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História Behind The Secrets - third season - WAKE UP


Escrita por: featollg

Capítulo 10 - WAKE UP


Eu queria gritar com ele.

- Eu... eu... eu posso... eu posso vê-lo? - As palavras não saíam.

- Infelizmente, não. Mesmo que ele reaja aos medicamentos ainda hoje, o que é pouco provável, ele ficará na UTI por pelo menos 48 horas. Ele está em estado grave.

- E há chances de que ele não tenha nenhuma sequela, tipo, nada? - Falei esperançosa.

- Não tenho como te afirmar isso agora... Mas são poucos os casos em que o paciente sai ileso de sequelas quando sofre lesões na cabeça.

- É.. eu vou... ok... eu vou... vou esperar. Obrigada...

- Você tem alguma dúvida sobre os exames ou o estado dele?

- Ele quebrou alguma parte do corpo?

- Ele trincou o tornozelo direito e quebrou o pulso esquerdo, mas já está engessado e medicado para que as dores sejam reduzidas assim que acordar. Você deu sorte que o seu noivo chegou vivo no hospital. – Não sabia se comemorara ou ficava ainda mais tensa com o que ele disse. – Levantei-me desnorteada e estava com o choro preso na garganta. Apertei sua mão gelada e saí de lá. Fechei a porta do escritório dele e desabei a chorar. Sentei-me no chão e ali fiquei. Nunca estive tão nervosa quanto agora.

Devo ter ficado um bom tempo chorando sentada no chão. Todas as pessoas que passavam por mim pareciam confusas: umas tinham dó, outras pareciam não se importar com o sentimento alheio, outros devem estar pensando no que me levou a sentar no chão de um hospital e chorar horrores... Eu não conseguia me conter. Não dava. Eu precisava vê-lo pelo menos por um minuto. Eu queria ter a certeza de que ele estava respirando.

Depois de um bom tempo sentada chorando no chão, senti alguém me tocar no braço e esfreguei os olhos para enxergar. Era a Jade. Ela me abraçou forte e chorei mais ainda. Por que as pessoas insistem em nos abraçar quando já estamos chorando? Isso só piora a situação.

- Mellanie... – Falou ainda abraçada comigo. – Vamos lá fora um pouco. – Levantou-me e fomos até a área descoberta do terceiro andar. Haviam poucas pessoas andando por lá. Era marcada por bancos, lustres e um balcão.

Sentei-me no primeiro banco e voltei a chorar sem parar. Eu não conseguia dizer nada a ela. Não conseguia pensar direito. Não conseguia processar o fato de que o Justin está em estado grave. Estado MUITO grave.

- A Anna me ligou contando o que aconteceu e eu vim correndo pra cá... Eles não te deram uma previsão de quando ele poderá acordar?

- Nada. Ele explicou que o Justin está em um estado muito grave e é super arriscado caso ele não reaja aos medicamentos logo... Eu não sei mais o que fazer. – Falei chorando e sentia meus olhos pesados. Abracei minhas próprias pernas e escondi o rosto. – Eu estou sem chão.

- Mel, calma. Ele vai reagir... É porque foi muito recente e ele bateu muito forte com a cabeça.

- Ligue para a Anna, por favor. Peça para que ela avise o pai do Justin e o Bryan. – Ela ligou e esperou que atendesse. – Explique que o médico disse que o Justin torceu o tornozelo direito, quebrou o pulso esquerdo, está todo machucado e sofreu sérias lesões na cabeça, por isso quase entrou em coma e teve uma hemorragia super grave. Ele ficará na UTI por pelo menos 48 horas, então só saberemos quando ele irá acordar pelo aviso dos enfermeiros. – Ela repetiu tudo o que eu disse no telefone. – Peça para ela descansar um pouco agora... Eu vou ficar por aqui mesmo. – fui falando com a voz baixa e eu não tinha forças para aumentar o tom vocal. Estava acabada. Eu ainda não faço ideia do que poderá acontecer com ele e, apesar do estado em que está agora, isso é o que mais me preocupa. As chances dele se recuperar completamente são pequenas, de acordo com o que o doutor me explicou. Mas, mesmo assim, sempre há uma chance. Eu acredito que sim. Deus sabe o que faz. Ele precisa se recuperar logo. Eu não vou aguentar passar por todo esse nervosismo e preocupação.

