História Behind The Lights - Second Season - Everybody is so sick of me!

11 de Fevereiro de 2014, 09:47 a.m

Observava a sombra do sol sobre a água azulada da piscina, ajustei a parte de cima do meu biquíni enquanto meus pés balançavam sobre a água. Era engraçado lembrar que Justin havia conseguido me fazer perder o medo que eu tinha daquelas pequenas gotas. Apesar disso não estava me sentindo muito bem, os últimos dias tinham sido incríveis mas parte de mim sentia saudade de Joey, de ter o meu melhor amigo e de falar com o meu tio, principalmente de não sentir uma angustia cada vez que Justin e eu discutíamos. Desde que voltamos tenho tentado fugir de todas as formas de discussões bobas... não me parece justo que o meu pesadelo se torne realidade.

– Ei blackberry – meus olhos se viraram procurando pelo dono daquela voz, Justin caminhava até mim com um sorriso estampado em seus lábios, observei enquanto ele colocava a mão na testa para proteger seus olhos do sol escaldante que irradiava todo o céu.

– Oi meu amor. – voltei a fitar a água, logo seu corpo forte me abraçou pelas costas posicionando suas pernas ao meu redor.

– Precisamos conversar. – ele sussurrou contra meu ouvido.

– Aconteceu alguma coisa?

– Scooter me ligou agora a pouco, ele queria que nós fôssemos até o programa da Ellen amanhã, você sabe... como da outra vez.

De jeito nenhum, pensei anestesiada.

– Eu não vou!

– Calma, ele só...

– Eu não vou Justin! – afastei meu corpo pra trás o empurrando para longe até conseguir ficar de pé – Não há nada que você possa fazer sobre isso.

– Blake, me escuta primeiro caramba!

– Justin eu te disse, lembra? Eu falei que não queria esse tipo de atenção, não queria me expor dessa maneira, por favor, eu simplesmente não gosto disso.

Abaixei a cabeça, tentando convencer a mim mesma de que o motivo fosse realmente aquele. A verdade é que ir até o programa da Ellen me traria péssimas recordações, afinal de contas foi depois de ir lá, foi naquela noite que tudo... que tudo aconteceu. Eu não estava pronta pra lidar com isso, não mesmo.

– Será que você pode me ouvir?

– Você não vai me convencer.

– Blake eu não quero te convencer de nada!

– Para de me chamar assim!

– Não foi você que disse que blackberry é o apelido mais idiota que alguém poderia te dar?

– Então não me chama de nada idiota!

– Porque você tá tão grossa? Eu não fiz nada porra!

– Você não deveria vir até aqui me propondo coisas que sabe que eu não vou aceitar, parece que você faz de propósito!

– Ah, é? E quando foi que eu te propus algo?

– Você disse que... – parei de falar, me dei conta de que em nenhum momento ele disse que tinha aceitado o que Scooter havia dito.

Levantei os olhos até ele, eu estava sendo tão estúpida.

– Justin... – tentei tocá-lo mas ele se afastou.

– Me deixa. – pediu ele – Sabe cara, eu disse ao Scooter que nós não íamos até de lá de jeito nenhum, disse que está muito cedo pra isso, eu nem ao menos coloquei a culpa em você. – seus olhos estavam presos em mim – Mas não, você nem ao menos pode me ouvir, você é teimosa e birrenta! Eu tive uma ideia tão bacana, ia ser tão divertido, mas você simplesmente estragou tudo. – ele deu de ombros – Bom, tudo bem, isso não é nenhuma novidade pra mim.

– Você está insinuando que eu... que eu estrago tudo sempre?

– É isso mesmo que eu estou insinuando Blake Berry!

Ele deu as costas, caminhando apressado para dentro de casa. Bati os pés no chão com força, ele era tão impossível! Quando voltei para a mansão ele estava jogado no sofá assistindo televisão – ao programa da Ellen –, ele parecia frustrado.

