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História Behind The Secrets - Season Finale - I'm Worried


Escrita por: featollg

Notas do Autor


Eu fiz essa capa (que ficou ruim) quase igual a quarta temporada e não achei necessário uma sinopse enorme: até porque esses extras são apenas a continuação total dessa fanfic que tanto amo.
Eu já não consigo parar de escrever e vocês ainda pedem mais!!! #sos #amodemaisbts
Obrigada a todas que insistiram para que eu começasse esses extras.
Aceito ideias.
Bjos.
Boa leitura.

Capítulo 1 - I'm Worried


03 de janeiro

- Eu quero ficar. Eu preciso saber que ela vai ficar bem. - Tento dizer o menos aflito possível. Que droga, eu mal consigo falar. 

- No momento, ela está em estado instável, deste modo, pedimos que aguarde na maternidade, Sr. Bieber. Logo daremos um diagnóstico preciso. - estou trêmulo e não consigo tira meus olhos dela. Pelo amor de Deus, ela tem que acordar e melhorar. Talvez não esteja desmaiada, mas sim apenas... dopada? Eu não sei, mas ela viu nossa filha e apagou.

 

Outubro de 2019

- Essa é a pauta de hoje, Oprah? - Diz Cameron Diaz para a plateia, que comemora.

- Com certeza! Eu li uma das suas mais recentes entrevistas e precisamos abordar a situação... O fato é que as mulheres tendem a trair, aquelas que o fazem, por vingança. - Isso é verdade, sussurra outra convidada. Não faço ideia de quem seja. - Já os homens, simplesmente pela situação mesmo. - Eu não gosto muito de ouvir sobre esse assunto. 

- Sim. - Cameron concorda interessada no assunto - Foi o que eu disse. 

- Então, quem trai uma vez, algum motivo tem e certamente não para por aí. Se um cara te traiu, ele pode ser fiel com qualquer outra pessoa, mas com você... Nunca mais. - Oprah diz para a plateia e eles concordam. Cameron parece confusa, mas sua amiga do lado nega com a cabeça. Que conversa... preocupante.

- É exatamente o que eu penso! Até porque ninguém trai sem motivos... ou talvez, poucas pessoas - Cameron rebate e sinto meu corpo gelar. - A partir do momento em que o cara te traiu... Desencanta. Ele nunca mais será o mesmo com você, até porque... Ele...
- Olha, eu não concordo muito com essa analogia. Eu acho que tudo tem sido um motivo, mas tem gente que faz as coisas de cabeça quente. Isso não pode ser levado em conta. - A morena baixinha diz. Eu não sei quem ela é. Seria alguma celebridade, também? 

- Sim, Tiffany. Isso é algo a se pensar, mas então você acha que é algo perdoável? - Suspiro fundo pensando em trocar de canal, mas não... quero ver até o fim. Esse assunto me interessa muito, mesmo sem querer.

- Não... sei.

- Você fala por experiência própria? - Oprah pergunta e olha para as duas.

- Com certeza! Eu tive um namorado que amei muito e acabamos nos desentendendo. Sem querer, como ele dizia, acabou se envolvendo bêbado com outra mulher. - engulo seco com o que ela diz e aumento o volume. Cameron Diaz tem uma história similar a minha? - Não deu mais. Ele simplesmente não conseguia ser fiel comigo, foi com qualquer uma, mas comigo não.

- É justamente essa a questão. Traição não tem perdão então, certo?

- Pra mim, não. Hoje em dia eu entendo alguns motivos, mas nada justifica, nunca. Era isso que eu tinha a dizer. - assim que o programa acaba eu continuo em choque. Caramba... Que tapa na cara. Aproveitei para desligar de uma vez minha televisão e fui até o quarto de minha filha para organizar as roupas novas que compramos nessa semana com a ajuda de Maria, minhas amigas da faculdade e até mesmo Justin.

Passo o resto do dia martelando o episódio de hoje na cabeça e me sinto péssima por estar chocada com o que ouvi. Sei que não deveria, até porque o que aconteceu conosco já faz tanto tempo, mas ainda é algo que me afeta quando mergulho no assunto - o que não tinha acontecido até então. Eu odeio pensar a respeito e não conseguir tirar essas ideias da cabeça.

