1. Spirit Fanfics >
  2. Behind The Lights >
  3. What the fuck did you say

História Behind The Lights - What the fuck did you say


Escrita por: queendricka

Notas do Autor


zzzzzzz

Capítulo 7 - What the fuck did you say


Blake Berry P.O.V

- Bom, tudo começou em 2009... – Selena estava sentada no sofá de pelúcia comendo picles, sim ela só começou a falar depois que arrumei picles pra ela, a garota é viciada – Minha mãe e o Scooter, você sabe, o empresário dele,  eles conversaram e acharam que seria legal se a gente saísse, sabe?

- Sim, sei. – assenti para que ela continuasse.

- E foi exatamente o que aconteceu. Na época ele tinha dezesseis anos e eu estava sei lá, quase fazendo dezoito. Mas mesmo assim achei que poderia ser legal por que ele era um cara legal, pelo menos parecia ser nas poucas vezes em que o vi em premiações e coisas do tipo. Justin estava explodindo na mídia na época, quer dizer, todos falavam sobre ele, até o meu cachorro cantava baby, eu acho. – ela deu risada – Eu cantava baby no chuveiro, você mesmo, pode confessar, eu sei que você já cantou baby.

- E não é que eu cantei mesmo? – fiz uma cara estranha ao constatar esse fato. – Várias vezes na verdade.

- Eu sabia. – ela disse – Nós saímos algumas vezes, ele era legal, ele era muito divertido e eu também era então nos demos muito bem logo de cara, mas eu achava um saco por que ele não admitia ser mais baixo que eu, ele era um idiota, acredita que me pediu pra tirar o salto uma vez? E eu estava tipo “Hey mocinho eu não vou descer do salto, admita que você é baixinho”. Ele ficou indignado, ele surtou.

- Ele realmente faz o tipo que não aceita perder.

- Com certeza. – ela concordou sem notar a minha irônia – Ele é muito competitivo sabe, ele tem esse instinto, ele odeia perder.  Derrota? Não fale essa palavra perto dele, tipo nunca.

- Pode deixar. – falei – E então, o que aconteceu?

Ela suspirou e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha.

- Foi quando começou o inferno, ops, não queria dizer essa palavra, tem como você apagar essa palavra? – ela franziu a testa e eu assenti – Obrigada, eu não sei de onde tirei essa palavra.

- Talvez seja a palavra perfeita para descrever um namoro com esse cara.

- O que? – ela me olhou confusa.

- Esquece. – dei de ombros – Continua!

- Eu estava saindo de um relacionamento e definitivamente não queria começar em outro, eu admito, eu sofri muito, eu estava frustrada. Mas de repente o Justin estava por toda parte, sempre que eu piscava os olhos, sempre que eu me sentia mal, ele sempre estava ali me ajudando, sabe como Blake ? – ela me olhou por um breve segundo – Me fazendo rir, ele é ótimo nisso, um palhaço. Ele conseguiu me fazer esquecer toda a dor.

- Nossa! – não conseguia deixar de demonstrar a surpresa.

- No final de 2009 eu fui a One Less Lonely Girl, foi na virada do ano. E foi muito divertido, eu me diverti muito, essa música é legal. Nossa amizade só crescia cada vez mais. Teve uma época que não nos víamos com frequência por causa das nossas agendas, mas sempre trocamos mensagens e coisas assim. Só que daí na metade de 2010 começamos a sair de novo, com bastante frequência, e de repente todos estavam falando sobre nós, e eu ficava tipo “Por que estão dizendo essas coisas? Ele é apenas o meu irmãozinho”, e era exatamente como eu me sentia  em relação a ele, eu só queria que todos entendessem que eu gostava de estar com ele por que era legal, eu me divertia horrores e minha barriga chegava a doer de tanta risada. Era só isso.

- Hum, só isso.

Ela riu.

