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História Behind The Secrets - Season Finale - No, I won't


Escrita por: featollg

Capítulo 12 - No, I won't


- A não ser que você ainda tenha algo a me dizer... Não.

- Sério?

- Sim, por que a surpresa? - Ele dá os ombros e seu celular toca. Justin atende e deixa meu escritório. Liguei para Isabelle e tivemos uma breve reunião via videoconferência a respeito das novas contratações. Estamos com mais de 150 funcionários e eu estou tão sobrecarregada, mesmo aqui, longe de todas os outros escritórios. Preciso de uma auxiliar urgente. Sinto falta de quando Jade me ajudava mesmo não sendo sua função... Ela ainda nem conhece Luna. A propósito, ela tem se adaptado a ficar aqui conosco... Acorda por volta das 9h todos os dias e durante a tarde Maria fica de olho nela para mim. 

Ryan ainda está na cidade e, pelo jeito, Ashley não mais. Eu nem sei, na verdade. Dimitri preferiu pular fora e foi esperto, assim como Alice. Conversamos brevemente na faculdade sobre o que aconteceram nesses últimos dias e foi aí que eu me toquei o quanto a ex-noiva dele nos atrapalhou. Sempre fomos tão amigas e... do nada... 

Recebo um áudio de Ashley em plena tarde de quinta-feira.

- Eu sei que não conversamos direito desde a viagem e eu queria me desculpar com você. Eu estava tendo alguns problemas com Ryan e deixei meu lado emocional tomar conta da situação. Eu não tenho orgulho do que fiz porque sei que também devo ter causado algum problema a você e Justin. Já estou voltando para casa e... é. Eu não quis prejudicar vocês e nem a nossa amizade. - Ela falava calma, talvez com um leve tom de preocupação. Não respondi. 

- Eu sei disso. - Assinto em concordância e deixo meu celular no vibra. - Foi por isso que eu te mostrei o áudio que ela me enviou... eu não vou responder.

- Eu não quis que isso acontecesse... assim. Eu não sou culpado por tudo isso e você sabe, todo mundo sabe. Eu voltei agora do hotel do Ryan e... ele nem está mais chateado igual no início da semana. - Reviro os olhos. - Ela mesma já se desculpou com você e... provavelmente com ele. Parece que voltamos ontem de viagem e ele está na mesma.

- Na quarta-feira mesmo você me disse que ele estava... tanto é que a Ashley já foi embora, pelo jeito.

- Ele só está bebendo pelos cantos, mas me disse que está bem e sabe que o problema foi a mulher dele.

- Justin, se ele está bebendo pelos cantos ele não está bem. - Justin coça a cabeça e então olha no relógio do pulso. - Você é o primeiro a ter a mesma atitude que ele, mesmo depois de dias.

- Eu sei. Eu... mas ele não amava tanto assim.

- Para de falar o que você não sabe! Você gerou toda essa confusão entre eles.

- Eu não gerei nada!! - Ele fala abismado e eu dei a entender que ele causou tudo, o que não é verdade. Já estou ouvindo o sermão. - Ela deu em cima de mim porque quis, ele sempre cobrou sinceridade e é meu melhor amigo. Eu não iria ficar quieto. Ela foi ridícula e agora ficou chorando na cabeça dele. - Concordo com a cabeça e olho no relógio. Está um pouco tarde. Vallery e Luna demoraram a dormir, mas agora essa casa está um silêncio.

- Quer saber... eu vou falar com o Ryan. As crianças dormiram e você fica aqui.

- Mellanie, por quê? Eu acabei de te falar que voltei da casa dele e está tudo bem.

- Não está tudo bem. Quando nós terminamos não estava tudo bem. Nunca esteve. - Pego minhas chaves e não levo a bolsa, só meu celular.

- Mas eles não vão voltar. 

- Eu também nunca quis voltar com você, na época. - Bato a porta e entro no carro. Vou até o hotel dele e toco a campainha. Ele está bebendo uísque direto da garrafa. Nunca vim aqui. Ele raramente está em Miami e, quando vem, só encontra com Justin. - Justin quer que você passe a noite lá em casa, assim vocês conversam e ele te anima um pouco. - Ele abre espaço para que eu entre e assim faço. É um apartamento bem pequeno, tem com certeza um toque feminino na decoração, é elegante.

- Obrigado, mas eu vou embora de madrugada. Ashley estava aqui até 2 minutos atrás e já me irritou. - Ele vai até a cozinha e me oferece algo para beber.

