História Behind The Lights - Eu sou brasileira e é ela que fica louca?

– Garota, eu...

– Blake, meu nome é Blake.

– Isso, Blake – ele suspirou – Você disse que o Justin está me chamando pra sair, é isso mesmo?

– Sim, ele está de férias e eu estou aqui na casa dele.

– Mas ele nunca aceita quando eu o chamo, por que ele está fazendo isso agora?

– Ah, é que você sabe, nós queremos sair juntos logo.

– Onde querem ir? Restaurante?

– Não – falei depressa – Uma balada, a melhor, tem que ser a melhor.

– Isso está muito estranho...

– É sério, só não peço pra ele falar com você por que ele está tomando banho, mas não se preocupe, vai ser divertido. Ele até me contou que você está tendo um lance com uma brasileira ai, não é?

– Marianna – disse ele sério – E como você sabe disso?

– Justin me contou, ele quer que saíamos nós quatro entendeu?

– Ah sim.

– Combinado?

Ele ficou em silêncio por algum tempo.

– Tudo bem, pode ser. – ao ouvir essas palavras abri um sorriso de orelha a orelha, ia ser exatamente como eu queria – Eu ia sair hoje de qualquer forma, diz pra ele que nos vemos naPlayhouse lá pra meia noite!

– Tão tarde?

– Meia noite? – ele riu – É quando a festa está começando!

– Claro – concordei com uma risadinha – Nos vemos lá.

Desliguei a chamada e exclui para que Justin nem sonhasse com aquilo. Ele não perde por esperar!

...

Nem acredito que estava pronta, tinha colocado um vestido branco curtíssimo que marcava a minha cintura com um cinto preto, calcei um salto da mesma cor e peguei uma carteira com um pouco de brilho para finalizar.

Meu cabelo estava solto e a maquiagem bem simples.

Sem querer me gabar, mas eu estava maravilhosa.

Faltava apenas uma hora pra meia noite, e como essa balada ficava em Hollywood eu teria que sair logo. Olhei-me pela última vez no espelho e passei mais um pouco de perfume.

Desci as escadas em passos lentos, ao chegar à sala encontrei Twist jogado no sofá assistindo um programa de mulheres seminuas lavando carros.

– Hey – chamei, colocando uma mão na cintura.

– Oi... – ele desviou os olhos pra mim, caindo do sofá logo em seguida.

– Está tudo bem?

– Puta merda! – ele se levantou com a mão no coração.

– Que foi?

– Quer me matar? – ele se sentou na beirada do sofá, como se estivesse se acalmando após levar um susto – Quem é você? O Justin te contratou é?

– O que? – franzi a testa fazendo uma careta – Eu sou a Blake se você que saber!

– Blake, Blake... BLAKE! Você é a Blackberry! – ele abriu um sorriso enorme, quase rasgando os lábios – Eu não sabia que estava aqui!

– Cheguei hoje à tarde, você pode me ajudar com uma coisa?

– Qualquer coisa – ele me secou descaradamente.

– Onde ficam as chaves dos carros do Justin?

– Você vai sair com ele?

– Não.

– Ele é louco de te deixar sair sozinha?

– Por quê?

Ele me secou novamente, parecia um leão faminto.

– Pelos motivos óbvios?

– Não se preocupe, vou encontrar alguns amigos.

– Qual carro você quer?

– Qualquer um, eles são todos... carros.

– Pode ser a Range Rover? Por que Justin não gosta que dirijam a Ferrari dele, ah tem o Audi R8 e também o Fisker Karma, mas eu que uso mais ele, então...

– Pode ser a Range!

– Está dentro dessa gaveta – disse ele apontando pro raque onde estava a televisão, o som, o DVD, vídeo game, etc. – Mas não precisa pegar por que se você se abaixar na minha frente eu não vou ser capaz de me controlar!

– Você deveria ser mais discreto! – falei dando risada.

– Que porra é essa? – Justin descia o último degrau, estava somente de cueca boxer, seu cabelo bagunçado, puta merda.

Fodidamente gostoso.

– Não é nada – peguei a chave da mão do Twist antes que Justin o impedisse de me entrega-la.

– Por que você está vestida assim? – ele resmungou – Onde você pensa que vai?

