1. Spirit Fanfics >
  2. Behind The Secrets - Fourth Season >
  3. Moving to... Part 1

História Behind The Secrets - Fourth Season - Moving to... Part 1


Escrita por: featollg

Capítulo 3 - Moving to... Part 1


                                    08 de maio de 2018

- Faz dois meses. - ele suspira arfante. - Você sabe que horas são? - Pego meu celular no criado-mudo.

- 17h15. - Eu digo. Ele apenas assente e vejo que passa uma água no rosto.

- Hm... As crianças voltarão às?

- 20h.

- Certo. - Ele responde e vem até a cama novamente. Justin deita em cima de mim e me dá vários beijos nos lábios. - Foi tão bom.

- Foi. Eu senti tanta falta de tudo isso.

- Engraçado que você sente falta, mas não fala nada. - Apenas dou os ombros.

- Lindo. - Aperto suas bochechas e ele fita meus seios descarado. Justin sorri para mim com as mãos apoiadas na cama e mexo em seu cabelo. - Você está cansado?

- Estou. - Ele responde num suspiro. - Não é que você continua boa? - Reviro os olhos.

- Vamos conversar sério então. - Falo ao cruzar os braços e ele só olha meus seios - que ficaram maiores. Justin lambe os lábios e beija entre eles. - Jay.

- Huh. - Ele diz enquanto me beija e direciono seu rosto no meu. - Oi.

- Precisamos conversar.

- Ah... Conversa pesada agora não. Foi tudo tão bom.

- Você nem sabe sobre o que é! - Ele dá os ombros.

- Huh. Então fala. - Ele morde minha bochecha e dá um beijo no mesmo lugar.

- Sobre filhos.

- Ótimo assunto! - Ele senta na cama ao meu lado e puxa a coberta até o suas tatuagens do abdômen. Continuo deitada, mas de frente para ele. - Manda.

- Eu estava pensando sobre você querer tanto outro filho.

- Você não quer?

- Não que eu não queira... Mas agora Vally e Brandon estão crescendo rápido demais e nós temos que aproveitar essa fase deles. Nós já trabalhamos o dia todo, eu estou encaminhada na faculdade, faço aula de outro idioma aos sábados, você faz academia quase sempre, eu tento quando dá tempo, e ainda temos tempo para eles. Você sabe que ficar com eles é a nossa prioridade e não estamos dando tanta importância a isso. Você entende? - Ele olha meus seios conforme falo e passa a mão direita por minha barriga.

- Eu entendo, amor. Completamente. Também acho que estamos cheios demais com muitos afazeres, mas pensa que se decidirmos ter outro filho, temos tipo um ano para nos programarmos. Ainda estamos em maio... Eu acho uma ótima ideia.

- Sim... Eu não tinha pensado sobre um ano nos programando. Eles estão com três anos. Se for para termos outro filho, tem que ser logo.

- Vamos então? - Ele descobre o corpo e rio.

- É uma conversa séria, Justin. - Dou um tapa nele, que ri.

- Por mim podemos tentar ainda nesse ano.

- Você deve saber que não é tão fácil engravidar, né?

- Sim. Por isso que eu sou a favor. - Ele fala como se fosse óbvio. - E também porque comigo será na primeira. - Ele me faz rir.

- Mas... Caso aconteça logo, você vai operar depois.

- Operar pra quê?

- Vasectomia.

- Nem morto!

- Ou você acha que teremos uns 20?

- Uns quatro... - Ele desvia o olhar e jogo um travesseiro em seu rosto. - Que chatice, Mel.

- É sério. - Falo olhando-o nos olhos. Ele assente.

- Ok. Por mim podemos tentar logo. - Assinto e levanto. Justin fita meu corpo e vou até o espelho. Observo meu próprio corpo de lado e pego um elástico. Prendo meu cabelo num rabo de cavalo e tiro os brincos.

- Eu vou pegar um vinho seco para nós.

- Huh... Ok. - Ele responde. - Seu corpo continua lindo. - Sorrio e saio do quarto. Saio do quarto sem vestir qualquer peça de roupa e desço as escadas. Subo correndo para o nosso quarto e pego uma regata dele. Justin ri e chego na copa. Pego um vinho seco e duas taças. Levo até o nosso quarto e mantenho a porta entreaberta. Coloco no centro da cama e Justin abre o mesmo. A rolha voa longe.

