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História Behind The Secrets - Fourth Season - Last day


Escrita por: featollg

Capítulo 34 - Last day


- Na mesma casa de antes, acho. Nem pensei nisso.

- Você tem certeza que quer ir embora? - Ele vira a cadeira de frente para mim e me encara.

- Você tem certeza que quer o divórcio? - Justin lambe os lábios e clica no teclado para que suas telas não apaguem. Logo cruza os braços.

- Eu quero o divórcio, mas não quero que a gente assine agora.

- Você quer só se separar? Tipo como se fossemos namorados?

- Quero. - Ele parecia furioso.

- Por quê? Caralho, Mellanie. O que você tem na cabeça? Você acha que eu sou idiota? Tudo bem que eu estou no inicio de uma depressão, tudo bem que eu estou sofrendo pra caramba, tudo bem que você também não está legal com isso, mas nós passamos uma semana resolvendo que iríamos nos divorciar e agora você quer só se afastar de mim? Como se daqui um ou dois meses fossemos voltar? Você acha que eu sou tão trouxa assim? É óbvio que você vem em primeiro lugar pra mim, assim como nossos filhos, mas eu não vou voltar com você depois. Eu não vou me envolver com mais ninguém também. Cansei dessa merda de mania de ser sensível. Se você quer a separação, me traz o papel pra assinar que eu faço agora e já vou embora, caso contrário você seja sincera comigo e diga que não está com coragem para se separar de vez. Eu vou entender, mas você precisa tomar a decisão. Eu acabei de comunicar para todos que estamos nos divorciando e agora todo mundo quer saber o que está acontecendo, mas aí eu parei para pensar e o que está acontecendo? Eu não sei. Não mesmo. Por isso que fumar é muito melhor do que ficar aguentando essa indecisão. Eu não quero ficar morando perto daqui, ir em casa às vezes, aí a gente transa, você diz que me ama, depois quer se separar, depois quer voltar. Eu não sou como você. Eu tenho outra visão. Se você quer se separar e já me fez passar por tudo isso, vamos nos separar. Eu já disse várias vezes: 1) Eu vou continuar te amando do mesmo jeito.  - ele enumera nos dedos. - 2) Divórcio é uma coisa MUITO séria. Não tem volta. Se você acha que eu vou voltar com você um ano depois da separação você está enganada, porque eu não vou sofrer tudo de novo pra quebrar a cara. Se eu errei? Demais. Muito, mas eu me redimi. Eu sempre fiz de tudo por você. - Ele me faz chorar e fico sem palavras, para variar. - Eu acordei péssimo hoje porque sabia que tudo isso iria acontecer, você não iria desistir, eu teria que ir embora, meus filhos vão ficar aqui, mas são coisas que temos que aprender a lidar. Minha psicoterapeuta disse que eu não posso depender de você para ser feliz, mas na verdade eu dependo. Isso é algo que eu estou tentando lidar, mas se você acha que vai me fazer passar por tudo de novo, você pode parar aqui. - Ele falava calmo, porém decepcionado. - Eu já estou mal pra caralho e não quero você me deixando pior. Se você vier pra cima de mim, é óbvio que eu vou corresponder, do mesmo jeito que se eu tentar algo com você também vou conseguir. - Ele levanta. - Eu vou embora agora.

- Eu odeio quando você fala todas essas verdades de uma vez só na minha cara e eu fico sem resposta. Que droga, Justin.

- Droga é estar passando pelo que eu estou. Mais uma vez, não te culpo, mas te agradeceria se parasse de mudar de opinião. - Ele para em minha frente. - Eu vou para o flat entregar o quarto e pegar minhas coisas lá em casa.

- Eu te levo...

- Você tem muito a fazer hoje?

- Claro que sim, mas isso diz respeito a nós. Se você me liberar eu vou.

- Então vamos. - Ele sai na frente e vamos até o elevador. Saio no andar do meu escritório e Justin vem atrás de mim. Tanielle para no corredor para falar com ele e desligo meu notebook. Pego minha bolsa e saio da sala. Jade me olha assustada e assinto em concordância como quem diz  "A coisa está feia".

