1. Spirit Fanfics >
  2. Behind The Secrets - Season Finale >
  3. Luna

História Behind The Secrets - Season Finale - Luna


Escrita por: featollg

Capítulo 4 - Luna


​- Eu queria tanto que Luna já estivesse prestes a nascer.

- Vai passar rápido... Tenha calma. - ele assente e beija novamente meu cabelo.

- Tá. Foi mal pelo meu comportamento. - dou um beijo em seu peito e me aconchego ali, onde logo durmo.​

...

- Isso é muito sério?

- Muito. Ela precisa de repouso total. - assinto em concordância e Justin está um pouco nervoso... Talvez muito.

Já estávamos em casa quando ele começou a andar de um lado para outro, impaciente. Não conversamos o caminho todo. 

- Eu vou comprar os chás, porque acabaram, e os analgésicos que ela passou. - Ele pega a receita na minha bolsa e tenta entender a letra.

- Justin... Eu estou melhor. - Falo um pouco teimosa. 

- Não. Você está pálida. Eu vou lá. Já volto. - assinto. Essa é a segunda vez que as crianças passarão a noite fora de casa, ambos com os amigos. Confesso que fiquei com muito medo e um aperto enorme no coração quando eles foram pela primeira vez. Pelo menos estão juntos, na casa da amiguinha que mora próxima do colégio. Chamei Allie agora pouco e fui informada de que eles estão jantando macarrão com queijo.

Fico sozinha em casa por cerca de 20 minutos e aproveito apenas para tomar um banho quente, então fico deitada na cama pensando em Luna... Como ela pode estar tão inquieta aqui? Por um momento é divertido. Eu estou tão ansiosa para vê-la. Pelo ultrassom consigo dizer que tem o nariz de Justin e muito cabelo. Por isso sinto tanta queimação. Colocamos seu 4D num porta-retrato na escrivaninha do nosso quarto. 

 

- Amor. - ouço a voz de Justin e ele sobe as escadas rapidamente. - O que você quer agora? - ele vem ate mim e senta ao meu lado na cama.

- Eu quero você aqui... Só assim. - acaricio sua mão e ele suspira fundo. - Jay. Não precisa ficar nervoso. Já conversamos tanto sobre isso.

- Eu sei disso. - ele fala rápido. - mas é preocupante, Mel. Eu sei que exagero. - ele acaricia meu cabelo e me dá um beijo na testa. - Eu só quero que vocês fiquem bem.

- Ficaremos. Agora deite um pouco aqui comigo até ficar mais tranquilo, aí você pode fazer o chá. - ele assente e tira os sapatos, logo deita ao meu lado e tira a camisa. Justin me abraça por trás e acaricia minha barriga a todo momento.

- Eu tive um dia horrível. Eu me desentendi com Bryan e Jack por conta deles mudarem regras sem me avisar.

- Quais regras?

- Eles querem que todos os fugitivos tenham até 30 anos, mas nós vamos até aqueles que têm 25. Não pode simplesmente mudar do nada. Até porque temos um contrato com a delegacia de cada cidade. Isso é simplesmente inviável e eles não sabem o que estão dizendo.

- Isso é verdade. Nosso registro está liberado até 26 anos!

- Pois é. Eu fiquei irritado, porque essa parte fica comigo e Nolan, mas nem ele apareceu pra se posicionar. Como ele acha que isso vai funcionar? O contrato não permite. Ele pode até encontrar três caras de 30 anos, mas não vamos ganhar nada com isso e nem mesmo teremos autorização de levá-los à delegacia.

 

- O que mais aconteceu? - Cruzo os braços esperando retorno, mas ele não me diz!!! 

- Nada.

- Você não está preocupado por ter que viajar? - Penteio seu cabelo com a escova e ele assente.

- Pra caralho. - ele diz baixinho e beija meu ombro. - Mas eu não vou ficar duas semanas fora... Só uma.

- Justin. Vai tranquilo. Esta tudo bem... Essas coisas acontecem. 