- Fazia tempo que você não vestia uma roupa minha. - Ele fala sereno, enquanto serve nossas taças.

- Perdi o costume. - Fazemos um rápido brinde e tomamos juntos. - Fazia tempo que eu não tomava um desse.

- Está muito bom. - Ele diz. - Eu topo umas doses de tequila.

- Nós termos duas crianças para cuidar.

- Você acha que eu fico bêbado com duas doses de tequila?

- Agora? Sim! Nem comece. - Ele ri e mexo em suas pernas. - Isso aqui é só para relaxarmos. - Sento-me mais próxima dele, que aproxima seu rosto e nos beijamos lentos, ambos com as taças em mãos. Ele pega a minha e coloca no criado-mudo. Ainda sim, me puxa para outro beijo lento e muito bom. Sento-me em seu colo com as pernas divididas e a camisa sobe um pouco. Ele aperta minha cintura com os dedos e coloca meu cabelo para trás, assim, podendo me beijar com ainda mais gosto. Inclino meu corpo em cima do seu e sinto sua ereção. Fico arrepiada de imediato. Suspiro sem intervalos e ele beija meu pescoço devagar, sem pressa.

- Eu gosto tanto de beijar você. - Ele sussurra. - É tão bom.

- Eu gosto quando você faz isso. - Falo com os olhos fechados e ele morde minha bochecha. - Aí.

- Foi mal.

- Eu gosto muito da sua companhia. - falo calma. 

- É? - Ele toca seu nariz no meu e mordo seu lábio debaixo. - Veja que horas são. Por favor.

- Pra quê? Assim que anoitecer podemos sair para buscar as crianças.

- Pode deixar que eu vou lá... Você fica aqui. - Ele diz ao colocar todo o meu cabelo para trás.

- Eu preciso dar uma geral nessa casa.

- Você é a mulher da minha vida. - Ele diz baixo. Estremeço. Apenas dou um forte abraço nele e beijo seu ombro. Ele sobe minha camisa, que na verdade era dele, até meus seios.

- Você é o homem da minha vida. - Sussurro em seu ouvido e ele fica arrepiado. Dou uma mordida ali mesmo e volto a acariciar seu cabelo devagar.

- Você é realmente tudo pra mim. - Ele me olha nos olhos e coloco o cabelo para trás. - É sério. - Sorrio frouxa. - Você mudou tanto a minha vida desde o primeiro dia. Nós somos agora uma família e eu gosto muito disso tudo.

- Ainda somos tão jovens... Temos tanto a aprender juntos. - Ele confirma com a cabeça e me ajuda a tirar sua camisa. Estava novamente nua, sentada no colo dele.

- Eu só quero que você me ame de volta assim como você ama as crianças.

- São amores diferentes. Eu amo vocês três demais.

- Todo mundo diz que amor de mãe é o maior que existe.

- Mas é mesmo.

- Você pode me tratar como filho então? - Ele me faz rir e aperto seus braços em resposta - Sei lá... Para que eu seja tão importante pra vocês quanto eles são para nós.

- Que bobeira, Justin. Nos estamos nus, não é legal sugerir uma coisa dessas. - Ele ri todo fofo e encosta a cabeça na parede.

- É... Falei por impulso.

- Eu percebi. - Respondo. - Eu preciso tomar um banho e arrumar o quarto... Que preguiça.

- Não! Vamos ficar aqui mais um pouco. Está tão bom. - Ele me puxa para perto e trocamos alguns beijos lentos, curtos. Ele pega seu celular e vejo: são 18h20. - Ainda temos um bom tempo.

- Eu vou tomar um banho... Você vem agora?

- Sim... Mas eu estou com muita fome. Queria comer antes.

- Vamos tomar um banho aí eu faço algo para nós. - Eu tento puxá-lo pela mão.

- Só aceito se for panqueca.

- Pode ser. - Dou os ombros e vou até o banheiro. Justin vem atrás de mim e aproveita para usar o banheiro assim que ligo o chuveiro.

