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História Behind The Secrets - Fourth Season - You're not okay


Escrita por: featollg

Capítulo 30 - You're not okay


Ele estava estranho. Foi assim: Bryan, é o Justin. Eu quero me afastar da presidência da JKC. Avisa todo mundo, por favor. No que eu falei: "Como assim?" ele simplesmente resmungou e desligou. Foi isso. Achei super estranho, mas não sabia de nada disso. - Ele senta ao meu lado e parece querer me confortar. - Calma... Às vezes ele só quer esfriar a cabeça. Bieber é cabeça dura. - Volto a chorar. - Nós somos uma empresa que busca foragidos, esqueceu? Vamos encontrar o Justin...

- Mas eu queria pelo menos saber se ele realmente foi embora.

- Eu vou tentar rastrear o número que ele me ligou para ver se consigo encontrar pelo menos a região e acompanho o IP.

- Obrigada. Eu estou muito nervosa, você não tem ideia. - Levanto e ele me dá um abraço. Saio de lá chorando feito louca e vou direto para o meu escritório. Não respondo ninguém que me chama e Jade entra atrás de mim e bate a porta.

- MEL! - ela me abraça e desabo a chorar. - O que está acontecendo? Cadê o Justin?

- Eu pedi o divórcio. - sussurro. - Eu pedi... Ele... Eu.. Eu...- choro feito criança e sento no chão. - Ele foi embora.

- Como assim você pediu o divórcio? Quando foi isso?

- Eu voltei de Dublin e aconteceram algumas coisas em casa. Eu pedi o divórcio. Na sexta-feira ele veio trabalhar todo transtornado.

- Eu vi!!! Ele estava com uma cara péssima. Iria comentar com você, mas como não me disse nada, achei um tanto estranho...

- Aí resolvemos umas coisas no sábado à noite... Eu acordei no domingo e ele foi embora. Ele não levou o celular.

- Não levou? Mas para onde será que ele foi?

- Eu não sei, Jade. Eu não sei. - Falo ainda chorando muito. - Mesmo querendo o divórcio, eu amo Justin. Ele sumiu e me deixou com as crianças.

- Foi por isso que ele pediu afastamento?

- Sim! Ninguém sabe dele. Eu já liguei para todo mundo.

- Não pode ser... Ele tem que estar por aqui. - Percebo que ela tentava me ajudar, mas não é assim tão fácil.

- Eu estou desesperada. Como ele faz uma coisa dessas?

- Mel, calma. Você está nervosa demais. - Ela me abraça de novo.

Devo dizer que minha segunda-feira terminou pior do que tinha começado. Recebi um bilhete na agenda de Vallery por conta de seu mau comportamento com os colegas e ela ficou sem assistir desenho por pelo menos 12 horas. Anna teve um imprevisto e atrasou para chegar em casa na terça-feira, então tive que ir para o trabalho apenas às 10h. Parece que quando uma coisa acontece tudo na sua vida desaba junto. Não tenho sequer uma pista de onde Justin possa estar. Nem mesmo seus familiares. Apesar do que está acontecendo entre nós, não tenho dúvidas que Jeremy me ligaria assim que tivesse qualquer notícia dele. Fico a cada segundo mais frustrada, com mais medo, mais insegura, a consciência pesada. E se algo de ruim tiver acontecido com ele? Eu não suportaria. Não faz nem 72 horas que ele foi embora e eu já sinto meu mundo desabar. Não é porque eu pedi o divórcio que gostaria de vê-lo longe e infeliz. Eu só queria que ele, pelo menos, tivesse levado o celular, o notebook ou qualquer outro aparelho eletrônico para que não fugisse do normal. Ele NUNCA fez isso antes. O que aconteceu?

                                                26 de janeiro de 2018

- Mel, como você quer que ele volte se você pediu o divórcio e disse que não quer mais continuar casada com ele? - Ela me surpreende com o que diz. - Se você não quer mais continuar casada com ele não deveria estar preocupada desse jeito.

- Mas Jade, como não? Eu amo Justin.