- Era. – repetiu – Até que de tanto tentar ele conseguiu me conquistar, não foi difícil, ele só precisou ser ele mesmo. Eu só não queria perder a nossa amizade, mas ficava impossível negar a mim mesma que estava começando a me sentir atraída por ele, e eu me odiava por isso, por que eu ficava dizendo pra mim mesma “ Hey Selena, que diabos está acontecendo com você? É só o Justin, é só o seu irmãozinho. Hey coração, pare de bater tão acelerado, você não se lembra, é apenas o meu irmãozinho Justin”. E eu juro que quando demos o nosso primeiro beijo dentro do carro foi completamente estranho e ao mesmo tempo completamente perfeito. – ela sorriu e fechou os olhos como se estivesse se lembrando – Depois daquele dia não tinha mais como voltar atrás, era aquilo e pronto. 

- Pegou o irmãozinho! – não resisti em fazer essa piada.

-É, parece que sim. – ela suspirou – Na virada de 2010 para 2011 nós passamos juntos, saíram fotos até, na sacada do hotel, em fim. Todos falavam sobre nós, ainda mais do que antes. Eu estava me apaixonando e tentando de todas as formas esconder isso do mundo, só ele precisava saber. Eu sempre odiei ter minha vida exposta dessa maneira. Mas ele? Ele queria de toda forma dizer pra todo mundo que ele estava feliz, que eu estava feliz. E talvez no fundo eu também queria isso. Mas foi só no Vanity Fair que nós realmente assumimos com aquele selinho. Naquela época nós estávamos na melhor fase do nosso namoro, eu simplesmente não conseguia sair de perto dele, era como uma droga, nós pertencíamos um ao outro, ele era o meu limão com sal.

- Eu me lembro dessa época! – comentei, eu me recordava do drama que todos faziam por causa disso, inclusive metade das minhas amigas.

- E depois teve o Havaí, e aquele selinho na premiação da Billboard daquele ano, e teve mais um monte de fotos e mais fotos e cada passo que a gente dava estava na internet e a pior parte, a pressão. Eu nunca na minha vida pensei que pudesse ser tão odiada por simplesmente amar uma pessoa, você nãp faz ideia das coisas horríveis que eu lia na internet, eu até me afastei um tempo, eu ficava péssima, eu me sentia exausta, triste.

- Eu imagino! – falei ao me lembrar das coisas que tinha lido mais cedo, imagina isso há alguns anos atrás? Devia ser mil vezes pior.

- E eu entendia essas garotas, eu já tive ídolos e sei como é terrível saber que eles estão namorando, é tipo “Eu quero matar essa bitch!”. Mas só que elas exageram sabe, elas dizem coisas sobre mim que não são verdade,e eu tento entender, o Justin me ajuda muito, ele sempre está dizendo coisas do tipo “Ei baby não se esqueça que você sabe quem você é, e que é só isso que importa”. Essas palavras simplesmente me fazem seguir em frente. E foi assim, ficamos juntos, enfrentamos uns mal bocados até chegarmos aonde estamos agora.

- E aonde você está agora? – questionei ansiosa por suas palavras.

- Eu estou bem. – ela fitou o chão – Não é como se eu não o amasse mais, entende? Por que eu amo, e não vou esquecer tudo da noite pro dia. Mas ele fez coisas que me magoo muito e talvez eu tenha passado dos limites algumas vezes, quando estamos com raiva dizemos besteiras que nos arrependemos depois. Da mesma maneira que ele amadureceu para me mostrar como ele era um homem perfeito e cool ele começou a fazer coisas que garotos da idade dele fazem, garotos solteiros. – ela corrigiu deixando bem claro o que queria dizer.

- Ops.

- Tudo bem. – ela riu, sem vida – Ele só estava sendo um garoto normal de dezenove anos. É isso que ele é, ele merece ser normal, ele precisa ser. Por que a vida dele é um turbilhão, se ele não tiver um tempo pra ser ele mesmo, pra respirar, ele simplesmente pode acabar explodindo. Eu sou ciumenta, confesso, foi meio estranho quando tudo começou a acontecer,ele saindo pra festas, fazendo coisas que não costumava fazer, como fumar maconha, caramba quando essas fotos saíram eu estava ligando pra ele tipo “Justin não é por que nós demos um tempo que você precisa destruir a sua vida” e ela estava tipo " Amor eu só estou sendo eu”.

