História Behind The Secrets - third season - New Beginnings

  28 de julho de 2016 - Justin POV

- Amor, cumplicidade, raiva, dúvidas e cobiça... – Repeti as mesmas palavras que ela leu. – Eu acho que essas palavras são o suficiente para que você se recorde do quanto o nosso relacionamento é sustentado por isso. Você me amou como Jason, me amou como Justin, entre todas as mentiras e coisas estúpidas que eu deixei passar abatido para que não nos fizesse mal e vice versa. Somos cúmplices em tudo o que fazemos, até mesmo quando não estávamos mais juntos, você sabia que eu estaria pensando em você mesmo com outra pessoa e você estaria pensando em mim. A raiva remete ao ciúmes absurdo que eu sinto por você, o que não é surpresa alguma. – Engoli seco. Eu estava ainda mais nervoso do que antes e já não sabia mais o que estava dizendo. – Sempre fui muito possessivo, porque nunca soube como demonstrar o que sentia até te conhecer. Eu te ensinei a errar e você me ensinou a consertar as coisas. Já tivemos muita raiva um do outro, até mesmo ódio e todos os sentimentos do mundo que te fizessem me odiar mais do que qualquer pessoa. Vieram as dúvidas, sobre se o que sentíamos um pelo outro era realmente amor, ou apenas um desejo adolescente, loucuras juvenis e você duvidava do que eu sentia por você. Não poderia deixar a cobiça de lado, que também me lembra da raiva e da cumplicidade. Você é parte de mim e até alguns dias, mesmo depois de anos juntos, eu me sentia inseguro sobre se você me ama como diz, porque eu sempre fui mais idiota no amor do que você, que se contentava com um “eu te amo” e estava sempre comigo. – Ela estava chorando ainda com as mãos no rosto. – Eu havia pensado em diversas maneiras de te surpreender, mas aí eu lembrei que já te fiz inúmeras surpresas e não queria algo repetitivo, por isso pensei em passar algumas fotos no meio do filme. Eu só... – Fiquei ainda mais nervoso e ela obviamente já havia percebido. – Eu... eu te amo demais. – Falei baixo. – Nós já passamos por tantas coisas e eu queria que você tivesse um tempo para pensar no quanto nós nos amamos e merecemos um ao outro. Quando nós descobrimos ter o mesmo “pai”, em partes, eu pensei que nunca mais te teria e aquilo foi o pior sentimento do mundo. – Fui me aproximando dela e passei as mãos em seu rosto, olhando ainda em seus olhos, que parecia não conseguir esconder sua empolgação. – Eu nunca pensei que seria capaz de amar tanto alguém quanto eu te amo. – Ela fechou os olhos sorridente e colocou suas mãos em meu pulso, apoiando-se. – Mantenha seus olhos fechados. – Sussurrei e ela continuou sorrindo. Dei um beijo no canto de sua boa e soltei-a, que não abria os olhos ainda demonstrando estar alegre. Saí da cama e fiquei de joelhos. Peguei a rosa debaixo de seu travesseiro e fiquei em sua frente no chão, na famosa pose para o que estaria prestes a dizer.  Puxei a respiração de uma vez e toquei sua perna. – Depois de tudo o que passamos, estamos aqui, juntos e você é a mulher da minha vida. – Ela sorriu novamente, ainda sem me ver e virou-se mais para frente, ao perceber que eu não estava mais na cama. – Abra os olhos. – Ela me olhou no mesmo instante e seus olhos saltaram quando fixados aos meus, logo olhando para a rosa. Ela já estava chorando sem ao menos tenta se segurar, creio eu, o que me deixou ainda mais na expectativa. – Você aceita o meu sobrenome pra sempre? Você já é minha mulher, mas eu quero oficializar tudo o que sentimos um pelo outro. Mellanie Rose Schneider, você aceita se casar comigo? - Abaixei a rosa para ela, que abriu um enorme sorriso, demonstrando imensa felicidade e ela me abraçou com toda força do mundo, fazendo com que eu caísse no chão. Ela me apertou forte no pescoço, sem me soltar por um segundo. A essa altura eu já não estava tão nervoso, por tê-la visto tão sorridente.

