História Behind The Scenes - Acidente- pt 2

– Alyssa? – Jeff nos interrompeu – Telefone para você. – Jeff me olhava preocupado enquanto me entregava o telefone.

– Alô?! 

– Alyssa Fletcher?

– Ela mesmo...

– Gostaríamos que viesse para o Hospital Central de Los Angeles, sua mãe está aqui...

– O-o que aconteceu?

– Ela sofreu um acidente!

Continuação - acidente

Meu mundo caiu!

Não podia ser verdade, deve ser só mais um desses rumores ridículos que paparazzis espalham, não podia ser verdade, não com minha mãe.

Ela é tudo que eu tenho, tudo que me restou. Quando todos foram embora, ela foi a única que ficou comigo.

Flashback on - seis anos atrás

– Você não vai à formatura? – minha mãe perguntou assim que me sentei ao seu lado no sofá. Neguei com a cabeça – E por que não?

– Ah mãe, tá no contrato que só pode fazer a entrada lá da cerimônia com o pai, tipo, filha com pai, filho com mãe... – dei de ombros enquanto brincava com uma mecha do cabelo. Vi minha mãe se arrastar até o meu lado e me abraçar.

– Escuta uma coisa! – ela segurou meu rosto com as duas mãos me fazendo olhar diretamente em seus olhos azuis cintilantes – Nunca deixem que te digam o que fazer, nunca! – uma lágrima escorreu pelo meu rosto e se desfez em meus lábios quando sorrir ao ouvi-lá me encorajar – Nós só temos uma outra de agora em diante. Eu só tenho você, e você tem a mim... – minha mãe me puxou para seu colo e acariciou meu cabelo – nós vamos nessa merda de formatura, e vamos arrasar! 

Flashback off - dia atual

Eu não podia perdê-la, eu não podia!

Senti o chão fugindo dos meus pés, e o mundo ao meu redor virou borrão, a única coisa que eu sabia era que eu não podia perdê-la.

– Alyssa! – Jeff me segurou quando meu corpo quis desmoronar. Vi o restante do pessoal vir correndo em minha direção.

– Alyssa, pelo amor de Deus fica acordada! – Cody disse agora me segurando firme pela cintura. Jeff saiu correndo para buscar alguma coisa, Tyler correu para buscar um copo de água, Dylan's tiraram a camisa e começaram a me abanar, Shelley tomou o telefone das minhas mãos e agora conversava provavelmente com a pessoa que me ligou, Holland olhava apavorada para mim e Cameron segurava minha mão me passando segurança. Senti meu corpo ser erguido, e percebi que Cody agora me carregava no braços.

– Shelley por favor... eu tenho que ir vê-la – eu disse com dificuldade.

– Por favor, poupe suas forças! – Cameron disse ainda acariciando minha mão.

– Não gente! – Cody me colocou sobre a mesa, e Tyler me entregou um copo de água – Eu não posso ficar aqui, eu preciso da minha mãe, preciso dela agora! – disse sentindo meus olhos serem "tapados" pelas lágrimas se começaram a se formar.

–Shhh... – Cody disse me abraçando, fazendo eu afundar meu rosto em seu peito – Nós vamos até lá, calma!

– Cody! Eu n-não posso f-ficar sem ela! – agarrei seu colarinho com força o fazendo me encarar – Eu não p-posso!

– Olha pra mim! – apertei ainda mais o corpo de Cody contra o meu, como se com isso fizesse a dor passar – Calma, ok? Vai ficar tudo bem... – ele me abraçou mais forte ainda, e eu afundei meu rosto em seu peito molhando toda a sua camisa com minha lágrimas. Eu tentava parar de chorar, mas o medo de perder minha mãe não deixava eu nem me acalmar. 

– Cody trás ela, Jeff já está com o carro estacionado nos esperando, nós vamos pra lá! – me levantei num pulo, nem sentindo mais fraqueja, eu só queria vê-la logo.

– Eu também vou! – Dylan's, Holland, Cameron, Tyler e Cody disseram em uníssono me fazendo sorrir fraco.

– Gente desculpa, o resto que ficar vai com o carro depois... – Shelley disse já pegando em minha mão – Cody e Holland, vocês vem com a gente! – Cody correu e entrelaçou nossas mãos, enquanto Holland pegou minha bolsa que Spraybarry havia pegado no trailer.

–Certo, estaremos logo atrás de vocês! – O'brien gritou assim que entrei no carro. Assenti sorrindo para ele que sussurrou um "relaxa, estamos juntos".

***

Já havíamos chegado no hospital há quase vinte minutos. 

Não tive nenhuma notícia da minha mãe ainda, a única coisa que sabia era que ela estava na UTI, e o estado era muito grave.

Estávamos todos sentados na sala de espera: no sofá do meio comigo estavam Cody, seguido por Shelley, Holland e O'brien, nas cadeiras que ficavam de frente para o sofá estavam Tyler, Spraybarry, Jeff e Cameron. Todos estavam em silêncio. Uma vez ou outra alguns me olhavam preocupados, com medo de que eu possa apagar de repente.

