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História Behind The Secrets - Fourth Season - Same old stuff


Escrita por: featollg

Capítulo 19 - Same old stuff


- Eu vou dormir no outro quarto. Fica aí você. Que saco. - Ele sai e bate a porta. Sério isso? Fico irritada e acabo dormindo sozinha. 

                                               ...

Acordo com o meu despertador e vou direto para o banho. Estou morta de sono. Fui dormir muito tarde e ainda sozinha. Sem os meus filhos e o Justin em outro quarto. Saio no quarto de toalha na cabeça e Justin esfregava o cabelo na toalha azul, ainda com uma cueca preta. 

- Bom dia. - Falo educada.

- Bom dia. - Ele responde no mesmo tom. Passo meu desodorante e logo o hidratante corporal. Vou até meu closet com a toalha enrolada no busto e ele para próximo a mim. Pego uma calcinha qualquer e logo um sutiã. Sem que ele me veja nua, visto as duas peças e levo a toalha até o banheiro. - Eu não estou mais irritado.

- Que legal. - Digo com um leve sorriso no rosto e volto a ficar séria. Ele me olha pelo canto dos olhos enquanto pego uma calça jeans escura e para em minha frente. 

- Você está brava?

- Eu? Não.

- Então o quê? 

- Eu só não achei legal você ter saído do quarto ontem e ter me deixado sozinha. Foi chato da sua parte.

- Eu pensei um pouco nisso. - Ele se aproxima. - Eu estava irritado, tinha bebido bastante. Só queria ficar um pouco sozinho.

- Você ficou quatro horas sozinho bebendo. - Falo descontente e ele desce o olhar terno. - E ainda estava com o celular desligado. 

- Eu sei. - Ele morde a própria boca. - Vamos ficar numa boa. - Ele toca meu braço esquerdo. - Ei. 

- Agora você quer ficar numa boa? - Cruzo os braços.

- Eu sempre quero. - Ele sorri todo fofo e me puxa para um abraço. Nos apertamos bem forte e eu o solto. - Ok?

- Ok. - Falo e logo me afasto. Visto a calça jeans e tiro a toalha do cabelo para tirar o excesso com o secador. Tento ligar para o Jeremy, mas ele não me atende. Mando uma mensagem para saber como estão as crianças e deixo o quarto já com o meu salto preto. Ando até a copa e Justin estava batendo uma vitamina. Pego uma torrada que estava na mesa e começo a comer ao passar cream cheese. 

- Framboesa, banana e blueberry. - Minha favorita!!!! Comemoro e pego o meu copo. 

- Está uma delícia. - Digo empolgada. Ele toma alguns goles e senta em minha frente. Pega outra torrada e passa geleia de morango. 

- Anna não vem hoje?

- Amanhã. 

- Huh. Eles chegam na sexta?

- Sábado de manhã. - Falo enquanto como minha torrada. 

- Ótimo! Estou sentindo tanta falta deles.

- Eu também... É muito ruim sentir isso. Duas semanas é muita coisa. - Lamento e terminamos o café juntos. - Temos que sair em meia hora.

- Huh, ok. - Ele concorda e fica de pé conforme olha ao redor à procura do celular. Tiro a mesa e rapidamente lavo a louça. Justin foi até os cachorros e eles começaram a latir. Guardei tudo e liguei a televisão da sala no canal de notícias. Justin então entra novamente em casa e vai até o lavabo. - O que diz a previsão? 

- Chuva e pouco frio.

- Ótimo. 

- Para ficar em casa, né? - Ele ri. - Eu adoraria, ainda mais com as crianças.

- Logo eles estarão de volta... Relaxa. - Parece que quanto mais ele fala isso, mais eu fico irritada com o fato deles ainda não estarem aqui. Nunca pensei que seria tão difícil. Agora posso dizer que sei como minha mãe se sentiu quando fui embora de São Francisco com Justin.

- Eu não consigo. Penso neles o tempo todo, mesmo.

