História Behind The Lights - Heartbreaker

Za havia me prometido que deixaria Joey em casa assim que eu voltasse pra lá, eu disse a ele que precisava resolver umas paradas da faculdade e apesar de ser final de semana ele não falou nada. Aliás, o que ele poderia falar? É um retardado que só sabe rir.

Saí pelos fundos onde um carro totalmente preto me aguardava, Scooter estava levando essa história a sério demais. Como Justin já tinha saído há muito tempo os paparazzi não ficaram nenhum pouco interessados quando passamos por eles.

Em cerca de dez minutos o motorista – que não tinha trocado nenhuma palavra comigo – parou em frente ao Masa.

Desci do carro e bati a porta, correndo para dentro do restaurante de cabeça baixa para que não fosse reconhecida por ninguém. O grande problema de se morar em Nova Iorque é que os paparazzi estão em todos os lugares, nunca se sabe quando um famoso pode estar andando pelas agitadas ruas de Manhattan.

– Boa tarde – disse com a respiração um pouco ofegante, meu vestido estava amarrotado e o meu cabelo um horror.

A recepcionista torceu o nariz.

– Olá, eu tenho um encontro com o Scooter Braun. Ele já está aqui?

– Ah sim, claro – ela de repente abriu um sorriso estonteante e atravessou a mesma para me guiar a algum lugar – Ele está te esperando em uma sala privada.

Odeio gente assim!

E lá estava ele em uma mesa composta por duas cadeiras de couro e uma garrafa de vinho, seus olhos fixos no celular.

– Oi. – murmurei um pouco receosa.

– Blake!  – ele levantou os olhos, sorrindo e se levantando ao me ver – Eu acabei chegando mais cedo por que estava bem perto daqui.

Ele me cumprimentou com um abraço e um beijo na bochecha.

– Tudo bem – ocupei a outra cadeira de frente pra ele.

– Você quer beber alguma coisa?

– Um copo de água está ótimo.

Nem foi preciso pedir, a mesma mulher que me trouxe rapidamente encheu um copo de água que havia em uma estante do outro lado da pequena sala.

– Obrigada – agradeci tomando um gole.

– Por favor, eu queria pedir que não nos interrompam!

Essas palavras me fizeram estremecer.

– Não se preocupe, ninguém irá incomoda-los! – por mais que não tivesse gostado daquela mulher, confesso que tremi as pernas quando a vi fechando a porta atrás de si.

– E então, como você está? – perguntou ele sorridente – Soube que está quase de férias da faculdade, Ryan disse que você está com ótimas notas, você passou por tantas coisas e ainda assim continua de pé, seguindo em frente.

– É isso que as pessoas fazem – disse, tentando não soar fria – Elas seguem em frente, isso acontece o tempo todo. Não podemos deixar de viver quando alguém morre, é a lei da vida, eu também vou morrer um dia e eu não quero que as pessoas parem suas vidas quando isso acontecer.

Ele engoliu em seco, bebendo um gole do seu vinho importado.

– Você tem razão, tem toda razão.

– Tá legal... vamos lá, fala de uma vez. Por que me chamou aqui?

– Bom, é sobre... – enquanto levava a taça até a boca ele correu os olhos por todo o ambiente certificando-se de que ninguém nos ouvia.

– Sobre? – incentivei-o para que continuasse.

– Você e o Justin. – murmurou ele sem jeito – Eu queria falar sobre vocês dois.

Respirei fundo, procurando um tiquinho de paciência.

– O que você quer saber?

– Vocês estão juntos ou algo assim?

– Sim, nós estamos juntos.

Acho que ele não esperava que eu fosse tão direta e franca.

– Juntos tipo...

– Como você acha? Nós estamos... namorando.

Ele bebeu todo o líquido de uma só vez.

– Acho que vou colocar um pouco mais.

– Fique a vontade – disse calmamente, esperando que ele enchesse mais uma taça de vinho e tentando me manter firme diante de qualquer coisa que ele pudesse dizer.

– Certo. Já percebi que você é uma garota determinada, então eu vou direto ao ponto, sem tabus.

– É o que eu esperava que fizesse. – minha voz era firme e o fez curvar a cabeça para baixo dando risada, intrigado com minha petulância.