– Não é da sua conta! – passei por ele, indo em direção à porta, precisava sair logo dali, aquilo não estava nos meus planos.

– É claro que é! – gritou ele puxando meu braço – O carro é meu!

– Se você quiser eu posso ir de táxi, o que você acha?

– Ir pra onde?

– Pra puta que pariu! – o empurrei pra longe e sai correndo pra garagem, ignorando todas as suas palavras.

Enquanto entrava no carro pude ouvir resmungos, ele estava discutindo com Twist, eu me perguntava se era por que ele tinha me dado à chave ou se era por que ele estava dando em cima de mim na maior cara dura.

Eu não dirigia muito bem, e pra piorar aquele carro era tão foda que eu queria voar como um avião. Ao chegar ao portão acenei para que os seguranças o abrissem pra mim, e foi o que eles fizeram.

– NÃO A DEIXE SAIR! – Justin berrou.

Imediatamente os seguranças entraram na minha frente.

– SAIAM DAÍ PORRA, EU VOU ATROPELAR GERAL!

– NÃO SAIAM NÃO! – Justin retrucou sua voz cada vez mais perto.

– Vai nessa! – pisei fundo no acelerador, os obrigando a sair da frente e se jogar na grama, puta inferno, eu quase atropelei quatro homens de preto.

Coloquei minha mão pra fora da janela fazendo um gesto obsceno para Justin e caindo na gargalhada. Milagrosamente não tinha nenhum paparazzo ali, e isso foi novidade pra mim.

Eu corri tanto que acabei chegando à Playhouse na hora certa, estava lotado, tinha tanta gente querendo entrar lá que eu estava assustada. A Range Rover estava chamando atenção, logo alguns curiosos começaram a tirar fotos, provavelmente pensando que Justin estivesse ali dentro.

Peguei meu celular e disquei o número do Nathan, eu tinha salvado.

– Oi? – atendeu ele, podia ouvir o barulho ensurdecedor de lá de dentro.

– É a Blake, eu já estou aqui. Como faço pra entrar?

– Simplesmente entre, Justin tem moral em qualquer lugar!

– Mas é que ele ainda não veio, teve que passar na casa de outro cara ai que ele chamou pra vir! – menti.

– Ah ta, nós estamos em uma cabine reservada, espere na entrada que eu vou pedir pra minha namorada ir até ai, assim vocês não serão reconhecidas.

– Tudo bem, estou indo pra lá, obrigada.

Desliguei a chamada e peguei minha bolsa, desci do carro, fechei a porta e acionei o alarme. Era incrível como todos os olhares se fixaram em mim, mas não era por que eu era a garota do Justin, era por que eu realmente estava bonita, não tinha como aquele bando de gente saber quem eu era. Não é todo mundo que se interessa pela vida do Justin.

– Eu estou esperando uma garota chamada Blake – disse uma menina, ela tinha o cabelo liso na altura dos ombros, estava com um vestido preto de tachinhas brilhantes, ela era linda.

– Sou eu – disse a ela, procurando espaço no meio de tantas pessoas.

– Ah, Oi! – recebi um sorriso encantador, ela se inclinou para me dar um rápido abraço e um beijo na bochecha – Eu sou a Marianna, pode me chamar de Mari ou Mag!

– É um prazer Mag – retribui o sorriso, seguindo-a para dentro daquela boate escândalo, era o lugar mais foda em que já tinha estado.

E eu nem tinha idade pra isso.

– Os meninos estão na cabine lá em cima.

– Meninos?

– Sim – ela puxou meu braço, para facilitar o caminho até a pequena escada logo a nossa frente – O Jay e o Max vieram conosco, eles são os únicos solteiros da banda e adoram uma balada!

Puta merda, além de conhecer o Nathan eu ainda ia dar de cara com aqueles dois gostosos? Santo Deus!

Ao chegar lá em cima nem pude reparar no luxo que era, estava mais preocupada em apreciar aquelas beldades esculpidas pelas mãos de um anjo. Eles eram muito mais bonitos pessoalmente.

Eu disse, muito mais bonitos mesmo.

Eles tagarelavam alguma coisa quando notaram nossa presença.

– Caralho! – Max grunhiu bebendo um gole de sua bebida.