- Você acha ele se perdeu? Acha que ele deixou a fama subir a sua cabeça? Acha que a pressão que ele sofre o deixou assim? – eu mais afirmava do que fazia uma pergunta.

- Não, não! – ela disse, rápido – Ele não tem nenhum problema. Ele só está tendo novas experiências, descobrindo coisas novas, saindo pra festas e talvez conhecendo outras garotas, isso com certeza.

- Você se incomoda?

- Nós não temos mais nada. Só que isso não quer dizer que eu não me importe com ele, quando ele faz uma besteira minhas amigas me dizem para esquecer, mas eu não posso fingir que não estou vendo por que eu sei quem ele é, ele é o Justin, o garoto mais engraçado e incrível e bom, e humilde que eu já conheci. E eu estou ligando novamente pra ele e dizendo “ Não, eu não voltar com você, a gente, não tem mais volta. Mas por favor Justin, por favor não faça besteiras, eu me importo com você.” E ele me diz “ Tá legal Sel, então será que podemos nos ver? Eu acho que só preciso conversar um pouco”. E de repente nós estamos sentados rindo e comendo doces, ele me diz que está com medo, e eu apenas sorrio e digo que no fim tudo vai dar certo.

As palavras dela realmente me chocaram. Eu não conseguia ver o Justin que ela descrevia. Ele era realmente engraçado mas pra mim isso era só fachada, só que do jeito que ela falava era como se ninguém no mundo o conhecesse melhor, eu não sei explicar isso cara, eu só sei que fiquei comovida.

- E quando sairam boatos que ele tinha engravidado aquela mulher, Mariah?

Ela deu uma boa risada.

- Nossa, aquele dia foi bem estranho. Eu ouvi sobre isso e li na internet, e claro todos os canais de tevê precisavam me lembrar. Justin não atendia o celular e eu estava quase morrendo de raiva, sabe esses surtos de garota? Exatamente assim. Até que ele finalmente atendeu a droga do celular, espera – ela fez uma pausa mostrando a mão aberta – Dá pra tirar droga dai? Por que estou falando palavrão? – ela deu um tapa na sua própria testa – Droga Selena, seja educada.

Dei risada, uma risada alta e gostosa.

- Eu sou a rainha do palavrão, não se preocupe.

- Mas em fim, ele atendeu e eu estava tipo “ Você viu sobre o que estão falando na internet?” E ele suspirou quase ofendido pela minha desconfiança e então ele simplesmente disse “Não é verdade”. Foi tudo, foi só isso.

- Nossa, vocês confiavam um no outro. – eu não sei por que mas havia um sorriso no meu rosto ao pronunciar aquelas palavras.

- Confiança sempre foi a melhor parte do nosso relacionamento, não dá pra namorar Justin Bieber se não confiar nele. Ele fez coisas maravilhosas pra mim, ele fechou o Staples Center pra assistirmos Titanic juntos, ele me mandou um caminhão de flores, ele me beijou durante um jogo e apareceu no telão, e eu fiquei com muita vergonha. – ela riu ao se lembrar – Foi estranho, mas foi legal sabe. Nós sempre fazíamos piqueniques, ás vezes cinema e sei lá, eu gosto de comer, é a melhor coisa do mundo. Eu não me arrependo de nada sobre Justin e querendo ou não ele sempre estará comigo. Nós dois é algo que é pra sempre, não importa quão longe estejamos, não dá pra pra parar de cuidar dele e se importar, e é o mesmo com ele, eu acho.

- É sério, vocês não estão juntos mesmo? – eu estava indignada, depois de tudo que ouvi eu só queria que eles ficassem juntos, queria os dois ali se beijando e dizendo que eles tinham sido feitos um pro outro.