                                 24 de fevereiro de 2017 - Mellanie POV

- Que droga, eu te pedi para fazer isso hoje! - reclamou e revirei os olhos indo até a cozinha. Anna estava com o Brandon adormecido no colo e acariciei o rosto dele, dando-lhe um beijo na bochecha. Abri a geladeira e pequei a metade da maçã que estava embrulhada no alumínio. Logo uma colher e estava pronta para subir atrás da Vallery.

- Você está com sono, querido? - Falei toda fofa, ele assentiu e olhei para o Justin. - Eu esqueci. Eu tive um dia cheio e não lembrei disso.

- Isso eu já percebi. - Falou ignorante. 

- Amanhã eu faço isso, Justin. - Subi as escadas e ele veio atrás de mim com o cabelo pingando. Anna percebeu que a situação não estava tão boa e manteve Brandon em seu colo, conversando com ele para que não dormisse antes do que estamos acostumados. Vi que a Vallery estava quieta brincando no quarto e quase entrei.

- Era para ter feito hoje. - Repreendeu-me e secou o cabelo com a toalha que estava na maçaneta do nosso quarto. Ele usava uma cueca roxa da Calvin Klein. Tão lindo quanto desde o primeiro dia em que o vi. Sim, ainda me lembro disso como se fosse ontem. 

É uma pena que estejamos nos desentendendo nos últimos dias. Ou melhor, no último mês.

- Chega de falar sobre isso. Tivemos um dia cheio. - Passei as mãos no cabelo e empurrei-o para trás. – Eu preciso fazer a Vally comer a maçã e aproveitar para dar um banho no Brandon.

- Você já percebeu que mal nos falamos desde que eles voltaram ao colégio? Não temos uma boa conversa desde o primeiro dia deste mês. - Queixou-se atrás de mim.

- Eu sei, mas é que eu tenho tantas coisas a fazer, você tem muito a fazer, eu preciso estar o tempo todo com os dois, tem as funções da Anna, eu preciso sempre falar com a Lauren... Sabe... estou saturada.

- Eu imagino. – Pegou seu celular e ligou para alguém. - Ainda não tive tempo de preparar a comemoração do meu aniversário. - Voltei para o quarto da Vallery e sentei-me no chão ao seu lado.

- Eu trouxe maçã para você, querida! - Ela sorriu empolgada. É sua fruta preferida.

- Eu pensei em te dar a colher, mas você já está moça...

- Eu faço sozinha, mamãe. - Respondeu toda fofa e pegou da minha mão. Olhei o que ela estava desenhando enquanto comia sua maçã e Justin entrou no quarto.

- Enquanto você come sua maçã, a mamãe vai dar um banho no seu irmão e depois você, ok?

- Tá. - Assentiu e dei um beijo no rosto dela. Levantei-me e abri o guarda-roupa do Brandon. Tirei  pijama de frio dele, por estar um pouco gelado e deixei-o dobrado me cima da cama. Peguei sua toalha azul na primeira gaveta e levei-a até o banheiro.

- Mamãe... Cadê o papai?

- Está no quarto, querida. Você quer falar com ele? - Ela não respondeu e abri a porta do quarto. Encontrei com Justin no corredor, que ainda falava ao celular e piscou para mim, deslizando a mão pela minha cintura enquanto eu andava até descer as escadas.

- Amor. - Olhei para ele, que fez um sinal como se quisesse falar comigo depois e fui até a cozinha. Anna estava conversando com o Brandon, que estava sentado na bancada batendo os pés impaciente.

- Filho, vamos tomar banho? - Ele negou com a cabeça e ri. - Vamos sim, venha. - Ele começou a negar com a cabeça bravo e tentei pegá-lo no colo.

- Eu não quero.

- Brandon, vamos logo. Você precisa tomar banho antes de dormir, está todo sujo por ter brincaod na areia com os cachorros.

- Mas eu não estou sujo, mamãe. É só fazer assim. - Começou a bater com as mãos nas pernas, tentando eliminar a areia e comecei a rir, não aguentei.

- Querido... Não adianta, vamos logo antes que eu precise chamar o seu pai para vir aqui. - Ele deu o braço a torcer e coloquei-o no chão. Ele correu rápido até a escada e segui-o rapidamente. Encontrei com a Anna na sala.

