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História Behind The Lights - Second Season - Verdades Secretas


Escrita por: queendricka

Notas do Autor


Não sei com que frequência irei atualizar, mas pretendo fielmente terminar essa história depois de tantos pedidos de vocês no meu facebook e Instagram <3

Capítulo 25 - Verdades Secretas


Blake Berry P.O.V

– Merda! – é exatamente isso que você diz quando acorda e percebe que algo está errado, algo está muito diferente do que costuma ser. Quando percebe que fugiu da rotina, que não fez o que deveria ter feito. Você foi fraca.

Abrir os olhos foi a coisa mais difícil que tive que fazer naquela manhã fria de Nova Iorque, ainda mais porque o peso das pernas de Justin sobre meu corpo me lembravam mais uma vez da noite que tivemos, cada gota de whisky agora fazia efeito sobre minha cabeça, agora mais confusa do que nunca. Eu tinha que fugir dali o mais rápido possível, cada segundo a mais que passasse naquele quarto de hotel seria crucial. Foi desconfortante afastá-lo de mim, mas seu sono era tão profundo que o meu toque não pôde despertá-lo. Ele era tão lindo, lindo de morrer. Já não me lembrava mais a última vez que pude tê-lo tão perto de mim, a última vez que senti seu corpo é algo que jamais esqueci. E eu sabia que ao sair dali, isso não aconteceria novamente. Nunca mais.

O som do meu celular foi a única coisa capaz de acordar Justin, apesar de eu ter atendido ao terceiro toque. Prince estava ligando, mas na verdade preferia ter agendado seu contato como "Ogro". Por quê? Isso é assunto pra outro capítulo.

– Fala. – disse seca, indo em direção ao banheiro e fechando a porta.

– Cadê você? Porque Justin atendeu o seu celular ontem? Você não tem vergonha de me expor publicamente dessa forma?

– O que eu fiz? – encontrar minha calcinha no meio de nossas roupas jogadas pelo banheiro não foi tarefa fácil. – Pelo amor de Deus, eu precisava de um tempo, precisava entender tudo que está acontecendo com meu irmão.

– Não me interessa, você sabe muito bem o que estão comentando sobre essa reunião de vocês dois.

– Não seja ridículo! – revirei os olhos, começando a perder a paciência – Você sabe que o namoro do Justin e da Brooke, ao contrário do nosso, não é apenas uma fachada.

– É mesmo? – ele sorriu, quase gargalhando – Finalmente ele parou de namorar vadias como você.

– Vai se foder!

– Cuidado – ele me advertiu – você sabe o poder que tenho sobre você.

– Não me ameaça! – falei, sem perceber que estava quase gritando – Isso não funciona comigo.

– Funciona quando você sabe que te tenho em minhas mãos. – seu tom era de deboche. – Venha me encontrar no apartamento agora mesmo, acredite é melhor pra você.

Não esperei que ele falasse mais nada e logo desliguei em sua cara. Minha vontade era tacar o celular na parede e desaparecer. Mas havia muitas coisas que dependiam de mim, eu não poderia ser fraca. Não poderia me dar esse luxo. O que estava acontecendo era algo que eu poderia ter evitado, mas em que acabei me enfiando sem ao menos perceber as consequências que traria. Justin bateu na porta gritando por mim, eu já estava vestindo roupa, tentando raciocinar quando parecia impossível.

– Abre logo! – ele gritou por último, ao mesmo tempo em que eu destrancava, dando de cara com seu cabelo bagunçado e seu corpo nu. – O que aconteceu? Você estava gritando alto...

– Nada não. – passei por ele, ignorando o que estava acontecendo.

– Vai fazer isso de novo? – ele perguntou, me seguindo – Vai me deixar?

– Foi só uma transa, não crie expectativas! – procurava minha bolsa, mas tudo estava muito bagunçado.

– Sério? – ele segurou meu braço, me impedindo de mover as almofadas procurando pela maldita bolsa – Olha, não foi o que me pareceu.

– Cara você não entende porra nenhuma, só me deixa ir embora. Olha bem no fundo dos meus olhos. – segurei em seu rosto com as duas mãos, lagrimas escorrendo vagarosamente pelo meu rosto, tudo que havia acontecido na noite passada só tornava aquilo ainda mais doloroso. – Eu estou passando por algo tão difícil, mais difícil do que a morte da minha mãe, o câncer da minha irmã, o acidente do Joey, mais difícil do que qualquer coisa que você possa imaginar e eu preciso que me deixe ir porque você não pode me ajudar, pode até achar que sim, mas não pode. Sinto muito. Sinto mesmo. Não queria que fosse assim.

