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História Behind The Secrets - Season Finale - Her name is...


Escrita por: featollg

Capítulo 2 - Her name is...


Abro a porta do passageiro e Mellanie está com as mãos na barriga.

- Amor. Amor. Amor. - digo baixinho e passo a acariciar seu cabelo. Ela nem se mexe, mas respira. Oh meu Deus. Será que bateu a cabeça? Ou a barriga? Desço as mãos até sua virilha e não sinto sangue, nem nada. Ufa. - Mellanie, por favor, acorde. -  e ela suspira fundo, mas não abre os olhos. - Eu preciso tirar você daí, mas esse banco está tão apertado. Argh. - eu deito o banco e ela então passa a despertar aos poucos. Estou tão preocupado.

- Erhh... Ela está bem. - diz baixinho e abro um leve sorriso de alívio. Minha menina. Ela ainda nem sabe que eu já decidi o nome. Eu a abraço bem forte, que suspira fundo. Beijo sua testa. - Calma, Justin. - Calma? Ela mal abre os olhos, poderia ter sofrido um acidente.

- Vá para o banco de trás... Você consegue? Eu vou dirigindo. - Coloco a mão esquerda debaixo do banco e procuro pela alavanca, logo empurrando o banco para trás, assim ela terá mais espaço para sair.

- Cadê as crianças? - ela esconde o rosto com as mãos e esfrega os olhos, talvez tentando despertar ou focar a visão. 

- Estão com Lea. Vamos ao médico, por favor. O que você sentiu? - aos poucos, ela fica sentada no banco e passa as mãos ao redor da barriga. Está tão lenta, tão... perdida. Como ela simplesmente conseguiu estacionar?

- Uma dor... Forte. Doeu a barriga, a cabeça, tudo. Eu não conseguia enxergar dirigindo.

- Mas foi no trânsito? Ou na reunião?

- Eu saí da reunião bem. - Mellanie passa as mãos no cabelo, que por sina está incrivelmente lindo em sua cor natural, e então suspira cansada. Caramba. Ainda bem que ela não bateu o carro. Eu morreria se algo tivesse acontecido as duas.

Mellanie P.O.V

- Como você veio? - falo ainda um pouco atordoada. Que sede!!

- Moto. Eu pego depois... Está aqui por perto. - Eu até poderia dizer que estou melhor e posso voltar dirigindo, mas seria uma grande mentira. Eu estou tão mal. - Agora nós vamos para o médico. - Fiquei tão mais tranquila ao ver que ele chegou aqui e... me acordou. Eu estava tão preocupada em como faria para estacionar, mal conseguia enxergar. Nunca me senti assim, tão... ruim.

- Justin, não precisa. Eu só quero ir para casa e ver as crianças. - abro a porta do carro e vejo que está anoitecendo. Espero alguns carros passarem conforme ele está ao meu lado e então abro a porta de trás ainda meio atordoada. Deito com as pernas encolhidas e esse banco é confortável. - Estou com sede... Eles ficaram bem com Lea? - resmungo e ele deixa a mão direita atrás, tentando segurar a minha.

- Sim, só estranharam minha pressa. Você pode me dizer o que sente agora?

- Agora eu só estou atordoada e minha cabeça dói. - ele assente conforme olha para o trânsito e eu mal vejo as ruas passarem. O céu está começando a escurecer.

- Eu quero te levar ao hospital. - Rapidamente murmuro incomodada com a situação. Não precisa, eu já estou melhor. Foi só... um susto. Talvez algum efeito colateral das vitaminas que estou tomando.

- Graças a Deus você não bateu o carro. Nossa. - ele liga o rádio e não demora muito até que chegamos em casa. Eu queria mesmo era ter ido a faculdade. Justin estaciona na garagem e desce do carro. Abre a minha porta e então desço ao chão com pouco equilíbrio. - Melhor? - Penso em pegar meu material, mas não o faço.

- Mesma coisa... Vamos buscar as crianças. - olho ao redor ainda perdida e ele segura minha mão direita com a sua esquerda.