- A muito tempo, há bastante tempo. Como eu disse, aconteceram muitas coisas que eu não gostei, que eu não achei legal. Eu também fiz coisas que não deveria ter feito. E tem a distância, e tem a pressão, e tanta coisa. No fim optamos por terminar tudo. Eu optei por terminar tudo. Por mais que fosse difícil, sabia que era a coisa certa a fazer. E foi assim que acabou. Eu chorei por que cara esse garoto me fez chorar um oceano.  Ele é, puxa, ele é difícil pra caralho, merda eu estou xingando de novo. – ela riu de si mesma – Ele é o Justin, ele é um moleque, um palhaço idiota que eu amo, que sempre vou amar, não importa o que aconteça.

- Você também fez ele chorar. – falei sem pensar, porra por que eu tenho essa mania ridícula de pensar alto?

- É verdade! – ela disse meio chocada com as minhas palavras – Quer dizer, é, é isso ai eu também fiz. Mas ele fez primeiro. – ela riu – Eu acho que no fim eu não tenho que reclamar de nada. Todo mundo erra, e isso faz parte da vida. Eu não quero falar mal dele, eu não posso. Ele foi incrível, os dois anos que passei com ele foram os melhores, as lembranças, os momentos bons, isso não pode ser esquecido por nada nesse mundo. Eu só quero que as pessoas parem de se importar tanto, principalmente suas fãs, porra, ops, em fim , ele é nunca vai deixar de amar vocês, ele é o Kidrauhl, e mesmo fazendo um monte de besteiras ele ainda é o mesmo, ele é humano e ele é lindo, e trabalha como um condenado, é serio, ele está compondo o tempo inteiro, eu acho que já reclamei disso várias vezes até.  A verdade é que ele sempre está pensando em coisas novas e fica ansioso pra saber o que elas vão achar, ele as ama.

- Uma situação que te deixou um pouco irritada?

- Bom... – ela rolou os olhos pelo ambiente enquanto pensava – Ah – ela me olhou – Ah imagina só você entrar no twitter e ver que o mundo inteiro está falando sobre a bunda do seu namorado que tem um apelido dado pelo próprio? – ela deu risada – Isso foi... ah, isso foi... nossa!

- Selena! – a mulher apareceu nos interrompendo – Está tudo pronto, desculpe a demora! – ela olhou para o gravador que eu estava guardando na minha bolsa – Ela te aborreceu?

Uau, eu me senti completamente ofendida.

- Não, de jeito nenhum. – ela disse se levantando – A Blake foi um amor de pessoa, eu juro. – ela sorriu pra mulher – Eu já estou indo, só um minuto.

- Tudo bem. – disse a baixinha e logo deixou a sala.

- Obrigada por... tudo. – agradeci mesmo sabendo que nenhuma palavra seria suficiente para demonstrar minha gratidão.

- Não foi nada! – ela disse, sorrindo. – Eu tenho que assinar ai pra comprovar tudo não é? Isso acontece ás vezes.

- Sim, assina aqui! – dei a caderneta pra ela e ela assinou seu nome.

Na verdade aquilo era um autógrafo, eu tive que pedir mais um.

- Valeu mesmo! – agradeci novamente.

- Eu já disse, não foi nada. Eu me sinto... aliviada. – confessou.

- Poderia me responder mais uma pergunta? – pedi – Essa não vai fazer parte da entrevista. Prometo.

- Tudo bem senhora abusadinha! – ela fez graça.

- Qual foi a parte mais difícil?

- Bom... – ela pareceu pensar em uma resposta – Eu acho que foram os momentos em que estávamos longe, era quando não fazíamos ideia de quando poderíamos nos ver de novo e então meu celular tocava, eu poderia estar no seth de gravações, no camarim, em qualquer lugar, eu via nossa foto no visor e eu sorria, e quando eu atendia ele dizia “Oi amor, você está bem? Eu estou no meio de uma entrevista, vou voltar a gravar em poucos minutos então eu só liguei pra dizer que eu... eu amo você”. – ela abriu um sorriso amargo, ela estava prestes a chorar ali na minha frente – E então ele desligava antes mesmo que eu pudesse dizer algo, mas antes de voltar a fazer o que eu estava fazendo eu apenas repetia baixinho “Eu também te amo e também estou com saudades”.