Jade desligou o celular alguns minutos depois e parecia estar mandando mensagens para alguém. Voltei a fechar os olhos e não conseguia parar de chorar por um segundo sequer. Eu simplesmente não conseguia conter meu desespero, meu nervosismo e minha tristeza. Eu só conseguia chorar. O que eu mais queria era, pelo menos, receber a notícia de que ele acordou e eu poderia vê-lo, nem que fosse por 10 segundos. Eu precisava olhá-lo para ver exatamente como ele está, o estado em que está, o que está sentindo, o que pode acontecer.... Isso tudo está sendo tão difícil. Não quero nem pensar em como serão os próximos dias. Como eu vou explicar para a Vallery e o Brandon que o pai deles não vai voltar para casa tão cedo? Eles não irão entender. Eu não quero que entendam. Eu só quero que ele melhore.

- Tome mais um pouco de água... – Empurrou o copo para mim na pequena mesa e neguei com a cabeça. Minha garganta está seca, claro, mas eu não queria nada. Eu não sentia vontade de nada. Tentei pensar nele, mas era ainda mais difícil. – Mel... Eu sei que é complicado, mas você precisa entender que a situação dele é instável até, pelo menos, amanhã.

- Eu sei... mas eu não quero sair daqui. – Acabei pegando o copo e tomei a água de uma vez só. Parece que cada gole parava na minha garganta. Sentia meu estômago corroer por dentro de nervoso, minha cabeça latejava já de tanto chorar e eu estava com tontura. Fechei os olhos novamente e deitei a cabeça no encosto do banco. – O doutor disse que ele terá que ficar por, pelo menos, 48 horas na UTI por conta do estado em que está e não tem hora para acordar... Se ele reagir aos medicamentos ainda hoje, pode ser que acorde amanhã, não sei... O que mais me preocupa é o que pode ter acontecido com ele, sabe? Apesar de ter quebrado o pulso e ter torcido o tornozelo, o pior pode estar por vir. Eu não gosto de ser pessimista, mas pode ser que ele perca a fala, fique paraplégico, desenvolva problemas do lado esquerdo do corpo... essas foram as possibilidades que o doutor Luis deu a entender. Eu estou muito, muito preocupada. Você não tem ideia. Eu nunca senti isso antes. – Comecei a desabafar. Eu precisava. Não tinha muito o que dizer, mas eu precisava fazer algo para que essa agonia fosse reduzida, nem que fosse só um pouco. – Eu tenho medo que ele não resista. – Falei já tentando engolir o choro e ela parecia querer chorar comigo. – Eu sei que eu não posso pensar assim, mas eu amo o Justin demais... isso não poderia ter acontecido com ele. Ontem mesmo nós fomos provar as roupas do casamento. Eu fui provar o vestido com a Anna e ele foi com o Bryan provar seu terno... Sabe... eu não quero que tudo acabe de uma hora para outra. Estávamos nos dando bem novamente. Eu sei que é bobeira, mas nós estávamos brigando demais nos últimos meses... Qual é... Já estamos em abril. Ele tem que se recuperar. Ele precisa ficar bem. – Eu já estava chorando de novo. – Você não faz ideia do que eu estou sentindo... Ele e meus filhos são tudo pra mim. – Finalizei meu desabafo de nervoso e ela sentou-se ao meu lado no banco, me abraçou e estava tentando me confortar.

- Eu não sei como te consolar, Mel, mas você precisa ficar mais calma... A situação dele é a mesma desde que você chegou aqui. Eu acho melhor você ir para casa e descansar um pouco. Amanhã cedo você volta aqui.

- Eu não posso ir embora daqui. E se ele acordar?

- Se ele acordar, pelo menos você estará em casa quando te ligarem e virá para cá.

- Mas eu não posso deixá-lo sozinho.

- Mellanie, você precisa entender que ficar aqui não vai adiantar nada, porque ele está internado. Não pode receber visitas. – Ela estava certa, mas eu não vou conseguir ir embora. Não mesmo.

- Eu sei disso, caramba. Eu sei, mas eu não consigo. Eu não vou embora.

