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História Behind the roses - III - Guilty pleasure


Escrita por: wellcarryon

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 3 - III - Guilty pleasure


Frank acordou na hora certa na manhã seguinte, e em todas as outras que se seguiram. Conforme o passar dos dias, a prática na realização de seus encargos finalmente foi adquirida, e ele já se via capaz de executar corretamente – ou quase – as tarefas as quais era designado, sem receber nenhum auxílio, realizando-as repetidamente de forma quase automática.

Desde o episódio em que aprendera a dar o nó na gravata não tornara a ver seu chefe. Provavelmente um resultado de sua conversa com Ray, em que pedira para ficar encarregado somente da limpeza e as tarefas na rua antes de conversar com o chefe, pois se sentiria melhor em primeiro pegar o jeito dessas tarefas. Ray aceitara prontamente, e considerara uma boa linha de pensamento, dando toda a razão a Frank a querer se dedicar primeiro a uma parte antes de assumir a outra.

Entretanto, a verdade é que Frank se sentia totalmente desconfortável perto do homem. Principalmente pelo receio de agir de forma que o ofendesse por conta da cicatriz tão evidente em seu rosto – e a probabilidade enorme de ofendê-lo ao não encará-lo –, mas também por outros motivos menores. Por exemplo, as piadinhas que pontuaram a primeira conversa dos dois, e a vergonha que Frank sentira ao ter seu chefe lhe ensinando a dar um nó em uma gravata, coisa que provavelmente ele já devesse saber fazer antes de aceitar um emprego como aquele.

Mas, também, porque Frank já se sentia muito inseguro e acuado por simplesmente estar ali, então não vê-lo era um desconforto a menos durante seu dia, e já lhe causava muito alívio. Não vê-lo e ficar feliz por isso era seu prazer culpado.

Era domingo, e Frank pensava nos dias que passaram enquanto se trocava em seu quarto, depois de fazer sua higiene matinal. Além de ser domingo, era também o dia de sua folga – as folgas eram negociáveis entre os três empregados, podendo ser em qualquer dia, contanto que isso fosse estabelecido com antecedência. Mas, além disso, ainda havia o fato de que aquele era o dia do recebimento de seu primeiro salário.

Frank tinha coisas importantes para resolver naquele dia – coisas relacionadas à sua vida antes de se mudar para aquela mansão, quase maior do que seu antigo bairro. Mas, sem querer pensar nessas coisas, Frank desviou seu pensamento novamente para a residência, e as pessoas que nela habitavam, repassando mentalmente algumas observações que fizera durante o tempo em que ali estava a fim de se distrair.

O fato de que o Sr. Way nunca era visto no andar de baixo era intrigante, mas facilmente justificável. Só Deus – e possivelmente Ray, talvez Bob – sabe o que poderia haver por trás das portas do andar de cima, além de cômodos. Nada impediria o Sr. Way de ter um salão de jogos gigantesco escondido dos olhos de Frank por paredes e uma porta.

Claro que seu chefe descia para as refeições, mas nesse caso Frank também não o vira, pois tomava o cuidado de evitar a área da sala de jantar nesses horários. Nada seria pior do que enfiar seu rosto no peito do chefe novamente, portanto Frank agia com o máximo de cuidado, nunca virando em um corredor sem saber o que havia depois da curva.

Mas havia outra coisa ainda mais estranha. O fato de que o Sr. Way nunca recebia visitas. Desde o momento em que colocara os pés naquela casa, Frank não vira uma única alma viva entrar naquele quintal tão enfeitado, exceto os empregados. Menos ainda dentro da casa. Nela só quem entrava eram Ray, Bob e ele. A maravilhosa porta do hall de entrada só não estava grudada por teias de aranha porque era para isso que Frank estava lá: para limpar tudo incansavelmente. Não para tirar a sujeira, mas impedir que ela existisse.

Lançando um rápido olhar para si mesmo, Frank considerou-se pronto. Era estranho, depois de tanto tempo, ver jeans rasgadas e um moletom já gasto pelo uso cobrindo seu corpo, mas ainda assim, extremamente reconfortante. Aconchegando-se em suas roupas como se estivesse em uma cama quentinha, Frank agitou para longe os pensamentos sobre a casa, afinal, era melhor não meter o nariz onde não era chamado, mesmo que essas coisas chamassem sua atenção. No fundo, não era nada de mais, com certeza. O Sr. Way era apenas anti social e solitário.