– Você é sempre assim?

– Assim como? Eu só estou tentando ouvir o que você tem a me dizer.

– Eu sei – disse ele, limpando o canto de boca com as costas da mão, algo que um judeu certamente faria – E eu estou aqui para te dizer que você e o Justin não podem ficar juntos, é isso ai.

Apesar de já esperar por essas palavras, ouvi-las foi o mesmo que sentir uma faca perfurando meu coração.

– E por que não? – tentei manter a calma, mas já podia sentir o suor escorrendo pela minha testa enquanto minhas mãos tremiam fazendo com que a água da taça quase derramasse.

– Antes de tudo eu queria dizer que te acho uma pessoa incrível, eu estou falando sério, não é nada pessoal, quer dizer, você é uma ótima garota e é sobrinha do Ryan que é simplesmente uma das pessoas mais adoráveis do mundo, o problema é...

– Por que não? – repeti, o pânico tomando conta de cada veia do meu corpo, eu não poderia lidar com aquilo, não fazia parte de mim ouvir aquelas palavras e simplesmente concordar com elas.

Era uma hipótese descartada.

Mas como eu poderia contrariar Scooter Braun que tem o apoio do meu tio que por obra do destino tem a minha guarda? Vamos ser honestos, ele é o empresário do Justin e sabe o que faz. Ele quer tira-lo de mim, por que ele quer o melhor pro Justin.

E eu não sou o melhor pra ele.

Eu sou só uma órfã, um pedaço de merda.

– Blake você sabe, só tem uns quatro meses que ele e a Selena terminaram, ainda é algo tão recente, e você mesmo vivia dizendo o quanto eles eram perfeitos um pro outro, quer dizer, as pessoas vão ficar um pouco chocadas se vocês assumirem isso assim do nada, além do mais você está na faculdade, está ocupada, tem tantas coisas com o que se preocupar, você é.... é uma garotinha Blake, nem dezessete você tem ainda, eu sei que você gosta dele e que ele gosta de você, mas veja bem, vocês ainda são muito novos para o amor.

Tive o bom senso de não responder, as palavras tinham sumido, eu só queria sair dali e me trancar no meu quarto, eu queria chorar como quando minha mãe morreu, mas eu também queria que Justin estivesse lá para dizer que tudo ia ficar bem.

Eu só não queria ficar sem ele, especialmente depois de ontem.

E naquele momento, enquanto Scooter está tentando me dizer os inúmeros motivos pelos quais nós não podemos ficar juntos, tudo que eu consigo pensar é no quanto eu amo Justin, o quanto ele é importante pra mim. E tudo que eu sinto por ele parece estar se multiplicando, entalado na minha garganta, e minhas pálpebras começam a pesar por que Deus do céu, eu o amo tanto.

– Eu acho que isso pode dar certo – eu gaguejei, lutando com todas as forças para não desabar em lágrimas – Justin e eu estamos bem, nós estamos ótimos, eu não me importo com  o que os outros dizem, o que tem demais em amar alguém? As fãs dele, elas simplesmente vão ter que entender isso tá bom? Eu não posso simplesmente jogar tudo pro alto! E não se esqueça de que o Justin jamais vai concordar com isso, por que ele me ama, puta merda, ele me ama muito.

– Ama? – ele estava tentando soar frio, mas eu podia ver no fundo dos seus olhos que ele era uma pessoa boa, aquele que falava comigo agora era apenas o seu instinto ambicioso, aquela parte horrível que cada um tem dentro de si – E o que isso muda?

– Isso muda tudo.

– Não, não muda Blake. Por que você está se esquecendo de que estamos falando de um dos astros mais famosos, esse garoto é um gênio, ele é incrível, é o meu maior tesouro, nós temos grandes planos pela frente, eu não quero que se ele esteja envolvido nesse monte de polêmica e nem que algo atrapalhe as coisas boas que estão por vir, você me entende? Você sabe o que eu quero dizer?

– Por que eu não posso fazer parte disso? – a voz nasalada, expirando profundamente pelo nariz.

– Por quê? – ele hesitou, baixou os olhos como que procurando palavras, e voltou a olhar pra cima – Por que isso não é pra você.

