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História Behind the roses - XIX - I wish I could get my things and just let go


Escrita por: wellcarryon

Notas do Autor


Ontem eu estava respondendo os comentários e disse pra alguém que estava sem inspiração, mas que geralmente quando digo isso magicamente eu consigo voltar a escrever, e que esperava que isso acontecesse. Bem, aconteceu hahaha

Enfim, boa leitura!

Capítulo 19 - XIX - I wish I could get my things and just let go


– Wooow... Digo, isso é ótimo! – disse Frank, mal disfarçando a ansiedade e expectativa em sua voz. Ele aguardou por um momento enquanto ouvia o que a outra pessoa estava dizendo. – Certo, estarei aí... Obrigado!

Encerrou a ligação e deixou o celular na escrivaninha em frente à janela, surpreendendo-se ao ver sua mão trêmula. Era um pequeno reflexo de seu estado geral, pois ele conseguia sentir o coração batendo agitado em seu peito. Isso por serem boas notícias. Se fossem más, talvez ele já estivesse no chão.

Respirando fundo, ele rumou para o banheiro e puxou a porta de vidro jateado antes de acender a luz, bloqueando um pouco a claridade para Gerard que ainda dormia, totalmente alheio à sua agitação.

Abriu a torneira, enchendo as mãos em concha com água fria e abaixando-se para lavar o rosto. Ergueu-se e observou a si mesmo no espelho, com o rosto ainda um pouco amassado por dormir, mas com os olhos totalmente alertas e com um brilho de expectativa. Seus cabelos molharam um pouco e algumas mechas estavam grudadas em sua testa e bochechas. Ele definitivamente precisava de um corte.

Prosseguiu com seu ritual de higiene matinal, e depois de trocar de roupas, Frank deixou o banheiro e o quarto, indo para a sala de estar. Olhou ao redor do pequeno ambiente pensando no que poderia fazer para se distrair enquanto Gerard não acordava, até que seus olhos pousaram em um grupo de garrafas sobre uma bandeja circular. Ele ergueu uma por uma, lendo seus rótulos, e acabou servindo um dedo de um whisky que parecia ser bom o bastante para que prová-lo agora parecesse uma boa oportunidade.

Com o copo em mãos ele saiu para a sacada, sentindo uma lufada de ar frio em contraste com o ambiente climatizado do interior do hotel. Aproximou-se da beira e olhou ao redor. A neve parara de cair, amontoando-se em montes nas margens das ruas e calçadas onde o fluxo constante de veículos e pedestres não alcançava.

Frank ergueu o copo e tomou um gole do whisky, não conseguindo conter a careta que se formou em seu rosto enquanto a bebida descia por sua garganta.

– Jesus... – murmurou, sentindo a ardência provocada pelo elevado teor alcoólico.

Apoiou os braços na sacada de vidro e permaneceu ali.

A vista não era das melhores, nada como aquelas cenas de filme em que o protagonista observa a cidade que se estende à sua frente como um tapete irregular. Eles não estavam em um andar alto, de forma que a vista se resumia aos prédios em volta e à rua.

Ainda assim, Frank admirava a visão, vendo-a como algo surreal. Ele estava na cidade que nunca dorme, enquanto a pessoa que amava dormia a alguns metros de distância. E ele acabara de receber uma boa notícia. Havia uma vaga em um supermercado esperando por ele, assim que voltasse para sua cidade. Separada dele apenas pelas formalidades. Ele mal podia esperar para contar a Gerard, e então mais uma coisa estaria entrando nos trilhos em sua vida.

Terminou o whisky quase no mesmo instante em que a porta-janela se abriu, dando passagem à Gerard.

– O que você está fazendo aqui? – perguntou ele, se aproximando. Já estava totalmente vestido para começar o dia.

– Esperando você acordar.

Gerard desviou o olhar para o copo na mão de Frank, e em seguida voltou a observá-lo.

– Tudo bem? – perguntou com cautela.

Frank então percebeu como ele devia estar parecendo e começou a se explicar.

– Sim, tudo ótimo. Eu só estava experimentando um dedinho. E você? Eu esperando você acordar e você surge assim todo arrumado?