– Meninos essa é a Blake, a namorada do amigo de vocês.

– Amor vem cá – Nathan puxou a garota para se encaixar entre suas pernas enquanto ele envolvia sua cintura com os braços – Fiquei com saudade.

– Awww – ela sorriu selando seus lábios nos dele.

– E ai Blake! – Max se levantou animado, vindo para um abraço caloroso que eu obviamente não recusei, não sou tão louca assim.

– Dá pra largar a garota?  – puta merda, aqueles cachos do Jay juntamente com os seus olhos azuis, eu estava hipnotizada – Não liga pro meu amigo, ele é assanhado assim mesmo!

Eu sorri, incapaz de dizer algo.

– Cadê o Justin?

– Ele está vindo, está a caminho.

– Quer beber alguma coisa? – perguntou Max, aquele homem é uma tentação.

– Eu adoraria.

– Pega leve com a garota – resmungou Nathan – Ela só tem dezesseis anos.

– Como você sabe disso?

– Me contaram.

– Eu faço dezessete semana que vem.

– Hoje não é semana que vem – ele de uma piscadinha e voltou seus olhos para sua garota.

– Não dá bola pra ele – Max passou o braço pelo meu ombro me fazendo estremecer, quer dizer, aquele corpinho sarado perigosamente perto, eu estava perdendo os sentidos antes mesmo de começar a beber algo – O que mais gosta de beber?

– Você escolhe.

– Hum, em homenagem ao meu querido amigo Bieber, você vai tomar um Jack Daniels!

Ainda com os braços em torno de mim ele encheu uma taça.

Aquele foi só o primeiro gole, aos poucos fui bebendo mais e mais, e era isso mesmo que eu queria. Eu queria sair e me divertir, queria provocar o Justin, despertar meu lado rebelde, mostrar pra ele o que ele estava perdendo por um orgulho besta.

Eu queria ser atrevida.

Queria fazer merda.

– O que? – eu estava rindo muito, conversar com aqueles dois era a melhor coisa – A garota estava dentro do freezer da sua suíte?

– Sim – Max gargalhava – E ela estava apenas de roupas íntimas, imagina o quanto ela estava gelada!

– Uow, você vai pegar algo pra beber e dá de cara com uma fã seminua?

– Exatamente.

– Ele fala assim, mas eu sei que ele adorou! – Jay retrucou, um pouco irritado por Max e eu estarmos flertando na frente dele.

– É claro que eu adorei, eu adoro mulheres seminuas! – ele lambeu os lábios, me dando uma secada e automaticamente me tirando o ar.

Eu estava ficando zonza.

– Essa música é maravilhosa! – comentei sentindo a batida me enlouquecer.

– Você quer dançar? – ele perguntou.

– Não sei se seria uma boa ideia.

– Por que não?

Aproximei-me apoiando minhas mãos em sua coxa, seu rosto estava bem próximo aos meus lábios quando eu sussurrei em seu ouvido.

– Pode ser perigoso.

– Tem certeza que essa garota é namorada do Bieber? – Jay estava simplesmente incrédulo.

– Max você embebedou ela? – Nathan, que estava em uma sessão de amassos no sofá, de repente estava irritado.

– Vem cá Blake, quando o Justin vai chegar? Por que já é uma da manhã e nada dele por aqui.

– Justin? – gargalhei – Aquele babaca vai ver só.

– Do que você está falando?

– Ele não vem seus bobões – dei risada, bebendo uma taça inteirinha de uma vez só, aquilo desceu queimando.

– Como assim não vem?

– Eu menti – disse me levantando – Eu só queria me divertir e não ia ter como sem vocês, por que sou menor de idade e não conheço ninguém aqui.

– Como é que é? – os olhos de Nathan pareciam querer saltar.

– Eita porra, você é das minhas! – Max me segurou, quando eu quase caio por estar desequilibrada.

– Vocês não dançam não? – olhei lá pra baixo, as pessoas estavam loucas se mexendo ao ritmo da música – Eu quero dançar!

– Quer ir lá em baixo comigo? – sugeriu Max, suas mãos em minha cintura.

– Você tá maluco? – apesar de bêbado, Jay ainda tinha juízo.

– Não vai acontecer nada, nós só vamos dançar.

– Eu acho melhor não!