- Eu estou tão irritado hoje. - ele bufa e eu viro de frente para ele, logo acaricio seu cabelo e contorno suas sobrancelhas.

- Durma cedo. As crianças não estão aqui hoje... Eu também vou dormir cedo.

- É. Eu vou tentar. Só preciso de um banho, fazer seu chá.

- Ahhh, você é tão fofo!! - Eu aperto suas bochechas e ele me abraça na barriga. - Eu queria que ficasse mais calmo.

- Parece que quanto mais eu tento alguma coisa aparece... - ele se queixa baixinho. - Eu odeio isso porque parece que nunca vai passar. Não tínhamos todos esses problemas na sua primeira gravidez. - acaricio seu cabelo. - eu não queria viajar vendo você assim. Eu ando tão estressado com o trabalho... Ainda mais que eu já viajei no mês passado e foi o suficiente. - acaricio seu lóbulo conforme ele fala. - eu só quero dormir e... Só.

- Vai tomar um banho quente, agora. Assim você relaxa.

- Mas eu vou fazer seu chá antes.

- Não precisa. Eu quero que você tome um banho quente. - passo as unhas em sua nuca e ele assente. - Estamos sozinhos hoje... Vai lá. Eu vou ficar aqui te esperando. - Justin suspira fundo e então fica de pé. Eu nunca pensei que todos esses problemas poderiam afeta-lo tanto. Justin fica nu antes mesmo de entrar no banheiro e liga o chuveiro, deixando a porta encostada. Deixo o volume da televisão baixo conforme assisto o jornal e mexo no celular. Pergunto a Allie se os dois estão bem e ela diz que sim, logo manda uma fotos deles brincando de massinha de modelar, logo após o jantar. Desço até a cozinha após perceber que não sinto mais tontura e faço duas xícaras de chá de hortelã. Jantamos tem mais de uma hora mesmo... Então não estou com fome. Tomo o remédio para dor e então volto para o quarto após apagar as luzes. Deixo uma xícara em cada criado-mudo e ele desliga o chuveiro. Cubro o corpo até o busto e Justin aparece secando o corpo na porta, esfrega o cabelo e a virilha. Estremeço. Ele me olha indiferente e então passa seu desodorante, vai até nosso closet e veste uma cueca roxa.

- Eu fiz chá para nós.

- Você desceu? Mas está melhor?

- Sim. Tomei o remédio, já. - Justin vem até mim e senta ao meu lado. Tomo um gole do meu e quase queimo a língua. - Sente aqui em minha frente. - abro as pernas após sair do edredom e ele assim faz. Esta tão quente. Justin toma dois goles do chá e deixa de lado.

- Assim você não consegue ver tevê. - acaricio sua coluna vertebral e ele solta o corpo, mas não encosta em minha barriga. Beijo seu pescoço e passo a massageia-lo nos ombros, que murmura baixinho e inclina a cabeça. - Isso é tão bom. - ele diz num fio de voz e acaricia minhas pernas. - Obrigado. - eu continuo massageando-o e desço as mãos por suas costas, até sua lombar. Eu o abraço por trás e desço as mãos por suas coxas, tocando sua cueca bem na frente.

- Fique um pouco mais calmo. - sussurro e mordo sua nuca de leve. Ele fica completamente arrepiado e murmura. Volto a massageia-lo e assim ficamos por vários minutos. Eu termino meu chá primeiro e logo ele. - Agora deite aqui comigo. - eu o puxo pelas mão. Justin vem até mim e deita ao meu lado, logo estica as pernas e puxa a respiração pelo nariz, soltando pela boca. Viro de lado para ele e Justin para com a mão esquerda sob minha barriga. Contorno seus lábios com o polegar e ele beija o mesmo. - Eu amo você. Luna ama você. Vallery e Brandon amam você. - ele assente e me abraça bem forte. - Pode viajar tranquilo tendo a certeza de que eu estou melhor. Se algo acontecer você será o primeiro a saber, igual da outra vez, que não aconteceu nada. - ele concorda com a cabeça novamente conforme eu me encaixo em seu peito e beijo ali.

