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História Behind The Lights - Because you are mine


Escrita por: queendricka

Capítulo 30 - Because you are mine


Fanfic / Fanfiction Behind The Lights - Because you are mine

A aula havia acabado há pelo menos vinte minutos, mas o professor fez questão de me mandar pra diretoria por motivos que eu ainda desconheço. Jamie pensava em mil motivos, mas todos bizarros o suficiente pra que eu descartasse.

– É sério Bels, ele pode estar te chamando só pra dar os pêsames.

– Você é louca? – revirei os olhos – Ele é o diretor da faculdade mais importante de Nova Iorque, você acha mesmo que ele perderia tempo chamando uma aluna cada vez que alguém da família morre?

– Você é diferente, quer dizer, você conhece o Bieber e é sobrinha do...

– Não começa com essa história Jamie! – bufei – Eu já disse que não me importo com quem eles são.

– Mas as pessoas se importam querida! – ela fez questão de deixar a ironia pairando sobre suas palavras.

– Srta. Berry Lewis? – o diretor de cabelos grisalhos e terno abriu a porta de sua pequena sala e direcionou os olhares até nós duas como se estivesse perguntando quem era a Blake.

– Pois não! – me levantei juntamente com Jamie – Então vejo você vai mais tarde pra me ajudar com aquele projeto?

– Vai ter que ser amanhã de manhã, eu tenho estágio na Teen Vogue hoje a tarde! – ela deu um rápido beijo na minha bochecha – Mas qualquer coisa eu te ligo Bels!

Após um longo e controlado suspiro passei pela porta que o diretor fechou logo depois. Ele pediu que eu me sentasse na cadeira a frente da mesa de mármore repleta de papeis e um computador.

– Algum problema? – perguntei finalmente, me cansando de todo esse suspense, na boa eu devia estar em casa a muito tempo.

– Não, é só que eu queria conversar com você sobre sua situação na faculdade.

– Minha situação na faculdade? Como assim?

– Na verdade você só precisa assinar esses documentos – ele empurrou a pilha de páginas na minha direção – Você sabe, tudo tem uma burocracia.

– Mas o que exatamente é isso?

– É só regulamentação da sua matricula – ele parecia impaciente – Só assina e está tudo bem, a propósito, meu pêsames!

– Desculpe senhor, não estou entendendo. Achei que estivesse tudo certo quanto a minha matricula aqui.

– Me deixe explicar melhor, como sua mãe morreu não restou ninguém para pagar sua faculdade, mas ai um amigo seu se ofereceu para fazer isso e até mesmo já quitou, só quero que você assine...

– Não! – forcei um sorriso – O senhor está enganado, minha mãe não pagava minha faculdade, eu sou bolsista!

Ele me fitou confuso e em seguida a tela do computador.

– Blake Berry Lewis?

– Sim, sou eu! – bufei – Dá pra me dizer que porra tá acontecendo? Quer dizer, me desculpe, eu só...

– Você nunca foi bolsista Srta. Berry, sua mãe sempre pagou sua faculdade, desde o início, está tudo aqui – ele olhava atento para a tela – Talvez ela tenha pedido para que você não soubesse disso e nós costumamos ser bem sigilosos.

– Eu não estou acreditando nisso! – murmurei incrédula – Por que minha mãe faria isso? Eu passei nove meses da minha vida achando que essa faculdade era um mérito meu e o senhor me diz que ela estava pagando o tempo todo?

– Sinto muito – disse ele com sinceridade – Em todo o caso, pode assinar isso logo, por favor? Eu tenho coisas mais importantes pra resolver.

– Assinar? Mas quem é que pagou dessa vez? Aposto que foi o tio Ryan...

– Justin Bieber – ele disse pouco antes de eu assinar aquela droga – Ele pagou todos os anos, está tudo quitado.

– O que? – arregalei os olhos – Aquele filho da... aquele... caramba!

– Por que está tão irritada? Deveria ficar feliz.

– Me dá só um motivo pra eu ficar feliz? – me levantei ajeitando a bolsa no meu ombro – Eu não vou assinar coisa nenhuma. Eu vou matar aquele idiota, ele vai se ver comigo!

– Mas senhorita...

– Mas nada! – disse ríspida – Obrigada pela sua atenção, mas realmente não vai rolar, sinto muito, tchau.

Ele bem que tentou me convencer, mas eu simplesmente ignorei e fui embora. Eu estava puta da vida. É claro, agora tudo fazia sentido. Eu não tinha conseguido bolsa coisa nenhuma, mas minha mãe não viu outra forma de me fazer vir pra Nova Iorque a não ser pagar pra mim.

