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História Behind The Secrets - Season Finale - Daddy


Escrita por: featollg

Capítulo 16 - Daddy


Justin abre a porta com tudo e percebo que estamos no meio da madrugada. Abro os olhos sonolenta e ele liga a luz.

- Amor. - Ele anda de um lado para outro e resmungo em resposta. - Meu pai sofreu um acidente esquiando. - Rapidamente sento na cama e coço os olhos. Meu Deus!!! - Ele está sendo transferido para o hospital de Toronto e foi sério. Justin está ofegante, nervoso. Levanto rapidamente e o puxo para sentar na cama. Ainda estou só de calcinha. 

- Isso foi agora? Quem te contou? - Falo com a mão descansada em sua nuca e puxo o edredom para cobrir meu corpo. Justin suspira fundo, diversas vezes. Ele está tão nervoso.

- O meu tio Steve, que estava com ele... Ele foi o único que se machucou, porque não conseguiu desviar de um tronco de árvore e capotou. Ninguém sabe direito o que ele machucou, mas foi parte da coluna. - Caramba, coluna é muito perigoso. - Ele está desacordado. - Arregalo os olhos e ao mesmo tempo tento não demonstrar nervosismo. Continuo acariciando-o. - Eu estou tão preocupado.

- Ele foi transferido agora?

- Sim. Eles esperaram a ambulância e o levaram a emergência da cidade, mas precisa voltar par Toronto... por isso meu tio só me ligou agora. - Concordo com a cabeça. - E se ele morrer? - Ele fala com os olhos marejados e quero chorar. 

- Justin, ele vai ficar bem... nós só precisamos saber realmente o que foi fraturado. Ele deve ter saído de Santiago há meia hora, então só chegará em Toronto amanhã. É muito distante.. mesmo que ele esteja no voo de emergência. - Ele concorda com a cabeça e esfrega o próprio couro cabeludo.

- Argh, eu sei, mas como que eles mandam meu pai para um voo de 10 horas? E se ele morrer no caminho? Isso é muito tempo, é muito perigoso. Não poderia ser permitido. Ele deveria ter ficado lá até saberem exatamente o real estado dele. - Eu também acho, mas a verdade é que não estamos assimilando muito bem essa situação.

- Eu tenho certeza de que se o estado dele fosse pior, não iriam transferi-lo. - Justin fecha os olhos por um momento e deita na cama, ao meu lado. Eu acaricio seu cabelo e ele bufa para si mesmo. Ainda estou coberta até o pescoço, já ele, deitado com a cabeça em meu busto.

- Mas se ele não estivesse tão mal, teria ficado na emergência de Santiago, não é? - Ele está certo. Murmuro em concordância

- Você já falou com mais alguém? - Ele nega com a cabeça.

- Não... eu... fiquei tão nervoso. Vim correndo pra cá. Você tinha que estar no nosso quarto. -  beijo sua bochecha. - Porque assim você estaria ali comigo e eu talvez ficasse menos... eu nem sei quem sabe tanto.

- Ei. Calma, ok? Eu também estou preocupada... mas não podemos fazer nada enquanto ele não chegar na cidade. Ficarmos nervosos só será pior, porque não sabemos muito bem o estado dele. - Justin balança a cabeça e puxa a respiração pelo nariz, prestes a chorar. - Se estiver com vontade de chorar, chore. Faz bem e você sabe. Eu vou ficar aqui com você e nós vamos esperar um pouco... - Foi ai que percebi... são 3h40 da manhã. Olhei na tela do meu celular e havia uma mensagem de Chelsey, perguntando se já sabíamos. Respondo que sim e peço mais informações. Ela não tem.

"Ele está sendo transferido... eu só sei que quebrou o braço esquerdo". - Chelsey.

- Chelsey acabou de me dizer que ela só sabe que ele quebrou o braço esquerdo, talvez tenha caído com o corpo em cima. - Continuo abraçada com ele e bloqueio a tela do celular. - Nós temos que esperar a notícia de que ele chegou em Toronto... isso vai demorar um pouco.