- Agora eu estou calmo. - ele abre um leve sorriso. - Porra, eu te amo, Mellanie. - Justin me aperta bem forte. - Eu sei que você já sabe, mas mesmo assim eu gosto de dizer... Eu fico transtornado com facilidade e ter você comigo como meu porto seguro é a melhor coisa da minha vida. Mesmo você que passou o dia meio mal, tivemos mais esse problema com Luna e tudo mais... Mesmo assim você que me apoia. - sorrio feito boba. - Você é a mulher mais incrível que eu conheço. Você é forte, paciente, dedicada, mudou pra caramba desde que estamos em Miami e só me ajuda a ser um pessoa melhor. - Não consigo evitar e acabo chorando com o que ele diz. Com os olhos fechados, encosto minha testa na sua e ele acaricia minhas costas. Hormônios, argh. - Olhe para mim. - eu assim faço. - Você é uma mãe e esposa perfeita. Pra mim, você é. Sua perfeição vem com qualidades e defeitos, porque pra mim esse é o significado de de ser perfeita: ao mesmo tempo que você mostra seus defeitos, suas qualidades sobressaem e eu te desejo pra caralho. O tempo todo. - eu o abraço bem forte. Ele beija minha bochecha e parece tão mais tranquilo. Isso é ótimo. Ainda bem que as crianças não pegaram esse dia de estresse em casa. Não é bom para eles. Nem para nós. - Obrigado. Mesmo. Você sempre sabe como lidar comigo. - dou dois selinhos nele, que continua com as mãos em minha barriga e então me dá mais um selinho.

- Você é maravilhoso, Justin. Sabe disso muito bem. Gosto de você quando está com a cabeça no lugar, quando está transtornado, radiante ou até mesmo depressivo. Todos os seus EUs me conquistam. - ele abre um enorme sorriso e me dá um beijo de língua. Mordo seu lábio e Justin percorre as mãos por meu corpo, causando-me um relaxamento intenso.

- Eu estou tão ansioso para vê-la. - ele beija meu queixo e então continua fazendo carinho na minha barriga. - A previsão é 18 de janeiro mesmo?

- Sim. - ele me dá um selinho.

- Argh. Um mês e meio.

- Sim!!! - eu o abraço bem forte e Justin morde meus lábios. - Você fica tão linda gordinha. Sua barriga está tão menor do que dos gêmeos - reviro os olhos. Agora é uma só!! - Sério, amor. Você fica tão fofa... Eu adoro.
 

Tivemos um final de ano bastante divertido e posso dizer que fiquei feliz por termos ido a São Francisco. Minha família está aumentando... mas nada se compara aos vários tios de Justin e seus familiares mais distantes. Voltamos para casa no dia 31 e passamos a virada entre amigos e com as crianças. Eles simplesmente estão apaixonados por Miami e fizeram vários amigos. Justin também está com os amigos que joga basquete de vez em quando e isso é ótimo. 

Minha expectativa está cada vez maior. A previsão de nascimento de Luna é apenas para o dia 18 de janeiro. Já estamos com tudo pronto. No entanto, confesso estar um pouco apreensiva... tomara que dê tudo certo e ela tenha saúde.

 

Justin P.O.V - 02 de janeiro

​E quando eu penso que o pior já passou e agora está tudo bem... não, não está!! NUNCA ESTÁ. O nascimento de Luna teve que ser antecipado e ela pelo menos esperou que voltássemos para casa e passássemos o Ano Novo tranquilamente. Quando me dei conta já estava no hospital com Mellanie e as crianças na sala de espera. Ela sentiu muitas... como fala? Contrações o dia todo e quis vir para o hospital no mesmo instante. Eu não entendo muito sobre isso, mas há chances de minha filha nascer daqui uns dias, talvez na próxima semana? Eu não faço ideia. Mal voltamos da Califórnia. 

- Senhor Bieber, bom dia... Fizemos alguns exames e teremos que antecipar o nascimento do bebê. - Nada que eu já não saiba.