“Agora nós temos uma surpresa pra vocês, em poucos minutos iremos falar com Justin Bieber e Blake Berry ao vivo por telefone. Eles vão bater um papo comigo já que infelizmente não puderam estar aqui...”

Aquelas palavras me atingiram em cheio.

– Você...

– Não importa. – ele resmungou – Eu não vou atender.

Justin simplesmente desligou a tevê e jogou o controle no sofá, passou por mim como se eu nem mesmo estivesse ali e subiu as escadas correndo. Puta merda, eu tinha mesmo a mania de estragar tudo!

Eu definitivamente estava bem mais frustrada que ele quando me joguei no sofá, bem em cima de seu iPhone – cuja capinha era uma foto de nós dois no ano passado –. Pode parecer meio louco o que eu estava pensando, mas eu realmente cogitei a ideia de atendê-lo assim que ele tocasse.

Fiquei olhando para a tela por diversos minutos imaginando que eu estava pirada, até que balancei a cabeça e me levantei, deixando o celular onde ele estava antes. Tudo que eu deveria fazer era ir até o quarto e me desculpar pelo que havia feito.

Porém quando fui dar a volta no sofá ele finalmente tocou, sim, o celular de Justin estava tocando e eu sabia exatamente quem era. Não tive tempo de pensar,  até porque se pensasse muito não teria coragem para fazer o que eu fiz.

– Alô? – indaguei ao atender.

– Blake Berry? – a voz era masculina.

– Sim.

– É o Diretor do programa da Ellen, Justin já está ai com você?

– Não. – respondi quase gaguejando – Bom, ele teve que resolver um problema e pediu que eu atendesse quando vocês uh, ligassem.

– Oh – ele fez silêncio por algum tempo, provavelmente perguntava a alguém o que deveria ser feito. – Hum, ta, tudo bem, você está no ar em cinco segundos.

– O que? – meus olhos se arregalaram e eu não tive tempo de obter uma resposta pois logo em seguida ouvi a voz alegre de Ellen do outro lado da linha.

– Pessoal, tivemos um pequeno problema e Justin não poderá falar conosco hoje! – disse ela arrancando vaias da plateia – Mas como nós cumprimos o que prometemos, estamos com a Blake na linha! Oi Blake, você está ai?

Nesse momento pude ouvir os gritos da plateia que mais uma vez se animaram.

– O-oi. – disse simplesmente.

– Como você está? Senti a sua falta por aqui.

– Pois é.

– Vocês não puderam vir, não foi?

– Sim.

– Mas esta tudo bem? – devia ser irritante pra ela falar com uma pessoa que estivesse dando repostas tão curtas e secas.

O problema é que eu estava em choque e me sentindo angustiada por ter brigado com Justin, eu tinha tanto medo de perdê-lo, ainda mais quando eu sabia que era a errada da história.

Então eu simplesmente precisava dizer tudo que estava entalado na minha garganta.

– Está tudo bem? – Ellen repetiu, ansiosa.

– Eu amo o Justin. – murmurei de repente, surpreendendo não só a mim mas a todos que me ouviam – Eu o amo tanto, tanto.

Liguei a tevê, colocando-a no mudo para ouvir apenas pelo celular. Ellen estava sorrindo levemente.

– Eu imagino querida.

– Eu sei que passamos por várias coisas, sabe? Mas eu o amo como no dia em que percebi que ele foi feito pra mim, eu nem mesmo acreditava em príncipes desencantados até ele aparecer. Eu digo desencantados porque ele não precisou de nenhum feitiço, ele só foi ele mesmo e eu acho que ninguém no mundo poderia me entender melhor.

– Vocês formam um belo casal, e eu acho que seja lá o...

– Eu quero pedir desculpas. – disse interrompendo-a – Só quero pedir desculpas.

– Pelo que, querida?

– Não sei. – suspirei – Talvez por ser tão impulsiva e cabeça dura.