- Eu vou buscá-los no vizinho. Você entra e me espera, ok? Não suba escadas nem nada. - assinto em concordância e entro em casa conforme ele destranca a porta. Sento no sofá e apoio com os cotovelos nos joelhos, inclinada com a cabeça para baixo. Deixo minha bolsa de lado e eu sei lá que horas são.

- MEL. - ele para de gritar ao me ver aqui e Vallery vem até mim.

- Mamãe, o que aconteceu? - ela acaricia meu cabelo e sorrio de imediato. Uma fofa. 

- Você foi na reunião? - Brandon pergunta curioso. - Tá tudo certo?

- Sim, amor. Fui. Ouvi dizer que vocês desobedecem de vez em quando... Brandon mais do que Vallery. Falaremos sobre isso depois. - faço careta e eles desviam o olhar. Já estão de banho tomado e tão cheirosos. Justin senta ao meu lado e me entrega um copo com água.

- Você nem... Desobedeceu. - ele diz preocupado e eu pego Vallery no colo, mais ou menos, na verdade, por conta da barriga. Justin ainda não me disse o nome e, confesso, estou curiosa.

- Como assim?

- Eu pedi para você esperar e geralmente você já estaria no banho. - ele toca minha coxa e Vallery o empurra. Rio.

- Papai, para. - Brandon fica ao meu lado e beijo seu cabelo.

- Eu estou realmente... Mal. - dou os ombros. - Só preciso de um banho. Por favor, vá buscar sua moto.

- Eu não vou te deixar sozinha agora. - Ele fala conforme tira o celular do bolso e Brandon pede para jogar jogo.

- É perigoso deixar lá. Pegue um táxi e vá buscar sua moto. - ele nega novamente com a cabeça e fica de pé. - Eu vou tomar um banho e deitar... enquanto isso você vai lá.

- Eu não vou te deixar sozinha nunca. Eu já pedi ao Dimitri e ele foi buscar... até porque fica do lado do apartamento dele.

- Mas que horas você pediu?

- Liguei para ele assim que peguei as crianças aqui do lado. - sorrio mais aliviada. Eu não queria mesmo que ele fosse. Aperto seus dedos e ele beija minha mão, em cima da aliança. - Por favor, tome um banho e vamos jantar. Você precisa dormir.

- Eu sei. Eu sei. Vocês estão com fome?

- Nos comemos macarrão na casa da tia Lea. - nossa vizinha que eles estão virando amigos. A verdade é que a casa dela fica a três da nossa esquerda. Eles têm, também, um casal de gêmeos, porém de 7 anos. São uns fofos! Finalmente Vallery e Brandon fizeram amizade com eles. Lea e Brad são um casal muito gente fina.

- Sério? Estava bom? - pergunto animada e eles assentem.

- Eu gosto mais do seu... Mas tava bom. - Brandon diz na maior cara dura e me faz rir. - Por que você tá assim, mamãe? É por causa da barriga? - "por causa da barriga". Rio descontrolada e Justin também se diverte.

- Talvez, Bran. Você está animado para conhecer sua irmã? - ele assente na dúvida.

- Ah, sim.... Mas eu queria um irmãozinho. - Justin me devolve um olhar surpreso.

- Uau. Não sossega mesmo. Eu vou tomar banho... Vamos subir com a mamãe? - eu pego nas mãos deles.

- Eu vou brincar de boneca. - Vallery anuncia conforme sobe na minha frente e Justin vai conversando com Brandon até o quarto.

- Você toma banho sozinha? Está muito atordoada? Eu posso preparar a banheira. - Ele se oferece conforme olha Brandon jogar algo com motos.

- Eu prefiro... Estou meio... Mole. - Brandon pula na minha cama e logo liga a televisão. Tiro a blusa e logo a calça. Olho-me no espelho e minha barriga está tão... Diferente. Engordei 8kg até agora. Foi tão diferente com os gêmeos. Justin liga a banheira e começa a preparar meu banho.

- Mãe.

- Oi, filho. 

- Eu vou pra escola amanhã? - Ele fala alto, mesmo que eu ainda esteja no cômodo. Crianças...

- Claro que vai!!

- Mas Maria vem pra cá?

- Huh... Sim. Ela fica de manhã. - falo parada no batente.