Abriu a porta do quarto e saiu em direção à cozinha. Bob estava à beira da mesa separando algumas alfaces, e Ray estava sentado à sua frente com os olhos fixos em uma folha de papel. Frank percebeu, buscando rapidamente em sua mente, que era a primeira vez que via Ray sentado fora do horário das refeições.

– Bom dia! – cumprimentou Bob.

– Bom dia – respondeu Frank, seu olhar desviando-se de Ray para Bob e em seguida para a cesta no centro da mesa. – Posso comer uma maçã?

– Claro! – respondeu Bob. – Elas estão ótimas.

Sorrindo, Frank escolheu uma maçã, lavou-a e deu uma mordida. Estava realmente deliciosa.

– Bom dia, Frank – disse Ray, que até então estivera absorto na leitura do papel em suas mãos. Ele pousou-o na mesa e pegou um envelope no bolso do paletó, entregando-o a Frank – Seu pagamento, equivalente ao período de trabalho.

– Oh, obrigado – agradeceu Frank, mesmo que não fosse bem um favor.

Abriu o envelope, espiou seu conteúdo e tornou a fechá-lo, guardando no bolso do jeans. Terminou sua maçã sem pressa, lavando as mãos em seguida, e adiantou-se para a porta.

– Eu vou dar uma saída, vejo vocês mais tarde – disse, antes de passar pela porta.

– Bom passeio – ouviu a voz de Bob, antes de se afastar da casa em direção à entrada.

O dia estava ensolarado, mas o céu estava repleto de nuvens que ocasionalmente cobriam o sol, lançando tudo à sombra e fazendo o vento frio se tornar mais perceptível. Puxando o capuz do moletom sobre sua cabeça e encolhendo-se dentro dele, Frank enfiou as mãos nos bolsos e atravessou o jardim frontal, observando as roseiras e se perguntando se o agrupamento representava alguma coisa.

Quando quase bateu no alto arbusto que formava o corredor de carros no portão, Frank finalmente desviou o olhar das roseiras e virou-se para frente, concentrando-se no caminho de cascalho. Ao alcançar o portão, apertou o botão do interfone interno e esperou alguns segundos até que ele se abriu.

O vento parecia mais forte do lado de fora, jogando de um lado para o outro as folhas que já caíam no começo de outono. Agora que estava na rua, não havia mais como fugir do que estava indo fazer. Precisava chegar do outro lado da cidade, em uma região humilde e um tanto perigosa, onde morara durante muitos anos com sua mãe. Viveram em uma casa alugada, e agora que sua mãe estava morta, as dívidas a serem pagas estavam nas suas mãos.

Caminhando pela rua, Frank sabia que encontrar um táxi passando por ali era um desejo irreal. Mesmo próximo do centro, ali não era rota de táxis em busca de passageiros, fato comprovado pela rua deserta. Sem mais opções, já que não conhecia o suficiente a região para saber onde poderia haver um ponto de ônibus, Frank continuou, esperando encontrar um táxi, um ônibus ou chegar ao centro da cidade, o que viesse primeiro.

Quando a calma e o silêncio do bairro foram aos poucos sendo substituídos por passos apressados e vozes tagarelando, Frank finalmente avistou um táxi. Fez sinal para o veículo parar e adentrou-o, dizendo ao condutor o endereço desejado. Acomodou-se no banco de trás, sentindo o coração bater forte de encontro a seu peito.

Não podia imaginar qual seria a reação do locador ao vê-lo depois de tanto tempo. Talvez exigisse todo o dinheiro agora, quando Frank não poderia pagá-lo. Talvez desse um jeito de mandá-lo para a cadeia, e ele não podia imaginar quantos minutos duraria lá dentro.

Limpou as mãos que começavam a suar no jeans, e recostou-se contra o vidro da janela, olhando para o lado de fora. No fundo, não podia deixar de sentir certa mágoa de sua mãe. Como ela pôde deixá-lo tão repentinamente? Como pôde fazer isso com ele?

Mas Frank sabia que isso era totalmente idiota de se pensar. Não era como se sua mãe fosse saber que estava prestes a morrer. Com um suspiro pesado, Frank fechou seus olhos, e pôs-se a imaginar uma parede branca, tentando tirar todos os pensamentos de sua cabeça e, se possível, o enjôo que começava a se formar em seu estômago. Isso quase nunca funcionava, mas a tentativa sempre seria válida.

