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História Behind The Secrets - third season - Thinking Out Loud


Escrita por: featollg

Capítulo 13 - Thinking Out Loud


- O processo é o seguinte: nós precisamos tratá-lo como se nada tivesse acontecido. Vocês continuarão a fazer o prato preferido dele, eu vou continuar a conversar com ele como se nada tivesse acontecido, vocês tirarão dúvidas sobre os cachorros, os horários dele, como ele está se sentindo, se quer alguma coisa. Nós precisamos continuar agindo igual antes. Ele vai ficar confuso? Vai é muito, mas é preciso. Ele tem que começar e pensar no ambiente que está. O bom é que ele sabe muito bem quem é você, Anna, então ele não está completamente perdido. Ele sabe que você está aqui e isso já é um bom começo. Ele vai sentir muita dor de cabeça quando começar e pensar mais sobre isso, porque ele realmente não se lembra de nada. Nada. 

- Mas há chances de tudo voltar a ser como era antes? - Lauren falou entretida na conversa e Anna parecia mais conformada do que eu com a situação.

- É muito difícil...

- Hoje eu conversei com o doutor Luis e ele me disse que o Justin precisa fazer uma bateria de exames por semana. Ele acha que a amnésia parcial aconteceu por problemas emocionais e traumas de infância, porque a batida que ele teve na cabeça quase o deixou em coma, mas não afetou sua memória. Tanto é que o doutor não cogitava essa ideia. Foi de repente. - Ok, eu não sabia de nada disso. Pisquei diversas vezes e tentei não demonstrar minha surpresa.

- Mas então isso muda alguma coisa?

- Sim. Eu não entendo dessas coisas, mas sei que a amnésia parcial causada pelo emocional é menos difícil de ser recuperada. Porque, por ser emocional, ele pode se lembrar.

- Mas a neurologista disse que ele não vai reconhecer a si mesmo nas fotos nem nada.

- Mas isso é no começo. Ele ainda nem recebeu alta e já está há oito dias no hospital. - É verdade. Sorri um pouco esperançosa e mal poderia esperar para que ele voltasse.

- Ele deve receber alta ainda hoje... - Falei empolgada. - Eu acho melhor ir no hospital agora.

- Mel... Fique aqui. Caso ele receba alta, você será avisada. - Anna falou pronta para se levantar. - Eu vou tomar um banho e depois dou o jantar para os dois.

- Não precisa... A Lauren estava terminando de prepará-lo e eu darei a eles. Depois irei ao hospital. Você precisa descansar... Passou tempo demais naquele lugar. - Falei para ela e coloquei o celular na mesa. Comecei a responder todas as mensagens: o Ryan, a Shantweal, o Bryan, meu pai, o Jeremy, uns tios do Justin, minha mãe, a Alice, a Jade, a Diana e mais algumas pessoas da empresa. A verdade é que eu não usava meu celular desde cedo. Não estava com cabeça. Só agora resolvi contar exatamente tudo a todos. Claro, não detalhei. Apenas contei que ele sofre um acidente de moto e o Jeremy foi embora daqui ontem. Pelo menos o Jaxon conseguiu se divertir um pouco num país diferente.

- Tudo bem. - Anna respondeu após tomar um copo d'água e avistei meus filhos sentados no sofá, assistindo desenho. - Eu vou dar uma geral na casa então... eu não gosto de ficar sem fazer nada. - ri.

- Como você quiser... Mas, após o jantar, vocês estão liberadas.

- Obrigada. - Lauren respondeu. - Eu vou passar a noite aqui... Caso o Justin seja liberado.

- Outra coisa: eu não quero que vocês comentem com ninguém da empresa o que está acontecendo. Eles já visitaram o Justin no hospital e estão sabendo do estado dele. Eu acredito que ele ficará um tempo distante da empresa e eu volto na segunda-feira. - As duas assentiram. - É só isso... Sobre o nosso casamento, quem perguntar, digam que não sabem de nada.

- Ok. - Responderam juntas e fui até a sala. Lauren terminou de colocar a mesa e dei o jantar aos dois. Logo comi um pouco também e subi para ajudar a Lauren com as roupas que deveriam ser guardadas em seus devidos lugares.

Ela foi passando as roupas e eu guardei todas as do Justin, algumas minhas e a maioria das crianças. Dei um banho na Vallery e logo no Brandon. Vesti-os com um pijama de calor e eles já estavam com sono.