- E como foi? Eu achei que ela tinha ido embora. - Eu tinha certeza, na verdade. - Recebi um áudio ontem pedindo desculpas. 

- Ela te pediu desculpas? - Ele estranha. 

- Sim... depois da discussão com Justin quando voltamos das Bahamas.

- Ah. Ela passou a semana toda me incomodando, pedindo pra voltar, disse que nunca me traiu nem nada... essas coisas. Eu vim pra cá querendo ficar na minha e ela veio atrás.

- E aí?

- Eu não voltei. 

- Mas você quer voltar com ela?

- Eu não sei. Eu acho que não... mas ela estava chorando. Eu fiquei chateado. - Ele fala enquanto presta atenção na tela do celular e eu fico meio sem graça por aqui. 

- Essa situação é bastante complicada, ainda mais porque vocês estavam noivos...

- É justamente por isso. Eu conversei muito com Bieber enquanto estávamos na casa de praia e talvez eu esteja agindo da maneira certa. 

- É. Justin me contou certinho o que aconteceu antes de ontem e tivemos uma breve discussão... então ele me disse que passou por aqui pra falar...

Entro em casa e Justin está com Luna no colo, que dorme esparramada no peito dele. Deve ter acordado de algum pesadelo, porque fome estou certa de que não foi. Ele me olha de relance e não diz nada, então começa a mexer no celular e manda um áudio para algum amigo. Assim que tranco a porta da sala e guardo as chaves ele aproveita e sobe as escadas com ela no colo. Eu vou atrás e vamos para o quarto dela. Justin a coloca no berço e sussurra algo, então a cobre com o edredom e eu observo tudo ali, na ponta do berço. Ela dorme tão tranquila. Ele está chateado pelo que eu disse. Eu nem me toquei até olhá-lo e eu poderia ter ficado quieta... em casa.

- Jay. - paro na porta e ele me encara de costas para o corrimão, já perto da escada.

- Você nunca quis? - Arqueio as sobrancelhas e ele fala tão chateado. - Por que você não me disse antes?

- Justin, eu... eu não quis... - ele nega com a cabeça.

- Eu sei. - Ele vai para o sofá e eu desço as escadas atrás. 

- Eu não quis que você entendesse desse jeito.

- Olha, na boa. Você me fala que nunca quis voltar comigo e simplesmente vai para o apartamento do Ryan consolá-lo por um problema que não tem nada a ver com você e nem comigo. Se isso aconteceu, foi Ashley que pisou na bola. Do mesmo jeito que eu não sei o que aconteceu quando ela foi lá, você também não sabe.

- Ele me contou... agora pouco.

- Ah, ele te contou? - Justin cruza os braços intrigado e eu me seguro para não revirar os olhos. Não quero um desentendimento.

- Sim.

- Legal. E por que você não o chamou para passar a noite em casa? - Ele esbanja ironia.

- Eu chamei, ele está indo embora.

- Uau, você deu carona até o aeroporto? - Nego com a cabeça.

- Justin... qual é. - Sento ao seu lado e ele se afasta um pouco. 

- Na boa, não fica perto de mim não. Vai deitar.

- Eu não quero que você fique chateado comigo. - Toco seu cabelo e ele fecha os olhos.

- Mas eu estou. Você pode parar com isso? - Ele fala sério ao me encarar e assim faço. Por que ele ficou tão incomodado? Deixo minha mão parada em seu ombro direito e ele bufa. - Mellanie. - Acaricio seu ombro e subo até seu pescoço, arranhando sua nuca com as unhas. - Por que você não me deixa um pouco quieto?

- Porque eu sai de casa por menos de uma hora e você já ficou nesse silêncio todo. - Eu saí às 22h30 da noite, é.  - Você já ficou em paz e pensou. Eu não sei o que se passa pela sua cabeça fora o que eu te disse. 

- O que passa pela minha cabeça? Você simplesmente deu lado ao Ryan, PELA SEGUNDA VEZ. - ele fala alto e eu franzo o cenho. - Isso não é legal. Ele é meu melhor amigo e eu sei exatamente como ele é ou como ele está. Você tem sido legal com ele, eu sei, mas não precisa de tudo isso. Porra, isso me irrita muito porque ele terminou com a Ashley e você não tem NADA a ver com isso. Eu também não tenho. Eu ajudei, sim, mas quem fez a merda foi ela. Quem pisou na bola foi ela, quem decidiu foi ele. Eu e você não temos absolutamente nada a ver com a porra da vida deles. Ela já te pediu desculpas, não foi? Você se preocupa do nada com ele mais do que com as suas amigas.