- Nós podemos passar naquela igreja que você e o Justin quase sempre iam. – Nós frequentávamos uma igreja que fica próxima ao colégio da Vallery e do Brandon, mas acabamos ficando com o tempo apertado e perdemos o costume. Justin é um pouco mais religioso do que eu, ele gosta de sempre ir à igreja.

- Eu não quero sair daqui agora... Não mesmo. – Falo ainda choramingando e ela suspira como se tivesse desistido de tentar me ajudar.

Fiquei mais de duas horas quieta, na minha. Peguei meu celular, porque vibrou no bolso, e já era meia-noite e meia. Não pretendo sair daqui tão cedo.

 

“Alguma notícia? Avisei o Jeremy e o Bryan”. – Anna.

 

“Nada... Ele não vai acordar até o amanhecer,  pelo menos eu acho que não. O que eles disseram?” Mellanie.

 

“Estão super nervosos... O Jeremy quer pegar um voo para Moscou logo de manhã. Eu falei que não é aconselhado, já que o estado do Justin não tem previsão para melhorar... mas...” – Anna.

 

“Entendi. Seria bom se ele viesse... na verdade, eu só quero que ele melhore. Vou ficar aqui até ele acordar. Qualquer coisa eu te aviso. A Vallery e o Brandon estão dormindo?” Mellanie.

 

“O Brandon acordou chorando agora pouco à procura de vocês dois, mas logo dormiu... A Vallery deitou era 23h” – Anna.

 

Não respondi mais... Eu estava tentando não chorar, até porque, senti meus olhos secos. Não conseguia mais chorar como antes. Eu não estava conformada com a situação, óbvio, mas estava à espera dele acordar.

- Mel...  eu vou te levar embora. Já são 2h30 e você ainda está ai, esperando...

- Eu não quero ir... Pode ir você, Jade. Amanhã cedo tem que estar na empresa e não quero te atrapalhar.

- Não, eu vou ficar aqui com você.

- Não precisa, obrigada. Pode ir... você tem que descansar.

- Você está sem comer nada o dia todo.

- Eu não estou com fome. – Respondo olhando para o céu e parecia que uma chuva super forte estava por vir...

- Mas você precisa comer alguma coisa.

- Mais tarde. Pode ir embora tranquila.

- Ai, então eu vou... Você tem certeza de que não vai agora?

- Eu não vou embora agora... Não mesmo.

- Você pode me ligar quando for embora então?

- Eu não vou te acordar...

- Eu vou para casa agora, então pode ligar. O Phill não vai estar lá agora. – É o namorado dela. Eles estão juntos há quase um ano.

- Ok. – Respondo com a voz cansada e ela me abraça mais uma vez. Correspondo. – Obrigada... – Ela sorriu como se não soubesse o que dizer e saiu. Encolhi novamente as pernas no banco e fechei os olhos. Ouvia várias vozes distantes, casais conversando, algumas pessoas chorando pelos cantos, outros sorrindo...

Depois de horas e mais horas refletindo sobre a possível recuperação do Justin ainda hoje, decidi ir atrás de qualquer enfermeira. Queria saber se valeria à pena amanhecer aqui ou se deveria voltar para casa, pelo menos, para levar meus filhos no colégio de manhã.

Voltei para o corredor principal do terceiro andar e parei em frente à sala de espera. Haviam apenas quatro pessoas sentadas. Parei o primeiro enfermeiro que apareceu.

- Oi, é... eu gostaria de saber se o paciente Justin Drew Bieber acordou. Ele está internado e chegou aqui por volta das 19h30. – O enfermeiro assentiu enquanto eu falava e li seu nome no crachá “Justin”.

- Aguarde um momento, eu vou procurar a ficha dele. – Assenti e encostei na porta da sala de espera. Ele entrou na segunda sala à direita e saiu um minuto depois.

- Ele ainda não acordou... É aconselhável que você traga algumas trocas de roupa pra quando ele acordar, se for realmente amanhã mesmo. – Suspirei decepcionada com tamanha incerteza.

- Ok, obrigada. – Fui direto para o elevador e andava devagar, sem ânimo algum para ir embora. Não acredito que passei mais de cinco horas aqui e não pude vê-lo. Desci até o térreo pelas escadas e liguei em casa.