- Pronto. - Falo e vou até o elevador. Ele logo vem atrás e entramos juntos. Saímos na garagem e vamos até o carro. - Como vai ser?

- Flat, depois casa. - Assinto e saímos de lá. Pegamos um pouco de trânsito e meu celular tocou três vezes no caminho. Eu precisava resolver sobre o vale dos funcionários amanhã cedo. Fui anotando algumas informações no meu bloco de notas durante o semáforo vermelho. Chegamos no flat e eu estaciono em frente.

- Você quer ajuda?

- Não. Volto em 10 minutos. - Assinto e ele desce do carro. Aproveito para ligar a Jade e peço que ela me passe o que eu posso fazer para ajudá-la, porque hoje estou resolvendo sobre o divórcio. Fico ouvindo música e ligo para Anna.

 

- Anna, bom dia.

- Oi, Mel! Tudo bem?

- Mais ou menos... Eu e Justin estamos indo aí para ele pegar algumas roupas.

- Poxa, ok!

- Eles acordaram?

- Ainda não. Quer que eu os acorde?

- Não precisa. E os meus outros três filhos?

- Estão brincando no quintal. - ela ri.

- Ok. Obrigada. Beijos.
 

Desligo e mudo a estação de rádio. Olho para a entrada do flat e Justin sai com a mochila nas costas, já vestindo uma calça jeans rasgada e uma camisa estampada da marca Fear Of God. Ele estava com um cigarro na boca soltando fumaça. Não era maconha. Ele joga a bituca no lixo específico e entra no carro. Aquele cheiro de cigarro.

- Você tomou remédio hoje cedo?

- Sim, mãe. - Ele responde sério. - Eu já vou avisar, estou indo embora, mas não vou levar meu celular.

- Você vai ficar sem pra sempre?

- Não. Quando eu estiver psicologicamente bem eu volto a usá-lo. - Chegamos no condomínio por volta das 9h40. Estaciono na garagem e Justin desce com a mochila. Ele entra em casa e eu vou primeiro pelo quintal. Chego até a área dos três e deixo com que corram pela areia. Eles nunca saem daqui de perto.

- Bom dia!! - Digo ao acariciá-los e entro em casa. Lavo as mãos no lavabo e dou um beijo em Anna. Vejo que Justin andava pela sala, a caminho da escada, e vou atrás. Ajudo-o a colocar várias trocas de roupa na mala e me sinto mal. Fico sentada na cama olhando e ligo o notebook dele. Desbloqueio e acesso os sites da empresa. Mando um oi para Jade no comunicador inteiro e começo a mexer com as planilhas de hoje. Muitos encontrados desde domingo: 18 só na Rússia. Sem que ele perceba, não consigo conter e acabo chorando sozinha. Sento na cadeira e fico trabalhando na escrivaninha. Justin continua guardando suas coisas e puxo a respiração para evitar mais choro.

- Mamãe, bom dia! - Brandon entra no quarto. - PAPAI! - Justin o abraça primeiro e ele vem até mim.

- Meu amor, bom dia. - Dou um beijo nele. - Dormiu bem?

- Uhum.

- Por que você não está trabalhando? - Vallery pergunta curiosa.

- Tive que resolver algumas coisas em casa, filha.

- E o papai?

- Eu vou precisar viajar. - Ele diz olhando para os dois, que estavam sentados na cama. Anna logo entra no quarto e dá as vitaminas a eles.

- Vocês já fizeram xixi? Escovaram os dentes?

- Já! - Eles dizem juntos.

- Uau! Vocês são muito rápidos. - Falo tentando engolir o choro e acabo chorando novamente conforme ele guarda suas coisas. - Que horas você vai? - Falo vidrada no meu trabalho.

- À noite. Carl só chega aqui às 21h, aí eu vou sair lá por meia-noite, ou antes.

- Você vai para São Francisco mesmo?

- Primeiro para Amsterdã... Consegui uma consulta para daqui dois dias com a psicoterapeuta. - Assinto. - Aí eu vou direto para São Francisco.