- Isso não é verdade. - Ele concorda e bufa para si mesmo.

- Sim, é. O fato é que você disse que nunca quis ter voltado comigo antes como se fosse um exemplo da situação. Não é. Eu não quero que as pessoas de fora se metam no nosso relacionamento, do mesmo jeito que ninguém quer. Talvez ele tenha precisado de uma boa conversa, o que já fizemos durante toda a semana que ele passou aqui, mas ele é adulto. Ele sabe se virar. Eu aprendi da pior maneira. Eu passei dias fumando igual um idiota pra colocar na minha cabeça que fazer aquilo não mudaria absolutamente nada, porque eu só me sentia bem por 15 minutos. - Ele fala chateado e aquilo me comove. Não temos uma conversa sobre isso há... muito tempo. Eu não quero falar sobre a depressão. Não mesmo. - Eu entrei em depressão por conta de uma bosta de separação e eu tive que me virar sozinho. Ryan sempre me ajudou, mas nunca interferiu nas minhas decisões. Quando eu pedia, ele falava até demais sobre a situação, mas ao contrário disso ele só tentava me animar. É isso que eu faço. É isso que você deve fazer com as suas amigas. Ryan é meu amigo e eu não me importo de vocês conversarem ou de você ir no apê dele, não mesmo, mas não há necessidade de algumas coisas. Eu sei que você ficou chateada pela Ashley ter feito essa loucura, mas a verdade é que não aconteceu nada entre nós por conta disso. Quem saiu perdendo foi ela, porque eu quero você. Eu não gosto quando você fala as coisas sem pensar porque eu sei que você está feliz comigo hoje, mas caramba, Mel. - que vontade de chorar. Fecho os olhos por um instante e não quero mais abri-los. - Por que dar um exemplo como esse? Não adianta você falar que nunca quis voltar comigo antes, sendo que agora estamos aqui. Você voltou comigo porque descobriu que estava grávida? - Nego com a cabeça e lágrimas escorrem. - Hein.

- Não.

- Voltou comigo porque eu estava começando a superar? - Ele não estava.

- Não. Você não estava começando a superar.

- Sim, eu estava. Você sabe disso.

- Jay... para.

- Você voltou comigo por que, então? - Ele me encara e está com os olhos marejados, os meus, transbordam. Passo os dedos debaixo dos olhos. - Porque você estava arrependida? Quer saber, não precisa falar. Eu só quero que você entenda que obviamente a decisão veio de você. Independente de quem falou na sua orelha por vários meses. - Concordo e estico as pernas sob as suas, encostando de lado no sofá. Ele acaricia minhas pernas conforme me olha e aquilo me acalma. - Eu não quero que você se meta na decisão do Ryan. Eu estou pulando fora, também. - Assinto e acaricio sua nuca novamente. - Já estamos nisso há uma semana e eu cansei de você ficar incomodada.

- Eu voltei com você porque eu quis. Eu sempre quis e você não queria. - Ele assente em concordância. 

- E por que você está chorando agora?

- Porque eu não gosto quando você fala sobre a depressão. - Ele bufa. - Eu me sinto mal e eu não gosto de lembrar dessa época, você chorando, você magrelo, fumando horrores, drogado, nem aí com nada. - Ele dá os ombros. - Eu detesto lembrar disso. Eu não suporto pensar que você foi se tratar na Holanda... eu... - escondo o rosto e seguro o choro. Não é o momento. Suspiro fundo para me recompor e ele volta a acariciar minhas pernas, acima do joelho, agora em minhas coxas. Estou de legging preta.

- Eu não gosto quando você chora. - Dou os ombros. - Estamos conversando numa boa. - Eu assinto e continuo acariciando sua nuca. - Isso é passado.

- Eu sei que é, mas eu não acho legal falarmos sobre isso. - Ele acaricia minhas pernas. - Eu não quis te magoar mais cedo e eu também não quis fazer nada de propósito. - Ele sorri e paro com a mão ali, em sua nuca. Beijo sua têmpora e então ele volta a acariciar minhas pernas. - Eu não quis interferir... eu só... queria fazer alguma coisa porque esse assunto consumiu essa casa por uma semana.

- Eu sei disso.

- Eu também não quero que você pense que algo mudou. 