– Pensei que você tivesse saído. Chamei você várias vezes, quando não me respondeu resolvi sair e procurá-lo, mas quando estava na porta vi a cortina presa na janela – explicou, indicando a janela de vidro que estava aberta atrás deles.

– Se eu estivesse tentando me esconder de um maníaco assassino eu já teria morrido – brincou Frank.

Gerard riu, mas ainda estava mais interessado na razão pela qual Frank estava ali fora.

– Então... Está mesmo tudo bem? – perguntou, observando o rosto de Frank e tentando desvendar o que estava por trás da expressão levemente divertida, que rapidamente se iluminou.

– Sim! Na verdade, tenho uma novidade – disse, sorrindo misteriosamente.

– O que? – perguntou Gerard, curioso.

– Eu recebi uma ligação... De uma rede de supermercados onde procurei emprego, surgiu uma vaga, e eu só preciso ir até lá amanhã para conversar e acertar as formalidades.

– Sério?!

– Super sério.

– Incrível! Parabéns! – exclamou Gerard, tomando Frank em um abraço apertado e unindo seus lábios em um beijo repleto de alegria.

– Obrigado, mas eu não fiz nada de mais – respondeu Frank.

– Pare de desmerecer suas conquistas. É uma boa notícia e pronto.

Frank sorriu e enterrou o rosto no ombro de Gerard, sentindo seu cheiro. Mesmo à milhas de distância de casa, ele sempre tinha cheiro de tinta.

Permaneceram dessa forma por um momento e então se separaram, mantendo apenas as mãos unidas, e voltaram para o interior quarto para arrumar suas coisas para o check-out.

 

Os dois aprontaram suas malas e deixaram o hotel após acertar o pagamento da estada. Gerard chamara o motorista, que os estava esperando quando ultrapassaram a porta giratória do hotel. Eles então saíram para desfrutar de um café da manhã atrasado/almoço adiantado, e em seguida Gerard mostrou a cidade para Frank, especialmente as atrações de natal, que tinham prazo de validade limitado.

Passearam de carro por vários lugares da cidade, com Gerard apontando e explicando o que era o que, porque era uma atração de natal, etc. Frank observava tudo muito interessado, e desejava secretamente que fosse noite, quando tudo ficava muito mais bonito. Desceram em algumas feirinhas, onde Frank comprou uma lembrancinha para Julian. Ele não havia dado nada de natal para Gerard, mas prometeu que o presente viria em algum momento futuro, mesmo que Gerard dissesse com veemência que não queria nada.

Depois de caminhar pelas feirinhas, os dois foram até uma barbearia. Frank queria cortar o cabelo antes de resolver as coisas de seu novo emprego – pois fazia muito tempo desde a última vez que seu cabelo viu uma tesoura, e ele já estava cansado daquele visual. Além disso, seria mais prático ter bons centímetros a menos de cabelo para cuidar.

Até mesmo Gerard caiu na tesoura. Ele tirou um pouco das pontas do cabelo, mas manteve a maior parte do comprimento, pois embora Frank o ajudasse a se sentir melhor com sua aparência, ele não conseguia se desprender tão drasticamente de certas apreensões.

Ao final do dia, os dois finalmente voltaram para o carro e iniciaram a curta viagem de volta para casa.

– Os rapazes já devem estar em casa a essa hora – comentou Gerard, olhando para a estrada do lado de fora de sua janela.

Frank ficou contente por Gerard estar olhando para o outro lado, assim não veria a expressão de pânico que atravessou seu rosto por um rápido momento. Ele sacou o celular do bolso.

– Vou ver se a Julian está em casa.

Gerard virou a cabeça para observá-lo com desconfiança.

– Por quê?

– Pra eu ir pra lá.

– Ah, qual é Frank – bufou Gerard, batendo com as palmas das mãos nas próprias pernas.

– Qual é o quê? – perguntou Frank, virando-se com o cenho franzido.

– Você vai continuar com essa infantilidade?

– Infantilidade? Eu não sei se você convenientemente esqueceu, mas minhas coisas estão todas lá!

No banco da frente, Joel lançou um olhar preocupado para o banco de trás pelo retrovisor, mas logo voltou a atenção para o trânsito, tentando fingir que não estava ouvindo.