Quando ela sorriu pela última vez notei uma mísera lágrima escorrendo pelo canto de seus olhos, lágrima que ela limpou com as costas da mão e continuou andando, deixando brotar novamente o sorriso mais lindo, o que ela tinha.

E ficou óbvio que por mais que as lembranças mexessem com seu coração, ela já tinha superado aquele relacionamento, da mesma forma como ficou óbvio que eles nunca deixariam de se falar, nunca.

E só quando vi Selena Gomez chorar por Justin Bieber eu percebi que ele realmente tinha todos os motivos do mundo para se gabar, para ser do jeito que ele queria ser. O garoto tem o mundo ao seus pés, ele é tão famoso que qualquer pessoa no planeta sabe o seu nome. E até mesmo as pessoas que mais o odeiam sabem cantar suas músicas.

Talvez no fundo, bem no fundo, ele tivesse um bom coração.

Ele tem talento, de sobra.

Talvez ele merecesse tudo que tem, quem sabe.

 

 

Já eram mais de sete da noite quando entrei no Hotel em que Justin estava hospedado. Eu mal tinha visto o tempo passar, essa vida de paparazzi não é mole não cara. E falando neles, tinha dezenas acampados ali. E novamente eu me pergunto que graça tem ficar perseguindo uma pessoa? Isso é completamente estranho. A moça da recepção me deixou entrar, sério, eu não tive que mostrar nenhuma foto, eu apenas disse meu nome e ela falou que ele estava me esperando. Foi tipo “Nossa, eu posso ter um momento com o Rei da Inglaterra então? Que honra!” Eu não poderia ser mais irônica.

A parte pior era ter ficar séculos no elevador por que aquele prédio era gigante e o príncipe tinha que ficar na sacada. Óbvio.

Meu estômago estava roncando de tanta fome, espero que ele não perceba isso, seria constrangedor.

Naquele momento eu só queria que ele fosse tão legal como a sua ex namorada, queria que ele fosse exatamente como ela disse apesar de ser difícil de imagina-lo assim.

O elevador se abriu e eu rapidamente bati na terceira porta onde estava hospedado o astro pop mais famoso e mais bem pago da atualidade.

- Entra ai blackberry! – disse o rei das gracinhas.

Que ótimo, eu mal cheguei e ele já está me irritando.

Abri a porta e o vi sentado em sua cama mexendo no notebook.

- Boa noite realeza! – sorri sínica e ele gargalhou, sim, ele estava rindo, tipo rindo mesmo, como se eu fosse a pessoa mais engraçada do mundo.

- Senta ai! – ele apontou para o espaço ao seu lado – Eu estou vendo uns vídeos muito hilários.

- Sobre o que? – perguntei indo até ele, deixei minha bolsa na mesinha ao lado da cama e olhei pra tela deu notebook branco da apple.

- Chuck Norris! – ele quase gritou – Isso não é a coisa mais estranha e mais engraçada que você já viu? – ele olhava para a tela e simplesmente dava gargalhadas.

- Você é a coisa mais estranha que eu já vi!

Ele reforçou sua risada e fechou o vídeo.

Observei o que ele ia fazer. Sua página do twitter estava aberta. Em suas mentions, e era tipo mais de 50 mil tweets por segundo, sempre que ele atualizava, era uma coisa que eu nunca em toda a minha existência vou conseguir explicar.

“ Vocês acham que eu estou estranho? Qual é, eu sou normal”

Ele simplesmente tuitou isso e fechou o notebook. Foi a minha vez de rir.

- Eu sei, você deve está morrendo de medo de ver as respostas.