- Por que você não veio antes? Sabe que eu não gosto disso. - Falo ao entrar debaixo da água morna e ele dá descarga.

- Você tem nojo por acaso?

- Não. Eu só acho que não há necessidade de você mijar bem na hora que eu entro no banheiro para tomar banho. Poderia ter vindo antes.

- Ah. Grande coisa. - Ele entra no box e me abraça forte. Abro os olhos e ele me dá um selinho. - Não fique brava por bobeira.

- Eu não estou brava. - Respondo e nos beijamos lentos. Logo tomamos banho em cerca de 15 minutos e ele saiu primeiro. Saí do banheiro com a toalha enrolada no corpo e ele estava sentado na cama, nu.

- Eu estou com muita fome... Será que precisamos ir ao mercado?

- Eu também estou. Não. Eu fiz compras tem uma semana. Vou descer preparar algo. - Abro meu guarda-roupa, entro no closet para passar o o hidratante corporal de rosas, logo desço um vestido estampado pelo corpo e pego uma calcinha qualquer. Vou até ele e pego meu celular.

- Por que você está sem sutiã?

- É mais confortável. Nem dá pra perceber.

- Claro que dá... Está aparecendo. - Ele aponta no próprios mamilos e dou os ombros. - Você vai descer já?

- Uhum. Depois eu queria falar com você sobre a JKC.

- Por que depois? - Falo curiosa.

- Estou esperando um retorno do Bryan e Nolan a respeito. - Não respondo. 

Justin foi buscar as crianças na casa de um amiguinho deles, que fica perto do colégio, e jantamos pizza num restaurante próximo de casa. Bem, nem tão próximo assim... Moramos longe de tudo.Eu os fiz dormir por volta das 22h, até porque eles estavam esgotados e cansados - por conta do dia que tiveram. Justin ficou parte da noite com os cachorros e dei uma geral no nosso quarto.

 Posso dizer que tivemos um ótimo domingo, o clima estava frio, conseguimos passear durante a tarde, nada demais. Quando já era noite fomos ao cinema e Justin acabou saindo durante a sessão para uma rápida reunião por telefone. Pô, num domingo à noite! 
Chegamos em casa por volta das 22h30 e dei um banho nas crianças enquanto ele estava no escritório. Fiz o leite dos dois e fiquei sentada no chão, entre as camas, enquanto eles não dormiam. Justin entra no quarto deles e logo se aproxima, dá um beijo na cabeça de cada um deles e programa a televisão.

- Vem cá. - Ele gesticula para que eu o acompanhe. Saímos no corredor e eu encosto a porta do quarto. - Queria falar com você agora sobre a JKC.

- O que aconteceu? - Digo conforme andamos até nosso quarto. 

- É que a empresa está entrando num acordo. Eu queria comentar com você a respeito. Tive uma reunião importante agora pouco e quero uma nova sede.

- Seria ótimo, porque já estamos acumulando muito dinheiro e dá para construir por perto. - Digo empolgada com a ideia dele. 

- Em Dublin, na Irlanda. - Arregalo os olhos.

- Oh. É... Lá deve ser lindo.

- O que você acha? - Ele pergunta ao sentar na cama e desconecta seu celular do carregador.

- Já compraram uma propriedade?

- Sim. Ontem. Foi por isso que te pedi aquela TED no valor de 400 mil dólares na sexta-feira à noite... Tivemos que converter para euro e fazer todo um processo. Eu queria ter comentado ontem, mas ainda estava sendo resolvido.

- Você sabe que está bem caro, né?

- Ainda... Mas esse dinheiro já compra o terreno e constrói tudo. - Ele explica todo atencioso no assunto.

- Vocês decidiram investir tanto assim numa propriedade que não conhecem?

- Dimitri foi para lá nesse final de semana e nos deu um ok para finalizar a compra.

- E agora?

- Deve ficar tudo pronto em um mês... Farei uma reunião com todos os funcionários daqui, as sedes de São Francisco e Ontário.

- Entendi. Você vai visitar a sede?

- Sim. Preciso de pelos menos cinco funcionários que já conheço para transferir.

- Já pensou em quais?

- Nolan está curtindo a ideia de ir para lá com a namorada, Josh de Ontário, talvez Gregório, já que ele fica em São Francisco e eu ainda não sei... Eu vou ter que visitar lá.