- Eu sei que não.

- Me desculpa. - Ele aperta minhas coxas e eu beijo sua testa. - Eu te amo, Justin. - Digo baixinho conforme ele me olha nos olhos e sorri. Eu o abraço no pescoço e ele me aperta nas costelas. - Muito, muito, muito.

- Eu amo você também, Mel. - Ele fala todo fofo. - Vamos subir... dormir.

- Sim. - Eu levanto e o puxo pelas mãos. Subimos as escadas juntos. - Por que ela acordou?

- Acho que teve algum pesadelo... dormiu logo em seguida.

- É! Que bom. - Ele entra primeiro e eu o abraço por trás. - Estou com muito sono. Boa noite. - Beijo sua coluna e ele vira de frente.

- Boa noite. - Justin me dá um beijo na testa e então trocamos dois selinhos. Ele me induz a dar alguns passos e eu o aperto com força. Caio na cama. Ele me dá vários selinhos e eu o encho de beijos nos lábios. Bagunço seu cabelo e eu estou confortável. Arranho seu abdômen e ele murmura. - Chega.

- Huh?

- Você ainda tem que tomar banho, vestir o pijama... - concordo e vou para o banheiro logo em seguida.

- Você é tão cheirosa. - Ele encosta o rosto no meu pescoço e beija ali, várias vezes. 

- Nós estamos bem?

- É claro que estamos. - Ele responde de imediato e beija meu pescoço mais uma vez. Arqueio as costas com a sensação que ele me causa. Deslizo minha mão direita por suas costas e ele então morde meu pescoço. Ah, eu conheço esse sinal. - Na verdade... eu acho melhor você dormir. - Ele fala como se tivesse lido minha mente.

- Por quê?

- Sei que você está exausta, eu também estou cansado... foi um longo dia.

- Foi. - Dou os ombos e seguro seu rosto. Trocamos alguns selinhos e eu o beijo com gosto. Arranho seu couro cabeludo e ele murmura.

- Argh, eu gosto tanto quando você faz isso... é tão bom. - Faço o mesmo e ele morde meu lábio debaixo. - Gosto também quando você me faz cafuné. 

- Eu gosto quando você faz, também.

- Sim, mas você tem unhas e... ahh. - Ele murmura e nos beijamos novamente. Ele me aperta no corpo todo e então toca sua testa na minha.

- Se você acha bom dormirmos, então temos que parar agora. - Ele continua pedindo por beijos e sinto sua ereção. Caramba. Arqueio as costas e suspiro fundo.

- Eu sei.

- Então? - Toco seu lóbulo com o polegar e o dedo indicador, assim, fazendo carinho ali. Ele deita ao meu lado rapidamente e deita a cabeça nos travesseiros, um pouco mais pra baixo do que onde eu estou. Assim, eu o faço encostar em mim e passo a fazer cafuné. 

- Estou tentando relaxar. - ele sussurra e eu suspiro fundo. Justin murmura baixinho e beija meu braço conforme se aconchega em mim.

- Está bom?

- Ahh, demais... isso é tão gostoso. - Ele murmura novamente.

- Só um pouquinho. Estou com sono. - Ele concorda com a cabeça e acaricia minha coxa.

...
 

Posso dizer que eu e Justin apagamos Ryan e Ashley da nossa cabeça, digo, como um casal. Eu não falo mais com ela desde o pedido de desculpas, Justin não comenta a respeito e Ryan está de volta a São Francisco. Jade veio nos visitar por uma semana, com muito custo, e aproveitou para trabalhar comigo enquanto fiz entrevistas e testes para ter uma auxiliar na área. Ela veio com Phill e eles ficaram em casa mesmo. Justin levou o noivo dela para conhecer a cidade e aproveitamos alguns dias para sair, logo após a minha faculdade. A verdade é que nossa rotina continua sempre apertada. Luna aprendeu a engatinhar e agora não para mais no mesmo lugar. Está sempre passeando pelo escritório, em casa, já cheguei a encontrá-la no quintal. Anna está querendo vir nos visitar de novo e Justin está prestes a buscá-la em Moscou. Talvez ela fique uns 20 dias conosco. Eu adoraria, assim como as crianças. 