- Nossa blackberry você sabe rir? Uau, você sabe rir.

- Idiota! – revirei os olhos.

- Não! – ele protestou – Aquele sorriso, cadê aquele sorriso?

- Cala a boca! – dei um tapa no ombro dele – Será que podemos começar essa entrevista logo ou você vai ficar ai falando besteiras?

Ele olhou pra mim como se tentasse ler os meus pensamentos.

- Por que não vai entrevistar o seu amiguinho Conor?

- Que? – eu precisava ter certeza de que não tinha ouvido aquilo – O que você disse Justin?

- Nada. – ele murmurou em um lento e controlado suspiro.

- Que bom que não é nada por que eu fiquei fora o dia inteiro e estou morrendo de vontade de ir pra casa tomar um bom banho, comer uma boa comida, deitar na minha linda cama e ter uma perfeita noite de sono.

- Quer jantar comigo? – ele disse do nada, seus olhos presos em mim.

- Ham? – franzi a testa – Jantar ? Com você? – dei uma risadinha e balancei a cabeça – Não, não. Fica pra próxima.

- Ou você janta comigo ou não tem entrevista nenhuma! – ele se levantou e pegou o seu casaco.

- HEY! – protestei – Isso não é justo!

- A escolha é sua baby! – ele deu uma piscadela.

- Argh, você é insuportável! – bufei.

- Sabia que é a primeira vez que eu ouso isso? – ele riu e caminhou até a porta, peguei minha bolsa e o segui completamente irritada.

- Pois é, sinal que as pessoas não costumam te dizer o que elas realmente acham de você! – fui direto pro elevador.

- Se importa se descermos as escadas? – ele perguntou antes de entrar no elevador.

- Sim, eu me importo! – sorri sínica e o puxei para dentro apertando o botão para o térreo logo em seguida.

Ele ficou inquieto e não disse uma palavra. Garoto estranho.

- Ufa! – ele suspirou aliviado quando a porta se abriu.

- Eles não saem dali nunca? – perguntei ao notar a aglomeração de paparazzi na frente do Hotel, eles quase arrebentaram a porta de vidro quando viram o Justin, uma coisa inexplicável.

- Nunca. – ele respondeu dando passos largos em direção ao restaurante.

Justin escolheu uma mesa e puxou a cadeira para que eu me sentasse. Por que ele estava fingindo ser educado? É, existem muitas coisas sobre Justin que eu ainda não sei.

- Não precisava! – disse ao me sentar.

- Força do hábito. – ele ocupava seu lugar.

- Eu só quero um sanduíche, o maior que tiver aqui. – eu disse sem ao menos olhar o cardápio.

- Eles não vendem sanduíche aqui blackberry, é um restaurante de primeira classe, se você visse o cardápio perceberia isso. – ele tinha um nas mãos, olhava atentamente cada prato, eu mal pisquei e haviam duas garçonetes ao nosso lado prontas para anotar os pedidos – Eu comi isso ontem, é gostoso.

- O que?

- Coq au vin, é francês. – ele me mostrou a foto no cardápio – Você não faz ideia de como é bom.

- Eca! – estava prestes a vomitar ali mesmo – Parece bosta com aqueles miolos que tem dentro do peru na Ação de Graças.

Ele gargalhou.

- Eu também fazia essas caretas há alguns anos atrás, mas agora já me acostumei, como vou a diferentes países eu tenho que experimentar coisas novas, é isso ou morrer de fome. – ele olhou para uma das moças que logo estavam bem ao seu lado com um sorriso tão grande que eu me perguntei como não haviam rasgado suas bocas ainda – Eu vou querer creme de alho poró de entrada e o prato principal Vitela ao Porto e composta de frutas secas, o Scooter disse que é bom, então vamos ver.

- Eu não quero essa coisa! – eu disse, mas foi inútil.

- E uma taça gourmand. – as garotas anotaram e saíram.