- Uhum. Você pensa em passar um tempo lá?

- Ainda não. Eu vou visitar, mas só quando estiver pronto.

- Entendi. Eu gostaria de me mudar para Dublin.

- Com duas crianças é complicado.

- Eu sei. - falo entregando minha ironia.

- Mas eu posso comprar um apartamento por lá.

- Como você vai fazer com o pessoal transferido? Eles não vão pagar por hoteis a vida toda.

- Eu estive pensando nisso... Como a empresa vai pagar as passagens de ida, eu vou pedir para que a minha secretária arrume um condomínio próximo à sede e tente conversar para alugar os apartamentos. Eu vou comprar três. Um para nós e dois para a empresa.

- Você está bonzinho.

- São investimentos. - Ele dá os ombros. - Posso dar, sei lá, um mês para eles conseguirem se resolver se irão pagar aluguel ou ficar em hotéis.

- Nolan provavelmente vai comprar o dele.

- Sim. Mas não é tão simples. Dublin tem um preço alto. Eu preciso conversar a respeito do salário, porque euro e rublo não são tão parecidos, nem mesmo com o dólar.

- Sim, eu sei... É um investimento e tanto. Espero que vocês tenham alguém resolvendo isso tudo.

- Sim. Minha secretária está a par da situação.

- Uma só dá conta? - Enquanto conversamos, penteio meu cabelo no espelho em frente ao closet e ele mexe no celular.

- Às vezes Jade pode ajudá-la. - Apesar de trabalhar quase diretamente comigo, Jade também ajuda muito Justin. Não é só porque somos amigas, mas ela é uma das melhores de lá.

- Oh, verdade. - Concordo e guardo a escova no banheiro. - E você está mais tranquilo?

- Até que sim... Eu estava aqui pensando e, quem cuida de todo o nosso dinheiro?

- Como assim? Nós dois, oras.

- Então... Mas de uns tempos para cá temos recebido muito dinheiro. Eu não gosto de me gabar.

- Você gosta sim. - Ele ri.

- Eu queria que resolvêssemos isso tudo. - Resolver o quê? Pensei. Eu já cuido de todo o nosso dinheiro. Justin recebe uma porrada por mês, por semana...

- Olha... Nós temos três contas no banco. A poupança das crianças e a nossa, nosso dinheiro para pagar contas, viajar e gastos pessoais, e o dinheiro que usamos para a empresa. Temos também a conta da JKC, que eu administro com a Isabelle. 

- E você administra tudo? - Ele parecia surpreso. 

- Ah, sim... Mensalmente eu transfiro 75.000 rublos para a poupança deles, referente ao nosso salário.

- Isso equivale a mais ou menos 5 mil dólares.

- Sim. 

- E quem paga o seu salário?

- Eu mesma. - Dou os ombros. - Eu faço o pagamento de todo mundo, esqueceu?

- Não... É que nesse um mês que não conversamos eu andei pensando nisso e queria comentar com você, mas acabei esquecendo. - Ao mesmo tempo que Justin é um dos principais donos e sempre sabe um pouco de tudo, ele se perde com o financeiro. 

- Ah sim... Então, na verdade, eu faço os pagamentos de acordo com os relatórios que o Brandon me passa sobre os ganhos mensais.

- Essa parte eu sei. Eu não gosto de mexer muito com o dinheiro.

- Senão você se descontrola, eu sei.

- É... Por aí.

- Então, eu faço os pagamentos de acordo com o salário fixo, benefícios e horas extras.

- Eu recebo por horas extras?

- Sim. Mas você é dono. Você nunca cumpre o horário comum.

- E qual é o meu salário?

- Sério? - Oh meu Deus.

- Seríssimo. - Como ele não sabe essas coisas?

- 469 mil rublos. - Ele arregala os olhos.

- Tipo 32 mil dólares? Nada mal. E o seu?

- 211 mil rublos. - Dou os ombros.

- Quase 16 mil dólares... Nossa, então nós somos bem ricos. - Ele se diverte com o assunto e me faz rir. Como ele não sabe dessas coisas? 

- Sim... Mas não é bom você pensar desse jeito.