- Legal. - Puxo a respiração carregada de novo. Vejo ele guardar suas coisas e continuo trabalhando. Vallery muda de canal e começa a conversar comigo sobre o que eu faço em casa a essa hora. Ela senta no meu colo conforme trabalho e Justin falava com Brandon.

- Eu vou passar a manhã com vocês! O que acham se formos ao parque daqui a pouco com a Babi, o Bob e o Billy?

- Eu quero!! - Brandon diz.

- Então eu só vou terminar de arrumar a mala e vamos andar.

- É melhor vocês trocarem de roupa já. - Levanto e vou até o quarto deles. Pego duas trocas de roupa e visto Vallery, logo Brandon. Eles estão chegando na fase em que não aceitam as roupas que eu escolho, mas tudo bem. Eu penteio o cabelo dos dois, os ajudo a escovar os dentes e já deixo os uniformes separados em cima da cômoda. Justin aparece no quarto com um gorro cinza na cabeça.

- Podemos ir?

- Sim. - Vallery fala empolgada.

- Eu vou voltar para a JKC. Volto aqui lá pelas 17h para resolvermos o que precisar. - Ele assente e sai de mãos dadas com os dois pela escada de fora. Vou até a cozinha e encontro Anna e Lauren. - Precisamos entrar em contato com um advogado.

- Isso eu faço, mas antes eu preciso saber de você. - Assinto e vou até Anna.

- Eu vou precisar reorganizar os horários... Mas agora estou com pressa.

- Justin vai embora mesmo? - Lauren pergunta e eu assinto.

- Sim, nessa madrugada. Ele saiu com as crianças para o parque e os cachorros. Eu vou voltar para o trabalho.

- Virá almoçar aqui hoje?

- Sim, só para levá-los no colégio. Já são tipo 10h15!

- É... Quando eles voltarem eu já dou banho e adianto.

- Ok. Obrigada. - saio com o meu carro e passo pela rua perto do parque. Justin andava de mãos dadas com os dois e três coleiras. Como eu vou sentir falta. Vou o caminho todo pensando nele, chorando sozinha e imaginando todas as consequências que já apareceram da decisão que eu tomei. Começo a pesquisar sobre divórcio, início de depressão, o remédio que ele está tomando, o consumo excessivo de maconha para suprir a dor e como um homem pode reagir a um divórcio vs uma mulher. Eu não quero que ele vá embora, não mesmo. Não tem graça sem ele. Entro no meu escritório com óculos de sol, não falo com ninguém. Continuo meu trabalho sem parar e ligo em casa por volta do 12h10.

 

- Anna, pode passar para o Justin? Por favor.

- Oi.

- Você está dirigindo?

- Não.

- Mas pode levá-los ao colégio?

- Claro.

- Obrigada.
 

Desligo e acabo que nem almoço... Tive muito a fazer. Sai da empresa às 15h50 e passei no Subway. Devorei um lanche de 15cm e tomei uma coca cola zero. Vou para casa e Lauren já tinha ido embora. Anna estava varrendo o quintal da frente e dei um beijo nela.

- Ele está aqui?

- Sim... Ficou trancado no quarto o dia todo.

- Vocês conversavam?

- Ele disse que dessa vez não queria se abrir comigo porque eu ficaria preocupada. - Ela diz um tanto decepcionada. - Porque eu sei que ele está bem pra baixo.

- É... Eu estou ficando com remorso, Anna. Ele já informou a todos que vai embora.

- Mel, eu não interfiro no relacionamento de vocês, mas realmente... - Entro em casa à procura dele e deixo minha bolsa na sala. Subo as escadas com o celular em mãos e entro no nosso quarto. Justin estava deitado na cama sem camisa e coberto. Estava bem frio por conta do ar condicionado. Ele percebe que eu chego e limpa a garganta.

- Eu cheguei agora para conversarmos. - Falo ao aumentar dois graus do ar condicionado e ele não responde. - Justin.