- Eu sei. Eu também penso muito neles, mas lembre-se de que eles estão se divertindo, assim como nós também tivemos bons e maus momentos. - Assinto e vou até a escada. Ele para em minha frente e dá um beijo em minha mão. 

- Eu vou terminar de me vestir.

- Vamos. - Ele sobe atrás de mim, segurando minha cintura, e entramos no nosso quarto. 

- Onde você passou a noite? - Falo ao entrar no quarto e abro as janelas.

- Naquela cama do quarto deles.

- Aw. - Aperto suas bochechas. - Que lindo. 

- Eu estou com um pouco de dor de cabeça.

- Aprenda a parar de beber à toa.

- Não foi à toa.

- Aquela quantidade foi. - Ele revira os olhos e dou um selinho nele, que logo me dá outro e trocamos um curto beijo. Justin abre meu sutiã de imediato e mordo seus lábios. Ele tira o mesmo com tudo e me deita na cama. 

- MELLANIE. - ele para de imediato deitado em cima de mim, com vontade de rir. - Seus seios... Só chupões. - Ele me faz rir. Olho através do espelho e logo desço o olhar. Realmente. Caramba. - Nossa, foi mal. Isso nunca tinha acontecido.

- Estou surpresa que eles ainda estão aqui. - Ele ri e eu o abraço. Justin me enche de beijos no pescoço e logo nos beijamos mais algumas vezes. Eu bagunço todo o seu cabelo e ele mexe nos meus fios molhados. 

- Você é bem engraçada. - Ele diz sério e me dá vários selinhos. Acaricio suas costas e ele desabotoa minha calça jeans. 

- Nós temos que sair daqui a pouco, não esquece. 

- Não esqueci. - Ele sussurra. - Mas é que eu gosto de te beijar assim, seminua. Ainda mais agora que seus seios estão marcados assim. Ainda bem que você não sentiu dor, eu ficaria me sentindo culpado. - Ele fala baixo. 

- Eu não senti dor mesmo... - Acaricio seu cabelo e pego o pulso esquerdo dele para olhar no relógio. São 7h40. - Nós já temos que sair e eu ainda não estou pronta! - Falo ao apoiar com os cotovelos na cama e ele analisa meu rosto, logo ajeito meu cabelo ao jogá-lo para trás. Ele me dá vários beijos entre os seios e chupa bem ali. 

- Você não faz ideia do efeito que esses seios marcados me causam. - Ele já estava com a respiração curta e me agarra com força. Nos beijamos com intensidade até que ele acelera todo o ritmo e me deixa na vontade. Desabotoo minha calça jeans e ele começa a puxar para baixo conforme me beija. Para com as mesmas no meu joelho. Eu desabotoo sua calça social e desço o zíper. Ele deixa a calça cair no chão e voltamos a nos beijar com gosto. - Sério. Muito desejo.

- Você gosta? - sussurro e ele assente conforme nos beijamos. - Deve ser porque você lembra como foi, o gosto, a sensação. - Ele me deixa ofegante e já respirava fundo. Justin me aperta pelo corpo todo e desce a própria cueca. Ele estava ereto. Caramba. Logo cedo, pensei. Dane-se o horário. Eu vou um pouco mais para trás e Justin aproveita para beijar minha barriga, logo puxa minha calcinha para baixo e assopra minha intimidade conforme abro um pouco as pernas. Era difícil por conta da calça. Ainda estou de salto. Justin deita em cima de mim e nos beijamos novamente, cheios de querer. Ele entra em mim com toda pressa do mundo e eu fecho os olhos num segundo para apreciar. 

- Ahhh... - murmuro e nos olhamos nos olhos conforme ele me faz acompanhar seu ritmo. - Jay. - Sussurro e Justin apoia com as mãos na cama conforme se ajeita em cima de mim, logo murmura com a voz ofegante. Trocamos selinhos até que paramos por ali. Solto as pernas na cama relaxada e ele me enche de beijos no rosto.