– Mas...

– Eu não sei o que vai acontecer semana que vem, mas hoje Blake, hoje você não pode ficar com ele. E tudo bem, você pode dizer, mas quem é você pra dizer algo? Eu sou o Scooter Braun, você sabe muito bem disso.

– Eu sei.

– E sabe também que eu só quero o que é melhor pro Justin. Eu tentei falar com ele sobre isso, mas ele parece estar cego, acho que isso é coisa de adolescente, vocês não pensam nas coisas, vocês acham que qualquer merda que sentem é o grande amor, mas não, é apenas uma coisa, uma fase, é uma paixão e isso passa.

– É claro – eu não poderia ter soado mais sarcástica.

– Conversei muito com seu tio e ele concorda comigo, aliás, ele é o que mais concorda, ele conhece esse ramo, ele não quer que você passe pelas mesmas coisas que a Selena, e olha que ela já era famosa, agora imagina você que odeia as luzes e todas essas câmeras, você acha mesmo que poderia lidar com isso? A Selena, ela sofreu muito, ela foi julgada por milhões de pessoas e isso não é nada, eu estou falando de muita gente, de pessoas te xingando e te ameaçando de morte. E você acha que vai poder andar de mãos dadas na rua com ele? Nada disso, as pessoas vão falar sobre vocês o tempo todo, tudo sempre vai estar na internet pra quem quiser ler e na maioria das vezes não vai ser verdade o que eles dizem, por que eles inventam e eles são tão cruéis, eles vão fazer de tudo pra te destruir, e o Justin já está acostumado, mas você não, você vai querer correr, mas talvez seja tarde demais pra isso. É por isso que é melhor isso acabar aqui, Deus eu me sinto a pessoa mais horrível do mundo por estar fazendo isso, eu... – ele fez uma pausa – Eu não queria, eu juro que não queria, eu não sou assim, você me entende? Eu só estou tentando fazer o certo aqui, me desculpe.

– O que você quer que eu faça? – perguntei de uma vez, lágrimas surgindo no canto dos meus olhos, um soluço ecoando, vindo do fundo de minha alma e deixando tudo mais doloroso.

– Eu não quero que você chore – ele disparou, pegando um guardanapo de ceda e se erguendo sobre a mesa para limpar as minhas lágrimas, mas eu rapidamente me afastei pra trás, fazendo isso com as costas da mão.

– Não consigo – eu disse a ele, baixinho.

Então ele ficou em silêncio por um tempo, apenas deixando um tempo pra mim, pra que eu me acalmasse e derramasse tudo àquilo que eu sentia por dentro, aquele turbilhão de pensamentos.

– Você ficaria muito zangado se eu dissesse que não iria fazer nada disso?

– Eu acho que você não tem escolha.

– Justin, ele me ama. Se eu dissesse a ele o que acabou de acontecer aqui ele provavelmente nunca mais olharia na sua cara.

– Não é bem assim, você acha que é? Ele só iria ficar irritado, mas não é como se ele nunca mais falaria comigo, eu estou com esse garoto desde quando ele tinha treze anos, não fale besteiras.

– Se você gosta tanto dele por que está fazendo isso?

– Por que nós não vivemos de conto de fadas, essa é a realidade.

– Mas e se eu dissesse que posso suportar tudo isso por ele?

– Você estaria mentindo e eu não quero que perceba isso quando estiver em um ponto irreversível.

– Então você está sugerindo a uma adolescente de dezesseis anos que ela termine tudo com a única pessoa que nunca a deixou? Cara, será que tem alguma coisa batendo ai dentro?

– Eu não sou uma pessoa má – ele disse bravo – Eu já disse que não sou.

– Sim, você é. Você está sendo malvado agora!

– Não. Eu só estou pedindo pra ficar longe, é só isso.

– Mas eu o amo e nós estamos juntos e eu sinto que quero ficar com ele pro resto da minha vida.

– Eu já disse que vocês são jovens demais para o amor.

– Então me diz, por que ainda estou pegando sentimentos?

Ele se calou mais uma vez, por fim cortou o assunto.

– Você sabe o que fazer!

– Não, eu não sei. Eu nem posso imaginar como vou fazer isso!