 

Encarando o sorvete cor de rosa no pequeno pote em suas mãos, Frank inspirou profundamente e prendeu o ar por alguns segundos antes de soltá-lo. Havia sido, sem sombra de dúvida, melhor do que pensara. Não havia mais nenhum tostão em seus bolsos depois de pagar a corrida de táxi novamente até o centro e gastar o restante com o sorvete que segurava, mas pelo menos ele tinha um acordo e nada de ruim aconteceria se todos os meses seu salário saísse do envelope de pagamento direto para as mãos de seu locador.

Ele nem conseguia lembrar exatamente o que acontecera durante a conversa com o homem, apenas de quando ele concordou e recebeu seu dinheiro. Na verdade, era isso que importava para Frank: não ser entendido como um caloteiro.

Agora estava tudo bem. Com a colher de plástico que acompanhava o sorvete, Frank raspou a superfície que começava a derreter e saboreou-a, desviando o olhar para a rua do lado de fora da sorveteria. Aos poucos os trabalhadores eram liberados de seus serviços para almoçar, caminhando apressados em direção aos seus estabelecimentos preferidos a fim de evitar uma espera muito longa. Alguns adentravam a cafeteria logo em frente enquanto outros já saíam com seus copos de café fumegantes.

Frank esteve dividido entre um café e um sorvete antes de decidir-se pelo último, já que fazia bastante tempo desde que tomara um. Encarou como um prêmio de consolação, algo para deixá-lo mais animado depois de tudo, e de fato estava funcionando.

Terminou seu sorvete sem pressa e abandonou o estabelecimento ganhando as ruas. O dia parecia um pouco mais quente agora por conta da posição do sol, mas mesmo assim o ar fresco ainda provocava arrepios.

Caminhando pelas calçadas das ruas, aos poucos foi deixando a movimentação do centro para a quietude dos bairros residenciais. Observou as casas, algumas grandes, outras pequenas, e fez suposições sobre quem morava nelas, apenas para se distrair. Em dado momento, se pegou caminhando por uma calçada e evitando pisar nas linhas nela demarcadas. Balançou a cabeça, rindo com o gesto. Assim parecia exatamente o tipo de pessoa perfeita para trabalhar na casa do Sr. Way. Com algum tipo de mania para acrescentar ao metodismo desnecessário de todos lá dentro.

Distraído com esses pensamentos, não ouviu os passos atrás de si até que alguém colocasse uma mão firme em seu braço e virasse seu corpo bruscamente para trás.

– Me dá seu dinheiro, seu celular, tudo o que tiver – disse o homem que segurava seu braço em um aperto que já começava a se tornar doloroso. Estava acompanhado por outro, e ambos o encararam, sérios. Não havia nada de diferente em seus rostos, nada que chamasse a atenção de Frank.

Um arrepio atravessou sua coluna, mas nada tinha a ver com o frio. Engoliu em seco, pensando no dinheiro com que pagara o locador e o sorvete. Não sobrara nada, nem mesmo as moedas, que deixara na caixinha de doação à um hospital local.

– E-eu não tenho nada – gaguejou.

O homem que o segurava apertou ainda mais seu braço e estreitou os olhos.

Foi uma atitude totalmente inesperada, até mesmo para Frank, mas antes que o homem pudesse abrir a boca para dizer mais alguma coisa, Frank sacudiu seu braço, pegando-o de surpresa, e livrou-se da mão que o segurava, pondo-se a correr. Estava perto de casa, só mais algumas quadras, e concentrou todo seu fôlego na corrida enquanto os dois homens o seguiam de perto.

– Filho da puta! – gritou um deles, mas Frank não soube qual. – Eu vou te matar!

Não havia ninguém nas ruas ou no quintal das casas, como Frank percebeu ao buscar por algum socorro enquanto corria. Seus membros estavam começando a doer pela movimentação brusca e o ar entrava com dificuldade em seus pulmões, mas já podia avistar os pilares brancos que sustentavam o portão. Mais uma quadra e meia... Uma quadra... Meia quadra...

Quando finalmente alcançou o portão de entrada, praticamente agrediu o botão do interfone apertando-o repetidamente e dando murros no pilar como se isso fosse de alguma ajuda além de machucar sua mão. Ninguém atendeu, e Frank – em um ato de puro desespero – começou a tentar subir nas grades do portão, mas seus pés escorregavam sem apoio pelas barras.