- Anna, eu quero falar com você depois, ok? Só vou dar um banho nele e na Vallery, aí vou no seu quarto.

- Ok, Mel. - Concordou. A Anna já mora aqui. Na verdade, ela é como uma avó para os dois e uma mãe para o Justin. Reformamos parte da casa e aumentamos a área dela. Agora ela tem uma suíte grande e usa a casa como se fosse sua, fica com a gente nos fins de semana deitada no sofá. Ela demorou para acostumar, mas agora está mais à vontade.

Subi com o Brandon e entramos no quarto. Justin permaneceu no corredor e parecia estar conversando com algum amigo. Provavelmente sobre o trabalho ou a preparação para os 23 anos dele, que, como ele mesmo disse, ainda não tem nada programado. Logo o Justin que adora festejar.

- BRANDON! - Gritei e ele estava escondido no canto de sua cama. Ri e fui procurá-lo como se não o tivesse visto.

- Ele tá ali. - Vallery apontou para a cama e Brandon franziu o cenho.

- Onde? Eu acho que ele já está tomando banho.

- Não, mamãe. Ele está aqui. - Alguém bateu com a força na porta e os dois gritaram de susto.

- HÁ. - Justin gritou e passei as mãos no rosto. Vallery reclamou para o Justin, que foi até ela.

- Papai. - Repreendeu-o. - Não faz isso.

- Ow. - Ele riu e abraçou-a por trás.

- Agora venha, filho. Você precisa tomar banho para dormir. Eu sei que está morrendo de sono.

- Não to não. - Fez cara de dó e puxei-o pelas mãos.

- Brandon Bieber... Eu acho melhor você vir logo.

- Não. - Retrucou e Justin olhou para ele sério. Cruzou os braços e ele logo foi até o banheiro sozinho.

- Você pode pedir para a Anna dar banho neles? Quero falar com você. - Falou baixo e deu-me um selinho.

- Eu não vou demorar... Só me dê cinco minutos.

- Mas eu preciso falar agora com você. - Cutucou minha cintura e liguei o chuveiro. Brandon já estava tirando sua camisa e ajudei-o com a bermuda e logo a cueca. Coloquei tudo no cesto de roupa suja e ele entrou debaixo d'água.

- Só mais cinco minutos.

- Mellanie! - Comecei a ensaboar o corpo do Brandon e ele estava mais relaxado por tomar um banho, já parecia estar com sono.

- Mamãe, sabia que amanhã eu vou brincar no escorrega da escola?

- Huh, sério? Como você sabe?

- A tia falou que quem obedecer pode brincar.

- E você obedece?

- Aham. - Respondeu orgulhoso de si mesmo e apertei as bochechas dele. É fofo demais. Justin saiu do banheiro e ouvi sua voz cantando com a Vallery. Terminei de dar banho no Brandon e enrolei-o na toalha. Minha blusa estava um pouco molhada.

- Vally, sua vez... - Levei o Brandon no colo até a cama dele e coloquei-o sentado. Sequei seu cabelo esfregando a toalha devagar no mesmo e logo seu rosto. Ele bocejou e logo eu também.

- O papai disse que a Nana vai me dar banho. - Falou apontando para ele, que não teve expressão e continuou mexendo no cabelo dela. Vesti o Brandon, que colocou a camisa do pijama sozinho e estava com um pouco de frio. Tirei a toalha da cama e ele continuou sentado.

- Agora vocês precisam escovar os dentes. - Apontei para o banheiro e os dois foram no mesmo instante. Observei-os, que escovaram direitinho e aproveitei para deixar a Vally já no banheiro.

- Mel... Eu darei banho nela e colocarei-os para dormir. - Anna veio até nós. - Acho melhor você ir atrás do Justin.

- Ok... - Concordei e dei um beijo no rosto da Vally. Voltei para o quarto e Brandon estava deitado. Cobri-o com a coberta e dei um beijo em seu rosto. - Eu já volto, ok? Pode dormir tranquilo, meu amor.

- Tá... Tchau, mamãe.

- Eu te amo, filho.

