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História Behind The Secrets - Fourth Season - Talk to talk


Escrita por: featollg

Capítulo 45 - Talk to talk


- Eu me envolvi com ela. - Como? sexo?

- Sexo?

- Envolvimento. Por que você quer saber? Isso é ruim de contar a você.

- Porque eu preciso. - Falo vulnerável e tento não imaginar a cena. - É tão ruim ouvir, você não faz ideia, mas eu preciso. Eu quero saber.

- Nós quase transamos. - Ele suspira fundo e olha-me de imediato. - Eu estava um pouco pilhado, mas não deu em nada. - Eles não transaram. Suspiro fundo diversas vezes conforme tento esconder meu nervosismo e ao mesmo tempo alívio. Isso é sério? Como ele conseguiu? Confesso estar aliviada. Isso é um milagre. - Eu não vou contar se você ficar assim.

- Vocês não fizeram nada de sexo? - Ele nega com a cabeça. Isso soa tão estranho. 

- Só nos envolvemos por alguns dias.

- E agora?

- Ela está lá, eu aqui.

- Quando foi a última vez? - Falo tentando parecer calma, mas na verdade eu estou mesmo... eu acho. 

- Faz uns dias... Satisfeita?

- Você estava feliz com ela? - Ele desvia o olhar e eu me aproximo. - Hein? Estava?

- Eu não entendo onde você quer chegar.

- Eu quero saber o que houve entre vocês.

- Isso é pessoal. Não interessa agora. - Ele rebatia calmo, como se não buscasse uma discussão maior. 

- Meu Deus, Justin Drew! PARA DE FALAR QUE NÃO INTERESSA. O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM VOCÊ? CARAMBA. - Explodi novamente. - Quer saber... Eu não vou conseguir conversar com você sobre a separação assim, agora. Eu preciso de 10 minutos. - Ele concorda impaciente e eu saio do quarto batendo a porta. Vou até o nosso quintal e olho a maresia por vários minutos. Estava começando a garoar. Tomo um copo de água com açúcar. Eu realmente estou muito nervosa. Essa gravidez inesperada está me deixando louca. Ele estava com outra mulher. Após tanto quebrar a cabeça tentando ficar mais calma, volto para o quarto e ele estava lá, sentado na cama mexendo no celular, de novo, porém deitado olhando para o espelho no teto. Suspiro fundo pensando nele se envolvendo com outra mulher por vontade própria.

- Você gosta dela? - Ele desvia o olhar. Sim, esse assunto não sairá da minha cabeça tão cedo. Talvez nunca. 

- Eh... Eu... Não.

- É... Eu, não? - Eu o imito. Que frustrante.

- Se você trata gostar como algo fraco, sim. Eu gostei dela, mas não gosto.

- Você gostou mas não gosta? - Ele assente. - Isso significa que você superou.

- Onde você quer chegar com isso? - Justin senta novamente na cama, já de frente para mim.

- Olha... Eu... Durante nossas conversas por videoconferência esses dias, você estava com ela?

- Por que você quer tanto saber?

- Porque isso me deixa maluca. - Passo as mãos no rosto sem saber como demonstrar a ele o quanto isso realmente me chateia. - Eu não estou sabendo lidar com isso porque eu nunca imaginei que você...

- Que eu superaria você? - Nego com a cabeça. - Você queria que eu esperasse a sua boa vontade? - Ele fala bravo, irritado. Sério. Que sensação ruim.

- Eu te disse tantas vezes o quanto estou arrependida, tantas. O que aconteceu com os quatro dias que eu passei na Califórnia? Não foi nada pra você? Justin, eu me declarei, eu te amo, eu... Eu sei que foi uma burrada. - Paro de imediato. - Eu não vou conseguir conversar agora.

- Oh meu Deus. Amanhã falamos, então.

- Não. Hoje. - Respondo e ando de um lado para o outro. - Eu só preciso de mais um minuto. - Ele assente. Ando de um lado para o outro pelo quarto e então decido passar uma água no rosto. Estou tão tensa... e grávida. - Ok. 

- Você quer começar? - Eu queria, mas não fazia ideia de como começar. Pelo menos agora estou mais calma. Ele não transou com a garota morena. Seria bom se eu falasse de cara um: volta comigo porque eu te amo e estou grávida? Assinto ainda um pouco perdida. 

- Eu quero muito você de volta. - Toco seu pescoço e ele permanece sério, frio. Justin me afasta e então estava pronto para responder. Pelo menos hoje ele me parece calmo. 