Puta merda, todo mundo me enganou, isso é pior do que eu pensava.

E aquele viado ainda vem dar um de bom moço pagando tudo como se eu precisasse do dinheiro dele? Ah qual é.

Dirigi tão rápido que acho que cheguei em casa em dez minutos.

– Você chegou tarde hoje! – disse Conor assim que abriu a porta, eu tinha deixado o Joey com ele como sempre faço.

– Você não vai acreditar em como eu estou brava! – disse fungando, podia até jurar que estava batendo perna – Mas esquece, cadê o Joey?

– Ele dormiu então eu o levei pro seu apartamento e botei-o pra dormir.

– Ah, obrigada por isso! – disse já me virando, estava exausta, cansada e obviamente muito irritada.

– Onde você pensa que vai? – ele puxou meu braço me impedindo de continuar andando.

– Uh, pra casa? – franzi a sobrancelha – Acho que pra casa.

– Eu sei, mas – ele segurou as laterais da minha cintura – o que acha de dizer que vamos sair amanhã antes disso?

Dei risada.

– Eu tenho medo de dizer que sim e acontecer uma coisa horrível.

– É bem provável – ele deu de ombros – Mas temos que correr o risco.

– Jantar no Masa?

– Isso ai – ele deu uma piscadela e riu – Te vejo as oito.

– É um encontro! – dei um beijo rápido em sua bochecha e sai correndo antes que algo acontecesse.

Joguei minhas coisas no sofá e fiquei pensando no que tinha acabado de acontecer.

Conor deve estar muito interessado afinal de contas depois de tantas vezes ele nunca desistiu de me chamar pra sair. Em todo o caso eu ainda estava irritada pelo que tinha acontecido na faculdade. Peguei meu celular e disquei rapidamente o número do Justin sem ao menos checar na internet se ele estava em algum programa, show ou a puta que pariu.

Ele não atendeu.

Idiota.

Ele tinha que atender.

Primeiro por que eu quero matar ele, quero muito.

E depois por que, bom, depois por que eu estou morrendo de saudades.

...

Acordei com a merda do celular tocando.

Quase não acreditei quando vi as horas no visor que também denunciava o nome do Bieber.

Exatamente três e meia da manhã.

– Você perdeu a noção do perigo? – resmunguei irritada sentindo que na verdade ainda não tinha acordado totalmente.

– Depois te ligar umas vinte vezes quase cheguei a conclusão de que você nem ia atender mais – ele riu, como se fosse uma ótima piada – Como você está?

– Isso é uma pergunta? – ouvi sua risada do outro lado da linha – Você é um idiota sabia? É claro que sabia!

– Desculpa se essa é a única hora em que eu posso te ligar, foi mal mesmo!

– Hum, e o que você quer?

– Eu que te pergunto, foi você quem me ligou. Já esqueceu?

– Ah é, eu liguei por que...

– Eu estava pensando que a gente podia se ver esse fim de semana, o que você acha disso? Fala sério já tem quase um mês que não nos vemos.

– Não vai dar, eu tenho um encontro, eu não vou cancelar de novo como das outras vezes, por que você sempre faz isso? – suspirei – Quer saber? Não adianta dizer nada, eu não vou te ver esse fim de semana.

– Com quem você vai sair? Posso saber?

– Não é da sua conta.

– É claro que é da minha conta.

– Por que seria?

– Por que você é minha.

Eu estava pronta para rebater, mas aquelas palavras me fizeram calar a boca por alguns segundos.

Segundos que pareceram uma eternidade.

Constrangedor.

Respirei fundo, procurando por fôlego.

– Eu vou sair com o Conor.

– Hum.

– Ele me chamou várias vezes e sempre tinha alguma coisa, eu só quero que dê tudo certo dessa vez tá legal? Justin eu gosto muito dele.

– Eu não acho que você deveria sair com ele.

– Por que não?

– Por que ele pode não ser uma boa pessoa, ele é só o seu vizinho.

– Eu o conheço a muito mais tempo do que você.

– Não interessa, e se ele for um pedófilo? Olha Blake, ele parece ser bem mais velho que você.

Dei risada.

– Ele não é um pedófilo, ele é só o Conor. Só tudo que eu sempre quis!

– Eu vou vomitar.

– Aqui ou no palco?

– Nossa, muito engraçado! – disse ele sarcástico.

– Eu to com sono – bocejei sentindo minhas pálpebras pesadas – Têm como a gente discutir amanhã? Estou tão mal que nem consigo revidar.