Justin passou a tarde toda na casa de Dimitri com outros amigos para assistir uma liga de basquete enquanto as crianças foram na casa de dois amigos, um em cada local, finalmente. Desde que eles cresceram e aprenderam a distinguir as amizades, preferem ir sozinhos à casa dos amigos, talvez por conta das brincadeiras serem diferentes e isso me agrada. Eles lidam muito bem com a situação.

Justin ficou de buscá-los por volta das 18h, já que está com o nosso carro. Assim, consegui ir na manicure, fiz a sobrancelha, cortei meu cabelo na região dos ombros e decidi voltá-lo à cor natural, castanho escuro, pela primeira vez depois de tanto tempo. Espero que as crianças não estranhem tanto. Aproveitei toda situação para ir a pé até o salão, que fica duas quadras daqui. Posso afirmar que a gravidez me deixa tão mais cansada do que o normal. Nossa! 

Fui na médica no início de agosto e então finalmente liberada para pintar o cabelo tranquilamente. Assim que saí do salão, por volta das 17h, comprei algumas guloseimas e frutas, já que teria que levar tudo nas mãos, a pé. Estou com quatro sacolas, só.

"Se o cara te traiu, ele pode ser fiel com qualquer outra pessoa, mas com você não". 
"Nada justifica, nunca".
Nunca?

Conforme volto todo o caminho olhando ao redor desse bairro incrível, cumprimento alguns vizinhos da região e então paro no Starbucks, já cansada. Qual é, minha barriga está grande. Compro um frapuccino de chocolate e vou tomando no caminho até em casa. Cumprimento nossos vizinhos, que passeiam com os cachorros nesse calor insuportável, e entro em casa já com as quatro sacolas no chão. Preciso seriamente de um descanso maior... Trabalho, faculdade, afazeres e nada de descanso estão me deixando pirada. Andei até demais por hoje e estou tão exausta, talvez esgotada. Eu tenho me sentido tão fraca ultimamente, mas acho melhor não comentar com Justin até que outro sintoma apareça. Guardo tudo em seu devido lugar e vejo no relógio que já são 18h10. Justin deve estar com as crianças no carro, assim espero. Ele é geralmente pontual. Tomo um banho refrescante para tirar o calor do corpo após uma longa caminhada e o cheiro de tinta pelo meu corpo. Assim, prendo o cabelo num rabo de cavalo, visto um vestido florido na cor branca, chinelo cor de rosa e passo um gloss nos lábios. Meu cabelo está curto e o rabo faz com que os fios acabem na região da minha nuca. Gostei dessa nova cor. 

Não comi quase nada o dia todo e estou sem fome. Aproveito para admirar meu novo penteado no espelho e sinto minha filha chutar diversas vezes conforme ando de um lado para outro pensando no que preciso arrumar antes deles chegarem. Ela está tão animada enquanto eu só sinto cansaço.

Justin chega em casa com os dois por volta das 19h - o que me deixou um pouco aborrecida, e os três foram direto para o banho com  a minha ajuda. Porém Vallery no nosso banheiro e Brandon no deles. Antes disso, tiraram alguns segundos de surpresa para analisar meu novo cabelo. Tive que tirar o elástico para que pudessem ver o quanto eu realmente fiquei contente em voltar à cor natural.

- Seu cabelo. - Ele fala surpreso. - Foi liberado pela médica? - Assinto em concordância e Brandon me encara sério.

- Nossa, mamãe... cadê seu cabelo claro? - Ele fala surpreso e percebi que não gostou muito.

- Eu iria perguntar isso. - Vallery retruca. 

- Vocês gostaram?

- Não. - Brandon nega com a cabeça, na lata. Argh. - Eu gosto de você com o cabelo claro.

- Eu gostei. - Justin diz sério. - Você está linda. É a cor natural do seu cabelo. - Ele dá os ombros e passa os dedos nos fios. 

- Você só está falando isso para eu me sentir mais feliz. - Falo ao revirar os olhos e ele ri.