- Eu não quero ficar esperando, eu queria estar lá, queria ajudar, ver meus irmãos, sei lá. - Ele fala choramingando e nem abre os olhos. - O que eu faço? - Ele pergunta conforme me olha nos olhos e eu limpo suas lágrimas na região da bochecha. Justin está agora deitado quase em cima de mim, esperando minha resposta.

- Eu sei que você está nervoso, aflito, com medo, mas precisamos esperar, Jay. Você quer falar com a Chelsey? A última mensagem dela foi sobre o braço. - Ele nega com a cabeça. - Então vamos ficar aqui, deitados, até você se acalmar um pouco... nós ainda não sabemos o estado real dele, amor. Se você ficar muito nervoso é pior. Eu também estou bastante preocupada, foi muito inesperado, mas eu estou aqui com você. - Beijo sua bochecha e ele assente. 

- Como você ficou quando eu sofri acidente pela primeira vez? - Ele fala abraçado comigo, ainda choramingando um pouco. Não é um assunto legal para abordar agora. Eu quase tive um treco! Prefiro nem lembrar.

- Eu surtei, fiquei desesperada, nervosa, aflita, com medo de te perder, sem saber o que fazer... mas cada situação tem uma reação. Eu vou ligar para a Chelsey daqui a pouco e pedir uma explicação, assim, poderemos ficar mais calmos. - Ele dá os ombros e eu beijo sua testa. - Ei, calma. - Sussurro e Justin está chorando.

- E se ele morrer? Nós não sabemos nada... Eu...Eu vou para Toronto. - ele fala gaguejando e passa as mãos no rosto, agora com a voz baixa. - Ele não pode morrer. Não pode. Eu já não tenho mãe. - como dói vê-lo assim. - Eu tenho dois irmãos que ainda são crianças... ele precisa estar bem. - Sento na cama e ele deita com a cabeça em minhas pernas. Estico a mão até o celular e ligo para sua madrasta. Continuo acariciando o cabelo de Justin e, quando ela atende, está tão nervosa quanto ele. Deixo no viva-voz.

- Eu não sei... parece que ele teve um traumatismo. Eles não poderiam trazê-lo para cá, é muito longe, mas o Steve acabou conversando na emergência e disseram que é o melhor a fazer, caso aconteça alguma coisa ele... estará em casa. - Justin está chorando. Ela também. Que dor no coração. 

- Eu... é... Sim. Caramba. Chelsey. Nós estamos muito nervosos por aqui, também. Ele deve chegar aí pela manhã?

- A previsão é às 11h da manhã em Toronto. Ele está vindo com Steve. 

- Ok. Eu vou tentar acalmar Justin e... por favor, se você souber de algo, nos avise.

- Com certeza. Obrigada.

Desligo e ele não deu um pio desde que falou sobre a mãe. Continuo acariciando seu cabelo e ele ainda chora. 

- Eu estou com medo dele morrer. Traumatismo craniano é muito sério. Isso significa que ele não pode dormir. - Ele fala ao me olhar de ponta-cabeça e eu concordo. Estou quase chorando em vê-lo nesse estado. Que preocupação. - Eu vou para Toronto agora.

- Ei... são 4h da manhã. Ele vai chegar lá daqui 9 horas lá. Nós levamos só 2h até lá. 

- Eu sei disso, mas não vou aguentar ficar aqui esperando... eu quero ir para a casa dele, ver meus irmãos, meus avós. - Ele está certo.

- Tudo bem, Jay. Vamos todos.

- Não... Você... Tem que ficar com eles. Eu vou sozinho... vai atrasar você e o colégio. - Ele senta na cama e pega o celular, então suspira fundo e puxa a respiração pelo nariz, de novo, já com o olhar derrubado.

- Não, nós vamos com você. No jato. 

- Mel... Eu não...

- Chame o Benné e eu arrumo as coisas. Podemos sair às 6h, assim eles não pegam tanta friagem. - Justin concorda comigo e então está sentado na cama. Eu o abraço bem forte e ele me aperta com toda força. Sento em seu colo com as pernas cruzadas e ele solta o corpo conforme encaixa sua cabeça em meu pescoço.

- Obrigado por me abraçar assim, nua. - Ele fala baixinho e beija meu pescoço. - Sairemos de casa às 6h, então. - Sorrio para ele e vejo que não está mais chorando. - Durma um pouco... eu te acordei. Você deve estar cansada.