- Eu gosto dela aqui... Não é legal ficar o dia todo no colégio. - ele reclama e olha minha barriga.

- Eu sei, querido... Estamos tentando mudar isso. Quem sabe daqui um tempo, né?

- Uhum. - ele assente. - Sua barriga dói? - Ele se aproxima e parece com receio de tocar... mesmo que já o tenha feito antes.

- Como assim?

- Porque ela estica... - ele gesticula e eu me divirto. - Não dói?

- Um pouco, às vezes. Você acha legal?

- É estranho, mas eu acho. - dou os ombros e ele entra debaixo da coberta novamente, pulando na minha cama, o que me faz olhá-lo com uma careta não tão séria.

- Eu realmente espero que você esteja de meias ou descalço.

- Eu estou descalço. - fala orgulhoso e mostra os pés.

- Amor, está pronto. - entro no banheiro e prendo meu cabelo num coque. - Eu vou ficar aqui no quarto com Brandon. Você me chama?

- Sim, Justin. Obrigada. - entro na banheira conforme estou nua e relaxo completamente com a água morna. É tão bom. Passo longos minutos relaxando e então tomo meu banho. Ouço Brandon e Justin conversando, logo decido sair e fico de pé com um pouco de dificuldade. Paro ao lado do box e seco rapidamente todo o meu corpo. Que tontura insuportável.

- Mel? - Justin diz baixinho. - Mellanie?

- Sim. - sussurro e paro em frente ao espelho. Solto meu cabelo e passo a escova para alisá-lo. Enrolo a toalha no busto e ela quase não dá a volta no meu corpo, já que minha barriga está saliente. Ando de chinelo até o quarto e Brandon estava quase dormindo ao lado de Justin. - Tudo bem. - falo para tranquilizá-lo e sei que ele está louco para levantar. Vou até o closet e visto uma calcinha branca, logo uma blusa de frio e um shorts de pijama. Encosto no armário e sinto tudo girar. Respiro fundo e não quero preocupá-lo. Espero alguns segundos e decido abrir os olhos. Estou no escuro e ando lenta até o quarto novamente.

- Ele dormiu. - Justin diz baixinho e eu ando cambaleando até a cama. Sento ao lado do meu filho e beijo sua testa. - Eu vou colocá-lo na cama, ver como Vallery está e pego nosso jantar.

- Eu não... Não quero comer. Estou com muita tontura. Muita. - deito e fecho os olhos. Justin suspira fundo e carrega Brandon para fora da cama. Ainda são 20h30. Volta um minuto depois e regula a luz.

- Ela está assistindo desenho...

- Já escovou os dentes?

- Sim. Você precisa comer algo. - ele senta ao meu lado e nego com a cabeça. - Quer um lanche?

- Eu não sei. Estou me sentindo tão mal. Vou tomar um remédio antes de dormir.

- Eu vou fazer vitamina, pode ser? Sustenta e você não precisa comer. - Olho-o pensativa e então concordo com a cabeça. Gosto muito de vitaminas.

- Sim. Eu te ajudo lá.

- Fique aqui. Frutas vermelhas e banana? - sorrio. - Eu não queria te deixar sozinha.

- Vai, Justin. - ele sai do quadro e eu levanto rapidamente. Vou até o quarto as crianças ainda meio atordoada e minha cabeça lateja. Passo pela cama deles e Brandon está dormindo. Acaricio o cabelo de Vallery e beijo sua testa.

- Você tá melhor, mamãe?

- Sim, querida. Você está com sono?

- Um pouco. Eu gosto de assistir desenho. - ela dá os ombros e eu continuo acariciando seu cabelo. Vallery passa a fechar os olhos devagar e não demora muito a dormir. Eles pegaram no sono bem cedo hoje... talvez o dia no colégio tenha sido cansativo. De acordo com a reunião, eles têm educação física quase todos os dias e saem exaustos, como eu sempre percebi. Atravesso o corredor e encontro com Justin na escada.

- Ela dormiu. - ele me entrega um copo com vitamina e o cheiro é maravilhoso. - Obrigada. - entramos no nosso quarto e sento na cama.

- Você quer seu remédio agora?

- Você já pensou no nome?