​Jade foi embora já no dia 25 de outubro mesmo e tirei a quarta-feira para analisar todos os currículos que recebi. Pedi ajuda de Elizabeth porque, sinceramente, é muito difícil encontrar alguém para trabalhar comigo. Eu e Justin fomos a Toronto no final de semana para o aniversário de casamento de seus avós e Vallery pediu para passar um tempo lá... prometi deixá-los quando entrarem de férias, o que na verdade é apenas um recesso de 15 dias entre o Natal e o Ano Novo, completamente diferente do que eles estavam acostumados em Moscou.

A propósito, Brandon cobra sempre a mim, pede que eu o leve a Moscou para ver os amigos e até mesmo Anna. Quem sabe no ano que vem, não é mesmo? 

Justin está fazendo um curso de desenho de quarta e sexta-feira durante a manhã. Conseguimos conciliar com o trabalho, as crianças e a minha faculdade. Aos sábados, ele e Dimitri vão a palestras de coach com os delegados de Miami para aprofundar a ideia de localizar fugitivos e entender a história por trás de cada pessoa. É uma nova rotina que estamos adaptados e está sendo bom. Vallery pediu para que a inscrevesse nas aulas de vôlei que acontece no colégio pela manhã, duas vezes por semana, e assim ela passa o dia todo lá, adora. Já Brandon... prefere os estudos, mas não é tão focado em esportes. Ele gosta mesmo de estudar, mesmo que só saiba escrever o abecedário. É tão fofo.

Eu me perco nos pensamentos conforme Justin entra no quarto e eu atualizo minha agenda do celular. O médico dele, quase esqueci de avisá-lo.

- Eu marquei um médico pra você.... Depois de amanhã. - é às 9h40.

- Médico do que? - ele me olha surpreso. Suspiro fundo.

- Urologista. - ele arregala os olhos. - Vasectomia.

- É o que? Você está louca? Eu não vou fazer isso. - Justin fala no maior estresse.

- Eu não falei que você vai fazer. Vamos ao médico para entender como é o processo... 

- Mellanie, eu não acredito que você fez isso sem me consultar. Por que você simplesmente não me disse? Eu não quero fazer vasectomia. Eu tenho 26 anos.

- Justin, eu sei que você tem 26 anos. Nós só conversamos sobre isso durante a minha gestação... Mas eu quero saber como funciona pra ver se vale a pena. Luna já está perto de fazer um ano e não vamos mais ter filhos.

- Não vale. Eu quero ter mais filhos. Você sabe muito bem disso. Eu sou muito novo, você também. - ele está em crise, literalmente.

- Isso é sério? Você quer ter mais filhos? Nó já temos três crianças, sendo que Luna está com quase 11 meses. Coloca isso na sua cabeça.

- Você pode não querer, mas eu quero, daqui uns anos. Eles vão crescer e eu sei lá como será.

- Eu já pensei muito sobre isso, Jay, mas um quarto bebê é muita coisa. Não dá pra pensar nisso agora.

- Ok. Você não quer, mas eu quero e eu não vou operar. Opere você.

- Se você quer filhos e prefere que eu opere, vai engravidar quem? - Cruzo os braços e ele passa as mãos na cabeça.

- Você me irrita com essa situação e me faz te dizer coisas que não fazem sentido!!!!! Eu não vou fazer vasectomia. NUNCA. - Parece uma criança. Ainda bem que estamos afastados de casa, assim Vallery e Brandon não ouvem essa gritaria toda.

- Você não sabe o dia de amanhã.

- E nem você. Pode desmarcar essa droga de consulta, porque eu não vou. Se você tivesse me avisado e tivéssemos conversado a respeito eu ainda não iria querer.

- Você não vai fazer agora. Nós só vamos pra entender como funciona. Nunca mais precisaríamos de camisinha e nem mesmo anticoncepcional.

- Você está pensando só em você. Eu não acredito nisso. Eu não quero saber.

- Eu estou pensando no que é melhor pra nós. Por que você está sendo tão ignorante? 

- Porque você sabe muito bem que eu não sou a favor de vasectomia e eu achei que isso estava claro desde que Luna nasceu.

- É só uma consulta para tirar dúvidas. Entenda.

- Pesquise no Google. - Reviro os olhos e suspiro fundo. 

- A gente poderia congelar espermatozoides seus... E se um dia quiséssemos... Era só fazer a inseminação artificial.