Ele riu, é incrível como tinha sentido falta dessa risada.

– Não estamos discutindo Blake, só estamos tendo uma conversa sobre o tipo de pessoa com quem você está saindo – respondeu Justin mesmo sabendo que nós estávamos mesmo discutindo – Quer dizer, nós somos apenas amigos, certo?

Eu ri, quase sem fôlego.

– Isso mesmo, bons amigos.

– Bons amigos, ótimos amigos, excelentes amigos.

Dei de ombros.

– É o que somos.

– Então você vai mesmo sair com ele? – perguntou Justin após algum tempo.

– Sim, eu vou sair com ele.

– Mas...

– Não adianta dizer que não estamos discutindo, você até mesmo me chamou de Blake, só faz isso quando está falando sério!

– Você me conhece bem.

– Melhor do que muita gente.

– Duvido.

– Por que duvida?

– Me diz algo sobre mim, vamos lá.

– Tá legal, você tem dezenove anos, mas tem a mentalidade de cinco, você é claustrofóbico e dorme só de cueca, sua voz é linda, mas isso não parece ser o suficiente então você tira a sua camisa pra se sentir melhor, você ama quando as garotas deliram pelo seu corpo e principalmente pelo jeito sexy com que você canta, apesar de ser branco você anda como negro, quer dizer, é como se você quisesse ser um nigga, isso é engraçado! – nós dois acabamos rindo, aquilo era realmente engraçado – Qual o problema em se vestir como um ser humano normal?  E tem outra coisa, você odeia calças justas, na verdade você nem sabe o que é isso não é? Cara sabe o que eu vi esses dias? Você realmente pegou o celular de uma fã e enfiou naquele lugar? Que merda você tem na cabeça?

Justin estava morrendo de rir, tipo rindo muito mesmo.

– Só isso?

– Tem muito mais.

– Então diz.

– Eu não quero, eu to com sono.

– Não vai sair com ele né?

– Sim, eu vou.

– Ele não presta, você não pode sair com ele.

– Ele não presta? – dei risada – Você nem conhece o cara.

– Mas ele não é bom o suficiente pra você.

– Ah é? E quem é bom o suficiente pra mim então?

– Não sei – ele disse – Mas não ele.

– Justin eu não quero saber o que você acha.

– Não pode sair com o primeiro cara que te chama, isso é...

Gargalhei.

– Falou o que leva seis mulheres pro quarto de hotel!

– Como você sabe disso?

– Eu tenho internet em casa, não sou tão pobre assim.

– Eu só estava...

– Vai por mim, eu não quero saber dos detalhes – fiz cara de nojo.

Ele riu.

– Foi um máximo, sabia? Elas são ótimas.

– Que bom Bieber, então as contrata de novo por que eu tenho mais o que fazer.

– Não desliga! – pediu ele manhoso.

– Por quê? Eu quero dormir caramba!

– Eu gosto de ouvir sua voz.

– Isso tudo é carência?

– Isso tudo é amor.

– Amor? – dei risada – Que amor Justin?

– Esquece – ele bufou.

– Eu te odeio sabia? Eu já estou sabendo de tudo e pode ter certeza que eu não vou assinar aquela droga de papel.

– Do que você está falando?

– Da minha faculdade idiota.

– Você já tá sabendo? – ele parecia surpreso – Puxa, eu ia te contar depois, era pra ser uma surpresa.

– Que? Você achou que eu ia gostar disso? Eu não preciso do seu dinheiro.

– Para de ser orgulhosa! – disse irritado – É só um presente tá bom? E também é só por que você merece.

– Eu já disse que não preciso do seu dinheiro.

– E como você pretende pagar isso? Por que seu pai está desempregado, sua irmã tá cheia de gastos com o casamento e a grana do Ryan está na bolsa de valores, ele não pode retirar antes do final do ano.

– Eu tenho um carro, eu posso vendê-lo.

– Aquela lata velha? – ele gargalhou – Bom, vai em frente.

– Se acha o fodão mais tem carro de oncinha.

Ele riu alto.

– Aquele carro é uma raridade sabia?

– Eu não quero saber, só quero que você pare de achar que manda na minha vida, eu me senti uma estúpida quando o diretor me chamou.

– O que você ganha com esse orgulho?

– Eu não quero que as pessoas pensem que eu me aproveito da nossa amizade sabe? Isso é horrível, eu não quero me sentir assim.

– Eu sei quem você é, acha mesmo que me importo com o resto?

– Eu me importo Justin!

– Infelizmente você não tem outra opção, ou aceita o dinheiro do dono do carro de oncinha ou tranca a faculdade, e ai, qual vai ser?