- Esperem aqui, ok? Papai já volta. - Eu deixo os dois sentados jogando no iPad e levanto para prestar mais atenção. - Certo... para quando?

- Agora. - AGORA? Mas hoje é dia 02 de janeiro!!!

- Nossa... é... a...agor...agora? Como ela está? Eu posso participar? Será cesariana? Por que precisa ser agora? - Eu estou perdido. Não temos nada pronto aqui, estou com duas crianças de cinco anos que não fazem ideia de nada. 

- Houve uma ruptura prematura da bolsa amniótica, por isso precisamos antecipar para hoje. Sua esposa deseja parto normal, porém é de risco e o bebê nascerá prematuro. - Como ela quer parto normal se está correndo risco?

- Ela sabe disso? - Pego Brandon no colo para que fique quieto.

- Sim, sabe, Senhor. Você irá nos acompanhar? Estamos começando a prepará-la e dentro de meia hora esperamos que esteja lá dentro.

- Sim, com certeza. Eu só vou levar as crianças embora. Volto em menos de 30 minutos. Ela está bem?

- Está um pouco fraca, com muitas dores, já no pré-parto. - Que começo de ano louco! Minha esposa passou mal pela manhã e Luna nascerá hoje. HOJE. Dia 02 de janeiro. Caramba.

- Nossa Luna virá hoje!!!! - Falo animado no caminho até o carro e os dois não entendem. A quem eu recorro? Ligo para Dimitri e explico a situação. Ainda bem que o recesso da JKC termina amanhã, dia 03. Chegando lá, eles vão para o quarto e eu pego uma bolsa no quarto de Luna, fraldas, algumas roupas, meias e... o que mais precisa? Talco, talvez? Eu nunca preparei uma bolsa de recém-nascido assim, sozinho. Se Anna estivesse aqui tudo seria tão mais fácil. 

Pelo menos Lindsay está aqui e poderá fazer a comida deles. Eu só percebi porque ela passou pelo corredor e me cumprimentou assim que terminei a bolsa. Estou tão... perdido. Eu nem sei direito até que horas ela fica, mas a comunico que preciso que fique pelo menos até às 16h. 

Mando uma mensagem a meu pai, Anne, Jack e Ryan:

"LUNA VAI NASCER HOJE. Estou indo ao hospital e Mellanie já está lá. Dou notícias logo". - Justin às 11h.

Vou para o hospital com o nosso carro e a bolsa no banco de trás. Eu não faço ideia se peguei tudo que precisava e nem mesmo pensei em pedir ajuda de Lindsay. Estou tão tenso com essa situação inesperada. Meu pai e Anne responderam no mesmo instante. Jack, nada. Eles estão tão nervosos quanto eu. Afinal, estávamos em São Francisco há exatamente 2 dias e ela estava ótima, sem qualquer sinal de que Luna viria tão cedo. 

Chego no hospital por volta das 11h20 e já passou a meia hora que eu fui avisado. Chego até a ala da maternidade e então procuro por qualquer enfermeiro conhecido. Rapidamente, sou direcionado à sala de espera, onde deixo a bolsa dela e coloco meu celular no silencioso. Que dê tudo certo. Nossa, hoje está tão calor. 

- Você chegou em cima da hora, Senhor Bieber. - Sou repreendido pela médica e pelo menos sei que estou na hora certa. Eu me sinto perdido nessa correria.

 

- Por favor. Por favor. Por favor. - Imploro para qualquer um que me ouça enquanto os cinco continuam fazendo exatamente a mesma coisa: um examina as pulsações, outro recolhe os exames, outra cochicha com o doutor e eu estou desesperado. - Vocês precisam fazer alguma coisa. Ela não pode perder tanto sangue assim. - eu estou tão angustiado e sequer sei direito o que está acontecendo. Minha filha está fazendo os primeiros exames e Mellanie completamente desacordada desde o nascimento. Pelo amor de Deus, que ela acorde logo. Eu sequer pude ver Luna de perto.