- Eu sei... Mesmo assim.

- Então, nosso cartão de crédito têm um limite alto, eu diria. - Curioso, não? Apesar de ser compulsivo por compras relógios, carros e derivados, ele nunca chegou a me perguntar sobre os nossos ganhos, assim. Talvez agora esteja mais maduro para lidar com o dinheiro. 
- Huh. Então como eu posso saber se você não desvia o dinheiro da empresa para a nossa conta bancária?

- Isso é questão de confiança e senso. - Dou os ombros.
- Entendi. Então nós temos dinheiro para comprar os apartamentos que eu quero?
- Sim, mas não abuse. Nós temos um fundo de garantia no banco.
- Nossa, mas como você administra tudo isso?
- Anna paga nossas contas. Ela me passa um relatório do valor total e aí eu dou o dinheiro.
- Huh. E o colégio das crianças? Esse eu pago, né?
- Anna.
- Entendi. - Ele concorda. - Que complexo. Podemos contratar um contador para tudo isso.
- Seria ótimo... Eu ficaria menos sobrecarregada.
- Vou providenciar. - Justin me olha contente por saber mais sobre como administramos nosso dinheiro. Há anos não conversávamos sobre a empresa. Desde a história da Grace... Preferimos banir esse assunto em casa. - Algo mais?
- Podemos agendar uma seletiva para um contador. O que você acha?
- Eu acho ótimo. Mas antes resolva isso da empresa, a reunião e os demais assuntos.
- Sim... Eu já resolvi a minha parte. Pensei nisso tudo sozinho. Agora é com o Bryan.
- Huh, ok. Se vocês precisarem de algo podem me falar.
- Obrigado. Não conversávamos sobre a JKC há muito tempo.
- Há muito tempo mesmo. - Assinto em concorda. - Eu vou dormir. Estou cansada.
- Boa noite. - Ele me dá um beijo na testa e logo um selinho.

                                                                                                               ...
Depois de um final de semana relaxante em casa, voltamos à rotina. Justin tinha passado uma semana sim e outra não, durante um mês e meio, indo para cidades vizinhas com um dos delegados de Moscou para resolver as próximas parcerias e ter uma noção de quantos bandidos jovens temos nesse país. MUITOS, eu diria. 


                                                                                  27 de maio de 2018
 

Passamos o mês inteiro na correria, Justin, Bryan e Nolan, no caso, a respeito da nova sede em Dublin. Até agora Justin não esteve por lá. Na última sexta-feira, Justin passou horas numa videoconferência, pelo que Jade me disse. Antes de buscar meus filhos, fui até o escritório dele e abri a porta sem bater. Justin gesticula para que eu me aproxime e vou até sua mesa, sento ao seu lado, mas ninguém me vê, pois a câmera está só nele, até seu pescoço.

- É o seguinte. - Olho para a câmera. - Eu preciso de pessoas dispostas a ajudar. Eu conversei com a diretoria e iremos transferir uma pessoa de casa sede para Dublin. Daqui será o Nolan. - Ele aparece na câmera 2. - De São Francisco será o Gregório. - Ele não estava na videoconferência. Justin parece comemorar que ele irá para longe de nós, apesar de já não estar aqui. - E de Ontário será o Stevan. - Ele bate na mesa e continuo observando a reunião sentada ao seu lado, mas sem aparecer.

- Mas só os três, cara? - Dimitri diz. - Como vamos colocar tantas pessoas novas lá?

- Nolan vai embarcar amanhã e já irá providenciar novos funcionários. A empresa será inaugurará em duas semanas. Está tudo tranquilo.

- Eu acho que você deveria ir para lá. - Um cara que não conheço diz. Não. Não deveria.

- Provavelmente eu seja transferido. - Ele afirma sem peso na consciência por me ter ao lado. - Mas não agora. Esse assunto ainda está em aberto. - Sério? Por que ele não comentou comigo? - Basicamente é isso. Infelizmente, a inauguração só contará com a presença de alguns representantes. Não está tão fácil irmos para Dublin da noite para o dia. Cada funcionário tem o dinheiro de uma passagem de ida e volta para o país justamente para conhecer a empresa. Eu sei, vamos gastar muito, mas eu contratei uma contadora que irá organizar as viagens e passar as informações ao Bryan. Quem estiver disposto é só mandar um e-mail para esse que segue em anexo. - Ele digita rapidamente. - Por hora é isso. Obrigado. - Justin encerra a videoconferência.