– Já falei que te odeio hoje? – ele riu.

– Acho que alguém aqui vai assinar uns papeis segunda feira.

– Idiota, eu te odeio mesmo, te odeio muito.

– Eu prometi a sua mãe que ia cuidar de você.

– Isso incluía pagar todas as minhas contas e me ligar de madrugada?

– Sim, e ainda tem mais, incluía ir ai dormir com você quando eu quisesse, por exemplo, amanhã.

– Não seu babaca, nem adianta, amanhã eu já tenho um encontro.

– Eu ainda acho que...

– To com sono, vou desligar, boa noite tá? Vê se dorme, aliás, que barulho é esse?

– Nada.

– Tem vadias ai não é? Filho da puta!

– Por que tá tão brava? Achei que éramos só amigos.

– E somos, mas ainda me preocupo com você. Espero que esteja usando camisinha, que não tenha nenhuma câmera ai e principalmente que não esteja usando drogas!

– Você realmente acha que eu uso drogas?

– Você realmente acha que eu nasci ontem?

Ele bufou.

– Quer saber? Não quero mais falar com você. Você é chata blackberry, você é muito chata, insuportável, que se dane!

– Que ótimo, por que você precisaria de mim se tem o mundo inteiro aos seus pés não é mesmo?

– Lil Za e o Ryan Butler estão em turnê comigo, o que você acha? Eles são legais não é?

– Que? – franzi a testa – Você é bipolar? A gente tava...

– Esquece aquilo, eu não quero brigar.

– Por isso mudou de assunto?

– Hum hum.

– Justin?

– Hum?

– Eu acho eles legais.

Ele riu.

– Eu também, eles são ótimos né?

– Muito ótimos, eu amo as caretas que o Za faz.

– Ele é retardado.

– Mas as caretas são legais.

– Eu não acho.

– Eu acho.

– Ah.

– E o Ryan é uma delicia, eu adoro aquele homem.

– Blake! – Justin protestou.

– Qual o problema? Estou relatando os fatos.

– Que tal relatar os fatos pra uma amiga? Não quero ouvir você falando de macho.

Dei risada.

– Eu vou desligar tá legal? O sono está atrapalhando seu cérebro também.

– Eu não quero que você desligue.

– Vai lá com as suas vadias por que eu to com sono.

– Quero ir com você, não com elas.

– Tchau Justin!

– Mas...

– Se cuida.

– Vem cuidar.

– Eu to com saudade.

– Eu também.

– Boa noite.

– Tá.

– Eu te odeio, até logo Bieber.

Ele riu.

– Eu te amo também, até logo Blackberry!

Eu não consegui desligar.

Puta que pariu eu não consegui desligar!

Ele mesmo que desligou.

Que porra é essa?

Joguei meu celular de volta a onde estava e escondi minha cabeça no travesseiro tentando afastar aquele garoto da minha cabeça. Ultimamente tenho pensado coisas estranhas em relação a ele, muito mais do que antes, coisas que eu me recuso a admitir.

No dia seguinte acordei às onze horas e fiquei assistindo televisão a tarde toda com o Joey. Depois fiz um trabalho da faculdade e fiquei esperando a Jamie vir buscar o meu irmão pra ficar com ele enquanto eu ia jantar com o Conor.

Ainda bem que eu já tinha tirado o gesso a muito tempo.

Logo depois que ela saiu Conor tocou a campainha.

Olhei-me várias vezes no espelho me perguntando se eu estava realmente atraente. Quer dizer, ele tem mais de vinte anos, já deve ter saído com mulheres muito mais bonitas e experientes.

E interessantes.

E perfeitas.

E legais.

– Uau! – ele sorriu abobalhado quando me viu com aquele vestido preto colado que eu pensei que jamais usaria e aquele salto de quinze centímetros que era totalmente desconfortável.

E o que dizer sobre aquela maquiagem pesada?

– Gostou? – meu sorriso saiu mais tímido do que o esperado.

– Você está divinamente perfeita!

– Obrigada Conor! – peguei sua mão estendida.

Então o telefone começou a tocar.

– Você não vai entender? – questionou ele quando eu peguei as chaves para trancar a porta.

Olhei rapidamente para o telefone e então abri um pequeno sorriso voltando minhas mãos para maçaneta.

– Não, não deve ser mais importante que o nosso encontro.

– Isso é bom – ele sorriu e passou a mão pela minha cintura.

Mas pela primeira vez eu não me sentia bem.

Como se eu não estivesse onde deveria estar.



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