- Nós vamos conversar direito, Mellanie. Não é assim que funciona.

- Eu sei. 

- Você me liga durante 15 dias, diz que quer voltar comigo, não me deixa em paz com... no geral, no dia seguinte decide concordar com a separação, me diz que vai enviar os papeis, aí você não envia e então me pede para voltar com você? - Justin diz me acompanhando com o olhar e parece confuso. Eu sei. Sou confusa, também.

- Eu surtei ao ver que você estava com outra. - Dou os ombros em defesa. - Antes de entramos no assunto principal, eu espero que você saiba desde o começo que, no momento em que eu pedi o divórcio e até antes de você fugir eu estava frustrada. Foi tudo tão rápido. Eu nunca pensei que você poderia fugir de casa, mesmo. Assim como eu sei que você ficou muito bravo com a minha decisão, eu também estava. Claro que eu sempre te amei e ainda amo, muito, mas circunstâncias nos fizeram perceber que não dava mais, simplesmente tinha algo que sempre nos separava e eu estava cansada de pensar demais. Era como eu me sentia. - Ele bufa. - Eu não digo que você errou sozinho, até porque eu já fiz várias coisas desagradáveis - das quais eu me arrependo e você sabe muito bem. Eu só tomei uma decisão que acabou nos fazendo surtar em 24 horas. Nunca foi assim, tão sério. - Ele assente. - Essa é a minha introdução.

- Ok. Só isso?

- Introdução, sim.

- Ok, minha vez. - Ele limpa a garganta. Lá vem ele com aquelas palavras que me deixam sem resposta. - Quando você pediu o divórcio, foi uma coisa que realmente me pegou de surpresa, mesmo com o que tinha acontecido há pouco, porque você tinha acabado de voltar de Dublin, estava cansada, eu senti sua falta pra caramba, assim como as crianças, e foi algo que realmente me derrubou. - Ele faz uma pausa e desvia o olhar por um instante. Então retoma sua atenção e parece um pouco tenso, talvez tentando relaxar. - Você sempre foi a minha vida e naquele momento foi como se eu não tivesse mais nada, só duas crianças de quatro anos que não entendem nada do que se passa e mesmo assim sentiram - Eu começo a andar pelo quarto conforme ele fala, mas não tiramos o olhar um do outro. - Eu também fiquei surpreso com a minha própria reação. Eu pensei que não seria nada tão... sério. Se eu exagerei no sofrimento? Talvez nas primeiras 48 horas. Naquela primeira noite eu chorei pra caralho. - Ele fala tão calmo, tão... chateado. Eu acredito que em quase seis anos de relacionamento essa será nossa conversa mais sincera e... decisiva. Tenho tanto a dizer. Quero tanto que ele veja como eu me sinto. -Nunca perdi tanta água do meu organismo de uma vez só, foi aí que eu percebi que se ficasse nessa casa mais duas horas iria surtar e precisei ir embora sem dizer nada. Que diferença faria dizer um: "Adeus, Mellanie?", já que você não estava nem aí com a situação? - Eu estava sim! - Eu vi que você também ficou bastante chateada, não foi fácil para nenhum de nós, mas essa sua decisão acabou comigo. Eu fiquei com muita raiva de você, porque simplesmente não tinha cabimento pedir o divórcio por uma situação que nenhum de nós esperava. Eu fiquei com um sentimento de ódio muito grande, mas não durou tanto. - Ele suspira fundo como se estivesse aliviado e então deita na cama. - Terminei minha introdução. - Justin passa as mãos no rosto conforme parece estar incomodado com algo e eu então penso no próximo passo. - Sua vez.

- Vamos direto ao ponto? 

- Por partes. Eu quero entender por quê você me quer de volta e como chegou a esse consenso. - Ele está cada vez indo mais direto ao ponto e parece ter toda paciência do mundo. Assinto. - Porque até agora não mudou nada. 