- Eu não vou conseguir dormir. Estou preocupada. - Com razão. Sento agora em seu colo de lado e ele beija minha bochecha. - Eu vou fazer uma mala pequena com as coisas deles... 

- Ok.

- Fale com Benné. - ele assente e eu beijo sua bochecha. - Ele vai ficar bem. - acaricio seu rosto e Justin engole o choro. Oh meu Deus.

Pego uma mala de porte pequeno e guardo mais de cinco trocas de roupa dos gêmeos, todas de frio, várias de Luna, fraldas incontáveis e a bolsa dela com a mamadeira, alguns brinquedos e até mesmo suas tiaras de colocar na cabeça. Levo tudo ao corredor e, antes de fechar a mala, coloco algumas trocas de roupa minha e de Justin, nada demais, porém roupas de frio, apenas. Tomei um banho quente em plena madrugada e vesti uma calça preta, coturno da mesma cor, um body de manga comprida na cor vinho e uma jaqueta de couro. Eu me sinto uma motoqueira. Justin também tomou um banho quente e quando me dou conta já são 5h45. Preciso acordar os dois.

- Eu levo Luna até o carro. - Justin diz conforme desce com a mala e eu não respondo. Peguei o leite dela pronto, o das crianças numa garrafa térmica e tomei alguns goles d'água. Que madrugada conturbada. Eu achei melhor não acordá-los, então levamos as crianças dormindo até o carro. Justin esticou o banco da Land Rover e eles foram quase deitados, presos no cinto de segurança e dividindo um edredom. Tranquei toda a casa e peguei o notebook de Justin. Fomos até o aeroporto conforme acompanhamos o nascer do Sol. Há quanto tempo eu não estou acordada nesse horário? A verdade é que estou com sono, mas a preocupação toma conta de mim. 

- Vamos passar no Starbucks, assim tomamos um café. - Ele dá os ombros.

- Eu não consigo comer nada. 

- Só um café... você bebe depois, se preferir. - Ele estaciona em frente e eu desço do carro. Peço dois frapuccinos e então chegamos no aeroporto por volta das 6h30. Eu levei Luna primeiro e Justin pegou o carrinho dela, deixando encostado na primeira poltrona.

Entramos no jato e decolamos em instantes. Brandon e Vallery estão dormindo nas poltronas esticadas, cheios de cobertas e ao som de um desenho na televisão. Luna acabou acordando e está tomando leite deitada ao meu lado, grudada comigo. Justin, andando de um lado para outro super nervoso, olhando no relógio do pulso a cada 25 segundos.

- Amor. Deita aqui. Vai demorar um pouco. - Bato na cama e ele ignora. Luna começa a resmungar e eu a ajeito em meu colo. Ela segura a mamadeira sozinha. Isso é tão fofo. Luna cresceu tão rápido, está aprendendo a andar e já diz "mamãe", "papai" e "tetê"... A pediatra disse que para 11 meses ela está um pouco avançada, mas como começou a falar primeiro, pode ser que esteja andando talvez a partir do mês que vem, quando completar um ano. Até o momento ela anda apoiada com as mãos em mim, mas é tão avançada. 

- Está gostoso, meu amor? - Falo conforme ela termina seus 200ml de leite. - Mamãe fez agorinha pra você... porque nós estamos indo visitar a Jazzy, o Jaxon, seu vovô... Eles irão adorar te ver. - Ela então sorri empolgada. AMA quando estamos com Jazmyn e Jaxon. Nunca vi um bebê amar tanto crianças quanto Luna. Ela murmura em concordância e sorri sonolenta. - Huh, você está tomando tudo!! Assim a mamãe fica muito feliz. - Ela termina de tomar e me entrega a mamadeira. Coloco ao lado da cama, no chão, e Justin volta para o cômodo de cabeça quente.

- E se ele morrer enquanto estivermos aqui? E se ele piorar? Eu não quero que ele morra agora, não mesmo. Eu conheci ele quando tinha quase 19 anos. Isso não pode acontecer agora. - bato na cama e ele bufa. Aqui no quarto está um pouco escuro... Logo Luna dorme. Ela me abraça e segura uma boneca ao mesmo tempo, talvez com muito sono para saber exatamente onde estamos.