- Mellanie, seja sincera comigo, você realmente ama o Justin? Ou você realmente quis o divórcio? Isso é muito sério. Eu iria embora se fosse ele. - Eu a empurro incomodada.

- Para, amiga! Assim você me deixa pior. Faz uma semana que eu não tenho notícias deles. - Ela dá os ombros e Phill aparece na entrada de casa para buscá-la. Eu o cumprimento com um beijo no rosto.

- Phill, boa tarde. - Sorrio para ele, que fica ao lado da namorada. 

- Amor, eu estava comentando com a Mel, e o que você acha sobre o Justin ter ido embora? - Franzo a testa para ela, pensando que não deveria pedir a opinião dele. Eu já entendi que ele foi embora porque eu indiretamente pedi, mas não foi essa a minha intenção. Eu... só... sei lá. Ele dá os ombros como se não quisesse se meter no meio da conversa.

- Eu iria embora. - Ele dá os ombros novamente, provavelmente em autodefesa. - Eu não sei... é complicado. Ele sempre comentou comigo que vocês se davam bem. 

- É, mas... caramba. Ele não me avisou nem nada.

- Mellanie, você pediu a separação. Por que ele deveria te avisar? Ele tinha que falar com Vallery e Brandon, não com você.

- Por que você está contra mim? - Cruzo os braços. - Poxa, você sabe que eu estou nervosa. Eu não sei muito bem o que fazer. - Ela me abraça e eu bufo irritada.

- Eu vou embora. Pense um pouco. - Assinto e eles logo vão embora no carro de Phill. Volto para casa e vejo que já está na hora de buscar as crianças no colégio. Anna já foi embora, assim como Lauren. Tranquei toda a casa e fui para o colégio deles. Essa última semana foi um caos. Enquanto eu estou desesperada, a única pessoa que está me apoiando é Bryan e... Dimitri. Eles estão preocupados. Ana defende a ideia de que Justin precisa de um tempo, mas também quer que ele volte logo. É tudo tão complicado. 

Chego no colégio para buscá-los e aproveito para conversar rapidamente com três mães que esperavam seus filhos na entrada. Vejo os dois no portão e vou até eles, ficando quase de joelhos. Dou-lhes beijos no rosto e pego as duas malas.

- Como foi hoje? - Pergunto sorridente e aceno para as outras mães.

- Chato.

- Eu quero ver o papai. - Vallery resmunga. - Ele sumiu.

- Ele está viajando a trabalho, filha. - Respondo assim que coloco as mochilas no banco de trás. - Logo ele volta.

- Mas ele sempre está viajando. - Brandon retruca e eu assinto. 
 

                                               28 de janeiro de 2018

Passou 10 dias e nem sinal dele. Eu estava cada hora mais enlouquecida, não falava com ninguém, quase não ia a faculdade... Ficava em casa com as crianças todas as noites chorando pensando no que ele deveria estar fazendo. Eu sabia que ele provavelmente estaria fumando por aí. Só quero que ele esteja bem, ciente do que está fazendo. Quando nós brigamos feio ele me prometeu que se um dia eu o deixasse ele iria voltar a se drogar por vontade própria. Não paro de pensar nisso desde então. O celular dele está abandonado e toca o dia todo. Toca, pelo menos, 10 vezes por dia. Busquei as ligações mais recentes antes dele sumir e a última pessoa foi Anna. Ela me disse que ele ligou para conversar rapidamente sobre o que ela pensava a respeito do divórcio. Não é possível que ele sumiu. Eu entendo que ele precise de um tempo, todo mundo já me disse isso, mas caramba, ele poderia ter avisado. Eu sequer tenho certeza se ele está bem, se está por perto, se está longe.