- Eu fiquei extremamente fora de mim nas primeiras 24 horas, tanto é que o divórcio me veio à cabeça quando eu voltei para casa com Vallery e Brandon depois da sorveteria. Eu estava louca de brava pelo que eu tinha visto. Então, quando você fugiu eu entrei em choque, foi como se você tivesse me dado um aviso do que tinha perdido. É claro que, Justin, você sabe, eu tenho meu jeito menos romântico com relação às palavras, mas eu sempre deixei claro o tamanho da sua importância na minha vida. Poxa, você sempre foi o melhor do mundo. Eu entrei em choque quando você foi embora, porque assim como eu, todos que te conhecem não imaginaram que você ficaria fora por um mês. Um mês é muita coisa. Eu pensei que você queria 24 horas para pensar. Eu sofri demais durante todo o tempo em que você sumiu, eu não conseguia dormir, porque todos ao meu redor estavam do seu lado, mas ninguém sabia o que eu sabia. Eu sabia que você tinha ido embora e iria fumar muito, porque você acha que cigarro e derivados te fazem sentir bem, mas não é isso - Faço uma curta pausa e ele assente em concordância -. Além de tudo, eu precisava mostrar aos nossos filhos que estava tudo bem, você só tinha sumido sem qualquer meio de comunicação e sem mesmo um aviso prévio, o que preocupa muito mais. Independente da minha decisão, eu sempre irei me preocupar com você, como eu te disse várias vezes. Ver como você estava quando voltou acabou comigo, literalmente. Eu nunca nem mesmo imaginei que você ficaria tão...

- Triste? Você quer voltar comigo por dó de toda a situação, eu já entendi. Sua mãe me disse que conversou muito com você sobre nós antes de você ir embora.

- Você não pode me interromper. - Franzo a testa para ele. - E você errou. E sim, ela conversou. - Tento recompor meu cérebro para que não perca o fio da meada. - Eu me sinto tão arrependida de tudo, mas eu não sei te dizer desde quando, porque eu confundi muito o fato de querer te ajudar com realmente querer voltar com você sem pensar por esse lado. Eu estava nervosa demais, porque ao mesmo tempo que eu te queria de volta aquela culpa por tudo o que você já fez comigo me vinha à cabeça, o que foi um exagero, porque eu meio que misturei tudo. Eu cheguei a ficar confusa sobre se eu queria que voltássemos só por conta das crianças ou... por nós. Qual é, nem chegamos a pensar em como seria com eles com relação ao divórcio, aos bens que os dois teriam, como faríamos para que eles ficassem com você e comigo sem sentir tanto essa diferença. Era como se a cada momento em que eu tentasse repensar a ideia você aparecesse na minha frente com a Grace, ou com a gravidez da Stacey, aquela outra ruivinha em casa, ou até mesmo que voltássemos no tempo para a época em que você estava com amnésia e transou com todas as mulheres dessa cidade. É loucura, são coisas passadas... mas... foi uma grande idiotice, eu sei.  - Ele continuava deitado, mas percebia que tentava me acompanhar com o olhar conforme eu me expressava sem muito saber o que dizer nos próximos cinco segundos. - Aquilo sempre corroeu minha mente de um jeito que você não faz ideia. Sempre foram assuntos que eu tentei deixar de lado com o passar do tempo, mas era como se com certa frequência eu dormisse com isso tudo entre nós. Eu sei que não deveria entrar no assunto da Stacey, até porque foi no ano em que nos conhecemos e muita coisa tinha acontecido, mas foi um fato que nos serviu de alerta. Eu também sei que não devo te culpar pelas mulheres que você saiu enquanto estávamos separados. Eu não te culpo pelos meus pensamentos a respeito, mas, caramba, como você acha que é pra mim? Eu nunca suportei mentiras e com o passar dos anos nós enfrentamos tantos problemas juntos. Eu não aguento viver com isso na minha cabeça. 

- Mellanie, então por que você disse que queria voltar comigo? Por por que você me quer de volta?

- Eu terminei meu parágrafo aqui.

- Longo esse seu parágrafo. Você distorceu tudo. - Bufo assim que ele termina. - Minha vez.