- Só pra começar essa coisa estranha custa 350 dólares! – era um absurdo, com essa grana eu comia durante um mês na faculdade – E depois, por que você precisa de duas pessoas pra anotar um pedido?

- Eu não chamei ninguém, elas vieram com suas próprias pernas. – ele acenou para alguém atrás de mim, ao me virar notei que era uma garotinha no colo de sua mãe que aliás era uma mulher muito bonita, ele voltou a olhar pra mim – E quanto ao dinheiro, não se preocupe, isso não é um problema pra mim!

- Ah claro, por que você é Justin Bieber! Nossa!

- Exatamente. – ele disse só pra me irritar – E você, quem é mesmo?

O fuzilei com os olhos.

- Blake. – eu disse – Eu sou a Blake, não sou nenhuma máscara.

Ele riu.

- Estava pensando sobre isso, sobre todas aquelas coisas que você me disse hoje mais cedo, seria o máximo se você conseguisse enxergar o meu verdadeiro eu, por que na boa eu não sou nenhum pouco como aquele cara que você descreveu.

- Tire a máscara e talvez eu possa te enxergar melhor.

Ele riu novamente, riu mesmo, uma risada contagiante e sarcástica.

- Sabe qual é a melhor parte disso? – questionou sem tirar o sorriso de seus lábios – Pelo menos você não é lésbica.

Fechei os olhos balançando a cabeça várias vezes seguidas.

- Eu vou fingir que não ouvi essa e vou simplesmente pegar o gravador e a minha caderneta pra gente começar essa entrevista, pode ser?  – abri minha bolsa e então olhei novamente pra ele – E pra você eu continuo sendo lésbica tá meu amorzinho? Ops, realeza.

- Você é quem manda! – ele riu se espreguiçando na cadeira.

- Recentemente você lançou um álbum acústico, e nele você adicionou três faixas que não continham em “Believe”. Você escreveu alguma dessas músicas para a sua ex-namorada ? – fui direto ao assunto.

- Então é isso? – ele riu – Você veio aqui pra falar do meu relacionamento?

- Você vai responder ou não?

- Nothing Like Us foi pra ela. – ele bufou – I would também.

- Yellow Raincoat? – arqueei a sobrancelha.

- Essa foi pra pessoas idiotas que querem se meter na minha vida. – ele sorriu, sínico.

- Ah, deve ter muita gente né! – ironizei – Você ainda ama a sua ex-namorada?

- Isso não é pergunta que se faça. – ele abria a boca e arregalava os olhos como se fosse a pessoa mais indignada do universo – Eu não vou responder isso, com certeza não.

- Então você não ama? – provoquei.

- Eu não disse isso. – ele retrucou.

- Então ama? – eu estava me contendo para não começar a rir.

- Garota você vai acabar me deixando louco! – resmungou, tinha conseguido fazê-lo perder a paciência.

- “Justin Bieber perde o controle com repórter” isso não me parece uma boa manchete para a sua imagem.

- Repórter? – ele gargalhou – Por favor vá chamar essa repórter por que a única coisa que eu vejo aqui é uma garotinha ridícula de dezesseis anos que não tem mais nada  pra fazer além de ficar julgando as pessoas que ela ao menos conhece, você é exatamente como eles, não, espera, você é bem pior.

- Tá legal! – dei de ombros – Foi mal, acho que exagerarei. Desculpa.

- Sabe pedir desculpas? – ele riu – Achei que essa palavra não fazia parte do seu vocabulário de quinta.

- O que você está insinuando?

- O que eu estou insinuando? – ele fez uma pausa como se pensasse em uma resposta, então apoiou o cotovelo na mesa e se aproximou o máximo que pode de mim, tão perto que eu podia sentir seu hálito quente e sua respiração pesada – Eu estou insinuando que por mais que você seja gostosa e tenha um rostinho de princesa, no fundo você é apenas uma perdedora que não conseguiu o que queria e por isso resolveu colocar a culpa de todos os seus problemas em cima de mim. 


Notas Finais


zzzzzzz


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...