Teve um dia da semana em que fui numa festa com meus filhos e conheci quase todas as mães. Conversei um pouco com elas e tentei deixar meu nervosismo de lado. Mal me alimentei nesses últimos dias... Tenho sentido dores de cabeça, enjoos e desânimo. Não tem sido nada fácil. Saímos de lá por volta das 22h e passei na farmácia. Fui me pesar e emagreci 3kg desde que ele foi embora. Eu não consigo entender como ele pode ter ido embora sem mesmo um aviso. Nem que me acordasse de madrugada ou deixasse um bilhete dizendo que precisava ir embora. Eu só queria que ele tivesse me avisado. Tudo isso é de nervosismo? Estresse? Desespero? SIM. Chego em casa e eles estavam moídos de tanto brincar. Dou um banho nos dois e eles dormem de imediato. Passo mais uma noite em claro, penso no que ele pode estar fazendo agora. Como ele teve coragem de sumir assim? Fico tão nervosa e pego o celular dele. Começo a fuçar tudo.. Não tinha nada demais, nem conversas, nem ligações, nem mensagens. Abro a galeria e haviam vários vídeos meus que eu nunca vi. Ele gravava coisas bobas como quando discutíamos ou dávamos risada com as crianças... Como eu também fazia. Tudo bem que eu pedi o divórcio, mas ele não poderia ter sumido desse jeito. Jamais. Começo a rezar e a pedir para que ele apareça ou pelos menos que esteja bem. Mando uma mensagem de voz para o Jeremy:

- Eu sei que você não sabe... Mas eu queria encontrar o Justin. Estou tão preocupada... Me ajuda, Jeremy. Você é pessoa que ele mais confia. - mando um tanto preocupada.

"A pessoa que ele mais confia é você, Mellanie. Eu também queria saber onde ele está, mas até agora nada..." - Jeremy.

"você não tem nem ideia?" - Mellanie.

"Nada". - ele responde. "Mas ele precisa de um tempo".

Ninguém entende que a minha maior preocupação é que ele esteja usando qualquer droga. Foi aí que recorri a minha mãe... Ela ficou preocupada. Não queria que isso acontecesse, mas ela me garantiu que preferia saber. Ela já está de cinco meses. Minha irmã irá se chamar Daisy Hazel. Confesso que não gostei muito do segundo nome, mas foi uma escolha de Paul... Enfim. Onde esse homem foi parar?
Minha mãe me liga logo de madrugada, atendo no primeiro toque.

- Mellanie. 

- Oi, mãe!! Você está bem?

- Sim. Que história é essa?

- O quê?

- Você me disse que pediu o divórcio, vocês brigaram e Justin foi embora. Você quer que ele volte?

- SIM. É claro que eu quero. Ele foi embora do nada, não me deixou nem mesmo um aviso, não levou o celular.

- Ele precisa de um tempo sozinho.

- Até você, mãe? Todo mundo está me dizendo isso.

- Sim, até eu. Não tem cabimento vocês continuarem na mesma casa se você não quer mais continuar casada com ele.

- Mas ele não me avisou. Você entende? Ele sumiu.

- Eu entendo essa parte, filha. É claro que você tem o direito de estar preocupada, mas você precisa pensar que é uma consequência da sua decisão. - Bufo para mim mesma. - Eu só queria que você pensasse sobre isso. Por favor, não faça nenhuma besteira sem pensar. Seus filhos precisam de você e Justin por perto.

- Tá, tá. Obrigada.

- Beijos. Mamãe te ama.

- Também amo você, mãe. 
 

Mesmo com todos falando na minha cabeça que Justin realmente precisa de um tempo, eu não consigo simplesmente entender. Eu sei que ele precisa de um tempo, mas ele precisava pelo menos ter avisado Vallery e Brandon, ou Anna, ou seu pai, ou... EU. Nem que fosse um bilhete: "Preciso de um tempo. Estou bem", eu sei lá. Isso não entra na minha cabeça. Eu realmente fico muito preocupada pelo fato dele não ter levado o celular nem nada. Onde será que ele está?

                                         06 de fevereiro de 2018

Após um dia cheio de problemas a resolver na JKC, fui embora em cima da hora e passei direto buscá-los no colégio. Deixei Anna em sua casa e então aproveitei a noite com as crianças para fazer compras no mercado e distrair um pouco a cabeça. Eu me sinto péssima. Compramos lasanha de microondas, pipoca, biscoitos integrais, polpas para congelar, sucos de caixinha e algumas guloseimas para comer nos finais de semana.

