História Behind The Scenes - Descobertas

Todas às vezes que Cody sorria, ou me beijava, eu sentia meu coração querer sair pela boca, entretanto eu sabia que aquilo era um segredo que eu deveria manter à setenta chaves.

Oitava semana de gravação

Sempre imaginei que o elenco de Teen Wolf fosse simpático, receptivos, mas nunca imaginei que me receberiam como se eu já fizesse parte desde a primeira temporada, eles eram definitivamente incríveis. E não posso me esquecer do fandom! Fiquei com receio do meu personagem não ser bem aceito por eles, mas de acordo com o que acompanho no twitter, Melissa está se saindo muito bem.

As gravações já estavam bem adiantadas, portanto Jeff nos deu três dias de folga, o que pra nós parecem férias, já que por conta das gravações temos no máximo cinco horas de sono.

Ontem foi aniversário do Tyler, mas ele decidiu deixar a comemoração para hoje, já que é sexta-feira.

Eu e minha mãe mudamos de casa. Antes eu tinha que atravessar Los Angeles para chegar no set, agora chego lá em trinta minutos no máximo. Na verdade dei de presente essa casa para dona Clarice, sempre disse que assim que começasse a ter meu salário de atriz, eu iria comprar uma casa do gosto dela, e assim fiz.

A casa era gigante! Dois andares, quatro quartos, três banheiros, duas salas, sendo uma de estar e a outra de TV; uma cozinha enorme, uma varanda com direito a vista para o centro de LA. 

– Alyssa, me ajuda a pegar essa caixa aqui?! – minha mãe gritou do andar debaixo onde fica a cozinha, a sala de TV e dois quartos.

– Estou indo! – gritei como resposta. Terminei de colocar as últimas peças de roupa no guarda-roupa, e desci para ajudar minha mãe – Já disse que não é pra ficar pegando coisas pesadas demais dona Clarice! – ela estava tentando pegar sozinha uma caixa que estava a rack desmontada. Minha mãe tem trinta e sete anos, não é velha, mas tem problemas na coluna desde os seus dezessete anos, quando caiu no chão após um salto na aula de balé.

Todos dizem que ela se parece muito comigo: cabelos pretos, olhos azuis, relativamente baixa (que significa um metro e sessenta e quatro de altura), cor parda, mas é no gênio em que nós nos parecemos mais. Aprendi com ela a nunca desistir fácil das coisas, se você tem um sonho, corra atrás dele, e não deixe que ninguém te ponha para baixo. 

Passamos por muitas dificuldades pra chegar aqui. Meu pai nos deixou sem explicação alguma quando eu tinha quinze anos, só apareceu ano passado no meu aniversário de vinte e um anos, com sua nova esposa. Minha mãe ficou arrasada, nem tanto pelo o que ele fez com ela, mas por mim. Nós o perdoamos, e mantemos uma relação cordial, porque acima de qualquer erro, ele continua sendo meu pai.

– Você não vai se arrumar para o aniversário do Tyler? – minha mãe perguntou assim que terminamos de montar a rack.

– Estou pensando se devo ir... – dei de ombros apertando os últimos parafusos.

– Por quê?

– Ah mãe, mudamos ontem, estou cansada, não quero te deixar sozinha aqui. – respondi me levantando.

– Eu sou a mãe aqui Alyssa! – dona Clarice disse com as mãos na cintura – Você vai sim! Vai se divertir, e porque eu quero ficar sozinha também, quero descansar na minha nova banheira. – ela disse fazendo cara de esnobe o que me fez gargalhar.

– Poderosa! – debochei dela que riu – Ok, eu vou, mas toma cuidado por favor, me liga qualquer coisa, certo?

– Certo meu amor, agora some daqui e vá se arrumar porque você tá um caco! – ela disse fazendo cara de nojo ao me olhar dos pés a cabeça.