- Também. - Respondeu fechando os olhos e apaguei a luz do quarto. Saí e dei de cara com Justin no corredor, pronto para entrar no nosso quarto.

- Agora você está com tempo para conversarmos?

- Sim né, você chamou a Anna.

- Por que você está me tratando como se eu fosse um estranho nessa casa?

- Eu nunca te tratei assim.

- Você mal me dá atenção. Eu amo nosso filhos demais, assim como você, mas parece que você não precisa mais de um noivo quando tem duas crianças.

- Você está falando besteira. Se eu não tivesse um noivo, não teria duas crianças.

- Então eu só sirvo para te engravidar, é isso? - Falou bravo e neguei com a cabeça. Não deveria ter falado isso.

- Claro que não... Eu não quis dizer isso.

- Olha, eu acho que você deveria pensar e perceber no quanto você está sendo rude nos últimos dias.

- Você está sendo rude comigo e completamente insuportável.

- Talvez porque você não me dá mais atenção como antes. É claro que os anos passaram, mas eu continuo o mesmo e você eu penso que também. Porra.

- Justin, me escuta. Eu amo você e nada vai mudar isso. Mas a Vallery e o Brandon são nossa prioridade desde o início. Você sabe disso.

- Eu sei. Eu os amo, mas eu só estou querendo dizer que mereço mais atenção. Eu me sinto sozinho.

- Você está fazendo drama.

- Caramba, não estou.

- Você percebeu que nós só estamos discutindo nos últimos dias?

- Sim, por isso que eu te chamei para conversar. Você não tem mais tempo para mim.

- Como se você tivesse tempo para nós.

- Eu tenho.

- Você tem tempo para o trabalho e para dar o mínimo de atenção aos dois.

- Você está distorcendo as coisas. Eu gostaria de trabalhar menos, mas você sabe mais do que qualquer outra pessoa daquela empresa que não dá. Eu sempre dou atenção a eles porque eu os amo, assim como você. Eu só quero entender como você pode não sentir minha falta.

- Eu sinto.

- Não parece. - Colocou o celular para carregar do seu lado da cama e aproximei-me dele. Sentei-me ao seu lado e ele suspirou, juntou as mãos e parecia pensativo. - Você acha que eu sou um bom pai?

- Sim. Por que eu não acharia?

- Mesmo? Sei lá, às vezes eu tenho tão pouco tempo para ficar com eles durante a semana que eu fico meio chateado.

- Você é um pai incrível e eles te adoram.

- É... - Concordou e coloquei minha mão sob a dele. - Eu vou tentar ficar mais em casa, ando tão irritado.

- Eu percebi. Eu também ando um pouco irritada, mas você tem que se controlar. Eu não quero que a Vally e o Brandon cresçam em um ambiente familiar movido pelo estresse.

- Eu sei, eu preciso descansar um pouco. - Passou as mãos no cabelo e olhou-me mais calmo. - Eu sei que parece egoísmo, mas eu sinto muito sua falta. - Acariciei seu rosto enquanto ele falava, que parou com a mão direita entre minhas pernas e apertou-as.

- Não é egoísmo. Eu também sinto sua falta, mas agora estamos em uma época corrida e não temos sequer tempo de nos ver direito.

- Mel, eles já estão dormindo. - Ouvi a voz da Anna e olhei para o Justin no mesmo instante.

- Ótimo. Obrigada, Anna. - Respondi e ouvi-a descer as escadas. Encostei com a cabeça no ombro do Justin, que passou o braço pelas minhas costas e apertou-me ao seu lado. Ficamos em silêncio por alguns segundos e meu celular vibrou.

Era a Jade. Combinamos de entrar meia hora mais tarde amanhã no trabalho porque os serviços serão outros.

- Nós já podemos ficar aqui? - Olhou-me e assenti. Dei um selinho nele e segurei seu rosto. Estiquei as pernas pelas suas, de lado para ele, que segurava minhas costas com uma mão e, com a outra, meu pescoço.