Voltamos para casa e Vallery queria me ajudar a guardar as compras. Brandon então foi assistir desenho na sala, todo esparramado no sofá. 

- Eu quero comer o docinho agora. - Ela pede.

- Ainda bem que você jantou bonitinha. - Dou a ela algumas gomas, que me ajuda a guardar as coisas na geladeira toda atrapalhada. O telefone toca e estico as mãos para atendê-lo direto da copa. Número desconhecido. Atendo.

- Alô?

- Oi. - meu coração para. Graças a Deus. Começo a chorar. Ele apareceu. - As crianças estão bem?

- Sim, estão. - Não consigo esconder meu choro na voz. Ele falava calmo, todo lento. - E você?

- Não importa... Posso falar com eles?

- Onde você está?

- Passe para Vallery e Brandon.

- Você está longe?

- Muito.

- Está todo mundo preocupado. - Eu, inclusive. EU. 

- Passe para as crianças.

- Quando você vai voltar? - Pergunto num fio de voz ao me aproximar do Brandon.

- Eu não vou. - Ele diz baixinho e eu estava nervosa. Ele falava tão impassível. Passo para o Brandon decepcionada com toda a situação, mas com um pingo de felicidade por ouvir sua voz.

- PAPAI!!! Que saudades, onde você tá? Sério! Eu quero ver. Uhum. Também amo você. Tá sim. - Ele dá para a Vallery e diz todo fofo: é o papai, Vally. - Continuo ainda super nervosa. Onde ele está? Por que não volta? Será que está feliz por tirar um tempo?

- Uhum. Eu também, papai. To com saudades... A mamãe tá chorando. - Faço careta para ela, que fica sem jeito. - Tá... Te amo. Você sempre está viajando! Eu sei, mas eu to com saudades. Tá, beijo. - Ela diz e me dá o telefone.

- Seu pai está preocupado.

- Normal.- Ele diz todo calmo. Deve estar drogado. - Tchau.

- Espera... Você está sozinho? Está bem?

- Você não é mais minha esposa, esqueceu? Me deixa. - Aquilo doeu tanto. Ele desliga. Largo o telefone e fico ainda mais nervosa. Que droga. Eu amo tanto Justin. Sento no chão e Vallery vem até mim.

- Não chora, mamãe... Papai falou que tá com saudades da gente. - Como ela pega essas coisas no ar? Dou um beijo em sua testa feliz por tê-la ao meu lado.

- O que ele disse?

- Ele falou que tá bem longe, mas ama a gente.

- Ele falou pra mim que tá com saudades. - Brandon diz. Rapidamente mando uma mensagem para Jeremy & Bryan & Ryan & minha mãe dizendo que eles estava bem.... eu acho. Eu não sabia se estava pior do que antes ou se estava aliviada. "Você não é mais minha esposa, esqueceu?"

Aquelas palavras não me saíram da cabeça, nunca. Como ele pode me afetar tanto? Graças a Deus ele deu um sinal de vida, mesmo quase um mês após seu sumiço. Sua voz soava tão... calma, lenta... drogada. Jeremy me ligou no mesmo momento em que eu o mandei a mensagem.

 

- Ele está bem?

- Não tenho certeza disso, mas deu sinal de vida e quis conversar com as crianças.

- Ele te disse onde está?

- Só comentou estar bem longe de Moscou... Estou tão mais preocupada do que antes, porém aliviada que ele apareceu.

- É... Quem sabe ele volte logo.

- Jeremy, seja sincero comigo. Ele me disse ao telefone que não vai voltar.

- Justin não aguentará ficar longe de vocês três nem que ele queria muito, Mellanie. Acredite.

- É... tomara. Obrigada. Assim que eu souber de mais alguma coisa, te digo.

- Agradeço. Idem. 