- Sr. Bieber, eu peço que espere por notícias na sala da maternidade... Sua filha já está sendo encaminhada. Com relação a mãe, faremos todos os exames para encontrar o diagnóstico. Ela está com hemorragia há alguns minutos e acabou desmaiando por fraqueza... Tudo por parte da ruptura de antes. - Eu estou quase chorando de nervoso. Eu não entendo nada e parece que está acontecendo tudo de novo. Não pode ser. Eu não posso sair daqui.

- Eu quero ficar. Eu preciso saber que ela vai ficar bem. Eu nem pude carregar minha filha! - Exclamo alto para que todos os doutores ouçam. Eu só quero notícias reais das duas.

- No momento, ela está em estado instável, deste modo, pedimos que aguarde na maternidade, Sr. Bieber. Logo daremos um diagnóstico. - estou trêmulo e não consigo tira meus olhos dela. Pelo amor de Deus, ela tem que melhorar. O que aconteceu? Ela carregou Luna tão contente e... Simplesmente... Desmaiou... Eu nem pude chegar tão perto. Ela é tão linda. Saio aos prantos a caminho da sala de espera e lavo as mãos, passo uma água no rosto e estou chorando. Por que ela simplesmente não acorda? Por que eu não posso carregar minha filha? 

Estou há exatamente 2 horas esperando notícias enquanto vejo minha filha fazer mais exames. A doutora me garantiu que ela está bem e saudável, mas previa ficar em observação pelo menos por mais meia hora, assim poderei ficar com ela. Já Mellanie... Cadê??? Nem sinal!  Já são 14h da tarde e até agora nada. Liguei para minha sogra, contei como tudo aconteceu e pedi uma dica, talvez uma luz.

- Eu não sei mais o que fazer, Anne.

- Justin... Calma. Como está Luna?

- Ela é linda! Você viu a foto? Estou apaixonado. Ela é igual a Mellanie, mas tão diferente de Vallery.

- Ela é uma princesa mesmo... Mas fique calmo, vai dar tudo certo.

- Anne, o que eu faço? Ela não acorda e Luna está numa encubadora. Eu estou há mais de duas horas sentado aqui, com um monte de gente, esperando.

- Mas você ainda não pode pegá-la no colo?

- Não. Ela nasceu prematura e está fazendo milhões de exames. Ela é tão linda.

- Ela é mesmo. Eu acho melhor você vir embora para ver as crianças e voltar mais tarde. Se ela está na encubadora você não conseguirá pegá-la tão cedo.

- Eu não vou deixá-los aqui.

- Vallery e Brandon com certeza estão preocupados.

- Eu vou trazê-los aqui... Eles não sabem muito bem o que está acontecendo.
 

Após horas esperando, decido finalmente ir na cantina desse hospital e compro um café expresso. Pelo menos assim eu desperto um pouco mais. Já passa das 16h e nada de notícias de Mellanie. Será que ela ainda está desacordada? Não é possível. Ligo em casa para saber como estão meus filhos e Lindsay atende.

- Sim, estão bem, Sr. Bieber. Precisa de algo?

- Não... é... Eu vou voltar para casa daqui a pouco para ficar com eles.

- Tudo bem. Notícias de Luna?

- Nada, ainda. Eu só consigo vê-la de longe. 

 

Volto para a ala da maternidade e minha filha continua ali, na encubadora, distante de mim e tão pequena. Ela é tão linda. Bato na janela de vidro e as duas enfermeiras me olham.

- Quando eu poderei carregá-la? - Silabo para elas e recebo um gesto de "mais tarde". Huh, ok. 

- Senhor Bieber.  - A doutora abre a terceira porta e está com uma prancheta nas mãos. Meu coração dispara. Tomara que ela tenha acordado e esteja bem. - Venha comigo, por favor.

- Claro. - Eu entro no consultório e estamos ao lado do quarto que Mellanie provavelmente descansa. - Alguma notícia da minha esposa? - Não consigo esconder meu entusiasmo e angústia. A voz quase não sai.