- Sim. - Respondi. - Eu só estou um pouco cansada. Precisamos dormir daqui a pouco. - Ele assentiu e deu-me um selinho, seguido por outro e começamos a nos beijar bem calmos. Segurei sua mão e continuei com o corpo encostado em seu peitoral. Ele me abraçou e assim ficamos, novamente em silêncio. - Sobre o que conversamos... Você tem que entender que eu amo você e nada vai mudar isso.

- Mellanie... - Falou olhando-me. - Eu também amo muito você, mas nossa situação está piorando. Por exemplo, nesse exato minuto, nós estamos bem, mas não sabemos como serão os próximos cinco minutos. Eu não sei... Eu ando irritado demais.

- O que você quer dizer com "a situação está piorando?" - Falei ainda olhando a aliança no dedo dele, mexendo em sua mão.

- Eu não quero continuar me irritando com a situação em que estamos lidando diariamente.

- Você terminaria comigo por conta disso? Dessa bobeira?

- Wow, calma. Nunca. Eu amo nossos filhos demais. Mas nós não podemos esquecer que somos jovens e ainda não casamos. Podemos sair para nos divertir enquanto eles são pequenos.

- Você quer ir a algum lugar? É isso? - Sentei-me de frente para ele com as pernas cruzadas. Justin lambeu os lábios e olhou-me nos olhos.

- Eu quero sair com você. Quero passar uma noite despreocupado sobre o trabalho no dia seguinte. Quero acordar com você do meu lado, quero lembrar da época em que eu bebia e não pensava em ter tantos problemas com a empresa como hoje.

- Você precisa entender que não tem mais 19 ou 20 anos. Você já está com quase 23. 

- Eu não tive tempo nem de pensar numa comemoração para os meus 23 anos. Está tudo uma droga. - Queixou-se bravo e acariciei seu rosto. - Sabe há quantos dias não transamos? Sei lá, eu estou ficando louco.

- Sim... Faz um mês e pouco?  - eu sabia que já eram, tipo, dois meses, mas não quis aumentar a data.

- Não, já faz dois meses. - Como ele guardou uma data que nem eu mesma lembrava? - Eu não esqueço disso porque é algo que me corrói. Eu mal paro em casa e sinto sua falta. - Dei um selinho nele, seguido por outro e Justin suspirou como se estivesse um pouco menos estressado. - Eu realmente ando de cabeça quente.

- Vamos fazer o seguinte... Eu vou pegar um copo com água para você beber e logo volto.

- Água? Por quê?

- Espere aqui. - Levantei-me e ajeitei meu shorts. Ele ficou sentado e esticou as pernas. Abri a porta e o corredor estava um silêncio só. Passei pelo quarto dos dois, que dormiam cobertos e já com a tevê desligada. Isso é ótimo porque, especialmente hoje, eles dormiram uma hora mais cedo. Ainda são umas 21h30.

Desci as escadas até a cozinha e encontrei a Anna sentada na bancada mexendo no celular.

- Vocês se acertaram?

- Sim... Ele só anda meio irritado com o trabalho.

- Sei como é... Ele comentou comigo um dia desses que precisava descansar.

- É... Então... Nós só vamos relaxar um pouco. - Falei ao pegar um copo e coloquei Whisky no mesmo com duas pedras de gelo. Não enchi. Era só um pouco para ele relaxar. Há dias não o vejo beber algo.

- É... Boa noite. - Falei sorridente e ela sorriu de volta. Subi as escadas e passei pelo quarto deles de novo. Os dois dormiam tranquilos. Abri a porta e Justin estava sentado na cama, do mesmo jeito que o deixei há dois minutos. Ele me olhou e deixou o celular de lado.

- É sério? - Assenti não entendendo sua pergunta e ele sorriu. Entreguei o copo em sua mão, que bebericou dois goles e deixou de lado. - Eles estão dormindo mesmo?

- Sim... - Respondi e apaguei a luz do quarto. Peguei o controle da tevê e sentei-me ao seu lado, no meu lado da cama. Estiquei as pernas e ele tomou mais um gole. Liguei a tevê e coloquei em um canal qualquer, enquanto procurava por uma programação boa às 22h. Ele me puxou para perto e beijou minha testa. Justin tomou mais um gole e deu o copo na minha mão. Tomei um gole e entreguei a ele.