No dia seguinte recebi mensagens de volta a respeito dele e minha mãe disse que se for para ele voltar, será logo. Mãe sempre sabe das coisas. Mesmo estando do lado dele, dona Anne me disse que Justin deve voltar logo. Ela garantiu, assim como Jeremy. Contei a Anna, que ficou contente. Fui almoçar em casa para buscar as crianças e os levei ao colégio. Estou com mais de 20 faltas por aula na faculdade... Desde que Justin sumiu não consigo ir direito. Eu sei que parece errado eu me sentir assim por ele ter ido embora, mas caramba... Eu sinto um aperto tão grande por não saber se ele realmente está bem. Eu só sei que ele está longe.

                                     17 de fevereiro de 2018

Passamos mais uma noite assistindo tevê os três juntos. Eu amo esses dois demais. Acabo cochilando com eles ao meu lado e quando acordo Brandon estava dormindo. Eles estão dormindo às vezes comigo na cama. Na verdade, eu não ando dormindo direito... Acordo no horário de sempre e espero Anna chegar... Tenho ido trabalhar às 8h30 e saio às 17h. Tomo só um copo de café e converso um pouco com ela a respeito de tudo...

- Você está um pouco pálida.

- Eu perdi alguns quilos...

- Claro, você não está comendo nada!!!

- Anna, amanhã vai fazer um mês que ele sumiu. - Falo decepcionada. Ele não só foi embora, mas tenho certeza que deve estar acabando com o fígado e os pulmões. Ninguém parou pra pensar nisso.

- Ele vai voltar, Mel. Justin ama vocês três demais. Você só precisa entender que ele realmente precisou de um tempo.

- Eu sei disso, mas ele tinha que ter me avisado. Por que ninguém entende meu ponto de vista? - Falo irritada. - Poxa vida.

- Porque nós que convivemos com vocês sabemos que Justin te ama muito.

- E ele simplesmente vai embora? - Gesticulo brava. - Sem aviso prévio?

- Tira esse pensamento da sua cabeça... Logo ele estará de volta. Vocês tem dois filhos pequenos. 

- Argh. Eu só quero entender o que deu na cabeça dele. - Meu celular apita e eu saio de casa para trabalhar por volta das 8h10. Saí no fim da tarde, como de costume, e Anna está ficando em casa até as 17h30. Lauren apenas de manhã. Chegamos por volta das 17h50 em casa e Anna estava na calçada de casa falando com um dos vizinhos. Os dois dão um forte abraço nela e eu entro em casa. Coloco as mochilas perto do sofá e lavo as mãos. Os lanches já estavam prontos na mesa. Ela foi embora um pouco depois e eles comeram o lanche sentados na mesa. Aproveitei para ficar ali com eles e logo tomei um banho quente com os dois mesmo, todos no mesmo box. A cada hora do dia meu desanimo está tomando conta de mim. Nunca na minha vida pensei que uma atitude como essa dele pudesse me afetar tanto, ainda mais depois de pedir um divórcio quando eu pensei estar tão decidida. Na verdade, eu nunca cogitei que ele poderia ter coragem de simplesmente nos abandonar sem avisar antes. Eu já ouvi mil vezes e entendo que ele possa querer um tempo fora, mas poxa, duas crianças que sentem a falta dele. Que tipo de pai ele é? Aproveitei para dar banho neles e ficamos os três de pijama às 19h da noite. Ligo o noticiário e Vallery vai para seu quarto brincar de boneca. Brandon prefere ficar comigo mexendo no iPad. 

- Eu vou jogar Kart. - Ele deita a tela e abre o aplicativo.

- Posso jogar também? - Pergunto como quem não quer nada.

- Ah, mamãe... mas eu ainda não joguei hoje. - Ele fala todo tranquilo. Ouço um barulho na porta e levanto na hora. Seria algum vizinho? Vou até o corredor e vejo que ele abre a porta. Lá estava ele... Desço as escadas às pressas e Justin estava com um moletom cinza, calça da mesma cor e um gorro vermelho. Eu o abraço com toda força do mundo e ele sequer corresponde, logo coloca as mãos em meus braços e me afasta rápido. Senti cheiro de maconha bem forte na roupa dele. Argh. Os olhos vermelhos.