- Agora você já pode dormir... mamãe está aqui, papai também. - Beijo seu cabelo e ela assente murmurando. Justin me olha preocupado e se aproxima, dá um beijo na cabeça da filha e senta ao nosso lado. Ainda está tão cedo.

- Deite-se aqui, ao meu lado. - ele logo vem e se joga na cama. Estica o braço direito para alcançar nossa filha e a cabeça em minha barriga. Com a mão livre, acaricio seu cabelo e ele suspira baixinho.

- Oi minha princesa. - Ele sussurra para Luna, que desperta e deita ao lado dele.

- Papai!! - Ela o abraça bem forte e ele sorri. Até que enfim um sorriso.

- Você está com soninho, filha? Nós estamos indo para a casa do vovô Jeremy. - Ele sussurra conforme conversa com ela e eu apenas observo, talvez assim ele fique um pouco mais calmo. Após uma longa conversa, eu os deixo sozinhos ali e vou até as poltronas... os dois ainda dormem. Vejo que Justin tomou todo seu frappucino e isso é bom. Coloco meu celular para carregar perto de onde eles dormem e reduzo o volume da tevê. Olho pela janela e o Sol está forte, quente. Tiro minha jaqueta de couro e logo o coturno. Fico de meias e estou bem mais confortável.

Volto para o quarto e Luna dormiu abraçada com Justin, que olha friamente para o teto, sem piscar.

- Dormiu agora? - Pergunto conforme me aproximo devagar e ele concorda com a cabeça. Eu a coloco na cama de solteiro que é grudada na parede, estreita, e encho de travesseiros e cobertas em volta. Justin permanece imóvel na cama de casal. 

- Eu estou muito preocupado. Ele nunca foi parar no hospital por uma coisa seria. Será que ele está em coma? - Sento na ponta da cama conforme ele fala e acaricio sua mão esquerda, na aliança.

- Shhh... - acaricio seu cabelo e faço cafuné nele. - Ele vai ficar bem... lembra da conversa que tivemos? Temos que esperar até que ele chegue em Toronto.

- Como você sabe?

- Porque eu sei. - acaricio seu lóbulo. 

- Eu vou deitar com os dois um pouco... - Ele ameaça levantar e não o faz.

- Eles ainda estão dormindo. Você está nervoso. Fique aqui com a gente. Eles vão acordar depois. - desço a mão até seu pescoço e ele beija meu pulso. - Seu pai vai ficar bem, amor. Nós ainda nem sabemos direito o que houve. Eu vou te deixar descansar um pouco. - Eu o deixo ali um pouco e então vou até as crianças. Passo meia hora vendo teve e deixo Justin sozinho lá, ele precisa descansar. Vallery é a primeira a despertar e logo acorda o irmão pulando no sofá-cama. Já faz uma hora que estamos voando. Eles fazem as higienes e parecem um pouco perdidos. Tomam café da manhã juntos e então começam a se entender sozinhos com o controle da TV. Entro no quarto e Justin está com os olhos fechados, mas o rosto tenso, então levanta e senta na ponta da cama de solteiro, olhando nossa filha dormir.

- Ainda falta uma hora.

- Deita aqui comigo, você precisa ficar mais calmo... eu vi que você passou esse tempo todo tenso. - Deito com as pernas esticadas na cama e ele tira a camisa, jogando perto de mim.

- Eu não consigo. - ele deita ao meu lado e eu o abraço. - Eu estou muito preocupado. como vamos fazer? Eu não quero eles no hospital.

- Nós vamos chegar em Toronto e pegar um táxi até a casa de seu pai. Eu fico com as crianças e você vai ao hospital... Se tiver alguém lá, eu vou com você.

- Tá. Ainda bem que meu carro está lá. - Isso é ótimo.

- É. Agora calma. - continuo acariciando seu cabelo e ele suspira fundo, várias vezes.

- Obrigado por virem comigo.

- Somos uma família. Nunca que você viria sozinho. - ele assente e me abraça de lado. - Você deveria tentar dormir um pouco.

- Jamais.

- Ou comer alguma coisa? Você está de estômago vazio.

- Ahhh... Eu não estou com fome. Tomei aquele café. 