- Eu não distorci. - Retruco e ele então levanta. Eu sento na cama com as pernas esticadas para que minha camisola não suba e por um momento passo a mão na barriga, pensando sobre a minha gestação de menos de quatro semanas. - Pode parecer que sim, mas, no fundo, eu não exagerei no que estava acontecendo comigo. Depressão é muito mais sério do que parece. - Eis que ele me dirá as mesmas coisas que minha mãe. - Como eu te disse desde aquela vez, a culpa não era sua. O motivo total pelo qual eu quase entrei numa depressão profunda envolveu um todo. Claro que essa sua decisão do divórcio ajudou muito, eu diria, mas eu acabei ficando mal por inteiro, eu me senti sozinho, eu queria morrer, eu queria abandonar o trabalho. Foi um surto que durou mais de 45 dias. Eu não esperava por isso e não queria aceitar o que estava acontecendo, porque eu fiquei com raiva. Eu não sei se você sabe, mas a depressão nos faz reduzir sentimentos como amor... eu não estava nem aí, mesmo que lá no fundo eu estivesse. - Começo a pensar em como ele pode ter se sentindo e comparo com o relato de minha mãe. - O que adianta ter uma porrada de dinheiro e ficar sozinho? Ter carros, ser sócio de uma empresa boa, mas ficar sozinho tendo meus dois filhos do outro lado do mundo? Eu não sabia mais como era esquecer minha família. Eu nunca consegui tirar vocês três da cabeça. Eu nunca fumei tanto na minha vida, mas era só para que eu me sentisse menos vazio, menos idiota, menos trouxa por ficar chorando por uma mulher que, provavelmente, superou primeiro do que eu. Eu fumava porque você sabe que isso me faz sentir bem. Eu não bebi, porque simplesmente não tinha graça. Eu estava sozinho. Eu cheguei a odiar ainda mais o fato de ser tão sentimental. Conforme eu me consultava e ficava sozinho o tempo todo, era meio que como uma terapia diária. Eu pensava em como seria se eu nunca tivesse errado, como seria se não tivéssemos nos casado, como seria se não tivéssemos uma família. Eu pensava em como teria sido minha vida se eu nunca tivesse aceito entrar naquele colégio em 2013 por um pedido do Jack. Será que um dia iríamos nos envolver? Eu aprendi tanto com você, Mellanie. Eu sempre te amei acima de todos os outros, acima da minha família, acima do que eu poderia imaginar. Foi aí que eu caí na real, logo quando meu tratamento estava acabando, eu diria... - ele faz uma pausa pensativa - uma semana antes do evento na JKC... eu caí na real de que não iríamos voltar e nem deveríamos, depois de tudo isso. Eu não merecia, eu não nasci pra ser idiota, assim como você também não. Eu te disse que quando eu realmente fosse embora, seria pra valer. - Ele pulou um pouco o assunto. - Quando eu voltei, eu estava muito mal, muito mesmo. Você sabe disso... Nós transamos por fraqueza total da minha parte, porque não era para acontecer. Eu tinha voltado para cá pensando em ver as crianças e saber se você estava bem. Eu sequer pensei em sexo quando cheguei. Alguns dias depois, sim, mas quando eu cheguei, não. 

- Eu me arrependi tanto. - Eu o interrompo e ele faz careta.

- Eu entendo, mas a partir do momento em que você já estava arrependida quando eu estava indo embora de vez, você DEVERIA ter me parado. - Ele parecia um pouco tenso. Correu para o momento em que nos separamos pra valer. - Parei por aqui. - Ele fala ao pegar a touca e parece distrair os pensamentos. Justin vai até a janela e parece tentar não se irritar ou algo do tipo. Não sei dizer, não o vejo pelo rosto, mas sim de costas para mim.

- Eu sei que você não exagerou. Eu percebi quando você voltou depois de um mês e estava acabado. Eu achei que você poderia ter uma overdose. - Ele debocha. - Eu falo sério. Você sabe o quanto sempre foi muito perigoso. - Justin assente e vira de frente para mim. Estávamos ambos de pé. - Eu fiquei arrependida certamente no momento em que você foi embora às 1h da manhã. Antes disso, na verdade. Se eu iria te parar? É claro que não. Logo agora que você tinha aceitado e eu sabia que era a coisa certa?

- Nunca foi a coisa certa. - Ele me interrompe. - Coloca isso na sua cabeça. Você não aceita que errou desde o início! Porra. Que coisa certa? - Ele bufa.