 

- Anna, é... você pode... é...  – tentei formar frases com o pouco de informações que me restavam no cérebro. – separar algumas trocas de roupa do Justin? Eu vou passar aí buscar.

- Sim, claro. Você precisa voltar para descansar, Mel...

- Eu estou indo. – Respondo e desligo.

 

Guardei o celular no bolso e acenei para uma das recepcionistas ao voltar para o estacionamento. Tirei minha chave do bolso do shorts e abri o carro. Entrei no banco do motorista e sentei-me ao respirar fundo. Eu continuava ainda mais nervosa. Não queria ir embora daqui. Não mesmo.

Fui dirigindo com toda calma do mundo. Eu sabia que correr até o condomínio não mudaria minha vida em nada. Aliás, nada além de receber uma notícia do Justin mudaria minha vida agora. Qual é, são quase três e meia da manhã e ele ainda não acordou. Isso é mega preocupante, muito mais preocupante do que quando eu cheguei no hospital e pensei que ele poderia acordar no meio da madrugada.

Demorei uns 15 minutos para chegar até o condomínio e passei direto pela portaria. Estacionei na garagem de casa e desci do carro derrotada. Eu estava sem cabeça para tudo. Só conseguia pensar no fato de ter deixado o Justin sozinho no hospital.

Abri a porta principal e me deparei com a Anna sentada na poltrona. Ela parecia estar descansando, mas estava acordada.

- Nada?

- Nada. – Respondo ainda triste e deito-me no sofá. – Eles ainda estão dormindo?

- Sim... Estou indo lá quase toda hora. – Falou olhando para mim. – Você comeu alguma coisa?

- Nada. – Falei ao fechar os olhos e tirei as sapatilhas. Estiquei os pés no sofá. – Ele tem que acordar logo.

- Eu vou te fazer um chá de camomila... assim você fica mais tranquila. – Falou ao levantar-se. – Ele vai acordar, mas tudo tem seu tempo. Eu tenho certeza que até amanhã à tarde ele já estará acordado.

- Eu não sei como ele ainda pode não estar acordado... Ele está com lesões graves, mas não o suficiente para ficar desacordado por, sei lá, 24 horas.

- É porque ele, provavelmente, foi dopado por conta dos machucados e exames. Ele vai acordar logo. Com relação a isso você pode ficar mais calma. – Anna é sempre muito esperta. Até mesmo em momentos de desespero, ela sabe controlar a situação. Eu não sei muito.

- Mesmo assim, eu fico muito nervosa. – Levantei-me e subi as escadas até o quarto deles. Entrei no mesmo e fui ao banheiro. Lavei as mãos e passei uma água no rosto. Meus olhos estavam super inchados de tanto chorar. Não haviam mais lágrimas para sustentar meu desespero.

Deitei-me na cama da Vallery e abracei-a. Só a companhia dos dois poderia me confortar em um momento tão incerto quanto esse. Fecho os olhos por um momento e é como se eu ouvisse o Justin distante: “Amor, vem deitar comigo”. Suspiro decepcionada por não passar de uma ilusão e continuo deitada com ela, que fica mais próxima a mim. Dou um beijo em sua testa e a Anna abre a porta.

- Aqui está seu chá e algumas rosquinhas. – Sussurra e faço um joia para ela. – Você precisa dormir um pouco. Eu te acordo amanhã cedinho, Mel. – Não respondi. Eu não iria conseguir dormir. Não mesmo. Nem que eu quisesse. Eu só queria receber uma ligação do hospital com o aviso de que o Justin acordou. É pedir demais para uma noite só?

Sentei-me na poltrona já com o chá em mãos e minhas rosquinhas num potinho. Continuei olhando para eles e fui comendo aos poucos. Não estava com fome, mas precisava me acalmar. Aquele chá desceu queimando minha garganta de tão quente e foi um pouco relaxante. Não que eu estivesse mais calma ou menos preocupada, de maneira alguma. Eu só estava um pouco mais relaxada.

Pego meu celular que estava no bolso e já são 4h24 da manhã. Haviam mensagens do Jeremy, do Bryan, do Nolan e até mesmo da Jade.