– Está tudo bem. – disse ela – Acho que ele vai entender, não importa o que tenha acontecido.

Assenti.

– Eu espero que sim.

– E pra comemorar você tem que prometer que vai voltar ao meu programa assim que possível.

Abri um pequeno sorriso.

– Acho que posso prometer isso.

Ao desligar o telefone fiquei alguns segundos olhando para a tela do mesmo, até ouvir passos apressados vindos da escada. Conforme se aproximava de mim, iam ficando cada vez mais lentos. Ao erguer o rosto já sabendo quem era, ambos nos encaramos em silêncio. As duas íris cor de mel quase hipnotizantes.

– Eu assisti – Justin disse com os olhos fixos nos meus – Na tevê do nosso quarto.

– Bom...

– Eu também te amo. – ele pulou o sofá, incapaz de dar a volta, e segurou meu queixo selando nossos lábios com volúpia – Céus, eu te amo tanto!

– Me desculpe.

– Está tudo bem. – sussurrou contra meu ouvido, me abraçando forte ao beijar o topo de minha cabeça.

Antes que qualquer lágrima pudesse escapar dos meus olhos foi o meu celular que começou a tocar, ele estava na bancada da cozinha e eu relutei por alguns segundos até me desvencilhar de Justin e então ir atendê-lo.

– Hum, alô? – minha voz ainda estava um pouco embargada.

– Blake? – não conseguia reconhecer aquela voz.

– Sim, quem é?

– Sou eu, a Ashley.

– Ashley, Ashley... ASHLEY! Ai meu Deus! Ashley Benson?

Ela deu uma risadinha.

– Sim, sou eu.

– Uau!

Eu só a tinha visto duas vezes, ela é incrível, linda, maravilhosa. ELA É ASHLEY BENSON CARA!

– Então, é, você sabe que Ryan e eu voltamos, não é?

– Sim, eu sei.

– Sei que pode parecer loucura mas nós decidimos noivar e...

Meu queixo caiu.

– O que? Você está falando sério?

– Estou. Inclusive eu estava te ligando pra te convidar, estivemos pensando sobre isso há um tempo, achei até que ele já tivesse te avisado, mas bem, me lembrei que vocês estão meio brigados então fiz questão de ligar, aliás, Joey está com saudades.

Me lembrar daquilo fez meu estômago revirar.

– Quando vai ser?

– Hoje a noite.

– Já?

– Sim, como eu disse...

– Eu acho que meu tio não vai gostar de me ver ai.

– Não seja boba, ele está morrendo por dentro, vocês tem que parar de serem tão orgulhosos!

– Mas é que...

– Posso contar com a sua presença? – ela me cortou – Vou ficar muito triste se não vier, até porque poucos familiares dele poderão vir.

– Tudo bem. – assenti.

– Não se esqueça de trazer o meu amiguinho palhaço! – exclamou ela em um tom divertido, se referindo a Justin.

– Não se preocupe, ele estará lá comigo.

Desliguei a chamada e voltei para a sala, Justin estava sentado no sofá como antes, suas pernas estavam esparramadas na mesa que se encontrava no centro da sala, seus olhos estavam atentos ao jogo de hóquei que passava na tevê. Sem camisa pôdia notar as inúmeras tatuagens que cobriam seus braços e peitoral, e pensar que quando o conheci era um número bem menor. Devo confessar que essas tatuagens todas parecem tão sem sentido pra mim, talvez um dia eu diga isso a ele. Por enquanto tinha uma coisa não muito agradável para propor.

Me juntei a ele no sofá e ele passou o braço pelo meu ombro, me aproximando o mais que conseguiu.

– Algum problema?

– O tio Ryan fica noivo hoje.

Por mais surpreso que estivesse, Justin não disse nada.

– Nós temos que ir.

– Ele te convidou? – a duvida o assombrava.

– Não, mas...

– Então não vamos.