- MEU DEUS!!! - Justin estava com uma mochila nas costas, olhar cansado, um pouco mais magro do que quando foi embora.

- Você emagreceu demais. - Ele fala sério. Olho em seu olhos e o abraço mais uma vez, que me afasta, de novo. Não consigo acreditar que ele realmente voltou. Depois de um mês.

- Por que você sumiu? Para onde você foi? Como você voltou? Tá todo mundo atrás de você. - Eu mal conseguia falar. Estou absurdamente radiante e preocupada. Talvez mais preocupada do que radiante.

- Eu vim aqui ver meus filhos. - ele fala calmo.

- Você está drogado...

- Eu estou sóbrio. - Ele diz baixinho, a voz falhada, quase não saía.

- Não está! - Cismo analisando todo o seu rosto.

- Eu fumei tem umas 2 horas. Eu estou sóbrio. - ele responde todo lerdo e me decepciono. - VALLY! BRAN! PAPAI TÁ COM SAUDADES. - Os dois aparecem correndo no corredor e Justin vai até eles às pressas. Os três se abraçam juntos e Justin de joelhos. Eles começam a cochichar e eu fico olhando distante. Nem acredito que ele voltou. Os três conversam baixinho e Vallery começa a rir conforme tira o gorro dele e, meu Deus! Justin raspou o cabelo... Passou máquina 1. Ele nunca fez isso desde que nos conhecemos! Ficou... tão mais maduro.

- Gostaram? - Ele esfrega o próprio cabelo.

- Nossa, papai! - Brandon diz. - Maneiro.

- Demais, né? Eu também gostei. - Ele responde ainda todo calmo, parecia sonolento, talvez exausto. - Mas eu vim só para ver como vocês estão... Preciso ir embora. - ir embora?

- Onde você vai? - Vallery pergunta.

- Para uma outra casa. - Ele diz baixinho, mas eu ouço. - Eu amo vocês. - Ele beija os dois na cabeça. - Muito.

- Que outra casa?

- Eu aluguei. - Ele diz ao tirar o isqueiro do bolso e meus olhos marejam.

- O que está acontecendo com você?

- O que você acha? - Vallery gruda na perna dele, que sorri para ela. 

- Justin! Você sumiu por um mês e nem levou o celular.

- Se você usasse o que eu uso todos os dias não iria sentir falta de aparelhos eletrônicos. - ele dá os ombros e percebo que está perdido. Oh meu Deus. O que eu faço?

- Eu não estou acreditando, Justin. - Toco seus ombros desesperada por vê-lo nesse estado. - O que houve?

- Você me deixou e eu estou tentando te deixar também. Qual o problema? - Ele fala impassível, não possui qualquer expressão facial, nem mesmo uma reação de quem está no mínimo feliz em me ver. - Não fique encostando em mim assim. Eu não deveria nem ter vindo. - Ele diz e sai de casa. Justin começa a andar a pé pela rua e eu o alcanço na calçada, a duas casas da nossa.

- Justin... Espera. O que está havendo? - Ele acende o cigarro de maconha e começa a fumar na minha frente. Na minha frente. Será que ele realmente quer distância de mim?

- Nada. - Diz com o maço entre os dentes e solta a primeira fumaça. Fecho os olhos por um instante. Eu não acredito nisso. - Qualquer dia eu passo pegar minhas roupas.

- Onde você ficou esse tempo todo?

- Holanda. - Ele responde e me deixa para trás, acelerando o passo antes que eu consiga alcançá-lo. Holanda? O que ele fazia lá? Ele vai embora e o perco de vista. Volto para casa triste demais e os dois estavam todo animados. Foi aí que eu me dei conta de que sai de pijamas na rua. Rapidamente, avisei Jeremy, minha mãe e Jade. Pelo menos ele está aqui. Pelo menos eu o vi. Pelo menos ele apareceu. Pelo menos ele veio ver as crianças.