 

“Eu estou em casa” – Mellanie.

 

Respondi só a Jade. Não estava com cabeça para falar sobre o acidente logo agora. Prefiro que eles pensem que eu estou dormindo ou no hospital sem o celular.

Terminei o chá e passei alguns minutos olhando para eles, que dormiam feito anjos encolhidos na cama. Pisquei duro por alguns segundos e resolvi deitar na cama ao lado da do Brandon, que eu ficava quando eles não conseguiam dormir à noite ou até mesmo quando discutia com o Justin.... Eu só quero que ele acorde e melhore. É pedir demais?

 

Acordo com a claridade refletindo na janela do quarto e olho para os dois. Continuam dormindo. Pelo menos eu cochilei um pouco... Peguei meu celular e já era 6h20. Nada mal para quem estava sem conseguir dormir.... duas horas de sono me pareceram o suficiente para reduzir o nervosismo, é claro, até agora. Não queria levantar e lembrar que o Justin não está em casa.

Peguei a mochila pequena que a Anna tinha feito com as coisas do Justin e tomei um banho rápido. Passei um gloss incolor e abri as janelas do quarto. Estava um dia morto. Nada de sol forte, nada do céu estar lindo, nada que me fizesse pensar em outra coisa a não ser quando ele irá acordar.

Nunca pensei que passaria por uma situação como essa. Ele já sofreu acidentes antes, mas nunca foi nada tão grave a ponto dele ter ficado entre a vida e a morte. O doutor não me falou com essas exatas palavras, mas foi assim que eu entendi. Ele precisa acordar logo.

Entrei no quarto dos dois, que estavam acordados e a Lauren os dava café da manhã na cama. Nada como mimar duas crianças em plena quinta-feira.

- Olá. – Falei tentando colocar um sorriso frouxo no rosto e os dois sorriram para mim, felizes. Dei um beijo no Brandon e abracei-o. Logo fiz o mesmo com a Vallery. – A Lauren irá levar vocês para o colégio, ok?

- Mas é você que leva... – Vallery contrariou e terminou de tomar seu leite primeiro que o irmão. Dei os ombros e acariciei seu cabelo.

- Eu vou precisar resolver umas coisas, querida... Amanhã eu levo vocês. – Não iria prometer, até porque não sei como será amanhã, mas eles não podem saber tão cedo o que se passa. Não Irão entender que o pai está “doente”.

- E o papai? - Brandon disse curioso e Lauren olhou-me como se não soubesse o que responder.

- O papai está no médico.

- Ele tá dodói? - Vallery questionou olhando para a sua boneca e engoli seco. Como é difícil.

- Mais ou menos... Logo ele sara. – Abri a porta do quarto e saí de fininho. Desci as escadas com a mochila do Justin e senti um pouco de enjoo. Estranho porque estou sem comer desde madrugada. Quer dizer, tomei um chá e comi aquelas bolachas sem sal de madrugada, mas é a mesma coisa que nada... Peguei algumas rosquinhas e tentei comer. Não sentia fome. Eu só queria receber uma ligação em que eles me diziam que o Justin acordou e está falando, está bem, está se movendo. Eu só quero que ele melhore.

Anna estava pronta, parada na cozinha mexendo no celular.

- Podemos ir? - Falo séria e ela afirma com a cabeça segundos depois. – Os dois já estão lá em cima com a Lauren... Você falou com ela?

- Brevemente. Ela está ciente do que está acontecendo. – Peguei as chaves da Ferrari do Justin e fomos até o carro. Coloquei meus óculos de sol para tenta esconder os olhos inchados, mas nem isso adiantava. Pois é, nem isso.

- Eu só quero que ele acorde... – Falei com vontade de chorar e saímos da garagem. Recebi várias mensagens logo cedo do pessoal da empresa, da Jade, do Jeremy, da Shawnteal... Foi como se todos que o conhecem já estivessem sabendo. Eu não queria isso. Não queria mesmo.

- Você comeu alguma coisa? - Falou olhando-me e balancei a cabeça.

- Algumas rosquinhas...

- Passe tomar um cappuccino então. Você não pode ficar de estômago vazio por tanto tempo.