- Sim. Mas eu estou entre dois... Não sei se você vai gostar. - E por que ele não me disse antes?

- Eu só quero saber quando você decidir.

- Você não está curiosa? - SIM! Claro que estou. Estamos falando da nossa filha... sem nome.

- Demais, mas você ainda tem um tempo... - ele acaricia meu cabelo e beija minha testa. Após um breve silêncio, ele se manifesta de novo conforme mexe no celular e eu assisto tevê.

- Mas eu já decidi.

- Mesmo?

- Sim.

- Você acabou de dizer que está indeciso. - Justin bloqueia a tela do celular e me olha feito uma criança prestes a revelar um segredo.

- Eu pensei em... - eu olho para ele à espera da resposta. - Luna. - uau. É um nome simples, mas tão bonito. - Eu a imagino como Luna.

- Você quer esse nome?

- Você gostou? - ele parece apreensivo. - se não eu penso em outro.

- Eu só quero saber se você gosta. Eu gosto. - Acaricio minha própria barriga e sinto os pézinhos dela no canto direito.

- Sim. Luna Bieber. Você pode escolher o nome do meio.

- Tudo bem. Luna. - Toco minha barriga e ele me abraça.

- Você gostou mesmo? Porque esse nome é tão... Eu gostei demais.

- É um nome lindo. - encosto meu rosto no dele. - Estou feliz que você tenha escolhido.

- Obrigado.

- De onde você tirou?

- Eu não sei... Acordei um dia com esse nome na cabeça e eu gostei tanto. - Ele toca minha barriga. - Ela está acordada?

- Parece que sim.

- Luna, psiu. - Ela tem um nome!!! Justin sussurra e acaricia minha barriga devagar. - Você está melhor?

- Um pouco. Só sinto dor de cabeça e cansaço. Não fique preocupado agora. Está tudo bem. - entrelaço nossos dedos e Justin me aperta bem forte. - Nós estamos bem.

- Sei disso... mesmo assim eu fico preocupado. Vocês são a minha vida inteira. - ele beija minha bochecha e sorrio. Justin acaricia toda minha barriga e sinto os chutes de... Luna.

- Ela está acordada!!! - ele diz baixinho. - Ei, princesa... O papai está dizendo a mamãe que mal vê a hora de te conhecer.

- Quando você vai tocar violão? Já pensou se ela acostuma com sua voz cantando.

- Mas eu não canto. - ele fala como se fosse óbvio. Ele canta sim e muito bem.

- Eu amo a sua voz... Tenho certeza que ela também gostaria de ouvir.

- Amanhã eu pego o violão e toco. - assinto. - Eu só quero que você durma bem e acorde descansada. - ele me aperta forte e acaricia minha barriga.

- Você é o melhor do mundo. Sabia isso, né? - Justin sorri. Ele não vai se gabar?

- Eu só quero o seu bem. - ele sussurra e mordisca minha orelha. - Boa noite, Rose. - ele beija minha bochecha e eu me ajeito em sua frente. Justin me abraça e beijo sua garganta.

- Boa noite,  Justin - ele descansa a mão em minha barriga e dou-lhe um selinho. - Você não faz nem ideia do quanto eu te amo. É demais da conta. - Ele sorri novamente. - Obrigada por sempre ser tão atencioso comigo, você sabe sempre como me animar. Você simplesmente é o cara mais incrível de todos. Eu amo você a cada dia mais. - ele não para de sorrir e continua acariciando minha barriga sem resposta. - Eu sei que você está preocupado e fica nervoso com esses acontecimentos, mas vai dar tudo certo. Nós cinco somos uma família incrível. - acaricio seu cabelo e ele continua com um sorriso enorme nos lábios, mostrando os dentes. Justin continua acariciando minha barriga e então encosta a cabeça na minha, sua testa na minha. Ele suspira de leve e lambe os lábios. - Obrigada por ser você. - ele está surpreso. Eu sei. Acaricio seu cabelo inteiro e Justin continua sorrindo. Ele não sabe o que dizer?

