História Behind The Scenes - Uma maravilha

– Ridículo! – neguei com a cabeça e ele riu. – Então aceita viajar comigo? – perguntei impaciente. Cody passou a língua pelos lábios e mordeu levemente meu lábio inferior e depois me deu um sorriso de canto de boca.

– Não... eu aceito ser seu namorado!

Uma semana depois - season finale party

As gravações acabaram, hoje era finalmente episódio final da temporada.

Ontem, fizemos um social em minha casa, somente com o pessoal da série, incluindo cabo-mens, nossas maravilhosas camareiras, produtores, diretores, escritores, atores e atrizes, pessoal do cenário, câmeras, limpeza, ou seja, todos que trabalham junto com a gente todos os dias.

Cody e eu estávamos mais próximos. Desde que pedi que fosse viajar comigo, como meu namorado, ele vive me chantageando.

Flashback on- cinco dias atrás:

– Estava pensando aqui... – Cody disse com um sorriso malicioso nos lábios – Você não disse nada ao Gregg sobre nós, disse?

– Nós? – indaguei com o cenho franzido e ele revirou os olhos impaciente – Não Cody, não disse.

– Então vai dizer... – Cody deu de ombros pegando meu celular em cima da mesa o desbloqueando.

– Nos seus sonhos... – soltei um riso debochado e ele me encarou.

– Ops! Parece que alguém vai sem namorado viajar com o papai... – Cody fez biquinho e depois deu de ombros.

– Cody, por favor!

– Nada de França para nós, baby! – ele segurou meu queixo e sacudiu levemente – Ou liga para o Gregg e diz o que eu mandar, ou... – enrolou uma mecha do meu cabelo em seu dedo indicador e depois me deu um selinho demorado –  "au revoir" França! – ele disse com sotaque francês.

– Me dá a merda desse celular! – exclamei irritada e ele gargalhou alto me entregando o celular. Disquei o número de Gregg e esperei o mesmo atender: – Oi Gregg, tudo bem?... – Cody sussurrou "tô te ligando pra dizer que não dá mais pra ficarmos juntos"  neguei com a cabeça desesperadamente e Cody balançava a cabeça freneticamente sinalizando positivo – Ah... tô ligando pra dizer que... huh... não dá mais... entende? – Cody negou e sussurrou "fala"  e eu o mostrei o dedo do meio, o mesmo gargalhou silenciosamente – Desculpe... – Cody revirou os olhos e disse "Cody é melhor de cama, entende?" revirei os olhos para ele e sussurrei um "vai se ferrar!" e o mesmo me respondeu com um abraço e uma gargalhada – Ok, obrigada por entender... tchau! – desliguei a chamada e sorri para Cody.

– Não valeu! – ele exclamou me abraçando.

– Bem nos seus sonhos que eu iria agir como uma idiota com ele né, por favor! – respondi o empurrando, mas não conseguia me desvencilhar dos seus braços.

– Então nada de França... – Cody disse em meu ouvido e eu gargalhei alto.

– Tudo bem, posso ligar para Gregg novamente... – dei de ombros ameaçando pegar o celular novamente.

– Tudo bem, tudo bem! – ele pegou minha mão me impedindo de pegar o telefone. Cody se levantou do banquinho e ficou de frente para mim me encarando. Colocou sua mãos em meu rosto, e ficou me acariciando com o polegar.

– Pagando de namoradinho, Christian? – perguntei debochada, mas por dentro estava soltando fogos.

– Treinando para quando chegarmos na França... – ele deu de ombros sorrindo. Eu abracei sua cintura, fazendo nossos corpos se aproximarem, levantei minha cabeça encarando seu rosto, e nossos olhares se prenderam um ao outro, e foi uma sensação muito estranha. Meu estômago revirava, e meu coração começou a acelerar, senti as maçãs do meu rosto arderem. Cody foi se aproximando de mim lentamente e selou meus lábios. – Juro tentar não estragar tudo!

Flashback off:

Dava pra acreditar?

Cody estava um anjo há cinco dias. Tínhamos que "fingir" um relacionamento somente na França e na frente das câmeras, mas ele me beijava, abraçava, me acariciava, mesmo com ninguém vendo, e claro, eu estava adorando.

Hoje era a festa da season finale, e amanhã mesmo viajaremos.

A festa começaria às sete da noite, pois o episódio ia ao ar às oito e meia, não podíamos nos atrasar. Então, quando deu umas cinco e meia da tarde, meu personal style, Kaiel e sua equipe, chegaram em minha casa trazendo duas maletas enormes de maquiagem, secador, chapinha, e meu vestido que usaria.

– Querida, olha o seu vestido! – Kaiel disse pausadamente colocando o vestido estendido em cima da minha cama. Puta merda! O vestido mais lindo que já usei até agora. Ele tinha uma cor meio branco, meio creme. O busto era de renda, e tinha um decote em "v", não muito em evidência, um cinto grosso metálico dourado divida a saia do busto, a saia era num tecido parecido com tule, e tinha uma fenda na perna esquerda. Era o vestido mais lindo que já vi em toda a minha vida. – Um luxo!