- Eu estou ouvindo. - Ele sussurra e era voz de choro.

- Você está chorando?

- Huh. - Tiro o edredom de seu rosto e ele estava com os olhos bem inchados, como quem chorava há horas. Meus olhos marejam só de vê-lo. Não é possível. - Nem tem mais sobre o que conversarmos. Eu vou ter que ficar aqui até de madrugada.

- Eu sei. Olha, eu também estou triste demais por tudo isso, de verdade, mas não tem como eu voltar atrás.

- Eu não pedi para você voltar atrás. Você sabe que não. Eu entendo seus motivos, mas só acho que então não deveríamos ter nos casado, você não acha?

- Não acho. - Falo. - Você acha que eu me arrependi de casar com você? Justin. Que absurdo.

- Absurdo? Nós nos casamos há um ano e pouco e você já quer se separar.

- Isso também não é fácil para mim. Você sabe que se eu não ligasse já teria assinado tudo.

- Você está com dó. - Ele fala me olhando e eu passo os dedos debaixo de seus olhos para que ele pare de chorar. - Era por isso que eu não queria voltar.

- Não estou falando nada disso por dó. Você sabe muito bem disso. Eu gosto demais de você, mas não tem como ficarmos juntos. - Acaricio seu cabelo. - Por que exatamente você está assim agora?

- Estou me sentindo triste, sem vontade de fazer nada. - Ele diz. - É por conta do remédio.

- Então podemos fazer assim, já estamos separados mesmo, mas não assinamos nada ainda.

- Você pretende querer voltar comigo? É isso? - Ele fala invocado e fecha os olhos.

- Não foi isso que eu disse.

- Mas foi o que eu entendi. - Ele diz. - Quer saber, tá ok. O que mais?

- Eles vão sentir sua falta.

- Eu virei visitá-los sempre que puder.

- Você vai continuar sem celular?

- Eu vou levá-lo, mas ainda não quero usar. - Assinto e tiro minha sapatilha, logo calço meu chinelo. Sento ao lado dele na cama. - Seguinte, se você não quer nada comigo, não me trate como quem está com remorso mas não quer falar. - Como ele pode me conhecer tanto? Eu me sinto mal. Justin passa as mãos no rosto e os olhos ainda estavam vermelhos. - Mas eu acho que assim, tudo bem você ainda querer me beijar. Eu também quero. Eu vou embora hoje. Se você topar, podemos ficar um pouco pra acabar de vez. Só isso. - Estranho o que ele diz. - Eu vou embora de qualquer jeito, vamos nos separar de qualquer jeito. Pelo menos você não fica na vontade assim como eu.

- Você leva isso numa boa?

- Sim. Eu sinto vontade. - Ele me olha. - É claro que me deixa com ainda mais vontade no geral, mas se eu vou embora eu meio que prefiro.

- É, eu também. Mas então para de chorar... - Acaricio seu cabelo. Ele assente.

- Eu já parei. - Ele responde e bufa. - Eu vou descansar mais um pouco.

- E sobre o advogado?

- No meu escritório tem o telefone de um amigo meu, Sr Ruíz. Ele é advogado de casos familiares. Ligue para agendar uma consulta e ver como faremos. 

- Está no escritório?

- Sim. Na minha agenda.

- Ok. - Ele suspira fundo.

- Eu saí mais cedo porque achei que iriamos resolver algumas outras coisas, mas no fim não adiantou de nada.

- Estude para a faculdade, oras.

- Eu tranquei já faz quase um mês.

- O quê? Por quê? - Ele assusta.

- Eu fico com eles à noite. - Justin parece entender a situação e eu saio do quarto. Vou até Anna, que estava estendendo as roupas no varal sozinha no quintal. - Ele chorou o dia todo.

- Então foi por isso que não saiu do quarto nem por um minuto.

- É... Ele anda bem desanimado. Eu acho que ter feito a reunião foi demais, porque ele meio que caiu na real.

- Ele saiu em cima da hora para levá-los ao colégio e voltou tipo 15 minutos depois... falou brevemente comigo. Ele comentou que estava bem triste por toda essa situação, mas pelo menos iria embora dessa cidade.