- Eles estão brincando no quarto... Eu já vou ao hospital. - Anna assentiu. - Qualquer coisa você me liga.

- Ok. Eu vou ficar lá com eles. - Entrou no quarto e desci as escadas. Peguei minha bolsa e coloquei meu celular dentro.

Assim que entrei no meu carro, me toquei que a Anna deveria vir comigo. Caso o Justin seja liberado agora, não irá querer ir embora só comigo. Ele não sente confiança.

Cheguei no hospital e estacionei em uma das últimas fileiras. Estava lotado. Entrei determinada e passei direto para o quarto do Justin. Coloquei o crachá de acompanhante e encontrei com a enfermeira que cuidava dele do lado de fora do quarto.

- O paciente Justin Drew Bieber acaba de receber alta. Ligamos para a sua casa agora mesmo, Mellanie. - Falou sorridente. - Ele já está bem melhor e foi medicado mais uma vez.

- Isso é sério? Meu Deus, nem acredito! Eu posso falar com o doutor? - Ela assentiu e entramos no quarto. Justin estava vestindo a regata azul, o cabelo arrumado e o braço ainda engessado, assim como o tornozelo direito.

- Boa noite... - Falei sorridente. Não conseguia conter minha felicidade ao vê-lo melhor do que antes.

- Eu não vou embora com essa perseguidora. - Falou apontando para mim e o doutor olhou-me sem resposta.

- Bem... Eu vou passar os remédios dele a você, Mellanie. Ele precisa tomar uma vez ao dia um remédio para as dores que ainda sente e precisa tomar cuidado com o braço, porque, se ele forçar, mesmo que engessado, piora. Ele só irá tirar o gesso daqui três semanas. Já o do tornozelo, na semana que vem ele já virá aqui para tirar. Não foi algo tão grave quanto do braço. - Nossa, só duas semanas engessado no tornozelo? Isso é possível? - Mas o que importa é que ele está bem e mais conformado com a situação. Peço que converse bastante com ele sobre tudo e, qualquer dúvida, pode me ligar. - Assenti e aproximei-me dele, peguei a receita com o nome dos remédios. - A Doutora Stella me contou que vocês irão começar um tratamento. - falou baixo e concordei.

- Sim... Foi muito bom conversar com ela. Eu já até estou com esperanças.

- Vai dar tudo certo. Mas, bem, agora você está liberado, senhor Bieber... - Cumprimentou-o, que ficou de pé e pegou a muleta para conseguir andar por conta do tornozelo engessado.

- Eu te ajudo. - Eu me segurei para não chamá-lo de amor. Ele já está me rejeitando apenas no hospital... não quero piorar as coisas antes mesmo de chegarmos em casa.

- Eu me viro. - Respondeu grosseiro e suspirei. Peguei a mochila dele que estava na poltrona, com algumas trocas de roupa e tentei ajudá-lo mesmo assim. Ofereci meu ombro. - Por que eu tenho que ir embora com você? Eu não sei para onde vou. Eu quero que o meu pai venha me buscar.

- Para com isso... Eu só vou te levar para casa.

- Que casa? - Olhou-me e ficamos próximos. Senti um embrulho no estômago e atravessamos o corredor. Voltei a olhar para frente. Agora não, Mellanie.

- Sua casa aqui em Moscou. - Falei ainda com o braço direito em suas costas, com a mão em sua costela do lado direito e ele apoiou com o braço esquerdo no meu ombro, usando a muleta com o outro.

- Eu não moro aqui.

- Olha... Eu sei que tudo isso não está sendo fácil para você, mas podemos conversar sobre isso assim que chegarmos em casa? Eu realmente tenho muito a te dizer e deixo você reclamar o quanto quiser. - Ele estranhou o quanto eu sabia como lidar com ele. Justin assentiu sério e assinei um papel antes de deixarmos o hospital. Fomos andando pelo estacionamento e ele parecia deslocado, perdido.

- Eu realmente não quero ir embora com alguém que eu não conheço. Eu mal sei onde estou. Há anos não vinha a Moscou.

- Você vai se localizar... - Falei olhando para ele e chegamos até meu carro. Ele ficou analisando o mesmo por alguns segundos e abri a porta da frente.