–Tô indo! – deixei a chave de fenda em cima da mesinha de centro, e subi direto para o meu quarto para tomar banho. Liguei o chuveiro na água gelada, para relaxar os músculos, e tomei um banho demorado.

Me enrolei na toalha e saí do banheiro, fui direto para o guarda-roupa para escolher um vestido. Tinha feito compras há três dias atrás, então eu tinha opções. Deixei dois vestidos em cima da cama, para escolher depois e fui secar o cabelo.

***

– Mãe! – gritei olhando para os dois vestidos que estavam em cima da minha cama para escolher, já tinha feito a maquiagem, o cabelo, só faltava o mais importante: a roupa. O primeiro vestido era todo branco, o corte era ombro-ombro, e era no estilo tubinho. O segundo vestido era preto com detalhes em pedrarias douradas, tinha recortes nas laterais da costela que terminava no quadril, e a saia do vestido era no estilo tubinho também. – Não sei qual vestido escolher!

– Filhos... – ela entrou bufando no meu quarto olhando direto para a cama – O preto! – concluiu após conferir minha maquiagem e cabelo.

– Certeza? – ela assentiu – E o sapato? Preto ou nude?

– Nude. – minha mãe disse e já saiu indo direto para o quarto dela, certeza que estava indo para a banheira, que fiz questão de mandar colocar lá, ela merecia.

Terminei de colocar o vestido, e fui procurar meu maxi colar, porém no meio do caminho meu telefone tocou:

– Alô!

– Oi Aly, vai ir pra festa né? – Shelley perguntou do outro lado da linha.

– Oi Shel, vou sim, estou terminando de me arrumar.

– Tem como passar aqui pra pegar eu e a Holland, não queremos ir de carro, vamos beber...

– Ah, imaginei – pude ouvir uma risada da Shelley e a acompanhei rindo também – Passo aí em quinze minutos.

– Fechado, estamos quase prontas também.

– Tá bom, beijo!

– Beijo. – Shelley respondeu por último e eu desliguei a chamada voltando a procurar o colar.

***

– Sinto que esse sapato vai me incomodar quando for fazer twerk! – Shelley disse assim que estacionei o carro na boate, fazendo eu e Holland gargalhar.

– E você não pode tirar... – Holland disse dando de ombros e eu concordei.

– Por que não posso?

– Já viu Beyoncé tirar o salto pra dançar? – eu perguntei e ela negou – Rihana? – Shelley pensou por alguns instantes e negou novamente – Então, rainhas nunca descem do salto.

– Ótima observação. – ela me respondeu balançando a cabeça positivamente e todas nós rimos. Saímos do carro, e logo um segurança veio pegar nossos nomes para conferir com a lista.

– Certo, podem entrar. – o segurança disse ríspido. Não esperamos nem mais um segundo e entramos, as meninas queriam se divertir logo, e eu só estava com medo do cara mesmo.

Entramos na boate e aquilo estava muito, muito, muito lotado! A maioria eu não conhecia, mas pude reconhecer alguns que estavam no balcão do bar, como Kendall, Cara, Kylie, Grant, Selena, Cameron e outros que não me recordo o nome.

Shelley já sumiu do meu campo de visão, pude ouvir um "sai da frente que é minha música", e só a vi entrando no meio daquele aglomerado de pessoas. Holland estava tão perdida quanto eu, pois olhava pros lados com cara de pavor, e aquilo era muito engraçado.

– Quem são essa duas gatas sozinha por aqui? Será que tenho chance? – uma voz surgiu atrás de nós nos dando um susto daqueles, mas quando viramos vimos apenas Dylan O'brien e sua namorada Britt.

– Você ama assustar as pessoas né?! – questionei perto do seu ouvido devido à música alta, e ele apenas assentiu rindo.

– Holland já conhece Britt, então... Aly essa é a Britt, minha namorada, Britt essa é a Alyssa! – ele disse nos apresentando.