- VAI SE FODER. - ele grita muito comigo. Que estresse!! Parece que sempre que eu estou de TPM ele também fica meio chato. - Você ouve o que diz? Se algum dia você engravidar de novo NUNCA será num laboratório. Eu só sirvo pra isso? Ah. Puta merda. Pega espermatozoide de outro. Cacete. - Ele está vermelho de raiva. Caramba. O que eu disse. Eu não imaginei que ele ficaria tão... Fora de si. Eu só agendei uma consulta para tirar dúvidas e entender sobre a vasectomia. Ele está agindo como se sua cirurgia fosse daqui uma hora. - QUE ÓDIO. - Ele grita novamente comigo e sai do quartinho a caminho da piscina. Eu levanto e saio atrás dele. Justin tira a camisa, jogando perto da cadeira de descanso e simplesmente pula na piscina... de bermuda e tudo. Ele está louco? Eu o chamo, mas ele provavelmente não me ouve. Esse homem é pirado. 

- Justin. O que foi isso? Seu celular e carteira estão aí? - ele me ouve e então mergulha novamente, de propósito. Por que ele está fazendo isso? Espero que volte a superfície e ele apoia com as mãos na borda.

- Nós já conversamos, discutimos e eu não quero mais falar com você agora. - ele fala me olhando nos olhos e esfrega o cabelo. - Você pode me deixar quieto? - Sento de frente para ele. Que atitude imatura.

- Que atitude imatura, Justin.

- Você pode me deixar quieto? - ele repete a mesma pergunta. Eu assinto. Justin tira as chaves do carro que estava no bolso. Não tem juízo nenhum. Foi aí que vi seu celular e carteira jogados no banco, junto com a camisa. Entro em casa e Lindsay parece bastante... Assustada. Essa discussão inesperada me deu fome.

- Lin... Minha filha acordou? Com essa gritaria? - ela assente e toma um copo d'água.

- Sim. Eu estou preparando a mamadeira. Precisa de algo?

- Huh... Não. Eu vou subir daqui a pouco. Só preciso esfriar a cabeça.

- Espero que esteja tudo bem... - ela parece querer me confortar, mas a verdade é que Justin surtou à toa. 

Que feriado conturbado logo de manhã... Lindsay ficou nos ajudando até um pouco depois do almoço e então foi liberada. 

- Huh. - murmuro para que ele perceba minha presença e então desvia o olhar. - Eu... pensei bastante no que aconteceu hoje à cedo e...

- E você sente muito porque não sabia que chegaríamos a esse ponto? - ele tira as palavras da minha boca. - Eu também sinto, porque você simplesmente não pensou no que disse e foi a maior idiotice. Eu não quero conversar com você porque ainda estou bastante chateado com essa situação e irritado.

- Eu também estou. Você foi imaturo.

- Bom para você. - ele sorri irônico. - eu vou sair e não quero que você me ligue a não ser que seja sobre os três. - eu seguro seu pulso esquerdo e acaricio sua mão. Ele me solta. - Sai.

- Onde você vai?

- Beber com os caras. - Suspiro fundo querendo conversar agora, mas ele simplesmente não quer. Não consigo entender como ele pode ter ficado tão bravo só por conta da possibilidade de vasectomia. Que desnecessário. - Quando eu chegar, não vou simplesmente fazer as pazes com você bêbado.

- Não precisa fazer as pazes... Nós tivemos uma discussão de manhã.

- Nos brigamos. Feio. Inclusive, eu espero que você tenha desmarcado aquela bosta. - eu nego com a cabeça. - Legal. Eu vou pedir a alguma dos caras para te acompanharem e assim você já colhe esperma deles. Escolhe quem quer pra ficar gravida se um dia quiser. - Meu Deus do céu, que exagero.

- Olha o que você disse! Para com essa infantilidade.

- Huh? Você não quer inseminação? Pare de tomar pílula. Quando você quiser faça isso.

- Do que você está falando?

- Eu estou falado que eu achei a maior idiotice do mundo o que você falou, porque em momento algum entramos num acordo sobre essa situação. Você simplesmente marcou essa consulta como se eu realmente estivesse de acordo a entender a vasectomia. Eu não sou a favor. - Eu não fiz nada! Esse homem é pirado.
 

SPOILER

 Pego a garrafa e vou até a saída. Justin está com um olhar bravo e já volta até mim, na porta.

- Ele já foi embora. Você está bem? Ele fez alguma coisa? - de um segundo para outro ele está tão... Doce.
 


Notas Finais


Essa última temporada irá até o capítulo 18!!
Boa noite pra vocês e obrigada a todas que conseguem tirar um tempinho pra ler e até mesmo comentar o que acharam.
Significa demais pra mim.
Beijos.


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