– Puta que pariu Kaiel! – exclamei após ficar quase um minuto com a boca aberta. – Eu te amo! – dei um pulo em seu colo e gargalhamos juntos.

– Chega de doce e vamos rebocar essa cara! – ele disse me empurrando para a cadeira de frente à penteadeira me fazendo sentar. Kaiel começou por meus cabelos. Secou com secador, depois pranchou ele, e fez ondas leves com o babyliss, deixando meu cabelo ondulado nas pontas e o repartiu no meio. Depois ele e sua equipe começaram com a maquiagem. Não sei explicar ao certo, mas foi quase dois quilos de rímel! A sombra que passaram em mim tinha na cor chumbo, branco e levemente um dourado, passaram um lápis azul, quase cinza claro, contornando a parte de baixo dos meus olhos, e na boca um batom rosa, quase nude. – Prontinho meu amor! – me olhei no espelho e puta merda! Eu me pegaria. – Agora vai colocar o vestido que faltam vinte minutos para às sete, Cody já deve estar chegando! – assenti dando uma última checada no espelho e entrei no closet, para vestir o vestido. Calcei minhas sandálias de salto altíssimo, pretas com detalhes dourados e saí.

– E então? – perguntei para todos que estavam ali. Eles me olharam sorridentes e disseram algo como "divina, linda, arraso". Meu telefone tocou, e no visor estava escrito "Cody Christian". Dei uma olhada em mim pelo espelho e atendi a chamada: – Berra Cody!

– Oi meu amorzinho, que doce você! – soltei um risinho e pude imaginar ele revirando os olhos – estou chegando na sua casa, esteja aí em frente!

– Sim senhor! – desliguei a chamada sem esperar resposta dele, e tirei uma foto para agradecer ao estilista, ao Kaiel e sua equipe, enfim, merchandising.

Pedi para Kaiel esperar Leslie chegar para entregar a chave da casa para ela, já que provavelmente eu iria demorar muito para voltar. 

Desci as escadas, e fui para a entrada da casa. Abri a porta, já vendo o carro do Cody estacionado em frente ao portão. A porta do motorista se abriu revelando um fucking Cody. Ele estava muito, muito, muito gostoso. Usava um terno preto justo, não muito justo, porém o suficiente para evidenciar seus músculos, era o estilo clássico, mas porém numa versão muito mais sexy.

Cody caminhou em minha direção me olhando dos pés a cabeça com um sorriso lindo no rosto. Parou a minha frente pegando em minha mão esquerda e me fazendo girar.

– Você está muito linda, juro! – ele disse colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Não resisti e selei seus lábios.

– Muito obrigado! – respondi puxando suas mãos para rodearem minha cintura, e assim ele o fez. – Digo o mesmo sobre você... 

– Posso te beijar de verdade? – Cody perguntou encarando meus lábios.

– Bem pouquinho, não posso tirar o batom! – disse divertida. Ele colocou uma de suas mãos delicadamente sobre meu rosto e acariciou ali, me olhou durante um tempo nos olhos e colocou nossos lábios. Minhas mãos foram para sua nuca, e pousaram ali. Não era uma beijo urgente, muito pelo contrário! Cody me beijava com delicadeza, como se eu fosse quebrar com algum movimento bruco que ele fizesse. Nos separamos e ficamos nos encarando até lembrarmos da festa e entrarmos no carro.

***

Cody deu o carro para o manobrista, assim que estacionamos no teatro, onde aconteceria a festa.

Os fãs estavam um pouco do lado de fora, e alguns estariam lá dentro. Entramos de mãos dadas, como um casal, e os fãs gritavam estéricos. Paramos no decorrer do caminho para tirar fotos com eles, e depois no dirigimos para o stand de fotos. Cody rodeou minha cintura com seu braço esquerdo, e eu com o direito. Ficamos ali por cerca de quinze minutos, tirando fotos e dando rápidas entrevistas antes de entrarmos.

***

Oito e quinze da manhã - 08h 15 am

A festa acabou para mim e Cody às três da manhã, pois tínhamos que acordar cedo para pegar nosso voo.

Cody dormiu em casa comigo, já que iríamos sair pela manhã. 

Já havia arrumado nossas malas, tomado banho e feito café, só estava esperando Cody acordar.

Entrei em meu quarto pela segunda vez para o acordar, e o mesmo continuava de bruços dormindo tranquilamente. Fui até a janela, abri as cortinas fazendo a claridade invadir o local. Cody resmungou baixinho e se espreguiçou.

– Acordou bela adormecida?! – disse batendo palmas, enquanto ele esfregava os olhos.

– Bom dia pra você também docinho! – Cody disse irônico.

– Vamos querido, temos um voo pra pegar. – ele se levantou da cama, revelando seu belo abdômen, que eu não canso de apreciar. Assim que entrou no banheiro, eu comecei a arrumar a cama.

Passado uns dez minutos, Cody finalmente terminou de se arrumar e desceu para tomarmos café da manhã.