– Você me deixa confuso. – ele estava com os olhos baixos, tristes, com uma voz de choro de cortar o coração – Eu não entendo, você vem e vai, você me magoa e só consigo te amar cada vez mais.

– Não devia. – sussurrei, meus lábios tocaram os dele por breves segundos que pareceram eternos – É complicado.

– Sempre é.

– Dessa vez está além do seu alcance.

– Nada está além do meu alcance. – ele me olhava com tanta certeza em sua voz, o fitei por um segundo, me perguntando se talvez realmente estivesse ao seu alcance.

– Você que pensa. – o afastei, não poderia correr esse risco.

– Blake, saiba que não importa o que isso seja, eu posso te ajudar, podemos resolver juntos, não precisa ir embora desse jeito. Por favor, vamos conversar. Eu preciso pelo menos tentar. – ele me deu um sorriso e umedeceu os lábios com a língua. – Tudo vai ficar bem. – sua voz soou em meu ouvido em um sussurro, baixo e verdadeiro.

– Já se esqueceu que tem uma namorada? – mudei logo de assunto, precisava de todas as formas fugir dali, daquilo, de nós. – Está me fazendo tantas promessas, sem se lembrar de que ela gosta de você. Brooke te ama.

– Bom... – finalmente consegui deixá-lo sem palavras, ele fitava o chão pensando em uma resposta rápida, mas no fundo eu realmente tinha razão: o que estávamos fazendo era errado de todas as formas possíveis. – Eu posso resolver isso, só preciso de tempo.

– Acredite, isso é tudo que não temos.  Eu fui embora, eu te abandonei, eu fiz a minha escolha e não é justo que eu simplesmente apareça e tudo volte ao normal. E o pior de tudo é que mesmo que eu quisesse isso aqui, nós dois, nunca mais será como antes. O que há entre nós dessa vez é muito maior do que qualquer coisa.

– Você não está fazendo menor sentido. – ele me fitou confuso, nesse momento me perguntei o que se passava pela sua cabeça. – Por favor. – Justin segurou meu queixo com a ponta de seus dedos. – Confie em mim.

Eu sentia uma dor tão grande dentro de mim, se ele soubesse o que eu havia feito sabia que nunca iria me perdoar, e o mais incrível é que no fundo eu conhecia uma única verdade: tinha que aproveitar cada segundo em que seus olhos não me olhassem com raiva ou rancor. Aquilo não iria durar muito. Por mais que eu quisesse contar a ele, o que estava em jogo era muito complicado. Coisas que nem o tempo poderia resolver por si só. Uma pena, pensei. Eu poderia facilmente ceder aos seus encantos ali mesmo. Jogar tudo pro alto e fugir pra bem longe, ao seu lado.

O toque do meu celular foi o que me salvou naquele momento tão agonizante, o nome de Ryan na tela de chamada foi o que me despertou para a realidade, triste realidade.

– Tio. – meu olhar ainda se mantinha sobre Justin, ao atender.

– Onde você está?

– No hotel. O que aconteceu?

– Joey já está entrando na sala de cirurgia, soube que não dormiram aqui, por favor, preciso de você aqui. Estou com medo.

– Me desculpe. – pedi, sentindo um arrepio sobre todo o meu corpo ao ouvir a palavra cirurgia. – Eu só preciso passar no apartamento do Haron e já estou a caminho. Quanto tempo pode durar?

– Cerca de 4 horas. – ele respondeu.

– Tudo bem, em uma hora estarei ai. – desliguei a chamada.

Justin me olhava incrédulo, por um segundo me perguntei por quê.

– Jura que vai ver o Haron enquanto seu irmão faz cirurgia?

– Vá até lá e fique com ele até eu voltar. – segurei em sua mão, como se fosse mais uma suplica do que um simples pedido. – Vai ser rápido.

– Mas...

– Que saco, por favor! – minha voz havia soado mais alterada do que imaginei.

– Quer saber? – sua boca se torceu com irritação. – Está mais do que livre pra ir ver seu noivo. – em questão de segundos ele já estava com sua carteira e celular em mãos, caminhando em direção à porta de costas pra mim.