Cody estava ao meu lado segurando forte em minha mão. Ele me acariciava fazendo círculos imaginários nas costas da minha mão, enquanto eu chorava silenciosamente. As lágrimas ainda desciam, não deram trégua, então decidi deixá-las rolar sem dó, quem sabe assim eu me sentia mais leve, e o meu peito ficava menos doído.

– Gente, podem ir descansar! Assim que souber qualquer coisa eu aviso vocês... – eu disse por fim, após um longo suspiro.

– Iremos ficar aqui com você! – O'brien disse decidido.

– É sério, eu até prefiro que vão... – apertei os lábios engolindo a vontade de chorar alto. Cody apertou minha mão e logo depois depositou um beijo na mesma. Não pude segurar e comecei a chorar descontroladamente. Ele me puxou para seus braços e eu me permitir me afundar ali mais uma vez, enquanto ouvia ele sussurrar para o pessoal ir. De relance vi o pessoal indo embora, exceto por Shelley que disse que iria comprar algo para comermos. Cody não disse uma palavra se quer, só ficou ali me guardando em seus braços, fazendo dele meu abrigo. Encostei minha cabeça em seu peito esquerdo e pude ouvir seu coração batendo bem devagar, ele estava completamente calmo, isso meio que me acalmou também. Enquanto eu ouvia as batidas de seu coração, senti uma vontade enorme de cantar a primeira música que aprendi no violão, Trust in you da Lauren Daigle. A primeira a ouvir foi minha mãe:  – Letting go of every single dream I lay each one down at your feet every moment of my wandering Never changes what you see I've tried to win this war I confess my hands are weary I need your rest, mighty warrior, king of the fight no matter what I face, you're by my side... when you don't move the mountains I'm needing you to move, when you don't part the waters I wish I could walk through, when you don't give the answers as I cry out to you I will trust, I will trust, I will trust in you! – apertei os olhos fazendo as lágrimas escorrerem e Cody me abraçou mais forte.

***

Abri meus olhos com dificuldade, sentindo eles doerem pelo tanto que chorei, minha cabeça doía de uma forma terrível. Olhei para o lado vi Shelley dormindo toda desengonçada na cadeira, ela vai acordar com torcicolo! Braços fortes rodeavam minha cintura firmemente, como se me prendesse caso eu quisesse fugir, olhei e vi Cody Christian dormindo com a cabeça tombada para o lado, ele também vai acordar com torcicolo!

Me desvencilhei dos braços de Cody, e me levantei. O ajeitei no sofá, de uma maneira que ele pudesse deitar, fui até Shelley e coloquei um travesseiro de baixo de sua cabeça. Fui em direção ao espelho que tinha ali, e me assustei quando me vi, eu estava o pó! Meu cabelo todo bagunçado, rosto inchado... fiz um coque no cabelo e fui até o banheiro jogar uma água na cara.

Cheguei no banheiro e estava vazio, ótimo. Fui até a pia e fiquei encarando meu reflexo no espelho. Os cabelos longos negros, a pele bronzeada, os olhos azuis cintilantes, a pequena covinha perto da boca que aparecia sempre que eu sorria, eu era a cópia da minha mãe. As lágrimas voltaram a descer involuntariamente quando a imaginei. Abri a torneira e joguei água na cara, e depois passei as mãos molhadas na minha nuca. Enxuguei o rosto, e me encarei novamente no espelho, dei um longo suspiro e saí.

Voltei para a sala de espera e Cody já estava acordado, Shelley ainda dormia profundamente.

– Oi. – ele disse sorrindo assim que me sentei ao seu lado.

– Oi. – sorri de volta e encostei minha cabeça em seu ombro e logo seus braços me rodearam.

– Minha mãe teve câncer... – Cody disse me fazendo o olhar curiosa. Ele mantinha seus olhos fixos às cadeiras que estavam em nossa frente – de mama... foi o pior momento da minha vida. Quando vi seus cabelos caindo a cada sessão que fazia... – seus lábios começaram a tremer e logo uma lágrima escorreu e se desmanchou em seus lábios. Involuntariamente deixei uma lágrima escapar também – Ela foi tão forte, às vezes achava que iria perdê-la, mas logo voltava a ter fé... mas nós vencemos! – ele sorriu e me encarou confiante – Não estou dizendo que sua mãe vai sair dessa, só Deus sabe, estou dizendo pra não perder as esperanças, muito menos a fé, aconteça o que acontecer, tudo está sob controle. – assenti sorrindo ainda sentindo lágrimas escorrerem. Cody segurou meu rosto com uma de suas mãos e me beijou delicadamente, as lágrimas ainda rolavam, e isso fazia aquele momento ficar mais inesquecível ainda. Ele partiu o beijo com selinhos, e um longo abraço, depois me encarou nos olhos e disse: – Caso as coisas não funcionem como você espera, eu ainda estarei aqui, isso é uma promessa!

Cody estava ali, e isso me dava forças. Não importa os erros que ele cometeu, ou qualquer outra coisa, ele estava ali, e isso importava!