. – Blake, essa é a...

– Eu sei quem ela é. Pode me dizer o que ela faz aqui?

– Ela vai ficar aqui comigo quando você for pra Los Angeles.

– Sério? – ás vezes a inocência da Brooke era tão grande que eu ficava de queixo caído. – Isso é demais bunny bear.

Blake colocou a mão sobre o rosto enquanto tentava disfarçar uma risada, por causa do apelido do qual Brooke estava me chamando. 

– Sim meu anjo.

– É um prazer te conhecer Blake. – ela estendeu a mão para cumprimenta-la, mas Blake nem se quer se moveu, o que foi realmente constrangedor.

– Quer ver o Joey? – perguntei quebrando aquele momento hilário, encaixando meus dedos na mão vaga de Brooke. – Ele está acordado.

– Claro! – ela sorriu animada, já esquecendo o que havia acontecido.

– Ninguém vai ver o meu irmão. – Blake disse irritada. – Entendeu?

– E quem vai nos impedir?

– Eu sou da família dele, eu quem decido as coisas por aqui.

– Eu não estou te entendendo, está com ciúmes?

– Existe alguma coisa da qual eu deveria sentir ciúmes?

– Para de ser paranóica! – bufei – Isso é ridículo.

– Ridículo é você chamar ela pra vir até aqui ficar com o meu irmão.

– Meu Deus, ela é minha namorada.

– Já entendi. – ela disse como se estivesse se rendendo. – Vai em frente. – e então apontou para a porta atrás dela. – Tenham um ótimo dia. 

– Calma ai, onde você vai? 

– Pro inferno. – ela respondeu, caminhando até o elevador.

– Qual o problema dessa garota? – Brooke agora assumia um tom de voz de confusão.

– Ela é complicada. – eu disse, me desvencilhando de seu corpo. – Está precisando de um pouco de atenção. Vou atrás dela, fica aqui por favor? A doutora pode aparecer a qualquer momento.

– Tudo bem baby. – ela disse, dando-me um beijo no rosto. – Vou ir falar com o Joey.

– Isso ai, minha garota. – dei um sorriso e entrei no segundo elevador disponível.

Eu não conseguia entender aquela cena patética que Blake tinha acabado de dar. O que eu fiz de errado? Ela não precisa ter maltratado a Brooke daquela forma, a menina não fez nada além de ser gentil e educada. Cara, eu nunca ia conseguir entender a Blake, essa garota me tira do sério. Agora além de ter que me preocupar com o irmão dela, ainda tinha que sair que nem louco pra me certificar que ela não estava fazendo besteira por ai. Até parece que eu sou o pai dela. Cara, dois anos e parece que ela não cresceu nem um pouco, ficou foi pior. A mesma mimada egocêntrica de sempre. Ah, mas se tem uma coisa que mudou foi o seu corpo. Isso eu podia notar cada vez que olhava pra ela, como naquele momento em que ela estava de costas, acenando para um táxi. Eu não sei explicar, mas ela estava muito diferente, estava mais gostosa, vamos dizer. Seu traseiro parecia maior, seus lábios também, obviamente ela tinha feito preenchimento, não é possível eles terem ficado grandes assim naturalmente. Ela se vestia melhor também, além de estar um pouco mais alta e maquiagem forte. Perguntei a mim mesmo o que a teria feito mudar tanto. Blake por outro lado, ainda mantinha os mesmos olhos grandes e astutos, mas que infelizmente, agora pareciam estar sempre tristes. E talvez poderia ser o fato de que ela perdeu todas essas pessoas, talvez seja por causa do irmão dela ou algo no trabalho... seja lá o que fosse, eu não gostava de vê-la assim, por mais birrenta que ela fosse.

– Esperando por algo? – questionei parando bem ao seu lado, a medida que um táxi finalmente se aproximava. – Que coincidência pois eu estou indo pro mesmo lugar que você, acho que podemos rachar o táxi, e ai?

– Me deixa em paz. – ela resmungou. – Você nem sabe onde eu estou indo.