- Eu... - ele fala baixinho. - amo você. - sua voz sai baixa, rouca, forçado. Ele parece emotivo. - Eu ando tão preocupado ultimamente que não consigo pensar em outra coisa que não seja a gestação. - Justin sobe ainda mais o edredom. - Eu só te amo tanto. - ele me abraça bem forte e eu me aconchego em seu colo. - Porra. Tanto. - Justin beija minha festa e ele está tão quente. Isso é tão bom de se ouvir. Fecho os olhos ao encostar a cabeça em seu peitoral.

- Vem cá. - Justin vem para baixo e então toco meu nariz no seu. Ele me dá um selinho e morde meus lábios. Eu inicio um beijo de língua e nos abraçamos na cama. Mordo seu lábio e logo sua língua, assim, pausando o beijo aos poucos. Dou um selinho nele, que continua acariciando minha barriga, então minhas costas e sobe até meu pescoço. - Eu sou tão grata por ter alguém como você na minha vida. - ele sorri e parece tanto com Brandon. Acaricio seu lóbulo e logo seu cabelo. Justin apenas me abraça forte e eu sinto uma segurança enorme.

- Você precisa descansar... Luna também. - Luna soa tão bem na voz dele. Estou tão feliz que ela tem um nome.

...

- Corre risco? Mas na semana retrasada ela foi avisada de que poderia pintar o cabelo tranquilamente. - Justin fala inconformado e eu cutuco seus dedos para que se contenha.

- Eu acho que o que meu marido quis dizer é que, Sra. Skills, eu tenho feito um acompanhamento de 15 em 15 dias e até então estava tudo ok. - Ele rapidamente assente em concordância e seu celular apita três vezes. Ele sequer olha.

- Sim, Mellanie. Mas de acordo com o resultado do exame de hoje, você precisa aumentar a dose das vitaminas e evitar ao máximo qualquer tipo de gordura, muito açúcar ou até mesmo dormir pouco.

- Isso pode ser prejudicial? - Justin pergunta conforme acaricio sua mão com o polegar direito.

- Sim, de fato. É uma alerta. 

- Quais os males?

- Os males são mais para a mãe do que para a criança. Sua filha está saudável, mas mesmo assim... tome cuidado. 

Não demorou muito até que deixássemos o escritório dela e então Justin voltou para pegar minha bolsa... e demorou, um pouco.

 

Tivemos uma semana... difícil, se é que posso dizer assim. Ainda estamos na quarta-feira e ontem foi meu último dia de aula. Férias depois de tantos trabalhos, testes e por aí vai. Já tenho tantos amigos que me sinto em casa. Justin chegou a conhecê-los, mas não conversa muito com todos. A verdade é que a minha faculdade foi a única de Miami a liberar as férias com antecedência, porque terminamos o semestre com chave de ouro.

- A questão é que eu acharia o máximo se eles te dessem algumas roupinhas, brinquedos, chupeta, uma mamadeira, alguma decoração. Coisas para Luna. Isso seria incrível. - reviro os olhos. - Por que eles precisam te dar um buquê de rosas brancas no mês do seu aniversário? Um buquê como esse é algo romântico e ainda tem uma carta. Uma carta, Mellanie. - Ele aponta para a carta. - "Você é extremamente especial e mal podemos esperar para conhecer Luna". - Ele afina a voz conforme relembra da frase escrita.

- Eles só quiseram me desejar um feliz aniversário diferente. São caras legais. - Coloco meu celular para carregar e recebo uma notificação de Jade, outra do Facebook.

- Detalhe: as suas amigas te deram presentes? - Ele cruza os braços e eu reviro os olhos. Que implicância com os garotos da faculdade!!!

- Sim.

- O quê?

- Alice deu um vestido, Lia me deu uma sandália, Emily uma pulseira com brincos e ganhei também uma caixa com chocolates.

- Isso porque seu aniversário é daqui duas semanas. Duas semanas!! - Uau, isso significa que ele está na contagem regressiva?

- É porque entramos de férias mais cedo e eu disse que não faria festa nem nada. Justin, qual é. - Sento na cama conforme dobro meus presentes. - Você sabe disso... que ciúmes bobo.