- Não estou. Eu gostei. - Ele tenta parecer convincente.

Após o banho, vesti pijama em Vallery e Brandon quis trocar de roupa para sair com Justin, que decidiu ir comprar nossa pizza pessoalmente. Eu e Vallery ficamos fazendo suas lições de casa para segunda-feira e conversando sobre o nascimento da irmã. A verdade é que o episódio da traição não me saiu da cabeça sequer por um minuto. Que droga de passado. 

Ele chegou com o jantar um pouco depois, comemos todos juntos, mas preferi evitar conversa. Fiquei um pouco enjoada após a pizza, que por sinal estava deliciosa, e decidi passar um tempo com Brandon no quintal, perto da churrasqueira. Aqui é sempre tão fresco. 
- Mel, a Vallery está quase dormindo. Você já vem com ele?

- Sim. - Falo ao olhar para cima e o vejo na varanda do nosso quarto. - Vamos subir, querido? - Acaricio seu cabelo e ele assente já sonolento.

- Eu estou com sono. - Diz baixinho e eu o carrego no colo com um pouco de dificuldade. Vamos até o quarto deles e eu o coloco na cama.
- Você não deveria estar carregando-o no colo. - Ele me repreende assim que vou para o nosso quarto e bufo em resposta. Sei disso. Faço minhas higienes e visto uma camisola larga na cor salmão. Estou tão pilhada com o que assisti hoje... como um programa sobre traição pode me afetar tanto? Ainda mais agora que estamos numa boa... não brigamos tem mais de um mês, eu acho. Saio do cômodo e volto até a cozinha. Estou com sede.

- Por que você está assim? - ele diz enquanto analisa meu novo penteado conforme se aproxima. - Você não está normal comigo. - ele para ao meu lado e suspiro fundo. Tomo alguns goles da minha água de coco. - Hein? - Dou os ombros e ameaço sair da cozinha, mas Justin segura meu pulso direito e me faz largar o copo na bancada. - Amor. - ele então toca minha barriga. - O que houve?

- Depois. - ele assente e então me solta. Subo até o quarto das crianças e deito na cama da Vallery, uma vez que Brandon já está dormindo, mas ela não consegue pegar no sono, mesmo exausta. Justin espera nossa filha dormir enquanto está sentado na cama de Brandon e, quando saímos de lá, ele parece ansioso para termos uma conversa... talvez tranquila. Não gosto de abordar esse assunto com ele, não mesmo. É tão... triste e, particularmente, desnecessário.

- Eu fiz alguma coisa? - Há alguns anos, sim.

- Não... Eu só assisti um programa hoje, da Oprah, onde a pauta era traição e... eu fiquei chateada. - Ele arregala os olhos surpreso e então bloqueia a tela do celular. - Eu fiquei um pouco transtornada... Não pensei que isso poderia me deixar tão... Eu sei lá. - dou os ombros e ele me olha assustado, ainda. - Foi isso. Eu só quero dormir. Os hormônios da gestação me deixam mais emotiva por bobeira.

- Você acha que eu seria capaz de te trair de livre e espontânea vontade?

- Justin, não vamos falar sobre isso agora. Eu não quero discutir. - eu deveria ter guardado essa situação pra mim. 

- Então isso é um sim? - ele pergunta indignado. É? Talvez. Stacey, Grace, o selinho da loira que apareceu na nossa antiga casa... A amnésia... Hum. Estamos tão bem desde que nos mudamos para Miami. - Fala. - ele está irritado. O que eu estou pensando? Não! É claro que não.
- É - digo antes que consiga segurar minha língua e ele franze o cenho. Engulo seco e Justin permanece surpreso com a minha resposta. Segure essa língua, Mellanie.

- Você quer voltar no assunto de antes? Do passado?

- Não, Justin, eu não quero. Eu não gosto.

- Você acabou de dizer na minha cara que acredita sim que eu seria capaz de te trair por vontade própria. Isso é sério? Tipo mesmo? - Ele cruza os braços e eu suspiro fundo. Por que eu fui abrir a boca? passo as mãos no rosto e ele permanece me encarando impassível, no aguardo de uma resposta. - Eu não acredito, sério.