De repente, sentiu seu moletom ser puxado com força para baixo e caiu de costas no chão, sendo içado para cima imediatamente e calçado no portão, sem chances de se defender.

– Sua mãe nunca te ensinou a não reagir a um assalto? – perguntou o outro homem, antes de socá-lo com tanta força que sua cabeça bateu na estrutura atrás de si. A dor cortante espalhou-se por seu supercílio e o sangue quente escorreu por seu olho.

Vários socos se sucederam até uma joelhada acertar seus testículos. Os homens o soltaram agora que tinham certeza de que ele não fugiria, e Frank escorregou apoiado nas barras até o chão, tombando de lado e encolhido com a dor. Nessa posição, Frank recebeu mais alguns pontapés até que um ruído mecânico soou à sua esquerda. Ele não fazia ideia do que fosse, e naquele momento – cego pela dor – pouco lhe importava, mas o fato é que as agressões finalmente pararam.

– Uma câmera – ouviu um dos homens sussurrar. Como estava de olhos fechados, não o viu agarrando o outro pelo braço, apenas ouviu os passos acelerados enquanto eles fugiam.

Frank ficou deitado no chão, sua bochecha contra o piso aquecido pelo sol, sentindo seu corpo latejar. Não teve coragem de abrir os olhos – ou o olho, não tinha certeza se continuava tendo dois agora que seu rosto estava molhado de sangue e dolorido. Não teve coragem também de se mexer, pois temia que qualquer movimento desencadeasse uma nova onda de dor. Apenas continuou ali, imóvel, rezado para que se algum daqueles ferimentos fosse capaz de causar sua morte, o fizesse imediatamente. Como em um daqueles programas de TV, em que a pessoa não sabe que tem uma doença grave e uma leve batida com a cabeça ou qualquer coisa do tipo a mata. Mas, é claro, nada disso aconteceria com ele.

Não soube quantos minutos se passaram, mas de repente ouviu o portão atrás de si ranger. Foi virado de barriga para cima por mãos firmes e decididas, e em seguida sentiu o chão sumir de baixo de seu corpo, causando-lhe uma terrível vertigem. Sua cabeça pendeu dolorosamente para trás, sem apoio, arrancando-lhe um gemido dolorido conforme era carregado pela entrada de cascalho e em seguida pelo quintal.

Sentiu o sangue escorrendo para a garganta e tossiu. Tentou levantar a cabeça, mas tinha a impressão de que algo muito desagradável aconteceria com seu pescoço, por isso desistiu. Não fazia a menor ideia de quem o estava carregando, só conseguia ouvir sua respiração pesada conforme avançavam.

A porta da frente, que nunca era aberta, chocou-se contra a parede atrás dela com uma pancada violenta ao ser chutada por quem o carregava, fazendo-o estremecer. Conseguiu abrir um dos olhos para ver que estava sendo levado para a sala de estar, onde foi colocado sobre um dos sofás maravilhosos. Viu o homem à sua frente despir uma capa que lhe cobria a cabeça, revelando o Sr. Way com uma expressão furiosa retorcendo as feições da metade normal de seu rosto.

Ele marchou com pisadas fortes para longe do campo de visão de Frank, que levou as mãos ao rosto apenas para vê-las voltarem cobertas de sangue. Várias gotas escorriam de seu nariz, pingando em seu moletom. Sem querer sujar o sofá caro, escorregou para o chão e se apoiou de costas contra o sofá, ofegando quando a dor pulsou no lado esquerdo de seu tórax.

– TORO, BRYAR, QUERO VOCÊS AQUI IMEDIATAMENTE! – trovejou seu chefe, fazendo Frank estremecer novamente.

O Sr. Way voltou para a sala de estar ainda com a mesma expressão e, vendo-o no chão, imediatamente segurou-o por baixo dos braços, colocando-o de volta no sofá como se fosse uma criança. Se o rosto de Frank não estivesse já tão vermelho de sangue, com certeza estaria ruborizado.

Ouviu passos apressados antes de a voz de Ray soar de algum lugar ao seu lado. Frank fechou o olho e segurou seu nariz, tentando fazê-lo parar de sangrar.

– Sim, senhor? – perguntou Ray, e parecia que pela primeira vez seu tom de voz não estava carregado de confiança.

– Onde você estava? – perguntou o Sr. Way, ríspido.

– Eu estava nos fundos da casa, varrendo a calçada, senhor – respondeu ele, vacilante.