- Eu não quero... Estou um pouco enjoada.

- Vamos, Mel... É para o seu bem. – Ela sempre se preocupava muito comigo.

Parei no Starbucks mais próximo e pedi dois cappuccinos. A Anna tomou o dela na hora, já eu, só quando estávamos entrando no estacionamento. Parei no mesmo lugar de ontem e haviam vários carros ao redor.

Desci com as chaves nas mãos e coloquei-a no bolso, logo meu celular no outro. Não estava com a minha bolsa nem nada. Apenas a mochila do Justin. Fomos até a recepção e dei meu nome para a atendente. Ela deu dois crachás para nós e fomos até o terceiro andar. Anna pelo menos saberia como me tranquilizar um pouco aqui... Eu acho...

- Não se esqueça de que o Justin está no hospital há mais de 12 horas... – Falou baixo para que eu não surtasse com o doutor e assenti. – Você precisa ter calma.

- Eu estou nervosa. – Falei olhando para ela e sentei-me na sala de espera. Anna ficou parada na porta e, segundos depois, a vi conversando com uma enfermeira. Não a conhecia.

- Mel. – falou baixo e olhei-a, que fez um sinal para que eu fosse até lá. – Ela está responsável pelo Justin. – Mostrou-me a enfermeira. Era jovem. Bonita.

- Como ele está? - Falei esperançosa, mais uma vez. Estava com medo de quebrar a cara.

- Ele ainda está desacordado, mas já fez todos os exames possíveis. O doutor disse que ele está para acordar ainda hoje e, assim que acontecer, fará um exame final com ele e poderá te dar o diagnóstico completo.

- Então.... então eu ainda não posso vê-lo? Nem de longe? Por que ele não acorda? É por conta dos medicamentos?

- Infelizmente, não. O estado dele continua muito grave. E, sim, é por conta disso... Na verdade, ele teve que tomar muitos remédios na veia por conta das dores que sentiria quando acordasse, mas também houve um problema com as lesões. Estamos fazendo o possível para evitar que ele sofra ao acordar.

- Ele já reagiu aos medicamentos?

- Sim. – Estava um pouco menos angustiada. – Mas ainda não há uma melhora no quadro geral... Mas vocês podem ficar mais calmas porque ele está sob cuidados a todo instante. Assim que possível, eu libero vocês para vê-lo.

- Obrigada. – Respondo educada e encosto com a cabeça na parede. – E agora?

- Você quer esperar, não quer? Vamos ficar aqui então... Sairemos apenas para almoçar, então estaremos de volta.

- É... – Concordei firme e meu celular tocou. Era a Jade. Não queria falar com ninguém agora, mesmo que ela estivesse preocupada comigo. Segundos depois, Jeremy me ligou. Atendi, claro.

 

- Jeremy...

- Como o Justin está? Ele acordou?

- Ainda não, mas reagiu aos medicamentos, segundo a enfermeira. Ele pode acordar a qualquer momento.

- Eu estou pegando um voo para Moscou em meia hora, ok¿ Eu vou ficar no hospital com vocês.

- Como você quiser... Virá sozinho? Se quiser pode deixar a Jazmyn e o Jaxon em casa.

- Estou apenas levando o Jaxon, mas é para ele distrair a Vallery e o Brandon. Imaginei que você precisaria.

- Sim, demais. Está sendo difícil esconder deles.

- Eu imagino. Enfim, amanhã cedo já estou na cidade e ficarei num hotel por perto.

- Não precisa de hotel, fique em casa.

- Depois resolvemos isso... Se souber de mais alguma coisa, me avise.

- Pode deixar.  Boa viagem.

 

Desliguei. Fico contente que ele esteja vindo para cá, assim, do nada. O Jeremy se importa muito com o Justin, muito mesmo. Diferente do meu pai, que apesar de tê-lo criado, não é tão próximo assim dele quanto é de mim. Digo, nem tanto assim. Enfim... pelo menos a presença dele aqui me ajudará a ficar menos nervosa a cada segundo. O Jaxon irá distrair meus filhos e isso já é o suficiente para o fim de semana.

- Ele está vindo para cá com o Jaxon.

- Ai que bom... assim você poderá ficar mais tranquila.