- Eu trouxe gomas.

- Isso eu aceito. - Ele me olha curioso feito criança.

- Mas antes você precisa tomar pelo menos um suco... Alguma coisa.

- Você está me tratando como criança.

- Não estou.

- Eu vou tomar o suco daqui a pouco. Por enquanto estou confortável assim. - ele beija meu pescoço. - Vallery e Brandon estão sabendo?

- Não. Eles acham que estamos indo passear.

- Huh.

Acaricio novamente seu pescoço e dou-lhe um selinho. - Já estamos chegando. 

Desembarcamos na manhã fria de Toronto e pegamos um táxi até a casa do pai de Justin. A verdade é que sempre ficamos com os avós dele, no mesmo bairro. Não tinha ninguém na casa e então fomos de táxi até seus avós. Deixei as malas no quarto e coloquei Luna na cama de casal. Brandon e Vallery correram até os irmãos de Justin e eu aproveitei para conversar com Diane a respeito do ocorrido. 

- Eu quero que você vá comigo. - Ele pede sereno. - Meu avô já disse que fica com os três... meus irmãos já estão aqui mesmo. Ele está para chegar no hospital daqui 10 minutos. - Coloco a touca em Luna e as crianças já estão no quarto com Jazzy e Jaxon.

- Eu vou. Chelsey já está lá? 

- Sim. 

- Diane, vamos conosco... você parece aflita. - Ninguém dormiu por aqui... assim como em casa. Isso é tão preocupante.

Passei a manhã com as crianças na casa dos avós dele, junto com Bruce, que também está extremamente nervoso, mas preferiu esperar notícias em casa, comigo aqui. Fiquei esperando por notícias de Justin e, quando sua tia decidiu me ajudar ficando com as crianças, fui ao hospital após o almoço.

- Ele está desacordado... Em estado grave. - Justin fala com os olhos transbordando e está muito nervoso. Ele não se contém. Eu não quero piorar o estado desses três. Diane está lá dentro falando com o Doutor, pela segunda vez. Justin me ligou pela manhã dizendo que o pai havia chego e que eles não tinha informações adicionais. Steve teve que ir embora para descansar. - Ele não poderia estar desacordado.

- Foi traumatismo craniano mesmo? - Pergunto parada em frente aos dois, que estão sentados inquietos.

- Foi início de traumatismo.. - Chelsey responde. - Ele bateu muito forte com a cabeça e foi quase na região da nuca, correu um grande risco de ficar tetraplégico... precisamos que ele acorde para saber se sente todas as partes do corpo, mas o que sabemos é que veio acordado durante todo o voo - em observação - e está medicado. - Arregalo os olhos mais surpresa do que nunca. Caramba. Isso é muito sério. - É por isso que ele está desacordado... está medicado para evitar as dores enquanto passa por uma bateria de exames.

- Ainda bem que vocês conseguiram passar um tempo lá... - 5 minutos ao todo. - Isso é muito sério. Eu espero que ele acorde e tudo o ocorra bem.

- Se Deus quiser. - Ela fala e Justin permanece parado, de cabeça baixa, coçando o couro cabeludo. Paro ao lado dele e o abraço, acariciando seu cabelo. Ele está aqui há mais de quatro horas.

- Ele vai precisar operar? - Pergunto calma, tentando não deixá-los ainda mais nervosos.

- Ele quebrou o pulso esquerdo e só está aparentemente com as canelas inchadas, por conta do tombo. Lá estava frio demais, então o organismo está mais sensível... - Assinto em concordância e ela atende o celular. Continuo acariciando o cabelo de Justin e sua vó volta aos poucos, também falando ao celular.

- Eu vou ficar aqui até ele acordar. - ele fala bem baixinho e Chelsey interfere, mesmo ainda ao telefone.

- Justin, é melhor você ir descansar... Eu fico aqui e caso ele acorde eu te ligo. Estamos nesse hospital há horas. - Isso é verdade. O avô dele também quer vir para cá e ainda está com as crianças em casa e os tios dele. Chelsey desliga e Justin abraça a avó, que senta entre os dois.

- Eu fico aqui com você. - Ele fala ao olhar no relógio. - Seria melhor se você descansasse, vó...