- Você o viu fumar algo?

- Quando ele voltou estava com um cheiro estranho. - Maconha, pensei. - Mas aí ele nem falou comigo, fumou cigarro perto dos cachorros e foi para o quarto.

- Caramba... Ele almoçou?

- Um pouco. - Ela diz e termina de pendurar as roupas. - Estou bem preocupada com ele. Nunca o vi assim.

- Eu também... - Subo as escadas por fora e paro no corredor. Atendo uma ligação do Nolan, que estava louco atrás de Justin para entender o que aconteceu. Expliquei que estamos nos separando e ele está afastado do celular. Assim que desligo, entro no nosso quarto e ele estava deitado na cama todo coberto. Do mesmo jeito. Já são 16h30. Sento na ponta da cama e acaricio seu cabelo. Estava tão triste em vê-lo assim. Era como eu me sentia logo quando ele "fugiu", fiquei perdida, deslocada, como pode? Ele respira fundo. - Como você vai ficar sozinho nesse estado?

- Tranquilo. Já morei sozinho por muito tempo.

- Justin, agora é diferente... Você sabe disso, nós temos dois filhos que precisam muito de nós. Eu preciso deles.

- Eu vou voltar para vê-los. Você pode levá-los lá e ver sua mãe. - Ele tira o cobertor do rosto. - Ela já sabe o sexo?

- É menina. Daisy.

- Nome bonito. - Ele diz sem qualquer expressão.

- Você voltou a chorar? - pergunto ao cruzar as pernas ao lado dele na cama.

- É efeito desse remédio. Ela disse que eu poderia ficar emotivo demais.

- Mas você se sente melhor?

- Eu me sinto bem mais ok do que antes, mas ainda sim choro pra caramba. Só que eu estou melhorando fisicamente... Só às vezes que eu fico meio assim.

- Pelo menos você está melhorando. Chorar faz bem. - Acaricio sua testa e ele assente. - Você vai buscar as crianças comigo? - Ele nega com a cabeça.

- Eu só quero ficar deitado. - Ele diz ainda com os olhos fechados. Pego meu notebook e sento ao lado dele na cama. Começo a trabalhar novamente e Justin muda os canais ainda todo sonolento. Ele fica acariciando minha coxa esquerda e levanta, vai ao banheiro e volta um pouco depois.

- Eu estou com muita cara de quem chorou?

- Sim. Você já arrumou tudo?

- Aham. Deixei algumas coisas aqui. - Ele aponta para a mala. - Você falou com a minha família sobre o nosso divórcio?

- Não. Eu só conversei um pouco com o seu pai, mas nada demais.

- Ele quer falar comigo, mas como eu estou sem celular fica complicado. - Assinto e continuo vendo relatórios. Bryan me liga e atendo.

- Mellanie, pode verificar por favor o e-mail do financeiro? Patrícia te enviou um arquivo com os vales do mês passado e eu queria que você conferisse.

- Estou abrindo. Precisa de mais alguma coisa?

- Por enquanto só. Obrigado.

 

Desligo e coloco o celular no criado-mudo. Passo mais meia hora resolvendo algumas pendências e então acaba a bateria do notebook. Eu coloco para carregar na escrivaninha e Justin continuava deitado, quieto, assistindo tevê. Desço até a cozinha e como duas bananas com aveia e mel. Saio de casa para buscá-los e pego um trânsito enorme. Chego em casa com eles por volta das 18h. Os dois estavam empolgados por saber que Justin estava lá, então foram direto para o quarto. Ele continuava deitado. Eles comeram lanche e ficamos os quatro na sala de jogos. Eu, Justin, Vallery e Brandon deitados no sofá. Enquanto assistíamos a um filme, ele estava mudo, porém acariciava minha coxa direita com a mão leve. Justin encosta mais seu corpo no meu e continuo prestando atenção nos dois. Ele dá um beijo em meu ombro direito e passa o braço esquerdo pelo meu pescoço. Suspiro fundo e tento não demonstrar nada. Não sei dizer o que está havendo com ele.