- Eu vou pensar nos seus seios assim o dia todo. - Sorrio para ele e coloco meu sutiã novamente. - Você realmente não sentiu dor?

- Não, Justin. - Acaricio seu rosto. - Relaxa. - Ele beija minha mão e me ajuda a ficar de pé. Ergo minha calça jeans e fecho novamente. Ajeito o salto nos pés e ele sobe a calça preta. Mexo em seu cabelo para tentar ajeitar e ele me dá um selinho. - Não são nem oito horas da manhã.

- Sexo não tem hora nem lugar. - Ele diz ao piscar para mim e nos beijamos novamente.

- Agora nós precisamos ir trabalhar! São 7h50. Já tínhamos que ter saído de casa.

- Calma. Podemos sair em 10 minutos. - Assinto e vou ao banheiro. Penteio meu cabelo e prendo num rabo de cavalo. Faço minhas higienes e passo um corretivo, faço o contorno no rosto todo e passo pó. Justin entra no banheiro e já estava pronto, todo perfumado. - Você tem dois minutos.

- Pega minha blusa, por favor.

- Qualquer uma?

- A preta com a logo rosa. - Ele assente e me dá um beijo na bochecha. Passo um batom nude mate e rímel incolor. Penteio minhas sobrancelhas e passo lápis para marcá-las. - Obrigada. - Visto a blusa de uniforme e ele fica parado atrás de mim. 

- Vamos logo.

- Agora você está com pressa? - Ele assente. 

- Eu lembrei que tenho uma reunião às 9h. Tenho que chegar às 8h05.

- Ótimo. Temos 5 minutos, sendo que dá meia hora daqui até lá. - Sorrio cínica e ele revira os olhos. Justin vai para o carro enquanto eu tranco a casa e ligo para Jeremy assim que saímos do condomínio. Consigo conversar por alguns minutos e ele diz que as crianças choraram ontem o dia todo. Fiquei preocupada e falei um pouco com Vallery no telefone. Justin falou com Brandon e eu até chorei. Eles estão morrendo de saudades de nós. Aí meu Deus. A empresa vai fechar para o Ano Novo, ainda bem. Assim teremos mais tempo com eles. Justin desliga e me dá o telefone.

- Você está chorando?

- Eu já parei. - Falo ao passar o dedo indicador debaixo dos olhos. - A Vally estava tão triste.

- É porque agora eles estão com saudades... Meu pai disse que eles estão super bem, mas sentem nossa falta.

- Eu quero MUITO vê-los. - Falo triste e ele dá um beijo no meu cabelo assim que paramos no semáforo.

- Eles voltam daqui uns dias... Relaxa, querida. - Assinto e suspiro fundo afastando o pensamento. Assim que chegamos na empresa já passava das 8h30. Bem atrasados. Justin estaciona na garagem e desliga o carro. 

- 8h29. - Falo olhando para ele e nos beijamos rapidamente. Justin me agarra e mordo sua língua, que resmunga. - Vamos logo. 

- Deixa eu ver como estão seus seios de novo... Só agora. 

- Não. - Digo na cara dele, que ri. - Não mesmo. Você não vai ver até voltar ao normal.

- Até parece.

- Você acha que eu estou brincando? - Desço do carro e ele vem atrás de mim. Vamos até o elevador conforme guardo meu celular na bolsa e ele aperta no último andar. 

- Mel, babe. - Ele diz todo fofo. - Não comece. 

- Agora chega, Jay. Mais tarde você vai encontrar a Grace, eu provavelmente vou me irritar...

- Por que pensar nisso agora? Que droga. Parece que você quer briga. - Ele diz invocado e dou os ombros.

- Você quer tratar como se fosse mentira? - Pergunto numa boa.

- Não precisamos falar sobre isso. - Ele diz. - Simples. Eu falo com ela mais tarde, te conto como foi, voltamos para casa e pronto. - ele sai no último andar e vou para o meu.