- Justin... Eu só assisti um programa que me deixou grilada, foi só isso. Não vamos tocar nesse assunto, por favor. Eu estou meio irritada com tudo hoje, cansada, e falo algumas coisas meio sem pensar.

- Nós vamos sim. Você acabou de dizer que eu poderia te trair de novo. Qual a chance? - Eu sei disso, falei sem pensar. 

- Eu não sei qual é a chance. - retruco já impaciente e sento na cama com as pernas cruzadas. - Você já me traiu várias vezes. Eu não gosto quando voltamos nesse assunto porque prometemos esquecer.

- Você também já me traiu.

- Eu errei, também, eu sei.

- Eu sei que você nunca me trairia de livre e espontânea vontade. - isso é tão verdade. Concordo com a cabeça e sinto vontade de chorar. - Porra. Fala comigo direito, me diz o que se passa na sua cabeça, mesmo que eu fique chateado. Eu sei que você está cansada e precisa dormir, mas só vamos finalizar isso. - assinto novamente e bocejo. Eu simplesmente deveria ter guardado essa situação no meu subconsciente. Assim, não teríamos uma DR desnecessária sobre o passado. 

- Eles falaram durante o programa que se uma pessoa te traiu uma vez, ela pode ser fiel com qualquer outra, menos com aquela que foi traída, porque vira uma mania, mesmo que sem querer... - pisco duro e ele senta ao meu lado na cama.
- E você concordou com isso?

- É algo que eu sempre tive em mente, mas nunca ficou tanto na minha cabeça e... Eu... Fiquei chateada, porque você me traiu mais de uma vez. - fecho os olhos e ele passa a mão direita pela minha coxa esquerda, acariciando-me. - Eu sei que não foi proposital em nenhuma das vezes, eu sei que você teve amnésia, eu sei que tínhamos terminado na época em 2013, eu sei de tudo isso, mas caramba... Isso me deixou grilada. Eu não deveria ficar, porque esses assuntos estão no passado. Eu amo você. - Acaricio minha própria barriga e ele me encara, atento. Cruzo as pernas na cama e Justin me olha com compaixão. - Desculpa. Eu não queria que você ficasse chateado, eu só estou tensa, fiquei muito enjoada hoje, estou tão cansada, indisposta, cheia de sentimentos de grávida... - ele acaricia minha barriga e me dá um selinho. - Foi isso. - ele passa o polegar pelas minhas bochechas e desce a mão até minha nuca, acariciando meu cabelo.

- Você é a pessoa que eu mais amo nessa vida. - ele diz num fio de voz, então me puxa para perto e nos abraçamos meio de lado. - Mesmo que esteja tudo no passado, eu sei que ainda passa pela sua cabeça, igual pela minha. Eu... Eu me culpo por tanta coisa e sei que não deveria te dizer isso agora, mas nunca na minha vida eu vou me perdoar pelo seu... Aborto.... Sabe. - ele amolece a voz como se quisesse chorar ou estivesse com um pensamento ruim em mente. Nós nunca falamos sobre isso desde aquela época, sequer éramos casados. - Eu... Argh. - ele puxa a respiração pelo nariz e eu o abraço bem forte. - Desculpa. Vocês são a minha vida e eu não quero nunca te causar nenhuma outra decepção. - assinto em concordância e subo meu olhar a ele, que estava com os olhos marejados, querendo segurar o choro. A história do aborto mexe muito com ele. Agora, estou de 23 semanas. Sento em seu colo com as pernas divididas e ele me abraça nas costas. Acaricio seu rosto e ele pisca duro, deixando assim algumas lágrimas escorrerem por sua bochecha. Ele então toca minha barriga conforme estou de frente para ele e acaricio sua nuca. Seus fios tão macios e a pele quentinha.

- Você não precisa sentir culpa alguma... Olhe onde estamos agora. Isso já faz anos. Nossa menina sem nome está bem, aqui, esperando a hora. - coloco sua mão esquerda em minha barriga e ele assente em concordância, querendo rir pelo que eu disse - Está tudo bem. O que aconteceu hoje foi que eu deixei esse assunto tomar conta e acabei me deixando levar com os outros sentimentos de estresse... - ele assente em concordância e eu toco minha testa na sua. Eu o abraço bem forte, que retribui com toda força e então deposita um único beijo em meu pescoço. - Tudo bem?