- Eu nunca escondi que te amava, eu me declarei para você enquanto estávamos em São Francisco porque eu realmente estava explodindo. Tudo o que aconteceu lá foi muito verdadeiro, foi tudo sincero da minha parte. Principalmente o fato de você ter nos levado ao aeroporto de madrugada. Eu estava triste. É claro que nesse último mês eu tentei recompor minha rotina, consegui me virar aos poucos, mas isso não significa que eu esteja emocionalmente bem. Nunca. - Eu estava um pouco nervosa. - Eu sei que nos envolvemos antes de você ir embora de vez, mas isso sempre aconteceu com a gente. Eu estava louca para ter você de volta, mas, ao mesmo tempo, tudo isso me incomodava muito. Foi aí que... quando voei para São Francisco com as crianças eu, eu estava muito empolgada para te ver. Eu torcia para que você estivesse bem, eu torcia para que você estivesse feliz, pudesse ter reajustado sua vida aos poucos. Se eu estava bem? NÃO. Quando eu te vi naquele evento o meu cérebro apitou no maior nível de arrependimento do mundo, mas, ao mesmo tempo, eu vi que você estava bem. Era ali que você queria estar. Eu fiquei impressionada que pudemos passar a noite juntos, mas sem rolar nada. Eu percebi que você realmente estava melhor e foi sem a minha ajuda. Eu me senti terrível por ter feito você passar por isso. Eu sei que foi egoísmo da minha parte, mas eu tive um colapso. - Faço uma pausa e ele me encara sem qualquer expressão facial. Eu estava visivelmente na expectativa. É tão bom conversarmos abertamente, frente a frente, nada de câmeras e distância. - Eu gosto demais da sua companhia, eu gosto de te olhar, gosto de te ouvir falar sobre a sua vida, sobre o seu dia, gosto de te ajudar. Gosto de você. - Eu estava com vontade de chorar. Justin lambe os lábios e passa por mim, logo senta novamente na cama e parece prestar muita atenção. Estamos próximos. Isso é tão bom. - Eu me declarei para você com total noção de tudo o que eu dizia. Caramba, eu conversei TANTO com a minha mãe sobre tudo isso, ela me deu um sermão enorme na noite de sábado, ela me disse que eu estava sendo idiota. Você me fez sentir tão triste por conta de tudo o que eu causei, indiretamente. Eu não queria que tudo acontecesse desse jeito. Então disse a minha mãe que não sabia o que fazer, porque você estava certo em não voltar comigo depois de tudo isso, mas nós dois somos assim... Eu, eu não sei viver sem você como meu marido. - Abro os braços sem maiores explicações. - Quando eu vi aquela sua foto com as duas morenas, então eu achei uns vídeos de vocês na balada. - Ele parece estranhar. - Vocês no carro, felizes, quase aos beijos. Isso me deixou tão devastada. Eu pedi tanto para que você voltasse comigo naquela madrugada, mas você simplesmente não ficou nem mesmo comovido.

- Sim, eu fiquei.

- Você foi tão estúpido comigo. - principalmente no dia em que eu peguei o resultado do exame. - Eu entendo sua raiva, entendo sua irritação, mas a sua grosseria foi tão pesada. Só de imaginar vocês namorando, ela tocando você, vocês saindo juntos e você desejando o corpo dela, não o meu. Isso é demais para qualquer pessoa. Eu não quero chorar. Parei por aqui. - Passo os dedos debaixo dos olhos e suspiro fundo. 

- Você tem algo a mais a dizer? Porque eu parei por aqui.

- Você não vai falar nada?

- O que você quer saber de mim? - Ele parece, agora, mais calmo.

- Como você se sente sobre mim atualmente? - Dou dois passo à frente e Justin inala todo o oxigênio do quarto por alguns segundos, soltando-o lentamente pela boca. - Eu sei que te perguntei isso enquanto estava na Califórnia, mas... agora.

- O sentimento permanece, Mellanie. - Ele fala enquanto me olha nos olhos e não consigo conter o sorriso que aparece em meu rosto. Eu me sinto radiante. Finalmente, depois de tantos dias. - Apesar de eu ter gostado de morar na Califórnia, eu me diverti muito com várias pessoas lá e isso não significa que tudo tenha mudado. Eu estava irritado pra caramba, muito, principalmente nessas últimas semanas em que vocês voltaram para cá. Eu não fiz nem questão de te esquecer depois do meu tratamento ter acabado, eu só aprendi a me controlar, eu aprendi que o amor é uma coisa muito louca. Eu aceitei que não iríamos mais reatar e eu teria que lidar com isso, mesmo que fosse difícil. Em um momento estamos estabilizados com a pessoa que mais amamos e, de repente, não temos ninguém, mas eu aprendi que o amor não morre, ele se esconde e acaba sendo ofuscado por outros sentimentos: tais como a ganância, o ódio, a cobiça... Essas coisas. - Como ele faz essas coisas? - Mesmo com toda essa minha grosseria, com tudo o que aconteceu, eu gosto de você do mesmo jeito, mas você sabe que quando eu te disse que iria embora, eu falava sério que não iríamos mais voltar.- Assinto e dou mais um passo à frente. Essa última frase não me pareceu boa. - Eu simplesmente cansei de ficar no seu pé e você pedir o divórcio da noite para o dia. Eu não quero que você pense que é simplesmente reatar um casamento depois de tudo isso que aconteceu. Isso não vai acontecer.