- Eu vou ficar. Pode ir, Justin. - Ela responde toda doce, serena.

- Eu fico com sua avó. Sério. Eu te ligo. - ele me olha perdido e pede por uma opinião conforme ergue as sobrancelhas.

- Vamos. - sussurro e ele assente e eu estico as mãos para que venha mais perto. Eu o abraço de lado e acaricio seu cabelo. Eu me despeço de Chelsey e andamos de volta até a recepção. - Você chega, toma um banho quente, come alguma coisa e cochila. - beijo sua bochecha e ele não diz uma palavra. Chegamos até o carro e eu vou no lugar do volante. Justin se estica no passageiro e tira o celular do bolso.

- Ele acordou por alguns segundos, mas estava sentindo muita dor na nuca e então deram um remédio forte.

- Ele te viu?

- Sim.

- Disse algo?

- Não. Mas ele sabe que eu estou aqui... - ele descansa a mão esquerda entre minhas pernas. - Eu queria ter ficado lá. Ele está consciente e chegou no hospital perguntando dos filhos... eu acho que ele não lembra o que aconteceu.

- Isso é extremamente normal, porque ele deve ter sofrido um choque grande e não tem como lembrar o que houve. Depois a gente volta. Você precisa de um banho e comida. Eu vou ficar com as crianças e temos que deixar seu avô vir... eu fico com as crianças. - ele assente e então chegamos na casa de seus avós. As crianças estavam com os tios de Justin.

Passei o resto da tarde com Vallery, Brandon, Ellie, Jazmyn, Jaxon e Luna. Não foi fácil... eles fizeram a maior bagunça. A minha sorte é que Brandon e Jaxon brincaram no condomínio parte da tarde - e aqui é muito seguro. Coloquei Luna para dormir por volta das 21h30 e fiz sopa de legumes para as crianças, já que hoje está extremamente frio. Ficaremos no quarto com a cama de casal e as crianças dormirão na casa de Chelsey e Jeremy. Luna, entre nós dois. 

Justin ficou mais algumas horas no hospital e eu fiquei em casa esperando notícias. Infelizmente não posso estar lá a todo momento, eu preciso ficar com eles aqui, tranquilizando-os, que não sabem direito o que está acontecendo. Jazzy está bastante nervosa e eu faço o possível para que ela não demonstre aos outros.

Justin chegou em casa por volta das 23h e deixou as crianças na casa com Chelsey. Voltou para casa e foi logo tomar um banho.

- Ei, você está mais calmo? - Falo conforme ele veste uma cueca branca, a primeira que achou na mala. - Ele falou com você?

- Ele ainda não está falando nada, está imóvel, na verdade, muito nervoso, aí está sedado... os médicos acreditam que a partir de amanhã ele estará movimentando o corpo todo e saberemos se houve alguma sequela. - Ele senta na ponta da cama e eu o abraço. - Eu só quero que ele fique bem.

- Ele vai ficar, Justin. Você só precisa continuar assim... um pouco mais calmo. - ele beija meu cabelo e continuamos abraçados. - Você tomou algum calmante à tarde?

- Minha avó me deu... eu estava muito nervoso na hora que te liguei.

- Eu estou bem mais calmo. Muito mais. Ele acordou, vi que os exames não deram nenhuma alteração além do que já sabíamos... espero que até amanhã ele esteja bem.

- Isso aí! - eu me afasto e dou um beijo em sua bochecha. Ele sorri de leve e beija minha testa. - Agora você precisa jantar e dormir. Eu te acordo bem cedo para ir ao hospital.

- Eu não quero comer nada... tomei café no hospital e comi uns biscoitos. - Cruzo os braços e ele beija nossa filha. Eu a coloquei no carrinho e deitei o encosto. Ela adora dormir ali. 

- Você precisa se alimentar. - Ele bufa.

- Eu não consigo agora... amanhã cedo eu como, ok? - Concordo com a cabeça e ele sorri feito criança. - Tá. Eu estou cansado, mas não sei se conseguirei dormir. - ele senta na cama e eu fico atrás dele, com as pernas abertas.

- Eu te faço massagem.

- Você também está cansada.