Combinei de ir a um barzinho com algumas amigas da faculdade e avisei Justin um pouco antes de ir embora. Sai de lá às 17h de carona com Jade. Ela me deixou em casa, já que eu e Justin estávamos com um carro só. Antes de deixar a empresa, falei brevemente com Justin a respeito de sua conversa com Grace.

- Você não vai ficar?

- Não. Eu confio em você. Será pior. 

- Ok. Você vai sair já?

- Umas 19h. Que horas ela vem?

- Acho que umas 18h e pouco.

- Tá ok. Qualquer coisa você me liga. - Dou um selinho nele e deixo seu escritório.

No caminho, eu e Jade comemos um lanche no Subway. Marquei de encontrar as meninas já no bar e me arrumei tentando não pensar na Grace com Justin conversando sozinhos. Eu confio nele. Eu não confio nela. Eu sei que ele não vai fazer nada demais. Passei chapinha no cabelo só para ficar ainda menos volumoso e liguei para os avós do Justin. Conversamos um pouco e Diane me disse que não vai mesmo passar o Natal conosco. Tudo bem. Falei com a minha mãe e ela vem com o Paul, minha tia com um novo namorado... Achei louco!!! E Alice vai para a casa do noivo. Enfim. Pelo menos teremos parte da família. A minha é bem pequena. Sai de casa às 19h e até agora nada do Justin me ligar. O que será que esta acontecendo? Não conseguia afastar a curiosidade e bato com as unhas na tela do celular pensando em ligar para ele. Recebo uma mensagem no grupo das garotas e logo saio de casa. Vou até o local e as três estavam lá: Dani, Camila e Ruby. Conversamos por quase uma hora e eu tomei duas doses de tequila pra afastar a curiosidade que me corroía. 

- E você? - Pergunto para Ruby. - Como está o namoro?

- Um mar de rosas... Fizemos quatro meses ontem.

- Que lindo! Ele te deixa sair? - Camila pergunta.

- É o quê? Amiga, ele é assim? - Digo surpresa e meu celular toca. Era o Justin. 

- Ele é tranquilo. - Atendo.

 

- Você apareceu!

- Cheguei em casa agora... Fui andar um pouco.

- Quer conversar agora? Como foi?

- Quando você voltar. Não quero te atrapalhar.

- Tá... Saia um pouco para distrair a cabeça.

- Eu já fui na casa de um amigo... Vou ficar por aqui mesmo. 

- Tá tudo bem, Justin? 

- Sim. Fique tranquila. Eu amo você.

- Também amo você. 

 

Desligo e ele me deixou bem pensativa, porém não tão preocupada. Só pelo fato de pedir para que eu ficasse tranquila me fez entender que ele não aprontou, como eu já imaginava. 

- Tudo bem, amiga?

- Sim. Era o Justin... 

- Como vocês estão?

- Ah, bem. Nós sempre nos demos bem... Só temos alguns desentendimentos. - Alguns muitos.

- Eu acho legal o jeito que vocês lidam. Tipo, por serem casados e vocês já têm dois filhos... Vocês conseguem conciliar faculdade, filhos, trabalho, relacionamento. - Ruby diz. - Isso é louco.

- Então... É um pouco. Na verdade, eu já estou acostumada. Gosto demais dessa minha vida.

- E vocês só conversam no próprio idioma? - Camila pergunta.

- Sim. Sempre. Russo só com vocês, ele com os amigos dele, na empresa... Essas coisas.

- Que demais. 

Comemos uma porção de batata frita com cheddar e bacon. Tomei uma garrafa de Smirnoff e sai de lá quando já era 21h40. Estava louca para chegar em casa e conversar com Justin. Não tiro da cabeça mil maneiras de como pode ter sido o encontro desses dois. É incrível o quanto essa mulher consegue nos atrapalhar mesmo dois anos após aquele acontecimento terrível. Como uma pessoa consegue sempre insistir no mesmo assunto e ainda pensar que pode ter razão? Não tem cabimento. Desde que ela foi demitida, não apareceu mais em nossas vidas, o que eu sempre achei ótimo e, por um tempo, eu esqueci de sua existência. Justin sempre deixou claro o quanto queria apagar esse acontecimento de nossas memórias e logo agora que estamos ótimos ela me aparece pedindo para conversar com ele sobre aquela noite. O que mais tem a dizer? Como ela tem a cara de pau de aparecer para dizer que precisa falar urgente com o meu marido - após dois anos? Isso é ridículo. 