Acabo ficando com sono aos poucos e ele acaricia meu cabelo, me deixa aconchegada. Converso com Brandon sobre o filme e Vallery pede para que eu faça silêncio. Acabo encostando a cabeça no ombro de Justin, que dá um beijo em minha testa e ergue meu rosto.

- Isso não está certo. - Sussurro e ele me dá um selinho, logo outro.

- Não, mas nós não vamos nos ver mesmo... - Ele dá os ombros. - Já são, o quê, 20h? Eu vou embora daqui a pouco.

- Eu sei disso... Mas é meio contraditório da nossa parte você ir embora porque estamos nos separando, mas ficar assim... - Falo olhando nos lábios dele, que assente.

- Se não ficarmos assim agora, já era. Ou você acha que podemos reatar? - Ele diz enquanto me olha nos olhos e dou um selinho nele.

- Por que essa pergunta agora? - Falo baixinho.

- Porque se você quer se separar de mim nós não vamos voltar.

- Eu sei disso. - Falo baixo. Acaricio seu cabelo e ficamos de frente um para o outro. Espio os dois, que estavam cochichando e Justin aproveita para beijar meu pescoço diversas vezes, calmo, os lábios quentes. Fecho os olhos e relaxo. Ele continua beijando meu pescoço todo calmo e eu acaricio seu cabelo. Ele beija minha nuca e acaricia meu cabelo.

Começo a pensar em como será o aniversário dele na próxima semana, todo distante, sem ninguém... Isso não está certo.

- Você está assistindo, mamãe? - Brandon pergunta.

- Estou sim, querido.

- Tá nada! - Vallery diz encrenqueira.

- Claro que estou!! - Retruco e continuo com a cabeça encaixada no ombro dele, que me abraça forte. Continuo acariciando seu cabelo e ele beija meu ombro. - O que você está sentindo agora? - Falo ao voltar a ficar de frente para ele, que olha meus olhos e logo fita minha boca.

- Só vontade de ficar com você. - Ele diz ao se aproximar e toco meu nariz no seu. - Que droga, né?

- O quê?

- Não era para estarmos assim... - Ele fala ao acariciar minha bochecha.

- Foi o que eu te disse. - Repito. - Não é boa ideia. - Dou os ombros e me afasto dele. Levanto e deito ao lado do Brandon, que estava quase dormindo. Justin gruda na Vallery e acabo cochilando. Acordo com os dois dormindo e Justin estava quieto acariciando Vallery no cabelo. Levanto e eu o carrego até seu quarto. Ele acaba despertando e pede para que eu o leve até o banheiro. Justin continuou dormindo e eu levo Vallery para o quarto carregada no colo, que não demora muito a despertar. Anna já tinha ido embora, mas pensei que passaria a noite conosco já que eu teria que levar Justin até o jato particular de madrugada. Esquento o jantar e decido acordar Vallery para comer. Faço o mesmo com Justin, que não estava com fome - sendo que não comeu nada o dia todo - e volta a dormir. Jantei com os dois e comemos um pouco de chocolate com sorvete. Não que esteja calor, mas eles gostam. Lavei a pouca louça por volta das 21h e Vallery foi brincar de boneca. Já Brandon, estava andando pela casa com seu avião de brinquedo e aproveitei para ver tudo o que Justin separou. Ele está levando uma mala só. Faço minhas higienes e tomo um banho rápido enquanto os dois me chamavam o tempo todo. Ser mãe é não conseguir tomar banho de porta fechada. Nunca. Visto uma camisola qualquer e deixo o cabelo preso mesmo. Dou um banho nos dois, eles vestem pijama e continuam brincando pela casa. Foi aí que decidi acordá-lo para que comesse algo e pudesse se arrumar. Sento no sofá com as pernas cruzadas, de frente para ele, e Vallery vem atrás de mim. Ela decide acordá-lo com vários beijos no rosto e Justin desperta aos poucos.