- Você fala como se não tivesse motivos, Justin... Eu estava certa nesse ponto.

- NESSE ponto, sim, mas na época errada. - Ele estava certo. Como ele sempre sabe resolver essa situação com um simples pensamento? - O que você espera de mim agora? Eu gostei de ter você em São Francisco, gostei de passar a noite com você, mas, Mellanie... Você acha certo eu voltar com você depois de tudo isso que eu passei por conta da sua decisão? - Ok, agora ele jogou a culpa para o meu lado. Ainda sentada ao seu lado, cruzo uma das pernas, deixo as mãos em cima para que a camisola não suba. Ele se ajeita e ficamos frente a frente.

- Se você não quisesse voltar comigo não teria voado do outro lado do mundo para conversarmos sobre nosso casamento.

- Isso é verdade. Eu gostaria muito de voltar com você, mas eu não sinto que seja de verdade, sabe? Você só me quer às vezes, porque estamos longe. Eu não quero esse tipo de sentimento. Eu te disse que não vou voltar com você. - Desvio o olhar decepcionada. Isso não é verdade. 

- Isso não é verdade. - Nego com a cabeça. - Eu amo você, Justin. Poxa, eu te disse tudo o que eu sinto naquele dia em que te deixei no hotel. Eu simplesmente não consigo ser como você, mas eu tenho meu jeito de demonstrar amor. Você é o melhor do mundo. mesmo errando, mesmo me fazendo passar por coisas assim, você é. - Ele permanece sério. Nem mesmo um sorriso. Bufa.

- Pensa antes de falar, Mellanie. - Ele me repreende e franzo o cenho. - Sério.

- Você fica me interrompendo!

- É claro! Você não consegue pensar e depois falar, daqui a pouco já estamos discutindo de novo. Pensa. - Ele fala irritado e eu bufo de volta.

- O que eu quero dizer é que você é incrível. Nunca ninguém fez tudo o que você faz por mim. Eu amo a sua companhia, a família que construímos, eu amo amar você, amo quando você fica todo sensível por motivos de fora e eu consigo te ajudar, eu amo quando você demonstra sempre estar por dentro do que acontece com as crianças, mesmo que consigamos ficar todos juntos apenas à noite. Eu amo quando você me diz que vai atrás dos fugitivos e chega bem. Eu amo cuidar de você. Eu amo quando você sente uma pontada de ciúmes de mim... Eu só, depois da conversa que tivemos em São Francisco, ficou na minha cabeça quando você disse que não sentia mágoa de mim pelo passado, porque eu estava me remoendo por algo que já tinha passado. São coisas que ninguém mais precisa saber. Se você não remoi o passado, por que eu estaria remoendo? Claro que temos total direito em lembrar e, às vezes, discutimos a respeito, mas eu... - suspiro - Sei que você entende meu ponto de vista. Eu não queria ser esse tipo de esposa.

- Eu entendo completamente, Mellanie. É por isso que eu estou aqui. - ele fala ainda tão sério. Nem mesmo um segundo de descontração. - Mas nós precisamos de maturidade suficiente para lidar com isso. Eu tive duas semanas super incríveis na Califórnia enquanto você me ligava feito louca. Eu não fiz nada para te provocar. Eu fiquei contente que você se sentiu triste com isso, eu confesso, mas eu fiz porque eu queria. Eu preciso disso.
 

SPOILER

- A Mellanie é linda e todos os caras sempre foram a fim dela. - Assim que ele termina de falar, eu o pego pela gola da camisa vermelha e dou-lhe um soco no queixo sem pensar duas vezes. Ele rapidamente se afasta e a boca estava sangrando. Idiota. 


Notas Finais


O próximo capítulo virá antes do que vocês imaginam. Esse foi um dos meus preferidos pra escrever... até chorei, eu acho. Na verdade já faz um bom tempo que toda essa situação foi escrita, eu só vou reajustando conforme leio. Obrigada a todas que continuam me acompanhando.
Vocês tão loucas pra ver a reação de Justin quando Mellanie contar da gravidez, né? hahaha não sei não.
Beijos.


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