- Fique reto. - ele assim faz e eu o massageio nos ombros, então na nuca e nas costas. Ele murmura baixinho. Eu o abraço por trás e beijo sua nuca. Ele fica arrepiado. - Agora vamos deitar. - Justin deita e me puxa para perto de si. Deito minha cabeça em seu peitoral e ele me envolve em seus braços. Assim, estou quente. Ele me acaricia no cabelo e eu bocejo de imediato.

- Boa noite, meu anjo. - ele sussurra e beija minha cabeça. - Eu amo você.

- Eu amo você, Justin. Boa noite. - ergo a cabeça e trocamos um selinho, logo ele me dá um beijo de língua e segura meu cabelo. Dou-lhe um selinho e deito meu corpo em cima do seu. Ele me abraça nas costas e então voltamos a nos beijar com toda calma do mundo.

- Ainda bem que vocês vieram comigo. - ele sussurra e me dá um selinho. - Eu me sinto seguro com vocês. - sorrio para ele e deito minha cabeça em seu peitoral, no pescoço. Rapidamente levanto e coloco Luna entre nós, toda coberta e com os travesseiros ao redor. E assim dormimos.

...

Passamos a terça-feira toda na casa de seus avós com toda família Bieber, falando sobre Jeremy e os irmãos de Justin foram normalmente ao colégio. Não entendem muito bem o que se passa. Deixei Vallery e Brandon brincando com os primos num parque próximo do condomínio. Vou buscá-los no final da tarde. Justin quis ficar com Luna para distrair a cabeça e eu decidi andar um pouco pelo condomínio com Shawnteal. Conversamos bastante sobre como andam as coisas por aqui e a verdade é que estamos tentando ficar mais tranquilos com a notícia de que Jeremy está acordando aos poucos, mas ainda não está liberado para visita.

Acabamos sentados na praça com dois caras, amigos de Shawnteal, e eles quiseram ver Luna. Eu não os conheço, mas talvez Justin sim.

- Eu não sabia que o Bieber estava na cidade.

- Vocês são amigos? - Pergunto ao pegar novamente minha filha no colo e arrumo a touca em sua cabeça. 

- Já estudamos juntos... há muitos anos. Na época que ele pegava geral. - Nenhuma novidade. Concordo como se estivesse gostando desse assunto e eles falam abertamente sobre assuntos desinteressantes como o clima daqui, jogos de hóquei com outros amigos de Justin e... parei de prestar atenção.

- Eles são casados. - Shawnteal diz empolgada. Eles rapidamente acenam e Justin está vindo até nós com Charles. Ainda bem que encontrou o amigo por aqui.

- Oi. - Ele fala sério e estende a mão esquerda para um cumprimento. - Vamos, Mel? - Ele pega Luna no colo e não entendo sua frieza.

- E ai, Bieber! Quanto tempo. - Charles os cumprimenta e começam a conversar sobre os tempos de colégio. 

- Podemos ir? - Justin fala baixo e olho para Shawnteal sem entender. 

- Sim. - Pego o carrinho e Justin coloca Luna nele, cobrindo-a até o pescoço. - Tchau, meninos. - Eu aceno e Shawnteal diz que virá depois.

- Eu vou ficar aqui. - Charles fala para Justin, que concorda e começamos a voltar o caminho.

- O que foi isso? - Eu falo estranhando a situação e ele dá os ombros.

- Eu não vou com a cara deles... são do colégio, de anos atrás. Eram uns pirralhos chatos pra caralho e sempre dão em cima de todo mundo.

- Eles foram legais comigo... não sabia que só eles davam em cima de todo mundo. - Justin ri e percebe minha ironia.
 

SPOILER

- Você está me assustando.

- Por quê?

- Isso é algum tipo de despedida? Você quer me dizer alguma coisa?

- Justin, não.

- Você nunca fez nada disso. 
 


Notas Finais


Boa noite!!!!
Pra quem não lembra, eu coloquei a família de Justin invertida nessa fic desde o início (Bruce e Diane e tal são da família de Jeremy, porque aí ele não tem contato com a família materna. Muito pouco, na verdade).
Obrigada a todas que tiram um tempinho pra me acompanhar e até mesmo deixar um comentário.
Só mais dois capítulos até Behind The Secrets acabar de vez!!!! #sofrendoquetô
Beijos.


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