- Não me venha com essa de qual é. Eu achei legal eles demonstrarem que você é importante, mas eles vieram até aqui, quatro caras, com um buquê enorme, enorme, Mellanie, de rosas brancas, que eu sempre te dei. - Esfrego os olhos conforme ele desabafa. - Você entende que isso não é legal? Por que eles não te deram outra coisa? Eu acho legal suas amigas te darem presentes e eles também, mas... rosas??? 

- Justin, eu não sei!!! Eles são muito receptivos e me disseram que fizeram isso quando Alice entrou na faculdade e se adaptou.

- Mas ela era solteira, provavelmente. - balanço a cabeça.

- Sim.

- E você é casada. 

- Sim.

- Comigo. - Deito na cama e deixo com que Luna se acostume com as reclamações do pai. - Eu não gostei disso.

- E o que eu tenho a ver com isso?

- Tudo!

- Eu gostei, Justin. Achei muito legal da parte deles e não vou dar uma de mal agradecida. - Estico meu corpo na cama e minhas costas doem. Eu engordei 10 kg até agora. 6 só de barriga. Pensei que poderia ser mais. 

- Eles simplesmente sentiram a liberdade em te dar rosas?

- Eles nunca tinham me dado rosas. - Reviro os olhos.

- Nunca?

- Uma vez, só.

- Como assim? - Ele ouve seu celular apitar e vasculha pelo closet conforme procura uma roupa para vestir.

- Foi uma rosa vermelha no dia da Mulher.

- Isso não me incomoda.

- E nem tem porquê. - Ele dá os ombros. 

- Tem sim. É claro que tem. Seus amigos são todos solteiros e não sabem como é quando se metem com uma mulher grávida casada.

- Justin, por favor. Eles só me conheceram grávida. Eu nem estou em forma, nem estou me cuidando tanto.

- E você ainda ganhou um buquê enorme. Imagina quando voltar para a faculdade? - Bufo querendo que ele pare. Por que hoje tinha que ser feriado? Argh. Pelo menos as crianças se divertiram quando fomos ao shopping, ao cinema e então chegamos em casa quando já passava das 19h. Desde minha breve discussão com Justin, pela manhã, não nos vimos mais. Eu nem sei onde ele foi.

- Não. - Ele retruca ao bloquear a tela do celular.

- Eu gostaria que você entendesse o meu lado. - ele assente e fecho os olhos abraçada com eles, assistindo à noite chegar aos poucos. Acabo cochilando e, quando acordo, estamos na escuridão total, exceto pela luminária na parede, ao lado do disjuntor, que me permite ver que estou com as crianças e Justin está sentado perto da janela, no chão, mexendo no celular. Ele me olha ao ver que eu o encaro e então volta sua atenção no celular. - Oi. - ele não responde e eu sento entre os dois, acariciando seus cabelos enquanto Luna está chutando meu ventre de todas as maneiras possíveis. Argh. Murmuro baixinho e começo a acariciar minha própria barriga. - Calma, garotinha. - sussurro e passo as mãos no cabelo, prendendo-o num coque. Justin me observa atento e vejo que está bravo. - Você está bravo, ainda? 

- Eu pareço bravo?

- Sim. - ele me olha com desdém e eu faço um sinal para que venha até nos. - Vem cá.

- Não.

- Vem. - sussurro e ele nega com a cabeça firme e forte. Deito mais ao canto e está gelado... Pego o edredom e puxo para mim mesma, já distante das crianças. Deito de lado, assim, de frente para Justin, que está encostado na janela, as pernas esticadas. - Justin.

- Fala.

- Vem aqui.

- Eu não vou. - Retruca incomodado e eu levanto, pisando de meias no chão até ele. Sento em sua frente com as pernas cruzadas e por um momento me sinto desconfortável. Nossa, ele está muito quente.

- Você está quente. - Toco seu braço direito.

- Eu sei.

- Por que está assim? - Justin parece tão... bravo. Por que tudo isso? Nós só tivemos uma discussão hoje e outra ontem à noite... ambas sobre as rosas.

- Só estou irritado. Não quero conversar.

- Ainda? Mas nós já falamos sobre o que aconteceu e não foi nada demais.

- Para mim, foi. - Ele fala conforme me olha nos olhos e toco seus pulsos, logo seu pescoço e ele retrai o corpo. Ele está definitivamente mais quente do que o normal. 