– Vocês são uns caretas! – ele me arrastou em direção as escadas.

– Max ela é do Bieber, se você fizer alguma merda...

– Nós só vamos nos divertir, relaxa cara!

O homem dono de braços fortes me ajudou para que eu não tropeçasse quando descíamos as escadas, atraindo olhares de todas as direções possíveis. Mas não era tanto assim, eram apenas pessoas curiosas.

– Você quer um shot de tequila?

– Eu quero um shot de tequila – concordei me apoiando na parede.

Um chupada no limão, e então virei de uma vez só.

Caralho! Aquilo era bom demais.

Começamos a dançar sem parar de beber, o DJ era muito bom, só tocava as músicas mais fodas atualmente. O copo de tequila balançava em minha mão enquanto eu mexia meu corpo no ritmo da música, eu me sentia nas nuvens, me sentia maravilhosamente bem.

– We saying, oh we oh we oh we oh. – cantamos ao som de Scream & Shout.

Apesar de estar visivelmente atraído por mim, ele não fez nada, e eu também não queria que ele fizesse, eu só estava ali para provocar o Justin, ele ainda era o dono do meu coração.

Mas que eu estava louca varrida, isso eu não podia negar.

– Ei, Max! – uma garota o chamou, entrando na minha frente e me obrigando a parar de dançar.

– Sim?

– Pode tirar uma foto? – antes que ele respondesse ela continuou – Eu tenho cigarros de maconha aqui, eu posso te dar se tirar a foto.

– Tire a foto – eu disse a ele.

– O que? – pela primeira vez desde que nos conhecêssemos ele estava chocado.

– Por favor – insistiu a garota.

– Anda logo – peguei o celular da mão dela – Se juntem, vou tirar a foto do ano.

Ele saiu assustado na foto, mas eu não tirei outra. A garota então sorridente colocou cinco cigarros na mão dele e saiu.

– Você não...

– É claro que eu vou – peguei um, surpreendendo a mim mesma.

– Uow! – ele sorriu, tirando um isqueiro do bolso e acendendo o cigarro pra mim, sim ele fez isso.

E agora eu entendia por que os americanos eram tão viciados nisso, quer dizer, é realmente viciante e eu não sei por que diabos nunca aceitei quando me ofereciam no ensino médio.

Voltamos a dançar, ele também fumava. Era tão divertido!

Tudo a minha volta girava em uma rapidez inacreditável, aos poucos eu fui ficando zonza e mais louca do que o normal, tinha tirado meu salto e jogado no chão.

Eu tinha perdido o juízo, se é que algum dia eu tive isso.

– É zoeira né? – ao me virar, Nathan e Mag estavam abraçados nos olhando boquiabertos.

– Nathan seus olhos são lindos sabia? – gargalhei me apoiando em Max, tragando o cigarro e exalando fumaça pelo nariz – Vocês estão com cara de que vão transar a noite toda...

– Deus do céu! – Mag não se conteve em dar uma risada – Amor eu sou brasileira e é ela que fica louca?

Nathan riu alto dando um selinho nela.

– Só pra avisar está cheio de gente tirando fotos, e você vai se ferrar com o Scooter amanhã.

– E daí? – Max deu de ombros.

– Scooter vai se foder! – eu disse sentindo minha cabeça rodar – Vai se foder seu filho da mãe...

– Ela está caindo Max!

– Vai dizer que você nunca ficou assim? – protestou ele.

– Max ela tem 16 anos, é namorada do Justin e você se quer a conhecia até algumas horas atrás!

– Relaxa – ele me abraçou por trás – Blake é uma boa garota!

– Sou mesmo – mexi meu quadril, dando mais uma tragada.

– Não faça isso – ele me advertiu – Não faça isso comigo!

– Você gosta? – me remexi novamente, arrancando risadas de algumas pessoas que viraram plateia.

– Prevejo merda! – disparou Jay chegando até onde estávamos.

– Por quê? – eu nem sabia mais o que estava falando, eu se quer podia reconhecer o rosto deles, estava tudo embaçado.

De repente as mãos de Max saíram da minha cintura.

Tudo que eu vi foi ele cair no chão após receber um soco certeiro.

– Mais respeito com a mulher dos outros filho da puta!

– Justin?