- São quase 22h. Você precisa tomar um banho, jantar e ficar pronto. - Justin conversa com Vallery por um tempo e enquanto isso eu esquento o jantar para ele. Justin ficou um tempo lá em cima com os dois e eu fui para o quarto das crianças. Coloco Brandon para dormir primeiro e fico um tempo deitada com ele. Justin estava na cozinha com a Vallery. Ele sobe até o quarto com ela e já tinha tomado banho. Vallery deita na cama ao lado e fico um tempo ali enquanto ela pega no sono. Passo pelo corredor e vou até a varanda. Justin estava andando próximo da areia brincando com o isqueiro, jogando-o de uma mão para outra. Fico observando-o e logo volto para o quarto pensativa a respeito. Já passou das 23h e meus filhos estão dormindo, Justin está prestes a ir embora e Anna nem ficou aqui. Deito na cama e ele entra no quarto.

- Antes que você pergunte, eu já tomei o remédio.

- Ótimo. - Digo a ele, que dá a volta e senta na cama ao meu lado. Justin tira o tênis e estica as pernas. - Anna já foi embora... Como eu vou te levar?

- Uber vira me buscar lá por meia-noite e meia. É melhor.

- Huh, ok. Você se despediu das crianças?

- Falei bastante com eles antes de dormirem... Brandon ficou bem chateado.

- Eles sentem muito a sua falta.

- Mas eu vou voltar, eu não vou sumir... - Deito completamente e ele começa a acariciar meu cabelo. - você está arrependida?

- Por que a pergunta? - Olho para ele. Eu estou? Justin dá os ombros. - Eu quero que você saiba que a partir do momento que eu for embora, não tem volta. Não está sendo nada fácil para mim passar por tudo isso.

- Não é fácil para mim também. - Fecho os olhos tentando relaxar. Justin continua acariciando meu cabelo e eu o queria muito aqui, mas ao mesmo tempo... - Como você vai ficar sozinho nesse estado? - Falo preocupada e Justin dá os ombros sem resposta.

- Eu... vou melhorar. - Ele responde e acaba deitando ao meu lado. Suspiro tentando só pensar no lado bom, mas não encontro. Justin então contorna meus lábios com o polegar e relaxo. Ele faz a mesma coisa diversas vezes e, quando abro os olhos, ele me encarava tão próximo.

- Por que você está fazendo isso?

- Você não sente vontade?

- Sinto.

- Porque eu estou com muita vontade... Só quero ficar perto de você antes de ir embora.

- Eu não sei se é uma boa ideia.

- Nós nunca mais vamos voltar, qual o problema em relaxar um pouco agora? - Ele estava 100% certo.

- É verdade. - Abro os olhos e Justin passa o polegar em minha bochecha, logo toca seu nariz no meu e beija meu pescoço três vezes. - Eu também estou com vontade.

- Então.

- Você fumou agora?

- Quase. - Ele sussurra e estava quase tocando minha boca. Descanso a mão esquerda em sua costela e aperto sua camisa. Justin distribui beijos pelo meu pescoço e chega no meu ombro esquerdo. - Você sabe que estamos fazendo isso porque você está arrependida, mas não tem coragem de dizer, né? - Como ele me conhece tanto? - Eu sei, Mellanie. Entendo seus motivos. Já fiz muita merda, mas você está errada. Muito errada.. - Ele sussurra e me dá um selinho lento.
 

SPOILER

- Eu te disse ontem.

- Que você não me quer mais.

- É.

- Eu não acredito em você. - Falo ao ficar de pé e ele dá os ombros. - Era isso?
 


Notas Finais


Será que Justin vai realmente embora? Mellanie é realmente revoltante rs, entendo vocês. Obrigada por todos os comentários do capítulo anterior. Ainda tem muito para acontecer e espero que vocês estejam gostando - mesmo que fiquem irritadas com as atitudes deles haha sei que isso acontece.
Estou com um pressentimento de que já tinha colocado esse spoiler antes, mas não tenho certeza.
Obrigada desde já por todos que estão acompanhando quando podem.
Beijos.


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