– Você vai voltar pra casa agora, e vai estar cheio de paparazzi lá, você só precisa dizer a eles umas coisas, seja cruel Blake, você sabe como fazer isso.

– Eu não posso... não posso fazer isso.

– Eu sei que não é apenas uma mentira, você também sabe, então só faça isso e o Justin vai te deixar em paz.

Eu não quero que ele me deixe, pensei comigo mesma.

– Eu ainda tenho umas coisas pra resolver antes de voltar pra LA – disse ele olhando pro relógio de ouro em seu pulso – Apenas se lembre de que ele é incrível, ele é o Kidrauhl e eu sinto orgulho dele, você também sente não é? Ele está cada vez melhor e pra isso continuar vocês tem que se afastar, é só na música que ele tem que pensar agora. Só nisso.

Assenti com a cabeça, engolindo o choro.

– Ele não pode saber sobre isso, nunca. Ninguém. É um segredo nosso. Pense que foi melhor assim. Eu desejo tudo que há de melhor pra você, por que você é uma ótima garota e vai ser uma jornalista de primeira. E cuide bem do seu irmão, ele é um bom menino.

Scooter já estava de pé com seu casaco em mãos, ele bebeu mais um gole de seu vinho importado e em seguida ergueu a mão para me cumprimentar, eu não consegui fazer isso, não consegui apertar a mão daquele idiota, aquele idiota que tinha toda razão no que dizia. E então eu o vi dar um sorrisinho triste e sem permissão depositar um rápido beijo na minha bochecha.

– Se cuida moça!

Fiquei ali durante cerca de meia hora depois que ele saiu. Eu chorei um rio, pensei sobre tudo, pensei de novo. Eu sabia que ele tinha razão, Justin é um dos caras mais românticos do mundo, e ele é carente, mesmo quando não estávamos juntos, ele sempre me ligava, e era bom falar com ele, é claro que era, mas imagina nós dois namorando, ele ia querer se focar nisso, querer ficar junto, e talvez isso pudesse afetar sua carreira.

Eu não quero ser aquela que acabou com a vida dele, de jeito nenhum.

Por mais que doesse em mim, tudo que o Scooter me disse fazia sentido na minha cabeça, tudo mesmo. Ele estava sendo realista. Como eu poderia aguentar tantas coisas em cima de mim? É uma pressão muito grande. Minha vida iria mudar como nunca. Só de imaginar não poder mais andar normalmente na rua, saber que eu nunca poderia ter uma vida normal.

Isso me arrepiava.

Por que eu não gosto das luzes.

Mas e o Justin? Porra eu o amo tanto.

Não conseguia imaginar a minha vida sem o sorriso dele, sem o seu sarcasmo, sem aquele olhar malicioso, aquelas mãos poderosas, aquela boca sussurrando perdições no meu ouvido. Como eu poderia viver sem passar horas conversando bobagens e contando piadas?

Quem eu iria insultar agora?

E aquela estrela, como eu poderia olhar pro céu depois disso?

Seria possível esquecer cada segundo que passamos juntos?

Peguei minha bolsa e me levantei. Recebi alguns sorrisos enquanto saia pela porta entrando novamente no carro luxuoso que me esperava no mesmo lugar de antes.

Eu sou tão simples para ter uma vida tão cara.

Enquanto o motorista dirigia até a minha casa há alguns minutos dali mais uma vez me perdi em lágrimas, aquilo era uma das decisões mais sérias que eu já tomei na minha vida, e eu me perguntava se poderia me arrepender do que estava prestes a fazer.

Como Justin reagiria?  O que ele pensaria de mim?

– Está tudo bem Srta. Berry? – o motorista me encarou pelo retrovisor, era a primeira vez que ele se referia a mim.

Enxuguei as lágrimas me recompondo.

– Sim.

Quando o carro parou, pela janela do carro era possível ver dezenas de fotógrafos como Scooter havia me dito. Não sei se eles pensavam que poderia ser o Justin ou se o Scooter realmente os tinha mandado até ali. O fato é que tive que aguardar alguns minutos até ter coragem de descer e encara-los de frente.

Lancei um sorriso para o motorista quando ele abriu a porta pra mim.

Mais três seguranças estavam ali para me proteger.