– Não, eu não esqueci. Mas por que não podemos simplesmente passar lá e pegar tudo, e depois você volta pra casa comigo?

– Porque está tudo espalhado, eu tenho que arrumar.

Frank jamais admitiria que Gerard estava parcialmente certo – ele realmente não queria encarar Ray ainda – mas isso não o impedia de achar que ele estava sendo um babaca grosseiro.

– Ah, você não para de inventar desculpas. – Gerard bufou de novo.

– Desculpas? Vá se foder. Eu estive morando lá por duas semanas, eu não ia manter todas minhas coisas guardadas só esperando o momento de enfiá-las no carro e levá-las para a sua casa pra você ficar feliz. Além disso, lá é mais prático pra ir até o supermercado amanhã.

– Pra eu ficar feliz? Que papo é esse? Eu perguntei se você queria morar comigo, você aceitou, e desde então só tem fingido que nunca disse nada. Se você não queria, devia ter dito que não logo de cara, e não ficar me fazendo de palhaço.

– Mas você não para de me encher o saco com isso! Eu respiro e você diz pra eu me mudar pra sua casa! Pára de me sufocar com essa merda, Gerard!

Gerard olhou para Frank com uma expressão irritada e magoada, e Frank devolveu o seu olhar da mesma forma. Então, cada um virou o rosto para a janela ao seu lado, e ninguém disse mais nada durante o restante da viagem.

O motorista seguiu com a ideia de Frank e dirigiu até o apartamento de Julian. Quando o carro parou, Frank abriu a porta do seu lado e pediu para ele abrir o porta-malas. Gerard desceu do carro sem dizer nada, mas Frank ignorou-o e puxou a mala até a porta do prédio, onde pressionou o botão do interfone de Julian, torcendo para que ela estivesse em casa, porque ele percebeu que esquecera de ligar.

Para seu alívio, a voz da amiga soou no aparelho e Frank pediu para entrar. A porta destrancou com um estalo e Frank passou por ela, fechando-a sem olhar para trás.

Gerard voltou para o carro com um suspirou irritado e pediu para o motorista levá-lo para casa.

Quando Julian abriu a porta do apartamento, seu queixo caiu. Frank estava bastante diferente, com o cabelo muito mais curto jogado para o lado. Sua expressão não estava muito boa, mas ainda assim ele parecia uma pessoa nova, mais altivo e bonito.

– Quem é você e o que fez com meu amigo?! – ela perguntou, dando passagem para ele.

Apesar da irritação, Frank deixou seu semblante fechado de lado e sorriu para a amiga. Abraçou-a apertado antes de entrar no apartamento, que continuava do mesmo jeito e sempre. Havia um copo de refrigerante e uma tigela de pipoca no lugar do sofá ao lado de onde ela estivera sentada.

– Você tem muito que me contar, pelo visto! – disse ela, descendo o olhar do corte de cabelo de Frank para o restante das roupas, e para a aliança na mão dele, que fez seu queixo cair novamente. – Que aliança é essa no seu dedo? Meu deus, o que eu perdi?! Olha só, tem até uma mala de rodinhas! Eu mando embora um mocinho tímido e pego de volta um homem chique e charmoso!

Frank revirou os olhos pelo exagero da amiga.

– Aconteceu tanta coisa nesses dois dias. – Ele suspirou.

– Estou vendo! E você vai me contar tudinho!

E então Julian puxou Frank para o sofá, abrindo espaço para que ele sentasse e voltando a comer a pipoca em grandes bocados, oferecendo-a também para ele.

Frank contou tudo, desde o momento em que deixara o apartamento. Falou sobre seu quarto novo e aconchegante na casa de Gerard, sobre o jantar dos dois e como surgira a aliança. Falou sobre a viagem para Nova York, quando conhecera formalmente a mãe de Gerard, sobre o quão estranho foi o almoço e sobre a caminhada que fizeram depois que saíram.

Pulou a parte íntima da viagem, apenas insinuando a ideia em seu relato, o que fez Julian dar um salto no sofá e voltar a se acomodar para ouvir o restante. Contou da ligação que recebera pela manhã, dos passeios que fizeram à tarde e, finalmente, sobre a discussão durante a volta.