- Eu que pergunto. - ele diz baixinho e eu murmuro em concordância.

- Sim. - ele morde meu lóbulo direito e desloca os lábios até minha bochecha, dando outro beijo na região. - Vou descer fazer um chá... Pra dormir mais calma. Você quer? - acaricio seu cabelo e ele fita minha barriga, fascinado... - Jay.

- Oi. É. Eu faço... Pode descansar aqui. - ele me coloca sentada na cama e então fica de pé. - Eu já volto.

- Eu vou lá com você. - ele dá os ombros e calça o chinelo. Faço o mesmo e conforme ele sai do quarto eu o aperto nos ombros. O silêncio prevalece... As crianças dormem. É incrível o quanto eles nunca foram de nos dar trabalho na hora de dormir, ainda mais que são duas crianças. Brandon sempre dorme a noite toda diretão, já Vallery... às vezes acorda para ir ao banheiro. Hoje em dia eles dormem quase sempre no mesmo horário e num sono pesado.

Vamos até a cozinha e eu sento na bancada conforme ligo a luz. Justin ainda me parece tão tenso. Ele pega nossas xícaras: a minha é branca com detalhes em vermelho escrito: "Somos todos um", e a dele é toda azul com uns contornos abstratos em preto e branco. Ele esquenta a água no microondas já com os sachês; ambos de camomila. - Você está tenso. - falo ao observá-lo, que nega com a cabeça descontraído e então olha ao redor à procura de algo, talvez o celular. - Está sim. - o microondas apita e Justin pega as duas xícaras, logo nosso pote de açúcar e uma colher de chá. Está de costas para mim e então adoça o meu com três colheres. No dele, apenas duas gotas de adoçante. Chá com adoçante é horrível! 

- Eu só quero que esse dia acabe. - ele bufa para si mesmo e eu o entendo perfeitamente. Justin vem até mim com as xícaras e as coloca na bancada. Os chás estão fervendo. Gosto tanto desse cheirinho de camomila. Vejo o vapor tomar conta e assopro ainda mais.
- Senta aqui. - bato no outro banco e ele hesita um pouco. - Como foi o jogo hoje?

- Foi legal... tomamos algumas cervejas, jogamos baralho. - Ele dá os ombros e senta ao meu lado direito. - Mas agora eu estou cansado. Vamos deitar... Dormir... - ele pede feito criança e eu acaricio sua nuca com a mão quente, pela primeira vez, já que tentei segurar minha xícara e quase queimei as mãos. 

- Os chás ainda estão fervendo. Por que você está tão, sei lá, nervoso? - aperto seus dedos da mão direita e ele assopra a xícara, assim como eu. Logo toma o primeiro gole e parece queimar a língua.

- Eu... não sei. Fiquei chateado com essa nossa conversa. Um pouco inseguro. - acaricio as costas de sua mão direita com a minha esquerda e encosto minha cabeça em seu ombro.

- Só vamos tomar o chá e então poderemos dormir. - ele concorda e boceja. Tomo alguns goles e está tão quente, tão... Bom. Ficamos em silêncio pelos próximos cinco minutos e ele termina o chá primeiro. Eu logo termino o meu e milha filha parece gostar do chá quente. Justin acaricia minha barriga e então fica de pé atrás de mim. Eu o puxo para um forte abraço, que retribui e beija minha cabeça. - Vamos dormir. - ele assente em concordância e beija o mesmo local. Levo as xícaras até a pia e lavo rapidamente. Justin apaga as luzes e subimos as escadas de mãos dadas. Entramos no nosso quarto e eu vou direto para o banheiro. Faço minhas higienes e então Justin entra em seguida.