E como sempre, perguntas e mais perguntas preencheram o ambiente.

Antes de pensar em algo pra responder vi a Range Rover de Justin cruzado a esquina, é claro, ele tinha dito que viria pra cá depois da tal reunião para seu novo clipe. Eu tinha que fazer alguma coisa, tinha que acabar com isso ali na frente de todo mundo, por que eu não seria capaz de mentir olhando nos olhos dele.

E como um vislumbre, avistei Conor no balcão da recepção.

– CONOR! – gritei, só assim ele poderia me ouvir.

Ele então olhou pra trás, e sorriu ao me ver.

Seu polegar foi apontado para si mesmo como que perguntando se eu realmente o estava chamando para uma entrevista com aquele bando de gente que eu nem se quer conhecia.

Assenti para que ele viesse logo, o carro de Justin cada vez mais próximo.

– Vocês estão juntos? – perguntou um paparazzo – Você e o Bieber?

– Não.

– Mas vocês se pegaram no elevador – disparou outro – Nós temos o vídeo.

– Foi só um lance, uma coisa de momento e foi somente naquele dia.

– Isso não é verdade. Vocês passaram a noite juntos no Four Seasons.

– É claro que não, nós dormimos em quartos diferentes, somos amigos, sempre fomos apenas amigos.

– É mentira – eles insistiram – Podemos ver o quanto vocês são quentes, vocês são claramente muito quentes.

– Nós não temos nada.

– Eu não acredito! Pode nos dizer quando vão assumir? Por que nós já sabemos que vocês estão transando!

Minha boca se abriu, eu estava completamente chocada com tanto atrevimento. Na verdade eu tinha uma puta vontade de dar na cara daquele animal. Graças a Deus senti Conor pousar a mão no meu ombro, se sentindo sufocado por ter empurrado tanta gente até conseguir chegar até mim.

– JUSTIN! – eles gritaram – AI ESTÁ JUSTIN, OH MEU DEUS!

E então o meu menino desceu de seu carro, mais quatro seguranças o acompanhando, aquele sorriso encantador ciscando em seus lábios doces e aveludados.

– O que foi? – Conor perguntou me dispersando de meus pensamentos.

– Justin você está namorando essa garota? – indagou o paparazzo – Diga, vocês estão juntos?

Ele se aproximava de mim, ainda com aquele sorriso de tirar o fôlego.

– Você pode me ajudar? – sussurrei baixinho ao Conor.

– Como?

– Vamos lá Justin, nos responda, essa é a sua nova garota?

– Ela é...

Antes que Justin terminasse a frase eu puxei o rosto de Conor pra mim, colando rapidamente nossos lábios, esmagando qualquer palavra que pudesse soar da boca que eu certamente nunca mais beijaria.

Conor se assustou de início, mas rapidamente cravou seus dedos no meu cabelo, usando a outra mão para puxar minha cintura contra seu corpo nos aproximando muito mais.

Aquele seria um beijo perfeito se eu não estivesse apaixonada pelo garoto que eu tinha acabado de trair, eu havia sido cruel. E naquele exato momento eu não conseguia sentir nada além de raiva e desespero.

– Uow – os paparazzi murmuram – Eles definitivamente não são nada além de amigos, isso foi.... uow.

Parti o beijo, vendo uma expressão confusa e ao mesmo tempo feliz de Conor. Virei-me, retirando sua mão da minha cintura e encarando os olhos marejados e perplexos de Justin.

O brilho havia desaparecido.

– Justin...

Ele se aproximou de mim, perigosamente perto, era possível sentir o ar fresco de hálito sabor de menta. Mas nada parecia mais visível do que as lágrimas que ele lutava loucamente para não derrubar, e então eu o senti tocar levemente a minha orelha, abaixando sua cabeça até meu ouvido para me dizer as palavras mais cruéis que eu já ouvi em toda minha existência.

– Você é um lixo!

Um arrepio percorreu meu corpo e eu engoli em seco assistindo-o se afastar empurrando cada uma dos paparazzi como se ele não conseguisse mais ver ninguém pela frente.

E então ele entrou novamente em seu carro, sem olhar pra trás.

Ele me odeia.

Eu não posso culpa-lo.