– Era pra eu estar nervoso assim mesmo? – ele perguntou se sentando ao meu lado na mesa. Gargalhei enquanto pegava o creme de avelã para passar no pão.

– Relaxa baby, meu pai é tranquilo... – lancei uma piscadela divertida para ele que soltou um suspiro longo. 

– Ele vai fazer perguntas não vai? – Cody questionou com a boca cheia de pão.

– Com toda certeza, mas relaxa, você é Cody Christian, certo? O melhor de todos... – respondi irônica enquanto limpava o quanto de sua boca com meu polegar direito.

– Idiota! – ele rebateu dando uma leve mordida em minha mandíbula – Não recebi meu beijo de bom dia...

– E nem vai receber! – disse lhe lançando um sorriso de canto.

– Ah vamos ver... – Cody puxou o meu banquinho para perto e me virou de frente para ele, que me olhava com um sorriso malicioso. Arqueei a sobrancelha e dei uma mordida no morango que estava em minhas mãos, o provocando, Cody mordeu o lábio inferior encarando meus lábios com atenção – ridícula! – soltei uma gargalhada e logo senti sua mão adentrando meu cabelo me puxando para um beijo.

– Cody... – eu disse com dificuldade com nossos lábios ainda grudados e ele murmurou um "hum" – Vamos nos atrasar! – o afastei de mim o empurrando com as duas mãos em seu peito, e ele se levantou.

***

Havíamos feito check-in faziam vinte minutos. Já estávamos dentro do avião, apenas esperando ele decolar.

A viajem duraria oito horas, seria uma longa viajem.

Cody entrelaçou nossas mãos e as pousou sobre o braço da poltrona fechando seu olhos para dormir, no começo me assustei com sua reação, mas logo deitei minha cabeça em seu ombro e adormeci.

***

– Oi, desculpe, mas o avião já pousou, estamos em solo francês... – uma aeromoça morena, bonita por sinal, disse nos acordando.

– Meu Deus, desculpe! – disse já cutucando Cody que abria os olhos lentamente – Desculpe... – ela murmurou um "imagina" e saiu. 

Não! Nós não dormimos oito horas seguidas. Acordamos umas quatro vezes, e voltamos a dormir.

Descemos do avião, com nossas bolsas de mão, e caminhamos lentamente em direção ao portão de desembarque.

– Meu Deus, que enjoo! – Cody exclamou apertando minha mão e eu soltei uma gargalhada alta – O que foi? – ele me encarou com o cenho franzido.

– Você está nervoso por causa do meu pai! – debochei dele que me revirou os olhos negando com a cabeça.

– Talvez esteja mesmo, mas foda-se! – coloquei minha mão em seu rosto e o acariciei o fazendo me encarar curioso.

– Vai dar tudo certo, só temos que fingir, atuar... – disse óbvia e ele deu um sorriso amarelo e abaixou o olhar, me deixando intrigada com sua expressão.

– Fingir... – ele disse baixinho – venho fazendo isso há tempos... – me olhou nos olhos e sorriu. Não fiz questão que querer entender perfeitamente o que ele disse, pelo menos não agora. Teremos tempo nessa viajem. Sorri para ele em resposta e voltamos a caminhar.

Pegamos nossa mala e fomos para a escada rolante. Assim que olhei para baixo, vi meu pai acenando para nós. Cody apertou minha mão e eu segurei um riso ao olhar para sua cara de "eu vou desmaiar". Acenei de volta para eles. Assim que saímos da escada corri em direção ao meu pai e o abracei forte. Não nos víamos desde o enterro da minha mãe, então senti uma emoção enorme ao abraçá-lo, talvez porque me lembrei dela...

– Meu amor que saudade! – meu pai exclamou segurando meu rosto entre suas mãos.

– Nem me fale... como você está? – perguntei sorridente. Vi de relance Cody colocar as malas no chão e se posicionar atrás de mim. O olhar do meu pai se voltou para a figura atrás de mim.

– Estou ótimo! – ele sorriu escancaradamente, mas eu sabia que ele estava sendo irônico. – Você deve ser Cody Christian, huh? – ele estendeu a mão para Cody que a apertou instantaneamente.

– Isso m-mesmo... oficialmente é... um prazer conhecer o s-senhor! – Cody disse gaguejando e eu segurei o riso ao vê-lo vermelho.

– Pra você é somente Wesley! Senhor Wesley... – meu pai disse ríspido o que fez Cody crispar os lábios e me encarar receoso.

– Que cena linda em papai! – eu disse rindo. Os dois continuavam a se encarar, então eu entrei no meio e dei uma bolsa de mão para meu pai carregar e os afastei um do outro. 

– Vou levando essas para o carro. – meu pai disse ainda encarando Cody que sorriu fraco em resposta. Assim que ele virou as costas, Cody semicerrou os olhos com o cenho franzido e negou com a cabeça.

– O que foi? – questionei segurando o riso.

– Nada, apenas sentindo que essa viajem vai ser maravilhosa...