Aproveito para ir até o quarto deles e os dois dormem tranquilos. Fecho a porta e volto para o nosso. Ligo a televisão e escolho um canal qualquer... Passa um filme de ação que eu nunca vi antes, mas tem Vin Diesel. Ele me faz gostar de filmes que eu nem mesmo entendo o que se passa. Deito no meu lado da cama e puxo o edredom até a região do pescoço. Justin vem até mim e deita ao meu lado, logo reduz o volume da tevê e programa para desligar em 30 minutos. Vejo que já passa das 23h20. Ele fica de lado para mim, então desliza a mão pelo meu ventre - enorme - e sussurra algo.

- Olha pra mim. - ele diz num fio de voz e assim faço. - Por favor, não duvide de mim. - a voz tão baixa, então toca seu nariz no meu e morde meu lóbulo. Fico completamente arrepiada.

 - Fica tranquilo, Jay. Sério. - ele assente e ameaça tocar sua boca na minha. - Ei... - toco meus lábios nos seus e dou um selinho de leve nele. Justin me aperta contra seu corpo e trocamos mais um selinho, logo outro, então peço que ele me dê um beijo de língua e logo o faz, sem qualquer pressa. Mordo seus lábios conforme nos afastamos e dou mais dois selinhos nele, assim, mordisco seu lábio debaixo. - Não pensa mais nisso, tá? - ele assente. - Nem na parte da culpa, nem no que eu te disse, ok?

- Tentando. - ele sorri para mim e contorna minha boca com o polegar. Ele está quente, o coração disparado. Ele ainda está tenso. O que está acontecendo aqui?
 - Por que você ainda não está calmo? - acaricio seu peitoral com a mão direita livre.

- Eu não sei. - ele diz sincero e puxa a respiração bem forte. - Eu juro que não sei. Eu fiquei tão... Pirado com essa nossa conversa. Acho que o que mais está me incomodando é a próxima viagem. - Após tantas discussões com Nolan e Bryan, Justin passará uns dias em Toronto, na sede de lá. Ele não quer me deixar sozinha por uma semana, mesmo que já tenhamos falado sobre isso quando a decisão foi tomada.

- Nós já falamos sobre você ir a Toronto. Eu fiquei tensa o dia todo... - beijo o canto de sua boca. - Acontece... esquece isso tudo. - deito a cabeça em seu peito e ele me dá um abraço forte. Sinto ainda sua palpitação fora do comum. O que está havendo? - Justin... Você está me deixando preocupada. Você está com palpitação. - eu sento na cama e ele dá os ombros. - Respira fundo, sei lá. - ele ri e logo o faz. Respira fundo três vezes e pisca lento.
- Você está se sentindo bem? Ela? -Fala ao tocar meu ventre e sua mão está quentinha.
- Estamos bem. - deito ao lado dele, que encaixa a cabeça na região dos meus seios e então eu o abraço de lado. 
...

A viagem de Justin está marcada para daqui 10 dias e ele insiste em me dizer que não quer ir por conta da minha gestação. Eu já falei que se precisar eu ligo, mas estamos bem. A verdade é que a preocupação dele é que eu esteja no meio do trânsito com as crianças e... simplesmente desmaie, igual aconteceu há alguns dias. Eu estou bem, minha filha também. Já estou agoniada com o fato de Justin não me dizer logo qual será o nome dela. Por que eu não estabeleci um prazo para escolha?

Maria nos ajuda bastante e estamos cogitando uma empregada para todos os dias da semana, apenas no período da manhã até o começo da tarde. Talvez quando eu estiver com 30 semanas ou mais, porque até o momento nossa rotina continua a mesma. Vallery está cada vez mais apaixonada pelo colégio. Já Brandon... não elogia muito. Ele estão fazendo natação na parte da manhã, no colégio mesmo, duas vezes por semana.


A primeira reunião do colégio deles aconteceu hoje, começando às 18h, na sala em que eles estudam. Tive que participar meia hora de cada sala, até porque gêmeos nunca ficam na mesma classe. Normas do colégio. Tive que faltar as duas primeiras aulas da faculdade. Pretendo entrar às 20h e assim não perco muita coisa.