- Eu preciso descansar para o trabalho amanhã... Que droga. Ainda tenho muitas coisas pra fazer. Que merda. Eu briguei pra caramba com os caras hoje. Ninguém faz nada direito.

- Ei, calma, Jay. - Acariciei seu rosto e ele virou para me olhar mais de perto. Fitou meus lábios todo lento e terminou seu copo de whisky segundos depois. Deu-me um selinho lento e nos beijamos mais uma vez. Ele deu um tranco em minha cintura, pegando-me com a mão firme e apertou meu quadril. Ele segurou meu pescoço com os dedos debaixo dos meus cabelos e foi me acariciando. Ele deslizou a mão esquerda pela minha perna e subiu até meu busto, incomodado com o meu sutiã.

- Desde quando você voltou a dormir com sutiã?

- Só hoje... Vesti porque estava o tempo todo com a Anna e a Lauren lá embaixo.

- Desnecessário. - Respondeu e abri-o no mesmo instante. Fiquei quase sentada e ele voltou a olhar para a tevê. Levantei a blusa do pijama até meu pescoço e tirei o sutiã, deixando-o no meu criado-mudo, ao lado do celular, e ele me olhou no mesmo instante. - Pode ficar assim.

- Eu estou com frio.

- Mas não está tão frio.- Olhou-me falando baixo e abaixou o olhar. Ele pegou o controle e desligou a tevê. Justin foi me deitando na cama tocando sua boca na minha e nos beijamos. Ele me abraçou forte até que caí deitada. Justin tocou com seu peitoral em meus seios e acelerou um pouco o ritmo de nossos beijos. Espalhei meu cabelo no lençol e grudei com as pernas em volta de seu corpo. Ele virou sua cabeça para o lado oposto e mordi seu lábio devagar, puxando-o até que ele me beijou mais uma vez. Ele tocou meu seio esquerdo com a mão direita e massageou o mesmo. Ele logo tocou com a boca em meu seio e passou a chupá-lo devagar. Justin acariciava a região do meu corpo com as mãos e eu mexia em seu cabelo, murmurando baixo. Há tempos eu não o dava liberdade para fazer isso, simplesmente porque não tivemos tempo um para o outro. Não trocamos uma palavra. Ele estava calmo, eu estava relaxada e passou a língua em meu outro seio, ainda sem pressa.

- É sempre tão bom... - Falei baixo e ele sorriu, beijando meu pescoço.

- Mamãe. - ouvi a voz suave da Vallery e Justin parou no mesmo instante. Senti meus músculos ao redor do estômago contraírem por si só. Estava sendo tão bom. - Mamãe... Eu quero dormir com vocês. - Bateu na porta toda fofa e fechei os olhos. Justin suspirou e nos beijamos mais uma vez.

- E o papai? Não quer dormir comigo?

- Você também, papai. Abre a porta. - Começou a bater e falar um pouco mais alto. Fiz um sinal para que o Justin fosse até lá e vesti novamente a blusa. Ele ficou de pé devagar e andou até a porta. Abriu a mesma e Vally segurava sua boneca preferida, a Kelly, no braço. Justin a pegou no colo e fechou novamente a porta. No escuro, veio até a cama e colocou-a deitada enquanto sussurrava algo.

- O que aconteceu, querida?

- Eu quero dormir aqui. - Falou com a voz mansa e concordamos.  Justin sorriu para mim como se estivesse realmente contente por tê-la aqui e percebi que ele não estava mais tão estressado. Só precisava de um pouco de atenção apenas para ele.

SPOILER

- Eu não falei nada disso. Você não está me entendendo.

- É óbvio que não. Eu não vejo um motivo para que você me diga “Eu não sei se é a coisa certa a fazer agora”. Se você não sabe, por que ainda estamos juntos? - Engoli seco.

- Ei, não leve a conversa para esse ponto.

- Você pode me responder?

- Não misture as coisas, Jay. Eu só andei pensando mais sobre isso... Sei lá.

- Não tem essa de sei lá. Se você acha que é errado, o que estamos fazendo juntos esse tempo todo¿ Só filhos?

- Que caramba, para de falar assim comigo. Eu não disse que acho errado. Eu só não me sinto completamente preparada.