– Então foi por isso que você chegou aqui com uma cara estranha.

– É, foi.

– Eu pessoalmente diria pra você não se preocupar. Acontece, vocês ainda vão discutir por muitas coisas, principalmente por bobagens, e depois vão se desculpar. O que importa é que vocês se amam – tranquilizou ela.

– Eu sei, mas eu não gostei do jeito que ele falou. E ok, eu também fui um idiota – admitiu, revirando os olhos.

– Os dois erraram. Vão consertar e vai ficar tudo bem – disse Julian, puxando-o para um meio abraço.

 

Quando o carro parou na entrada da sua casa, Gerard deu um grunhido frustrado e socou o encosto do banco à sua frente.

– Você pode voltar, por favor? – pediu ao motorista.

Joel lançou um olhar para ele pelo retrovisor antes de responder.

– Claro, senhor.

 

Frank e Julian estavam conversando quando o interfone do apartamento tocou. Ela levantou e foi atender, enquanto Frank a seguia com o olhar.

– Sim? – perguntou ela, com o aparelho no ouvido. Escutou por um momento e afastou-o, fazendo sinal para Frank pegá-lo e voltando para o sofá em seguida.

Frank foi até o aparelho e segurou-o próximo ao ouvido.

– Oi – disse.

– Me desculpe. – A voz de Gerard parecia frustrada.

Frank respirou fundo uma vez, e então pressionou o botão que abriria a porta. Colocou o aparelho de volta no lugar e abriu a porta do apartamento, ouvindo o som dos passos de Gerard aumentar conforme chegava mais perto. Ele alcançou o andar com a respiração ofegante.

– Olha, eu fui rude. Eu só fico muito irritado com essa história de você não querer ir pra minha casa com os outros lá – disse Gerard, se aproximando.

– Eu sei, mas você podia entender como eu me sinto com isso. Eu fui chamado de ladrão aproveitador, não você.

– Eu entendo. Sério, eu entendo. Só fiquei irritado.

– Tudo bem – respondeu Frank. – Me desculpe também, eu fui um imbecil. Você não me enche o saco. Bem, talvez às vezes – um pequeno sorriso surgiu em seus lábios.

Gerard sorriu também e beijou-o. Frank ergueu os braços e enlaçou seu pescoço, aprofundando o beijo enquanto Gerard enlaçava sua cintura.

– Não vamos brigar – disse Gerard quando os lábios se afastaram, encostando sua testa à de Frank.

– Não – concordou Frank. Eles se beijaram novamente.

– Certo, então eu vou embora – disse Gerard quando o beijo se interrompeu outra vez, soltando Frank. – Arrume suas coisas. Nos veremos amanhã?

– Com certeza – respondeu Frank, deixando os braços penderem ao seu lado.

– Ok. Vou dizer para o motorista vir buscá-lo e deixá-lo à sua disposição. Então, até amanhã.

– Obrigado, até.

Frank observou-o descer as escadas e trancou a porta atrás de si, sorrindo.

Do sofá, Julian o observava com um sorrisinho e com uma expressão cheia de si.

– Eu não disse? – perguntou, erguendo uma sobrancelha.

Frank revirou os olhos e se juntou à amiga no sofá, momento em que finalmente relaxou um pouco, antes de levantar para guardar suas coisas. Ele e Gerard tiveram sua primeira briga de casal, e a superaram com sucesso.


Notas Finais


Não sei o que dizer sobre esse capítulo, porque eu passei por idas e vindas com ele e nada que escrevia me agradava. Não ficou lá grande coisa, ficou simples e até mesmo bobinho, mas era necessário passar por ele pra conseguir chegar no resto. Comecei o próximo, espero não começar a pirar com ele também huauha.
O importante é: Frank está empregado, então... partiu mansão Way huauha. E, claro: primeira DR de casal superada. Prontos pra próxima!

PS: o cabelo novo do Frank é esse aqui: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/71/d1/04/71d1047be202b63cf4ae5bdea2fbc6dd--cute-boys-pretty-boys.jpg

Espero que tenham gostado pelo menos um pouco. Beijos e comentem o que acharam. Até mais!


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