– Oi, prazer em conhecê-la! – Britt disse dando beijos estalados em meu rosto.

– Prazer é meu! – ela sorriu simpática.

Ficamos ali conversando por algum tempo, até Tyler chegar e nos levar para o segundo andar da boate, onde estava mais vazio, segundo ele, reservou aquele espaço para os mais íntimos.

Sentamos numa mesa onde estavam Arden, Crystal, Daniel, Tyler Hoeclin, Ian Bohen, Jr, Grant, Cameron e Spraybarry. 

A festa estava muito agradável, diferente de outras festas que fui, que me fez odiar "noitadas". Talvez seja pelas pessoas que estão aqui que estão fazendo ficar um lugar bom para estar.

Desde que cheguei, não vi nem vestígios do Cody, e isso estava me fazendo olhar para todos os lados o procurando. O que eu não queria na verdade era ver que ele estava com uma garota por aí. Ok, posso ter quase vinte dois anos, mas ainda sinto ciúmes, mesmo que seja ciúme de quem nem é meu.

A festa seguiu, e já passava de três horas da manhã quando o vi subindo as escadas, em direção de onde estávamos.

A cada passo dele, eu sentia um frio diferente na espinha.

– Boa noite pessoal, e aí? – ele disse chegando em nossa mesa, cumprimentando cada um ali com um abraço – E um oi especial pra você! – ele sussurrou em meu ouvido quando chegou em minha vez. Os pelos dos meus braços se eriçaram todos ao ouvir sua voz tão perto.

– Olá, achei que não viria. – respondi me levantando para o abraçar. Cody Christian estava fodidamente perfeito! Puta merda, e cheiroso. Usava uma camisa social branca, e por cima uma jaqueta preta por cima, a calça era preta também, e nos pés usava um meio coturno preto também. Sua barba perfeitamente delineada, seu cabelo penteado em um topete. Puta merda, era o cara mais bonito dali. Cody me abraçou apertado, e demoramos mais que o normal nos abraçando, e isso chamou a atenção de todos ali que nos olharam maliciosos.

– O aniversário é do Tyler, mas é você quem está de parabéns! – ele disse assim que nos soltamos.

– Desprezível essa cantada Cody! – eu disse divertida e ele gargalhou.

***

Passava das quatro da manhã, e boa parte do pessoal que estavam na mesa, já estavam bêbados, outros estavam dançando loucamente. Restaram relativamente sãos na mesa Grant Gustin, Cameron Dallas, Holland, eu e Cody.

Começou tocar Do I wanna know do Arctic Monkeys numa batida eletrônica, e não pude controlar meus lábios de cantarolar.

– Vamos dançar? – Cody sussurrou em meu ouvido me assustando, e ao mesmo tempo me arrepiando. Olhei para Holland que arqueou a sobrancelha esquerda, me olhando maliciosa, e depois sussurrou "anda logo" entre dentes. Olhei para Cody sorrindo satisfeita, e ele entendeu e pegou em minha mão me levantando, levando-me para a pista de dança.

A verdade era que eu não sabia como dançar, digo, sei dançar sozinha, meu espelho é prova disso, mas com outro pessoa é totalmente diferente. Me deixei levar pela batida da música, e comecei a me mover automaticamente. Senti Cody se posicionar atrás de mim, e então começamos a dançar em sincronia. Ele me puxou pra mais perto, e depois me virou de frente para ele.

Continuamos a dançar, até eu olhar em seu rosto e ter a vontade quase incontrolável de beijá-lo ali mesmo, porém juntei forças e virei o rosto para o lado, ainda dançando. Senti sua mão envolver toda a minha cintura me trazendo mais para perto, e  quando seu rosto foi se aproximando do meu, a música acabou. Sorrimos um para o outro, em parte sem graça, em outra satisfeitos, e voltamos para a mesa.

Agradeci mentalmente pela música ter acabado, pois se não uma das minhas maiores vontades iriam ser descobertas.