– Mas a Ashley nos convidou, e é isso que importa. – completei.

– Blake acorda, eu não vou a um lugar onde eu não sou bem-vindo!

– Porque você tá gritando?

– Eu só estou tentando dizer que não, minha resposta é não!

– Tá legal Justin, pode ficar em casa. Não importa se eu sou ou não bem-vinda nessa droga de festa, sabe por que? É o meu tio! Isso é o suficiente pra mim!

– Eu sei, mas ele nos odeia, ele...

– Você é tão idiota! É claro que ele não nos ideia, pelo amor de Deus, ele só está irritado, isso vai passar!

–  Quer ir? Ótimo, então nós vamos.

– Só isso? – perguntei, um pouco surpresa.

– Eu te amo. – disse ele – Só isso.

11 de Fevereiro de 2014, 8:33 p.m

– Tem certeza que eles não custuraram isso errado? Você pode trocar ele amanhã, é só levar a nota fiscal. – Justin estava fazendo um escândalo por causa da minha saia,

– Não Justin, é assim mesmo.

– Se essa saia vai até os seus pés porque mostra as suas pernas? E pra que uma blusa tão curta?

– Bom, talvez porque é o modelo, não é? – dei risada – Você está parecendo o Connor, ele me disse a mesma coisa.

– O que? Quando você o viu?

– Eu não o vi Justin, é que foi ele que me deu essa roupa, mas foi mês passado, nós ainda nem tínhamos voltado.

– Eu já não gostava dessa roupa, agora gosto muito menos.

– Isso não é problema meu, você vai ou não? – dei uma última olhada no espelho.

Ele bufou impaciente e saiu todo estressadinho. Durante o caminho não trocamos uma palavra se quer, eu gostava disso, ele fica engraçado quando está com ciúmes.

Engraçado e sexy.

Principalmente quando ele contraí o maxilar.

Como quando estamos transando.

– Você disse que era um jantar simples – Justin forçou um sorriso apertando de leve a minha mão quando vimos a quantidade de carros parados em frente a mansão de Ashley.

– Foi o que eu pensei. – murmurei um pouco chocada.

Pelo menos não havia paparazzi a vista, acho que a imprensa não estava sabendo desse noivado. Falamos nossos nomes para os seguranças e então uma bela garota vestida socialmente checou-os na extensa lista nos deixando entrar em seguida.

Estava tudo absolutamente decorado por tulipas, tão lindo, o jardim estava preenchido pelos convidados que conversavam animadamente ao som de músicas lentas com melodias românticas.

– Justin! Blake! Vocês estão ai! – Ashley escancarou um sorriso ao nos ver, puxando o braço do meu tio ela veio até nós.

– Ash! – Justin a abraçou, sorrindo pra ela – Você está ótima!

– Vocês é que estão ótimos, olha só! – exclamou após me abraçar, dando uma olhada no nosso “look” da noite.

– O que ela está fazendo aqui? – a voz quase raivosa do meu tio fez todo o sorriso que havia em meu rosto desaparecer.

Puta inferno, eu só queria a felicidade dele.

– Ryan! – Ash o repreendeu – Ela é sua sobrinha.

– Eu não me lembro de ter a convidado. – ele passou seus olhos por mim, em seguida nos de Justin – E muito menos ele.

– Amor para com isso! Gente não liga pra ele! Já sei! Vamos tirar uma foto, quero uma foto com vocês!

– Eu acho melhor...

– Não aceito não como resposta! Vamos marcar esse momento incrível, qual é, eu estou noiva pessoal!

– Momento incrível. – Justin sussurrou ironico em meu ouvido enquanto nos posicionavamos, só ele era capaz de me fazer rir naquela situação.

– Connor! – meu coração quase saiu pela boca quando o vi se virar até nós, com sua câmera na mão.

Ele abriu a boca ao me ver, mas não disse nada, sua expressão era de choque.

– Ah não! – choramingou Justin – Era só o que faltava!