                                           19 de fevereiro de 2018

Dois dias depois de aparecer do nada, Justin veio para casa no mesmo horário, por volta das 19h. Ele abre a porta principal e tira a jaqueta. Eu o vejo diretamente do corredor. Ele então sobe as escadas e para em minha frente.

- Só vim buscar minhas coisas. - Ele se explica antes mesmo de qualquer aproximação. Estava tão estranho, tão sério, tão... não ele. 
- E você vai morar onde? - Pergunto preocupada.

- Aluguei um flat. Vou voltar para a empresa na próxima semana.

- Nesse estado? Justin, você está péssimo.

- Eu estou suave.

- Você está drogado. É óbvio que eu não vou deixar você voltar para a JKC assim.

- Mas você me deixou. - Ele fala lento. Detesto esse estado dele. - Cadê os meus filhos?

- Você não vai falar com eles assim. Está cheirando maconha. - Eu o paro com as mãos em seus ombros. Ele debocha.

- Como se eles soubessem o que é maconha. - Ele diz e pisca lento. Meu coração dói. Meus olhos marejam mais uma vez. - Vally, Bran. - Ele abre os braços e senta no chão todo desengonçado. Eu odeio vê-lo nesse estado. Ele está muito drogado. Muito mesmo. Justin cochicha algo com eles, dá um beijo em cada um e vai para o nosso quarto.

- Você não vai levar o seu celular?

- Pra quê?

- Tem muita gente atrás de você.

- Você explicou pra eles que você eu precisava de um tempo? - Ele fala na maior naturalidade, a voz mole.

- Ninguém tem nada a ver com isso, Jay.

- Jay não. - Ele nega com a cabeça. - Justin. - Ele abre o guarda-roupa e pega dois perfumes, um boné e joga tudo na mochila. Ele senta na cadeira da escrivaninha e assim fica pelos próximos 30 segundos. Justin tira uma cartela de comprimidos do bolso e toma um. Vai até meu criado-mudo e toma dois goles d'água para descê-lo na garganta.

- Que remédio é esse?

- Antidepressivo. - Ele fala calmo.

- Por que você está tomando isso?

- O nome já diz, não?

- Você está grosseiro... Justin, pelo amor de Deus, o que aconteceu com você nesse último mês? Você está péssimo.

- Você também está. - Ele diz sério e fecha o zíper da mochila. - Eu só estou tentando me recuperar. Normal.

- Isso não é normal. Por que você foi embora? Do nada!

- Não faz mais sentido eu ficar aqui. - ele sussurra e passa as mãos no rosto.

- Eu quero muito falar com você quando estiver consciente.

- A consciência nos faz lembrar daquilo que não queremos, Mellanie. Agora, por exemplo, eu me sinto bem. - Ele diz. - Bem bem bem.

- Justin... - Eu me aproximo e seguro seu rosto para que preste atenção. Estava com os olhos vermelhos e caídos. As pupilas quase escondiam a cor de seus olhos. - Você não pode continuar assim. Nós precisamos conversar direito. Para de se drogar.

- Por que você está falando como se fizesse diferença?

- Porque faz!!!! - Ele desvia o olhar e pisca bem lento. - Olhe o seu estado.

É por isso que eu deveria ir embora de vez. - Ele me solta e desce as escadas às pressas, logo sai de casa e bate a porta. Mais uma vez, ele não levou o celular. Isso me deixa MUITO preocupada. Ligo para o Bryan e ele disse que Justin falou com ele mais cedo, mas estava meio drogado. Disse que voltaria para a JKC na segunda-feira e faria uma reunião. Não pode ser. Hoje ainda é quarta-feira e ele precisa de ajuda. Ligo para Dimitri e peço ajuda para descobrir onde Justin está. Os dois jantaram e eu dei um pedaço de chocolate para cada. Eles nem são tão acostumados. Fiquei meia hora no telefone com ele, que rastreou o cadastramento do cartão de Justin num flat do outro lado da cidade e uma compra de 400 rublos uma farmácia ao lado. É lá que ele está! Ligo para Anna e ela vem correndo pra casa.