- Eu pensei que você não cogitava a ideia. - Falo enquanto rabisco aleatoriamente um rascunho ao lado de seu teclado.

- Eu achei que seria melhor comentar com você após decidir algo. Foi cogitado pelo pessoal de Ontário. Eu gostaria de passar um tempo lá, mas é complicado. Eu não gostaria de me afastar de vocês três.

- É... Mas se precisar, vá. Desde que não seja definitivo.

- Sim... Eu escolhi pessoas para transferir que não possuem filhos ou que sejam solteiros, sabe? Nolan preferiu ir com a noiva. Achei legal.

- Sim. Eu acho que lá é um lugar legal, mas... Né?

- É. Falando nisso, o apartamento foi comprado hoje.

- Huh, nossa contadora está boa, não?

- Sim. Já me mandou fotos e acertou tudo. Consegui um hotel que fica no bairro da empresa. Na verdade, é um condomínio de casas e apartamentos juntos. Comprei um para nós, outro para a empresa e aluguei dois quartos de hotel por perto. - Agora, com a contadora, ficou tudo mais fácil. Não estou mais sobrecarregada e até consigo me organizar na faculdade e com meus filhos. Nossa rotina melhorou.

- E quem vai morar por lá?

- Provavelmente Stevan no hotel com Gregorio e Nolan com a noiva ficarão no apartamento.

- É grande? Pequeno? - Justin tira o celular do bolso e abre as fotos. Logo me mostra. Uma sala visivelmente média, sofá para cinco lugares e uma poltrona. Cozinha americana pequena, quatro degraus até três portas. Um quarto com cama de casal, outro que parecia um escritório e um banheiro.

- São duas suítes. - Ele diz. - Parece bom.

- Huh. Você vai para lá?

- Sim. - Ele assente. - Mas fique tranquila.

- Eu estou.

- Eu não gostaria de ficar longe de vocês. - Ele diz e eu me levanto. Pego meu caderno e logo minha caneta roxa.

- Eu também não. Veja com o pessoal e me informe. Eu preciso ir... - Falo ao ir até a porta. - Vou buscar as crianças e ir para a faculdade.

- Deixe que eu passo buscá-los. Pode ir para casa.

- Eu precisava estudar na faculdade em si.

- Huh. Ok. Vá tranquila. Eu os busco.

- Obrigada. - Sorrio e volto para o meu escritório. Já são 17h. Pego minha bolsa e vou até o estacionamento. Entro no carro e, assim que dou a partida, Justin aparece em minha frente. Tomo o maior susto. - ESTÁ LOUCO? - Grito, ele ri.

- Foi mal. - Justin vem até mim e me dá um beijo na testa. - Você será liberada hoje às...
- 22h25. - Ele assente. Dou um selinho nele. - Marquei de estudar com o pessoal as 17h30.
- Então ainda tem tempo...
- Vou passar comer alguma coisa. Você precisa dar banho nos dois, fazer lanche e essas coisas...
- Eu sei, amor. - Ele entra no lugar do passageiro e fecha a porta. - Estou com tanta vontade hoje.
- Eu estou mais de boa... - Dou os ombros. - Você vai comigo?
- Não. Só entrei aqui para te ver mais de perto.
- Você está sendo irônico.
- Não estou. Por que eu iria com você agora?
- Eu sei lá. - Dou os ombros ao pegar no volante e ele para com a mão em minha coxa.
- Eu já vou. - Ele se aproxima para me dar um beijo no rosto e eu aproveito para beija-lo nos lábios. Eu o agarro com força e ele sorri entre o beijo. - Amo você.

- Amo você. - Justin desce do carro e eu logo saio de lá a caminho do Subway. A verdade é que estou pensando seriamente em parar com esse curso. Não que eu não goste de Administração, mas simplesmente sinto que já aprendi o necessário. O que eu gosto mesmo é Publicidade e Propaganda. 
             