– É claro que sei, você está indo pro inferno. Já esqueceu que me contou?

– Nossa, vaza! – ela abriu a porta do táxi, adentrando o automóvel rapidamente.

– Me deixa entrar! – falei quando ela ousou tentar fechar a porta. – Para de ser chata! – eu puxava a porta, obviamente tinha mais força que ela. – Afasta pra lá. 

– Não! – ela resmungou.

– Sem problemas. – disse me sentando no colo dela e fechando a porta, tive que me abaixar.

– GORDO! – ela gritou – Sai de cima de mim, que ódio!

– Eu odeio você. – murmurei dando risada, dando pulos no colo dela.

– SAI, SAI! – ela me empurrou pro acento ao seu lado. – Senhor pode pedir pra esse babaca sair daqui, eu quero ir paro o...

– 57 East, 57th Street. – disparei, fazendo-a calar a boca.

– Four Seasons? – o taxista perguntou. 

– Sim, senhor.

– Caralho, pra que vai me levar até lá?

– Vou pegar meu carro, quero te levar em um lugar.

– Que lugar?

– Você vai ver quando chegar lá.

– Quero saber agora.

– Para de ser curiosa, que enjôo!

– Claro bunny bear. – ela ironizou, finalmente soltando uma risada.

– Olha aqui dona Blake, a senhorita por acaso está querendo apanhar?

– O taxista será testemunha desse ato de violência.

– Tenho certeza que ele já entendeu o quanto você é insuportável, além do mais o jeito como eu vou te torturar nem é tão ruim assim... – comecei a fazer cócegas nela, arrancando gargalhadas que dolorosamente me fizeram lembrar do passado. – Viu só, você nem é tão de ferro assim.

– Justin para... – ela ria, quase chorando – Por... favor... ai meu Deus, que agonia!

– Vai continuar com essa birra, vai? – ainda fazia cócegas, tocando partes de seu corpo que aos poucos foram me trazendo sentimentos que ficaram adormecidos por muito tempo.

– Não... não Jus, eu prometo.

– Jus? 

– Justin. – ela disse, me olhando com um sorriso de canto.

Sorri de volta, parando de fazer cócegas. 

– Fique sabendo que vai ter volta.

– Mal posso esperar. – brinquei.

– Me diz uma coisa, onde é mesmo que estamos indo?

– É uma surpresa.

– Não gosto de surpresas. – ela bufou.

– Meu Deus, você sempre estraga o clima.

– O clima?

– Quero dizer... – ela riu.

– Hum, você está constrangido...

– Shiu, se não vou te pegar de novo e não paro mais.

– Ta bom, ta bom, era brincadeira.

– Ram. – resmunguei. 

– E o Joey?

– Relaxa, ele está com a Brooke.

– Não confio nela. – ela disse emburrada.

– Mas você nem conhece ela. – rebati, com um sorrisinho.

– Não interessa. Não gostei dela. E além do mais aqueles apelidos toscos, pelo amor de Deus, que garota estúpida, como você aguenta? 

– Vai por mim, ela é muito legal depois que a conhece.

– Nossa, vai ficar defendendo ela?

– Relaxa!

– Eu estou preocupada com o Joey, é só isso.

– Você confia em mim?

– Acho que sim.

– Acha?

– Sim.

– Sim, o que?

– Sim, eu confio.

– Então pare de se preocupar, seu irmão está em boas mãos.

– Mas..

– Shhh. – sussurrei a trazendo pra mais perto de mim. – Estamos bem longe do hotel, o que acha de dar um cochilo? 

– Hum, ok... – ela encostou sua cabeça em meu peito, e minhas mãos descansavam sobre suas costas. – Justin?

– Oi.

– Acho que eu estava com ciúmes.

Um sorriso involuntariamente surgiu em meus lábios.

– Você não me disse mais cedo que havia me superado a muito tempo?

– Sim. – ela concordou. – Mas talvez não. – e então caiu no sono.

Foi naquele momento que eu soube que eu não era o único preso ao passado. Daqueles amores que nunca morrem.


Notas Finais




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