– E você? – direcionou a pergunta a Bob.

– Na horta, senhor – respondeu ele, mas por não aparentar ser tão seguro de si, seu tom de voz tinha apenas uma nota de apreensão.

– Eu gostaria de saber – começou o Sr. Way, sibilando. – porque nenhum de vocês, seus... – ele pausou, tentando encontrar uma palavra, mas não conseguiu, então fez um ruído irritado com a garganta e continuou – Nenhum de vocês estava aqui dentro para atender a PORCARIA DO INTERFONE! – gritou, e Frank encolheu-se no sofá. Nunca vira seu chefe tão furioso e gostaria de nunca ter visto.

– E-eu estava varrendo senhor, como disse, e...

– VOCÊ SABE QUE ALGUÉM TEM QUE ESTAR AQUI DENTRO QUANDO O OUTRO NÃO ESTÁ! SE VOCÊS TIVESSEM ATENDIDO A DROGA DO INTERFONE QUANDO DEVERIAM, ISSO – gesticulou para o monte sangrento que era Frank encolhido no sofá, que pareceu ser notado pela primeira vez por Ray e Bob. – NÃO TERIA ACONTECIDO! SE EU NÃO ESTIVESSE NA FRENTE DO COMPUTADOR E OUVISSE O MALDITO INTERFONE TOCAR PARA TER A CURIOSIDADE DE DAR UMA OLHADA NA CÂMERA, TALVEZ ELE AINDA ESTIVESSE LÁ!

A ira em seu tom de voz era tão profunda que Frank desejou ainda estar na rua. Sentia como se estivesse invadindo um momento pessoal.

O Sr. Way respirou fundo algumas vezes, enquanto Ray o observava sem reação e Bob parecia estar esperando ser demitido.

– Andem! – disse o Sr. Way, de repente. – Chame o Dr. Kendall, Toro, e você, Bryar, traga tudo que encontrar para limpar esses ferimentos.

Os empregados saíram rapidamente para cumprir suas ordens. Frank abriu novamente o olho que não estava inchado e viu o Sr. Way parado à sua frente, observando-lhe com um olhar preocupado. Eles se encararam por alguns minutos antes que o homem lhe desse as costas e saísse, sem dizer nenhuma palavra.

Logo Bob voltou, trazendo várias gazes, álcool e um saco de gelo, e abaixou-se na frente de Frank.

– Mas o que foi que houve com você? – perguntou, entregando o saco de gelo para Frank.

– Um assalto – respondeu, encostando o gelo no olho inchado.

– Nossa, que sorte a sua.

Bob começou a limpar os machucados no rosto de Frank, e logo Ray se juntou a ele, tremendo como se tivesse levado um choque.

Não demorou muito para que o médico chegasse. Ray saiu correndo para atender o interfone quando o mesmo tocou, e em minutos o homem de meia idade já estava ao lado de Frank.

Ele foi examinado e teve seus ferimentos limpos da maneira adequada. Por sorte seu nariz não estava quebrado, e o sangue foi estancado rapidamente pelo médico, assim como o de seu supercílio, que levou alguns pontos.

Quando foi recomendado que Frank fosse até o hospital fazer algumas radiografias para ver se não tinha nenhuma costela quebrada, já que se queixou de uma dor no lado esquerdo, negou veemente. Não iria a lugar algum.

– Pois bem, nesse caso isso é tudo em que eu posso lhe ajudar – disse o médico. – Vou lhe receitar analgésicos orais e de uso tópico, e recomendo que você descanse. Se qualquer coisa acontecer, não hesite em me ligar.

O médico se despediu e foi conduzido até a saída por Ray. Ainda estava cedo, mas Frank decidiu recolher-se para seu quarto e, ajudado por Bob, arrastou-se para lá, trocando as roupas sujas por seu pijama e enfiando-se embaixo das cobertas. Levantou-se apenas duas vezes, para comer e ir ao banheiro. Quando os analgésicos começaram a fazer efeito, pegou no sono, em meio ao cansaço e frustração, e dormiu até o dia seguinte.


Notas Finais


Tretas e muitas dúvidas... mas tudo será respondido jafhjflhlk Espero que tenham gostado e desculpem a demora, estou tentando me organizar pra atualizar com mais frequência. Gostaria de saber o que estão achando, então se puderem deixar um comentário, eu ficaria feliz em respondê-lo! Qualquer erro encontrado podem me avisar para eu corrigir. Até o próximo.


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