- Ela acordou tem alguns instantes, mas ainda está com um pouco de fraqueza. Ela perdeu uma grande quantidade de sangue após o nascimento e isso é bastante preocupante, então estamos finalizando uma série de exames para ver se há mais algum sintoma.

- Foi por isso que ela desmaiou?

- Sim, também. A ideia do parto normal é bastante preocupante em alguns casos... ela provavelmente não estava preparada para o nascimento da filha hoje e o bebê veio prematuro. São várias causas que nos levam a essa conclusão. 

- Entendi... é, eu não imaginei que seria parto normal por conta da minha filha vir antes do previsto. Eu posso vê-las?

- Sua esposa, sim, mas só por cinco minutos. Ela ainda precisa se recuperar e não deve forçar muito o organismo. O bebê, ainda não. Ela está passando por uma série de exames devido ao nascimento prematuro e acredito que até amanhã cedo você possa carregá-la.

- Mas ela não vai amamentar nem nada? Eu poderia ficar para vê-la. - Eu só quero carregar minha menina.

- A amamentação ocorrerá em quarenta minutos, mas ainda não está liberado. - Suspiro irritado e sei que a culpa não é dela, nem de ninguém. Pelo menos as duas estão bem.

- Sim, com certeza. Bem, vamos visitar sua esposa, então? - Abro um sorriso e vamos até a sala ao lado. Mellanie está sozinha, deitada naquela maca e ao lado de uma enfermeira ruiva, não muito alta. Ela me olha rapidamente sem expressão alguma enquanto eu transbordo felicidade e alívio. Ela está acordada!!! Depois de tantas horas. Que alívio.

- Cinco minutos. - A Doutora reforça e eu assinto em concordância.

- Amor!!! - abro um enorme sorriso e ela me olha séria. Talvez confusa. - Até que enfim.

- Que isso? - ela arregala os olhos e me afasta, ainda molenga. - Quem é esse cara? - ela olha para a enfermeira e eu assusto por um instante. Boba.

- Sua engraçadinha. - beijo sua testa. - até que enfim você acordou.

- Cadê minha filha? - Ela olha ao redor esperando um retorno da enfermeira. 

- Ainda está fazendo alguns exames... Logo virá aqui para a primeira amamentação. - Ela concorda com a cabeça um pouco inquieta e está pálida.

- Eu ainda não consegui vê-la de perto. - Lamento conforme sento no canto da cama e acaricio sua mão direita. - Vou ficar uns minutos com você e então voltarei para casa.

- Você deixou as crianças com quem? - Ela pergunta conforme analisa o quarto e então boceja. 

- Lindsay. Eu vou voltar para contar tudo a eles, tomar um banho e então volto aqui pela madrugada.

- Mas você pode me visitar de madrugada? - Ela estranha. - Eu queria que Luna estivesse aqui. Ela é tão pequena. 

- Sim... Eu quero muito vê-la de perto. - Acaricio seu cabelo e então tiro o celular do bolso. Faço duas fotos dela, que esconde o rosto na segunda, e envio para sua mãe, Jack e meu pai. Assim eles podem ficar um pouco mais tranquilos. - Quem diria que ela viria no segundo dia do ano, hein?

- Nossa, nem me fale! Eu estou meio perdida até agora... - Ela arruma o corpo na cama e então toma alguns goles de água, no copo que está no suporte ao lado. - Você fez a bolsa dela? Trouxe tudo? - Rio.

- Eu fiz... mas estava tão nervoso. Trouxe o básico. - Aponto para a poltrona da esquerda. - Está ali. Eu vou voltar para casa agora e de madrugada estarei aqui para vê-las.

- Você não pode me ver amamentá-la agora?

- A doutora disse que não. Enfim. - Fico de pé e olho novamente ao redor. Um silêncio absurdamente bom.

- Ah, eu decidi o segundo nome dela. - Mellanie me chama assim que volto a pisar no chão e guardo o celular no bolso. - Aleksis. 