Basicamente, fiz uma breve social com todas as mães e tomei bastante água antes de sair. Estou me sentindo tão fraca desde ontem. Minha próxima consulta é só na semana que vem, mas não comentei nada com Justin, até porque ele é tão neurótico que é capaz de desmarcar a viagem para ficar de olho em nós.


- Eu... Estou passando mal. - Digo baixinho e enxergo tudo cada vez mais embaçado. - Acabei de sair da reunião e estava tudo tão bem até então.
- Você está dirigindo? - murmuro em concordância conforme deixo no viva-voz. Minha cabeça lateja. - Pare agora. Onde você está? - ele fala aflito e mal consigo abrir os olhos. Vejo apenas os faróis e os meus estão acesos.
- Estou... Em Allapatah.
- Mellanie, estacione agora. Eu estou indo aí.
- Eu... Não consigo enxergar para estacionar.
- dou seta para esquerda e ouço a respiração curta de Justin. Que aflição essa sensação terrível.
 

Justin P.O.V
Deixei as crianças no vizinho e fui de moto a 100km/h atrás da Mellanie. Que ela esteja bem, que ela esteja bem. Eu sequer sei onde ela está, nem sei se realmente conseguiu estacionar. O fato da ligação ter caído me deixa tão mais nervoso. Que droga. Ela não deveria ficar sozinha. Há dias não tem sintomas como esse. A verdade é que eu nunca a vi falar que está a ponto de desmaiar... no trânsito. 

Chego em Allapatah correndo feito louco e então meu subconsciente alerta: se você correr não irá encontrá-la com facilidade. Passo pela Target, pelo nosso escritório, então em frente ao colégio deles e passo a fazer o caminho de casa. Porra. Cadê ela? Como eu vou encontrá-la aqui? Nesse transito terrível? Estaciono próximo da avenida principal e então desço da moto transtornado. Guardo o capacete no banco e ligo em seu celular umas quatro vezes, mas cai na caixa postal. E se ela sofreu um acidente? Não. Por favor, não. Não. Tudo menos isso. Não. Não. Olho de um lado para outro e minha vista está desfocada. Ainda bem que Miami demora a anoitecer pra valer. Viro à esquerda e começo a correr pela rua desesperado. Nada dela. Nunca tinha percebido o quanto há carros e motos nessa avenida em plenas 19h30 da noite. Onde será que ela foi parar? Talvez tenha conseguido estacionar, ou será que ela continuou dirigindo e apenas ficou sem bateria?

Ligo mais uma vez em seu celular e nem sinal. Viro novamente à esquerda e então finalmente, no final da rua, vejo a Range Rover. 
Corro até lá conforme deslizo o celular no bolso e passo por algumas pessoas que estranham minha pressa. Já um pouco mais próximo consigo ver que ela está no volante, os olhos fechados, o carro completamente torto na esquina, porém estacionado. Talvez tenha tentado estacionar no nervosismo. Ela está aqui. Abro a porta do passageiro e Mellanie está com as mãos na barriga.

- Amor. Amor. Amor. - digo baixinho e passo a acariciar seu cabelo. Ela nem se mexe, mas respira. Oh meu Deus. Será que bateu a cabeça? Ou a barriga?

SPOILER


- Justin, para. Solta ele.
- Cala a boca. - ele resmunga conforme discute com Ryan, mas sei que a grosseria foi pra mim. Finalmente, Alice e Ashley aparecem correndo próximas a nós. Ashley grita pelo Ryan e eles continuam se socando. Ryan deita Justin no chão e senta nele com tudo. Justin fecha os olhos e deve ter batido a cabeça, assim como fez com Ryan.
- Para, Ry! Para!

 


Notas Finais


Espero que vocês tenham gostado desse primeiro capítulo e saibam que esses extras terão, no máximo, 18 capítulos. Ainda não finalizei tudo, mas vamos por partes. Vocês acompanharão muitos momentos distintos, no geral, então raramente um mesmo assunto continuará no próximo cap (ou talvez sim????)
Obrigada a todas que estão lendo desde já <3 Amo vocês.
Aceito qualquer ideia. Podem me chamar no Twitter, se preferirem: @featollg (porém eu posso demorar a responder rs, quase não uso).
Beijos e boa noite.


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