- Eu vou atrás do Justin... Você pode passar a noite aqui?

- Posso sim, Mel.

- Você já jantou? Porque eles comeram agora pouco e estão deitados assistindo tevê.

- Já sim, obrigada. Eu vou colocá-los para dormir daqui a pouco.

- MUITO obrigada. - Falo ao abraçá-la. - Estou muito preocupada com ele. Justin passou aqui tem umas 3 horas e estava fora de si.

- Aí meu Deus. - visto minha jaqueta de couro preta, guardo meu celular no bolso e saio de casa na moto. Coloco fone de ouvido para poder ouvir o GPS e sigo conforme ela fala. Quase não peguei trânsito. Demorei bastante, mas cheguei. Era um flat bem iluminado, ficava em frente a várias casas e nada de comércio, exceto por uma farmácia de esquina e uma cafeteria ao lado. Estaciono bem em frente e desço com o capacete na mão. Sequer trouxe minha bolsa. Vou até o hall e a recepção estava vazia. Aqui deve ter uns 6 andares.

- Justin Drew Bieber está hospedado neste hotel?

- Desculpe, não podemos passar informações para terceiros.

- Eu sou esposa dele, Mellanie Rose Schneider Bieber.

- Documentos? - Ela pede. Puta merda. Não trouxe nada.

- Estou sem a carteira. Você consegue buscar meu CPF online. Ele é dono da JKC. Justo hoje resolvi sair de casa sem a minha bolsa. Isso nunca me aconteceu.

- Dono? É, espere. - Conforme falo meu CPF e ela pesquisa, fico na expectativa. Tomara que ele esteja aqui.

- Consegui localizar no sistema... Ele foi cadastrado e vocês possuem uma conta em conjunto no cartão.

- Sim. Eu fiquei de visitá-lo de surpresa. - Digo um tanto séria. Ela percebe que meu sotaque não é daqui.

- Ele está no último andar, 68. - Ela me aponta para o elevador e entro no mesmo. Vou até o 7º andar e saio num corredor luxuoso. Aqui é bem bonito. Ando olhando todas as portas e encontro a 68. Respiro fundo e dou uma batida de leve. Espero alguns segundos e nada. Bato mais uma vez. Alguém abre a porta e vejo Justin de cueca branca, os olhos caídos e um cigarro separando seus lábios. 

- Finalmente! - Meu olhar é de alívio ao encontrá-lo.

- Como você me achou? - Ele fala ao se afastar e eu entro. Justin estava com o isqueiro na mão. Percebi que iria começar a fumar agora. - Olha, na boa...

- Eu vim conversar com você muito sério. - Ele tira o cigarro da boca e sai de perto. Observo o flat: um sofá médio com uma televisão de 45 polegadas, uma mesinha de centro, uma bancada minúscula com microondas e frigobar, uma pia ao lado e uma mesa para dois. Vejo um quarto distante e o banheiro. Aqui é pequeno, mas nem tanto. Justin volta alguns segundos depois, então coloco meu capacete e jaqueta na mesa para dois. Ele respira fundo e deita no sofá todo esticado. - Você está sóbrio?

- Agora eu... Estou.

- Qual foi a última vez que você fumou?

- Faz algumas horas... Na boa, eu não estou psicologicamente bem para falar com você. É melhor ir embora. - Ele diz com os olhos escondidos pelo pulso direito, ainda deitado.
 

SPOILER

- Mellanie sempre quis as coisas de um jeito fácil, o que eu nunca defendi, mas quando fui ver... já... era. 

- Sua filha é mimada. - Ela ri. Eu sei que estou certo. 
 


Notas Finais


Boa tarde meninas!!! Gente, que estresse todo é esse???? Fiquem calmas, tudo pode piorar. Amo vocês odiando a Mellanie rs. Obrigada por cada comentário, crítica e por aí vai... Vocês me alegram demais hahaha
To animada para os próximos capítulos. Mellanie é realmente uma mimada.
Beijos.


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