- Nem pensar. Eu continuo nervosa. Eu preciso que o Justin acorde logo. E se ele piorar? Como será que ele está? Você tem ideia de que ele está internado há 16 horas desacordado???? - falo desesperada e ela assenti como se não quisesse que eu ficasse ainda mais nervosa.

Ficamos em silêncio por um ou dois minutos, até que a enfermeira bonita veio até nós e fez um sinal para que a seguíssemos.

- Ele acaba de acordar, bem levemente... Olhou ao redor e parece um pouco perdido, o que é normal, já que ele chegou aqui desacordado. – Não conseguia conter meu desespero e minha felicidade. Mesmo sem saber qual era a situação dele, eu já tinha duas certezas: ele está vivo e acordado, com os olhos abertos, pensando.

- Eu posso vê-lo? Você falou com ele? O que ele disse?

- Ele perguntou aonde estava e eu achei melhor chamar o médico, agora eles estão no quarto... Você ainda não pode entrar porque ele está internado e com alguns problemas, ligado nos aparelhos... – mas então ele está falando normal, certo? Ele está melhor? Como ele está? Ele reclamou de dor? Porque ele é realmente um reclamão. Eu sentia vontade de dizer todas essas coisas a ela, mas a Anna franziu o cenho como se eu devesse segurar minha língua.

- Tudo bem... Se possível, leve a Mellanie para vê-lo, nem que seja por dois minutos. Ela está aqui desde ontem.

- Farei o possível. Chamo vocês em alguns minutos. – Assenti com um sorriso preocupante no rosto e abracei a Anna.

- Graças a Deus ele acordou. – Continuei abraçada com ela e logo nos afastamos.

- Agora você pode ficar mais tranquila. Avise o Jeremy. – Peguei meu celular e mandei uma mensagem apenas para ele:

 

“Justin acaba de acordar e parece ter melhorado. Ainda não o vi” – Mellanie.

 

“GRAÇAS A DEUS” – Jeremy.

 

Ele deve estar embarcando agora. Respondeu de imediato. Eu estava inquieta. Não conseguia ficar sentada. Eu andava de um lado para o outro aguardando ser chamada pela enfermeira jovem. Se eu bem conheço o Justin, ele deve estar louco para sair desse hospital.

 - Mellanie Rose Schnaider... – Corri até a porta e era a enfermeira. – Ele estava com muita dor na região da cabeça e precisou ser medicado novamente. Ele deve tirar um cochilo de 15 minutos e, assim que despertar e apresentar uma melhora, você poderá vê-lo. Ainda não posso concluir o estado dele para você, apenas o doutor.

 

Justin P.O.V

Acordei  pela segunda vez sem saber se estava realmente acordado. Talvez não estivesse acordado, mas sim sonhando... Era tudo tão bizarro. Não conseguia enxergar nada nitidamente. Primeiro aquela enfermeira gata, logo um doutor... e agora ela... Olhei para a primeira coisa que estava em minha frente e era uma mulher. Ela era linda, muito gostosa. Não fazia ideia de onde estava e por que estava aqui, deitado, com aparelhos por todo o corpo, o braço esquerdo engessado. Não sentia dores, não me mexia. Era como se estivesse preso. Meu cérebro não conseguia comandar meus próprios movimentos e estava sendo desesperador. A mulher tinha os olhos cor de mel e parecia preocupada comigo. Falava se aproximando como se nos conhecêssemos.

- Finalmente você acordou, senhor Bieber.

 

SPOILER

 – Anna. – Abriu a porta e chamei-a. Ela entrou e Justin sorriu. Eu queria morrer.

- Anna, quanto tempo! – Disse contente. – Como você soube que eu estou aqui? Pensei que ainda estivesse na Rússia com o meu pai.

- Justin... – Ela estava quase chorando... – Nós estamos na Rússia.


Notas Finais


Eu fiz o possível para que esse cap ficasse bem detalhado, gosto de expressar bastante os sentimentos, seja de felicidade ou tristeza.
Sim... vai acontecer isso mesmo que vocês estão pensando, mas não completamente, nem do jeito que geralmente é. Eu gosto de complicar um pouco as coisas.
Prometo não demorar pra postar o próximo capítulo.


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