Dirigi com calma conforme ouvia musicas de uma rádio local e pensava nos meus filhos, já abstraindo a conversa que ainda nem tive com Justin, mas já imaginava como seria. Eu estava tentando chegar em casa com a mente limpa, sem estresse, sem raiva, sem desconfiança. Suspiro fundo e estaciono na garagem: 22h04. Entro pela porta principal e o primeiro andar estava todo escuro. Subo as escadas e entro no nosso quarto. Tudo vazio. Deixo minha bolsa ali e coloco meu celular para carregar. Prendo meu cabelo num coque e passo uma água no rosto, tiro a maquiagem e faço minhas higienes. Calço um chinelo, mas continuo com a roupa de antes. Saio no corredor e ouço ele tossir na sala de jogos. Entro lá e ele estava deitado assistindo tevê. Ele me olha de lado e eu entro aos poucos. 

- Boa noite. Tudo bem? - falo conforme me aproximo e sento no enorme sofá. Justin senta de frente para mim e pausa o episódio. 

- Sim. Boa noite. Como foi lá? 

- Foi bom... Duas doses de tequila, 500ml de Smirnoff.

- Comeu algo?

- Sim. Porção. 

- Ótimo.

- Você jantou?

- Comi um lanche natural. - Ele dá os ombros e acaricia minha perna. - Podemos conversar agora? - Fico um pouco tensa, confesso. Pensei que ele iria entrar nesse assunto apenas na hora de dormir. 

- Você quer? - Eu pergunto e ele assente rapidamente. Cruzo as pernas ao apoiar com o braço direito no encosto do enorme sofá e olho para ele. Justin estava apenas com uma cueca vermelha, coberto por um edredom, aparentemente tranquilo. Que assim seja, 

- Sim.

- O que houve? - Mexo em seu cabelo conforme sento ao seu lado. 

- Eu me sinto estranho. - Pisco lenta já imaginando que algo a mais possa ter acontecido. Talvez ela tenha tentado beijá-lo e ele quase evitou, mas não deu tempo... ou talvez ela tenha apenas pedido desculpas e explicado que gosta dele. Respiro fundo enquanto minha cabeça lota de pensamentos aleatórios. - Mel. - Ele chama minha atenção e eu logo volto a olhá-lo. - Ela queria conversar, dizer exatamente o que houve naquela hora, queria se desculpar, dizer que sempre gostou muito de mim e tinha inveja porque você é linda e eu não gostava dela... Sabe.

- Você vai contar assim? - Eu o solto, que parece incomodado com o assunto.

- Aí ela tentou me agarrar várias vezes... Várias. - Assinto processando a informação e, sem qualquer dúvida, sei que é verdade. Ela é louca. Eu odeio aquela mulher. - Ela é muito agitada.

- Conte direito. - Repreendo-o. 

- Eu não sei contar direito, eu sou homem.

- Se você não sabe contar direito, por que quer conversar? 

- Eu não quero que você fique brava comigo, sério. Por favor. - Ele diz todo calmo e eu estranho. Então o que aconteceu lá? Por que ele simplesmente não me fala?

- Você transou com ela? Foi isso? - Óbvio que não, que pergunta, Mellanie. Ele arregala os olhos surpreso e rapidamente nega. Que pergunta óbvia, é claro que não.

- Não. Óbvio que não. - Ele nega com a cabeça rapidamente. - Eu não faria isso com você e nem comigo mesmo. Eu te amo e você sabe disso. - Assinto lenta. 

- Então fala logo, caramba. 