                            04 de junho de 2018

Percebi que a coisa estava feia quando Bryan nos chamou para uma reunião no último andar. Tenho acompanhando a nova sede, que ainda não foi oficialmente inaugurada, mas as vendas estão complicadas, poucas pessoas lá estão nos dando problema.

- Boa tarde! - Ele diz e todos respondem o mesmo. - Transferência urgente. Do jeito que está em Dublin não tem jeito. É a primeira vez que tentamos uma nova sede por esses lados e está completamente desorganizada. - Ele diz. Todos olham uns para os outros sem conseguir entender o que nós temos a ver com isso.

- Eu acredito que a transferência teria que ser de um gerente para ajudar outro, ou algo do tipo. Não adianta nada o Nolan voltar, porque ele é o sócio responsável por Dublin. Temos que trazer o gerente de lá, Thomas. Ele precisa vir para cá e aprender a lidar com o nosso ritmo. - Justin rebate.

- Então seria meio que uma adaptação. Uma transferência temporária. - Justin fala olhando para eles, que concordam.

- Pessoal... É melhor vocês voltarem ao trabalho. Terminaremos este assunto apenas entre a diretoria. Logo iremos informá-los a respeito. - Eu me levanto com Dimitri e os outros. Apenas Justin e Bryan permanecem sentados, ainda na reunião. Eu não me importo de ficar de fora desses assuntos. Até porque, Justin sempre me mantém informada. Não que ele adore comentar a respeito, mas o básico ele fala. Passamos mais de meia hora aguardando e meu ramal tocou.

- Na sala de reunião. Agora.


Justin falava sério.

Desligo sem responder. Estranho que ele não me deixou nem mesmo falar primeiro. Abro a porta ao colocar o celular no bolso e o andar estava todo vazio. Só falta eu?

Fui até o ultimo e entrei na sala de reunião. Umas 10 pessoas estavam sentadas na enorme mesa e sobrou apenas o meu lugar, distante de Justin, ao lado de Dimitri e Jade.

- O que houve? - Eu pergunto. Ela dá os ombros.

- Eu sei lá...

- Nós demoramos um pouco para tomar uma decisão a respeito, entramos em contato com Thomas e entramos num acordo. - Justin diz sério. - Eu serei transferido para Dublin para resolver essa situação o quanto antes. - Ele? Por que ele? Tento não demonstrar minha insatisfação. - Foi uma decisão repentina, mas precisa. Devo viajar amanhã cedo e Thomas vira para cá dentro de dois ou três dias. Ele ficará sob os comandos de Bryan, que não achou necessário viajar comigo. É basicamente isso. - "É basicamente isso", sério?

- Por quanto tempo será essa adaptação? - Jade questiona. Essa seria a minha pergunta. Justin sequer me olha nos olhos enquanto leva a reunião à diante.

- Ainda não temos certeza... Talvez dois meses e meio. - 10 SEMANAS?
 

SPOILER

-  Você ouviu tudo o que eu disse no carro? - Pergunto enquanto ainda penteio meu cabelo com a escova, parada na porta.

- Sim. Olha... Não está sendo fácil, até porque foi decidido de uma hora para outra, mas você sabe que eu priorizo meu trabalho na empresa. - Não escondo minha surpresa diante do que ele diz.

- Você prioriza o trabalho? Foi isso que eu ouvi?

- Você entendeu o que eu quis dizer. - Ele fala sério, ainda enquanto bagunça toda a mala. 

- Não, eu não entendi. Você acha melhor trabalhar e ganhar dinheiro do que ter a família por perto? Ah, Justin. Qual é? Que coisa mais ridícula. - Ele já tem muito dinheiro, se esse é o problema. - Quer saber, vai logo. - Eu deixo a escova na pia e saio do quarto irritada.
 


Notas Finais


Boa tarde meninas! Foi necessário passar todo esse tempo na história pra vocês entenderem o que vai acontecer. Espero que estejam gostando dessa temporada, o começo está mais relax porque ainda tem muita coisa louca pra acontecer, então não quero atolar vocês de acontecimentos. Gostaria de saber mais opiniões & críticas e fiquem à vontade em me mandar ideias e derivados.
Dependendo de quantas pessoas lerem hoje, eu to querendo postar o próximo capítulo amanhã.
Beijos!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...