- Você está em estado febril. Deite um pouco comigo. Se não melhorar eu pego a bolsa térmica. - ele nega com a cabeça e acaricio seu cabelo. - Não precisa falar comigo, só venha deitar um pouco. Eu vou colocá-los na cama... - comemos Mc Donald's no shopping, então não precisei me preocupar com o jantar. 

- Você não pode carregar peso. Eu os levo. - ele deixa o celular na janela, do lado de dentro, e carrega Brandon até a porta. Volta um pouco depois e faz o mesmo com Vallery. Justin volta e encosta a porta. Eu continuo olhando para o céu... Cheio de estrelas. Ele vem até mim e então deita ao meu lado. Eu não o cubro com edredom. Espero que esse estado febril passe. Toco sua testa só para ter certeza antes de pensar em pegar o termômetro. Qual é, eu sou mãe. Ele está mesmo com febre.

- Obrigada. - ele fecha os olhos e então se afasta um pouco de mim. Passo a acariciar seu cabelo, descendo até sua nuca, e ele suspira calmo, ainda tão quente. - Você está sentindo algo?

- Estou muito, muito irritado... Dor de cabeça.

- Eu vou pegar o termômetro. - levanto e vou até o quarto de Luna. Volto segundos depois e o observo de longe. Coloco em sua testa e Justin está com 37,8. Estado febril. - é... 37,8.

- Nada demais. Eu não quero conversar agora. - assinto e dou um beijo em sua testa, então volto a acariciar seu cabelo e ele vem um pouco mais à frente. Conforme eu o observo, ele relaxa os músculos do rosto e suspira fundo. Contorno seus lábios e encosto minha testa na sua. Ele toca minha cintura e encaixa sua cabeça em meu pescoço, encaixando-se. Eu o abraço nas costas e então continuamos com o silêncio por alguns minutos. Essa vista é linda. Esse sofá é tão confortável... Como uma cama. Luna está mais calma agora e ele acaricia minha barriga brevemente.

- Vamos para a cama. - acordo com sua voz cansada e vejo que ainda está de madrugada. - São 3h30. - toco sua festa e a febre passou. Ufa.

- Huh? Tá. - eu sento no sofá e coço os olhos. Justin me ajuda a levantar, pega o celular e então andamos de mãos dadas até nosso quarto. Vou direto ao banheiro, faço xixi, solto meu cabelo e deito na cama exausta. Ele vem ao meu lado e toca meu pescoço, escondendo a mão em minha nuca. - Sua febre passou. - ele assente. Esqueci que não queria conversa. Acaricio seus lábios e murmuro. Luna está bagunçando.

- Eu fiquei com medo de você ter um aborto. - ele diz num fio de voz e meu corpo gela. - Sua consulta de antes de ontem me deixou preocupado... Ela disse que tudo pode acontecer e eu fiquei com medo de causar algo... Igual... - toco seus lábios e ele fecha os olhos após um suspiro carregado. - eu pensei tanto nisso hoje.

- Esse foi o motivo do estresse?

- Foi... também. - De novo esse assunto que eu tanto detesto.

- Meu amor... Fique tranquilo. Nós estamos bem. Já estou de 25 semanas. Nada de sintomas ruins. - ele concorda com a cabeça e acaricia minha barriga. - Durma tranquilo. Eu não corro risco.

- Sim. - Ele afirma, de certo, aflito. - Corre.

- O quê? - Não entendi o que ele disse.

- Sua gravidez é de risco... agora, Mellanie.

- Não, Justin, não é.

- Sua médica me disse. Eu não queria que ela te falasse assim, na lata, porque não era necessário... ai aconteceram tantas coisas que me deixaram irritado nessa semana que eu deixei o assunto de lado. - Eu sento na cama assustada.

- Como você me esconde uma coisa dessas?

- Foi um dia antes da história dos buquês. - ele dá os ombros.

- Na segunda-feira, você quer dizer. - Do que ele está falando?

- Sim.

- Eu não acredito, Justin. E você escondeu de mim?

- Sim! Você sempre diz que minhas preocupações são exageradas, mas não são. Eu sei que não. - Ele resmunga e então levanta da cama. - Eu deveria ter ficado quieto. Meu estresse já voltou.