- Não foi nada demais... Ela disse que quando estávamos na festa ela me puxou para conversar na porta de um banheiro e eu fui. Aí ela disse que eu deveria ter largar porque você não tinha saído comigo e não gostava que eu fumasse charuto, mas eu deveria fazer o que quisesse e aí eu topei na hora. - assinto conforme ouço e ele parecia apreensivo sobre o que eu poderia responder. - Essa é a versão dela, porque até então eu não lembro de nada. Nada mesmo. Eu só sei que realmente aconteceu pelas circunstâncias e porque eu tive um flash daquele momento. Enfim. - Ele suspira. - Ela só encheu a minha cabeça e disse que sabe que você me ama, mas que na verdade eu deveria ter dado uma chance a ela, que sempre quis meu bem estar e adorava trabalhar comigo. - A verdade é que nós nunca soubemos exatamente o que e como tinha acontecido. Não que eu gostasse de saber cada detalhe, não mesmo, mas é complicado... eu não gosto de voltar nesse assunto. É terrível.

- Foi isso?

- Ela entrou no estacionamento e começou a tirar a roupa, porque talvez quisesse me seduzir ou pensou que eu fosse ficar com ela. Ela é louca. - Ele falava inconformado. 

- Ela tirou o quê?

- Um blazer preto e a blusa. Eu acho que ela está trabalhando num outro lugar. 

- Uau. - Tento não imaginar a cena daquela ruiva dando em cima de Justin. Ela é bonita, muito, mas só... 

- Aí eu disse que ela estava sendo idiota e ela se aproximou tentando me agarrar. Eu achei ridículo. Ela é ridícula. Eu entrei no meu carro e ela tentou me beijar, falava próxima a mim que eu iria me arrepender se a deixasse lá assim, porque ela merecia uma chance e... Tinha gostado muito de transar comigo. - ele suspira fundo e desvia o olhar. - Eu me senti tão... sei lá. - Ele bufa incomodado com o assunto. Justin nunca fala sobre o que aconteceu nesse dia desde então, porque assim como eu, ele não gosta de pensar a respeito. - Eu sei que não fiz nada de errado, mas eu pensava em você a todo momento e tenho maturidade para lidar com isso. É você que eu quero, sempre. - Assinto conforme ele fala. Eu odeio aquela mulher. - Eu não sei o que você pensa sobre isso, mas eu fui embora de lá direto para a praça aqui perto. Fiz uma caminhada para esfriar a cabeça... Eu fiquei irritado. Ela me deixou incomodado porque eu pensei que faria qualquer coisa para dizer que eu tinha ficado com ela ou sei lá. - Assinto conforme ele fala. - Foi isso. Eu fiquei um pouco grilado... Imaginei que ela pudesse te ligar e dizer umas bobeiras.

- Eu odeio essa mulher. - Ele assente em concordância. - E como você está agora?

- Esperando uma resposta concreta sua. - Ele diz sério. Dou um selinho nele, que demora a corresponder e me abraça forte. 

- Antes de ir embora da empresa, o que eu te disse? - Ele parece confuso. - Pense um pouco.

- "Eu confio em você". - Ele repete e eu assinto.

- É isso mesmo. - Sorrio para ele. - Eu confio em você. 

- Mesmo?

- Sim. - Acaricio seu rosto e ele me aperta forte. - Claro que tudo isso também me incomoda, mas ouvir de você é melhor. - Sorrio. 

- Você está estranha... Talvez bêbada. - Ele ri e reviro os olhos. Não estou bêbada.

- Eu estou tranquila. Só com um pouco de receio caso ela decida aparecer de novo.

- Ela está morando numa cidade vizinha... Pelo que eu entendi não vem sempre aqui. - Assinto.

- Bom saber. - Digo. - Estou cansada... Hoje eu fiz muita coisa.

- Deita aqui... Eu estou assistindo The Big Bang Theory. - encosto nele, que me abraça e cobre meu corpo. Justin beija minha cabeça e me acaricia. 

- Eu amo você. - Sussurro e ele me aperta com força. Eu acaricio sua barriga. - Mas esse assunto me incomoda.