– Baby não faz cena!

– Algum problema? – perguntou Ry – Eu mesmo contratei ele, é o melhor fotógrafo que eu conheço.

– Tanto faz. – Justin deu de ombros.

Então lá estava eu ao lado de uma garota legal que vai se casar com o meu tio que não quer que eu fique com o meu namorado, que odeia o meu melhor amigo, que é apaixonado por mim.

Bem legal.

Após a foto finalmente ser tirada Justin agarrou firme na minha mão, temendo que eu fizesse exatamente o que eu queria – e iria – fazer.

– É só um minuto. – pedi tentando me soltar.

– Você não vai falar com ele Blake, sai dessa!

– Mas...

– Que se dane! – ele deu as costas, irritado demais até para brigar comigo.

Procurei por Connor no meio dos convidados, ele estava tirando fotos das sobremesas compostas em uma das mesas de comida. Ele ignorou minha presença até que eu falasse com ele.

– Connor, Oi!

Ele tirou mais uma foto, sem olhar pra mim.

– Eu não quero falar com você.

– Ah qual é!

– Fique longe de mim Blake, por favor.

Ele nunca tinha me chamado assim.

– Bels. – tentei corrigí-lo.

– Que seja – ele deu de ombros.

– Eu não quero ficar longe de você, você é o meu melhor amigo!

Ele tirou seus olhos da câmera e finalmente olhou pra mim, gargalhando.

– Essa não é uma escolha sua, não dessa vez.

– Para com isso vai, por favor!

– Acho melhor você ir cuidar do seu namorado – meus olhos seguiram os dele até uma árvore, em baixo dela Justin conversava com uma linda garota, ela era loira e tinha um corpo perfeito. – E a propósito, bonita roupa!

Um sorriso triste escapou de seus lábios quando ele passou por mim. Eu queria ir até ele e obrigá-lo a falar comigo, mas tudo que eu fiz foi caminhar até o Justin, o ciúme queimando dentro de mim. Até podia entender  porque Connor não queria mais saber de mim, nem mesmo da minha amizade. Eu sempre colocava Justin em primeiro, não importa o que ele fizesse comigo, meu melhor amigo era a segunda opção e isso devia doer muito.

– Boa noite! – forcei um risinho ao passar minha mão pelo braço de Justin, a garota estava perto demais. – Eu sou Blake, namorada dele!

– Ah sim. – ela riu sem graça – Boa noite!

– Do que vocês estavam falando mesmo?

– Nada de importante, eu só...

– Ela é a Laura Bels, ela faz parte da diretoria da Victoria’s Secret.

– Legal. – fiz pouco caso.

– E ela estava justamente me perguntando se eu não tinha interesse de participar do próximo desfile da marca, como já participei em 2012.

– Já disse a ela que você não pode? – perguntei – Quer dizer, uns meses de férias foi o que Scooter te prometeu.

– Na verdade eu estava dizendo que eu adoraria, até porque se eu estou de férias tenho mais tempo pra me apresentar em programas e premiações...

– As garotas adoram ele! – disse a tal Laura, só não me lembro de tê-la chamado na conversa – E eu tinha até comentado com a Ash, bom, ela é minha melhor amiga, sabe?

– A-ham. – sorri cínica.

– Vou falar com o Scooter e entro em contato com você, pode ser?

– É claro Justin!

Eu queria morrer naquele minuto que se seguiu, os dois trocaram telefone bem na minha cara. Fala sério!

– Só que esse ano vai ser um pouco diferente, vamos colocar umas coisas bem legais, acho que vai ficar incrível. Seria muito incomodo se marcassemos um jantar pra eu te explicar tudo?

– Mas é claro que não! – Justin riu, empolgado. – Quando?

– Vocês está mesmo flertando com uma garota na minha frente?

Eu sou assim impulsiva, e ai quando vou ver já falei mais do que deveria. Bem mais pra falar a verdade.