Eu poderia tê-lo impedido de seguir em frente, e sei que era isso que ela estava esperando, por isso dava passos tão lentos. Mas eu não podia. Por mais que doesse. Caralho, eu não podia fazer nada. Precisei de um longo suspiro para simplesmente vê-lo ir embora. Como eu sempre tenho feito nos últimos anos. Aquilo já estava ficando cansativo. Mas era preciso, parece que sempre tem algo nos impedindo de ficarmos juntos, sinto que não nascemos pra viver um ao lado de outro, por mais que nos pertencemos. É irônico. Eu sei.

Logo encontrei minha bolsa de baixo de uma almofada, olhei mais uma vez para as garrafas de Uísque espalhadas pelo chão, respirei fundo e fiz o mesmo que Justin havia feito poucos minutos atrás: em passos lentos deixei o quarto de hotel. Lá em baixo na recepção a recepcionista me alertou que estava cheio de fotógrafos a minha espera. Esperei que o taxi chegasse para sair dali, abaixei a cabeça ignorando todos aqueles flashes. Eu odeio flashes.

Cinco minutos contado foi o que gastei para chegar ao luxuoso hotel onde Haron estava. Ao mesmo tempo em que queria mais que tudo estar ali, só o fato de ter que vê-lo me causava arrepios. Não me entenda mal, tudo entre nós começou um mar de rosas, até eu tomar uma decisão da qual irei me arrepender pelo resto da vida, até eu me dar conta que estava vivendo um relacionamento abusivo do qual eu jamais poderia escapar.

– Você demorou muito. – Haron me olhou zangado ao abrir a porta do quinto andar. – Vem aqui. – ele segurou meu braço com força. – Precisamos conversar sobre a merda que pensa que está fazendo.

– Me solta imbecil! – precisei de um esforço bem grande pra me afastar dele, tinha muita força apesar de seu corpo magro. – Cadê ela? – meu olhar percorria todo o lugar, mas não via ninguém além dele.

– Meredith a levou para brincar no shopping. – ele respondeu. – Mas isso não vem ao caso agora.

– Então diz o logo porque eu não tenho o dia inteiro. – por mais que tentasse, não tinha como ter uma conversa séria com ele.

– Seja boazinha. – ele falava em um tom tão nojento e sujo, era impossível não sentir nojo de Haron. – Agora mesmo vamos sair de mãos dadas e ir ver o seu irmão, vamos parecer o casal mais fofo de Nova Iorque, já sabe como é não é?

– Não preciso de você lá, não quem se quer se importa com Joey. Quem precisa de energias negativas em uma hora dessas não é mesmo? – a ironia em minha voz ficou mais do que clara.

– Não foi um pedido. – ele disse debochado, andou até a pequena cozinha para encher meio copo de Uísque. – Foi uma ordem.

– Sim senhor, mais alguma ordem? Quer que eu te carregue no colo também?

– Se conseguir, seria bastante apreciado.

– Argh! – revirei os olhos.

Peguei minha bolsa pronta para sair dali, era sufocante ficar sozinha com ele, dava um ódio aquela proximidade entre nós. Mas por um segundo tudo o que estava acontecendo parecia não me importar mais, e não importava. Meredith abriu a porta, e pude vê-la. Pequena dos olhos cor de mel, com apenas um ano e seis meses Melinda correu ao encontro dos meus braços assim que bateu os olhos sobre mim. Já tinha uma semana que não a via, e era doloroso pensar que pude suportar tanto tempo sem o seu abraço. O melhor abraço.

– Tia Beike. – ela pronunciou meu nome, da forma que conseguia.

– Meu amor. – minha voz saiu quase como um suspiro enquanto a apertava sobre o meu corpo, queria mantê-la ali pra sempre, protegida de tudo. – Estava morrendo de saudade.

– Compei uma babi – ela disse se referindo a Barbie que estava na sacola, nas mãos de Meredith. – Que vê?

– Deixa pra próxima minha gatinha. – Haron a afastou de mim, como sempre fazia, me torturando. – Agora sua tia e eu temos muita coisa pra fazer.

– Me deixe ao menos me despedir. – implorei enquanto ele me puxava pelo braço, Meredith ria da situação, chamando Melinda para dentro do quarto.

– Cala boca. – foi tudo que ele disse, fechando a porta.

Melinda me olhou confusa e triste, até a porta bater. Eu estava chorando porque queria que ela estivesse comigo, queria poder levá-la comigo. Queria poder chamá-la de minha filha. Mas não podia. E era tudo culpa minha.

Melinda era mais do que minha filha, ela também era filha de outra pessoa. Filha de Justin Drew Bieber.

Filha que ele nem sabia que existia. 


Notas Finais


AGUARDO VCS NA CONTINUAÇÃO <3


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