- Eu sei... Obrigado por acreditar em mim.

- É claro que eu acredito em você. - Olho para ele. - Caso você minta, é pior para você, não para mim.

- Essa doeu. - Ele ri. - Eu sou sincero, você sabe.

- Eu sei. - Assinto. - Vou tomar um banho e deitar. 

- Eu já vou lá... - Ele diz sério e me dá um selinho. Saio do cômodo e vou para o nosso quarto ainda um pouco pensativa, mas contente com a sinceridade dele e que Grace foi finalmente embora após não conseguir o que queria. Entro no banho e logo visto meu pijama, passo meu hidratante com aroma suave e faço minhas higienes. Ligo a televisão e logo apago a luz. Penteio meu cabelo com a escova, ainda no banheiro, e jogo alguns fios que saem no lixo. Sei que não pode, mas esqueci de tomar o anticoncepcional durante a tarde, então tomei o meu agora. Só tem mais três. Saio do quarto e passo pelo corredor. Vou até o das crianças e ouço meu celular tocar. Ando até lá e era um número que eu não tinha adicionado.

 

- Mellanie. - Digo.

- Oi. É a Grace.

- Oi, Grace.

- Eu estranhei você não ter me esperado hoje, já que eu iria falar com o Justin.

- Eu tinha algo a fazer. - Estava fazendo o possível para ser simpática.

- É... Ele te disse?

- O quê?

- Sobre a gente ter ficado?

- Olha, há certas coisas que eu não preciso ouvir de você. Numa boa, eu sei que você já gostou dele e não te crítico por isso. - Justin entra no quarto.

- Ele não te disse... Eu sabia. Tá ok. Eu não vou mais procurar vocês, só queria esclarecer algumas coisas.

- Tudo bem. Tchau. 

 

Desligo e Justin finge não ter ouvido nada. Seria essa a intenção dela? Querer me colocar contra Justin por algo que não aconteceu?

- Era a Grace?

- Sim.

- O que ela te disse? - Ele fala ao dar a volta para sentar em seu lado na cama. 

- Que vocês ficaram. - Falo numa boa e ele para no mesmo instante. Ele não responde. Alguma coisa tem. - É verdade? Pode falar, numa boa.

- É o quê? - Ele me olha. - Não, Mellanie.

- Tudo bem.

- Você não acredita em mim.

- Se você está dizendo, por que eu não acreditaria?

- Porque eu te conheço. - Ele me olha. - Que droga, ela sempre tem que estar nos atrapalhando. Eu já te disse o que aconteceu. - Permaneço séria, talvez um pouco pensativa. Olho para a televisão sem resposta. - Mellanie, por favor. Você não está acreditando, né? É sério. eu não faria isso. Eu já te disse o que aconteceu.

- Então você não disse tudo. - Olho para ele rapidamente, que parece preocupado. 

- Quando eu entrei no carro para ir embora, ela tentou me beijar porque enfiou o rosto, mas eu não deixei. Foi ridículo. Não aconteceu nada. - Ele toca minha coxa direita. - Será que você pode me olhar? - Olho para ele decepcionado. Não com ele, mas com a situação. Sei que está sendo sincero. - Você está prestando atenção? - Assinto. - Então conversa de volta comigo, porra.

- O que você quer que eu diga?

- "Justin, eu acredito em você"? Justin, eu não acredito em você. - Ele fala tentando me imitar e dou os ombros.

- Justin, eu acredito em você. - Falo olhando nos olhos dele.

- Você não acredita!! MELLANIE,PARA. - Ele bate na cama. 

- Já é a segunda noite seguida que ela nos atrapalha. - Falo séria. - Estranho, não?

- Isso é porque você não confia em mim.

- Eu confio em você. Eu não confio nela. Eu já te disse que acredito na sua palavra.  

- Grande merda. você acha que se tivesse acontecido algo eu não teria dito? Sério? 

- Não, Justin. Eu sei que você diria. Mas então por que ela me ligou pra dizer isso? Eu conversei numa boa, sabe.