– Meu Deus, amor é claro que não! – ele parecia desconfortável.

– É só um jantar de negócios. – disse Laura cinicamente acariciando levemente o outro braço de Justin.

– Eu sei muito bem o que acontece nesses jantares.

– Mas o que...

– Ela é bem ciumenta, não é? – a garota falava como se eu nem se quer estivesse ali assistindo tudo – Se em um namoro já está assim imagina se vocês fossem casados.

– Da pra calar a boca? – pedi histerica, perdendo a paciência.

– Agora já chega, essa cena está ridícula Blake! – Justin se virou tentando me levar com ele – Depois nós nos falamos Lau, me desculpe por isso.

Lau?

Ele estava mesmo a chamando por um apelido?

– Claro docinho, espero você ligar.

DOCINHO?

– Me solta Justin, me solta! – grunhi alto, não me importava com as pessoas ao meu redor.

– Você está me fazendo passar vergonha!

– Então vai lá com a porra daquela garota e me deixa em paz!

– Porque você está fazendo isso? – ele segurou meu pulso com força, olhando ao redor para se certificar que ninguém assistia a toda aquela ceninha.

– Eu já mandei você ir falar com a sua amiguinha.

– Acabei de conhecer a menina, para de drama!

– Não te perguntei nada, sai daqui!

– Ciúmes a essa altura do campeonato? Sério mesmo blackberry, depois de tudo que nós passamos?

– Você é ridículo! – gritei.

– Ah agora eu sou ridículo? – ele gargalhou – Você foi atrás do Connor e nem por isso eu fiz esse escárceu todo.

– ELE NUNCA FARIA ISSO COMIGO! – berrei. – NUNCA DARIA EM CIMA DE OUTRA GAROTA NA MINHA FRENTE!

– Por que você não fica com ele então?

No seu olhar estava visível o total arrependimento de ter pronunciado aquelas palavras.

– Boa pergunta Justin, boa pergunta. – me virei para correr dali, mas ele segurou meu pulso mais uma vez, a essa altura todas as pessoas nos encaravam curiosas.

– Não Bels, eu não quis dizer isso, eu só...

– Vai pro inferno! – murmurei puxando meu braço e o deixando pra trás.

As lágrimas quentes escorriam até minha boca, salgando-as sorrateiramente. Sentia que iria desmaiar a qualquer momento enquanto corria com aquele salto de onze centímetros para o mesmo local por onde havia entrado.

Eu não deveria ter vindo.

Ninguém realmente me quer aqui.

Em lugar nenhum.

Antes de perder as forças que me restavam senti uma mão apertar meu ombro me fazendo parar de repente.

– Justin eu já mandei você... tio Ryan?

Pisquei lentamente para ter certeza de que era mesmo ele.

– O que... o que o senhor quer?

– Você está indo embora? – perguntou ele, angustiado ao ver que eu estava chorando.

– É, eu estou. Não era isso que o senhor queria?

– Me desculpe. – pediu baixinho – Eu agi como uma criança e a Ash me fez perceber isso, mas isso não importa agora, eu só quero...

– Não precisa pedir desculpas Ryan, você está certo, Connor está certo, Justin está certo. Todo mundo está certo. Eu sou muito boa quando se trata de estragar tudo. – limpei as lágrimas com os dedos, mas ao me dar conta do que eu dizia elas se multiplicaram, juntamente aos soluços que eu não conseguia controlar.

Um silêncio se abateu.

– Blake, nós precisamos conversar.

– Não. – disse dando as costas pra ele, depois de tirar os saltos que tanto me incomodavam – Eu vou pegar um táxi!

– Eu posso te levar em casa.

– Não precisa, eu sei me virar sozinha.

– Porque vocês brigaram? – ele insistiu, alto o suficiente para que eu ouvisse.

Continuei andando, chorando tanto que meus olhos doíam.

– Assim como todo mundo... acho que ele se cansou de mim.