- De onde surgiu esse nome? - Eu a encaro um tanto surpreso e curioso a respeito. Aleksis?

- É russo. - Ela dá os ombros e eu beijo sua testa. - Até mais tarde.

- Qualquer coisa você pede para me ligarem, ok? Por favor. - Ela sorri e afirma com a cabeça. - Eu também trouxe uma troca de roupa para você. - Ela comemora e eu então sou obrigado a deixar o quarto. Passo pela maternidade de novo e minha filha não está mais lá.

Provavelmente finaliza os exames para poder se alimentar. Eu só quero vê-la de perto, nem que seja por 10 segundos, só para carregá-la. Chego em casa por volta das 17h20 e dispenso Lindsay após muito agradecê-la. Conto aos dois da novidade e digo que mamãe passará uns dias fora... talvez dois ou três. Talvez saia amanhã, eu não faço ideia. Tomo um banho quente e eu os levo para comer no Subway. Estou tão cansado emocionalmente que não conseguirei nem mesmo dormir à noite. Só quero voltar para o hospital. A doutora disse que seria melhor se eu fosse por volta das 22h40, que é o horário de visita para bebês prematuros. Eu os coloco para dormir por volta das 22h, falo ao telefone com meu pai para explicar como tudo aconteceu e então recebo uma ligação de Dimitri, querendo saber como estão as coisas.

Luna Aleksis Bieber. Que nome do meio diferente. De onde Mellanie tirou isso? Nós nem estamos mais na Rússia. E foi aí que eu parei para pensar: tenho dois filhos russos e uma americana. Uau. Isso é tão... diferente. 

Saio de casa às 22h20 e vou tomando um café no caminho. Estou tão cansado. Assim que entro no quarto, Mellanie está dormindo e minha filha está ao lado dela, num berço minúsculo, toda coberta. Meu Deus. Lavo as mãos no banheiro e então sento na ponta da cama. 

- Você pode ficar aqui por 20 minutos, ok? - Assinto e a enfermeira nos deixa à sós. Mellanie está dormindo e eu não irei acordá-la de propósito. Pego minha filha no colo, que resmunga, mas ainda dorme. Ela é tão pequena. Tão... linda, tão, perfeita. Que sensação inexplicável. Minha segunda menina. 

- Você é linda, minha princesa. - Sussurro e enrolo o cobertor ao redor de seu corpo para que ela não passe frio. Beijo sua testa e ela resmunga, quase abre os olhos. Ela tem a fisionomia de Brandon... um pouco de Mellanie, mas certamente nada de Vallery. 

Ando pelo quarto com ela por um bom tempo e então ela começa a resmungar mais do que antes. Será que está com fome? Eu a balanço um pouquinho e ela parece tão frágil. Que bebê minúsculo! Ela é tão incrível.

- Ela está com fome. - Mellanie diz baixinho e logo nos olha. - Ela é linda.

- Sim. - eu não consigo tirar meus filhos dela.

- Não tem nada de Vallery... e nem de mim. - O quê? Ela parece um pouco com Mellanie, sim. - Ela é igual você e Brandon. - Sorrio orgulhoso. Será? - Ela quer mamar... sente aqui no canto.

- Você pode tirar fotos nossas antes?
 

SPOILER

- Eu sei disso, querida... Mesmo assim, e se um dia você quiser mais um?

- Não pense nisso agora. Já foi. Três é demais!! - ele ri e dou-lhe um selinho. - Como posso ter certeza de que você não sentirá dor?

- Faça o teste.

- Você mesmo já não o fez?
 


Notas Finais


Boa noite meninas!!!
Cá estou eu novamente, dessa vez com o nascimento de Luna. Os próximos capítulos serão meio que contínuos (com relação ao contexto). Pretendo terminar até o 13º capítulo, mas ainda não tenho certeza.
Obrigada a todas que ainda me acompanham quando podem e até mesmo tiram um tempinho pra comentar o que acharam & criticar & dar ideias.
Beijos e bom final de semana.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...