- Porque ela quer isso, ela quer que a gente brigue. 

- Eu falei numa boa com ela. 

- Quer saber, ou você acredita em mim e nos esquecemos isso ou esquece. 

- Como assim, esquece? 

- Você está cogitando essa opção? - Ele pergunta ao sentar ainda mais de frente para mim.

- Justin, eu sinto ciúmes de você. Você sempre soube disso. É complicadO porque eu penso muito e...

- Ok. Eu já entendi. - Ele levanta. - Quer saber, é um saco sem as crianças em casa. Eu detesto esse seu comportamento de desconfiança. Por que nós estamos casados? - Ele fala parado na porta. - Porque se você não confia na minha palavra quando há uma segunda versão, não adianta merda nenhuma. 

- Justin, para com isso... Você sabe que esse assunto é delicado. 
- É SÓ VOCÊ ACREDITAR NA MINHA PALAVRA, PORRA. QUANDO EU TRANSEI COM ELA E FIQUEI SABENDO EU CONFESSEI A VOCÊ. - Ele fala alto. 

- EU FIQUEI COM MEDO QUE VOCÊ TIVESSE UMA RECAÍDA. - Quando vi as palavras já tinham saído. Droga. Quase coloco as mãos na boca de arrependimento. Cale a boca, Mellanie. 

- POR ALGUÉM QUE EU NUNCA GOSTEI? PUTA MERDA, PENSA ANTES DE FALAR! - Ele bate na porta e sai do quarto irritado. Levanto de imediato e saio atrás dele. Como eu fui idiota. 

- Justin. - Falo ao segui-lo pelo corredor, que entra no quarto das crianças e eu vou até ele, que estava na cama que eu dormia às vezes. - Desculpa. 

- Não desculpo. Não desculpo mesmo. Ontem foi a mesma coisa. A gente discute por conta da Grace, você demonstra desconfiança por mim, eu me irrito, você se desculpa e tudo acaba bem? É isso? Por que você não usa essa semana para pensar? Se você tivesse ciúmes de alguma ex-namorada minha, ainda não teria tanto sentido, mas ok. Nós estamos juntos há tipo cinco anos e você vem com a mesma coisa. - Ele me fez começar a chorar. Por que eu faço isso? Justin estava com a voz falhada, visivelmente chateado. - Eu sempre tive ciúmes de você, mas chega um momento em que eu sei da confiança que temos um no outro. Se fosse numa das épocas em que passamos por aqueles problemas, eu te entenderia, porque eu agia sem pensar. Mas a Grace nunca me atraiu desse jeito. Ela é bonita? Sim. É ruiva? Sim. Elegante? Mais ou menos. Isso não significa que eu vou ter uma recaída por algo que nunca me deixou de pau duro. PORRA! - Passo as mãos no rosto. Ele realmente estava bravo - Eu estou falando sério. Eu sempre comento que você deve sair com o pessoal da faculdade. Eu não sei o que acontece lá, eu não sei se os seus amigos meio que te paqueram, mas não é assim que funciona. Eu não te pergunto todos os dias, porque eu sei que se acontecesse algo você me diria. Porque é assim que funciona um casamento.
 

SPOILER - Capítulo 27

 O que faz aqui? Cadê meus filhos? Ele estava sem camisa, lindo.

- Não faz sentido. - Ele fala bravo. Vou para o quintal dos fundos sem que ele note minha presença e subo as escadas por fora. Saio no corredor e vou para o nosso quarto. A cama toda bagunçada... 
 

 


Notas Finais


Gente, andei dando uma pesquisada pra ver o que as pessoas comentam sobre bts no Twitter e geral detesta a Mellanie hahahahaha socorro.
Espero que estejam curtindo essa temporada. Quero saber se ainda tem algumas coisas repetitivas ou até mesmo cansativas, assim posso mudar para os próximos capítulos até chegar nos principais. Obrigada a todas que tiram um tempinho pra ler. Beijos.


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