- Justin...

- O que você jantou hoje? - desvio o olhar. Droga, gordura. - Hein.

- Mc. - falo baixo.

- Uma salada?

- Um Big Tasty. - Ele coloca as mãos no rosto e senta na cadeira da escrivaninha. - Eu esqueci... fazia tempo que eu não comia.

- O que mais?

- Batata média e um Mc Flurry.

- Mellanie! Você não pode comer essas coisas agora... depois começa a passar mal e nós nunca sabemos o motivo. Ainda mais que você foi avisada pela doutora na segunda que não pode comer gorduras e açúcar em exagero. - Ele fala inconformado. - Se você está passando por uma gestação de risco, o mínimo que teria que fazer era obedecer as regras.

- Em momento algum eu fui avisada que estava passando por uma gravidez de risco. Eu só sabia que deveria voltar com uma alimentação rigorosa. A situação de risco foi citada apenas quando nos mudamos pra cá... nunca mais foi abordado o assunto.

- Você precisaria ficar o máximo de repouso possível, evitar estresse excessivo e carregar peso.

- E como você ficou sabendo de tudo isso na hora que pegou minha bolsa? - Cruzo os braços e ele desvia o olhar. 

- Eu tinha falado com a sua médica por telefone, um dia depois de você ter desmaiado no trânsito. Não contei o incidente a ela, mas queria saber o que poderia estar acontecendo. - Suspiro fundo irritada por não fazer ideia do que ele estava aprontando. - Eu voltei de Toronto exatamente no dia da sua consulta e já me deparei com a ideia de você receber buquês dos caras, fomos na consulta e eu fiquei sabendo de tudo isso... porra, eu fiquei bem preocupado. Você pode deslocar sua placenta se carregar peso e sofrer... como se fosse quase batida de carro. - desde quando ele está tão informado?

- A palavra seria movimentos bruscos. - Ele assente.

- Agora seu aniversário está chegando e isso significa que já faz tempo que estamos esperando por ela. - Quero rir, mas me contenho. Sim, faz tempo. - Eu não entendo tudo de gravidez, mas o que eu soube até agora pela sua médica me deixou grilado. - Ele suspira como se sentisse um alívio enorme ao desabafar. 

- Você ficou assim durante a viagem?

- Sim. Boa parte dos dias... mas aí eu vi que você realmente passou bem e então foi mais calmo. Meu pai continuava dizendo que era coisa da minha cabeça, sua mãe me contou que chegou a passar mal pra caramba e no fim deu tudo certo. 

- Muita preocupação acumulada. Você deveria ter me contado.

- Eu sei, mas eu pensei que se não contasse seria menos preocupação na sua cabeça.

- E na sua? - Ele dá os ombros e eu bato na cama para que venha até mim. - Senta aqui. Deixa eu ver se essa febre passou.

- Já passou...

- Você bebeu hoje?

- Sim. Aproveitei que a namorada do Dimitri não estava por perto e fomos beber na casa do Daniel. - Justin senta de frente para mim na cama e toco seus tornozelos. Ele é sempre quentinho. Subo minha mão até sua testa e vejo que está quente, mas provavelmente a febre foi embora. 
 

SPOILER

​- Mellanie, podemos conversar direito? - assinto e entramos no quarto. Sento na ponta da cama, acariciando minha barriga.

- Claro que sim. - sorrio para ele.

- Eu não consigo. Por que você levou isso tão... A sério?

- Porque sim, Justin. Até porque eu cansei. Estou me sentindo esgotada agora.
 


Notas Finais


GENTE!!!!
Desculpa pela demora, mas eu só ando conseguindo postas aos fins de semana, então acabou que só apareci por agora. MUITO feliz que já tem várias pessoas acompanhando esses extras & vários comentários & várias visualizações e isso é tão motivador.
Estou feliz que me chamaram no Twitter pedindo pra manter o contexto da história - em alguns capítulos isso vai acontecer, mas não quero nada cansativo e repetitivo, então vamos lá...
Aceito ideias e sugestões pra encaixar por aqui.
Obrigada suas lindas!!!!!!!!!
Beijos.


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