- Essa Range Rover é sua? - Assenti e ele sentou no banco do passageiro, ajeitando a muleta ao seu lado. Soltei-o com dor no coração. Coloquei a mochila dele no banco de trás e entrei no lugar da motorista.

- É. - Liguei o carro e ele ficou um pouco desconfortável. - Você pode ficar à vontade.

- Eu não sei quem é você. Eu não faço ideia. Eu não deveria estar no seu carro. - Respirei fundo.

- O doutor conversou com você sobre seu estado?

- Sim. Ele me disse que... eu não lembro o que ele disse.

- Ele não falou nada sobre você estar confuso? - Justin coçou a cabeça com a mão direita e encostou a mesma no encosto. Olhou para o teto do carro.

- Isso não é da sua conta.

- Eu só estou tentando te ajudar. - Falei calma e paramos no sinal vermelho.

- Ele disse que eu estou com um tipo de amnésia. É como se eu me lembrasse apenas do que aconteceu até uma data de 2013. É tudo tão confuso. Eu não sei muito bem como lidar.

- É sobre isso que eu quero conversar com você.

- E o que você pode fazer para me ajudar? O médico disse que é um caso complicado... Isso só me deixou ainda mais confuso, porque eu conversei com a Anna e ela me falou tantas coisas.

- Então... eu acho que... por você ter ficado no hospital por oito dias, você teve tempo o suficiente para se acalmar sobre o seu estado. - Ele estava pronto para responder. Até puxou a respiração. - Eu sei, eu sei que não é fácil. Mas você vai ter que me ouvir quando chegarmos em casa.

- Por que eu teria que ouvir se você não pode fazer nada a respeito? - Olhou-me sério, sem importância alguma e tirou o celular do bolso.

- Você já parou para olhar as fotos do seu celular? - Ele negou com a cabeça como se não se importasse.

- O que você tem com isso? Até as minhas fotos você quer vigiar?

- Não. Eu só quero que você olhe suas fotos, as mais antigas. - Ele olhou para a tela do celular e era como se não quisesse dar o braço a torcer para olhar as fotos agora. - Não vai olhar? - Falo olhando para ele e entramos no condomínio.

- Não. - respondeu sem conversa e começou a olhar ao redor. - Nós estamos no condomínio da minha casa de infância... Como você sabe chegar aqui?

 - Nós moramos aqui. - Respondi e ele bufou como se tivesse levado na brincadeira.

- Você é louca ou o quê? Ninguém mora nessa casa há anos. Nem mesmo meu pai. - Estacionei na garagem e a Ferrari dele estava ao lado, seguida pelas duas motos. A que ele bateu no acidente já estava consertada e parecia nova. - Como você sabe que eu moro aqui? - Desci do carro e respirei fundo. Agora viria a pior parte. Ele iria rejeitar tudo. É tão difícil.

Peguei a mochila dele e Justin tentou descer do carro sozinho, mas não poderia apoiar com o pé direito no chão. Ajudei-o sem rebater ao que ele disse, que desceu do carro bravo e bateu a porta com força, demonstrando sua impaciência.

Abri a porta e ele continuou apoiado em mim. Suspirei pronta para o pior e a porta foi aberta.

- Essa não é minha casa. - Falou em tom moderado e joguei sua mochila no maior sofá. Soltei-o, que apoiou-se mais uma vez na muleta e logo na parede ao lado da porta. Ele olhava ao redor com dissabor, como se não quisesse estar aqui.

Anna logo apareceu na bancada da cozinha e não disse nada. Ele não a viu. Justin olhava todos os cantos com agilidade como se estivesse preto entre quatro paredes.

- Eu não moro aqui. Essa não é a casa em que eu morei por anos. Está tudo diferente. Você invadiu minha casa ou o quê? Quem é você? Não tem ninguém aqui? - Falava bravo. Bateu com a muleta no chão e eu não queria que ele acordasse nossos filhos.

Eu precisava ter calma. Não poderia brigar com ele logo agora. Ele precisa de apoio. Anna me olhava como se não quisesse se intrometer agora. Entendi seus motivos. Eu tinha que me virar com ele.

- Você mora aqui sim, eu também moro aqui. - Falei com toda calma do mundo e parei na frente dele. - Pode andar pela casa se quiser... Você vai ver que é a mesma de sempre.

- Está tudo enfeitado e cheio de coisas de mulher. Eu não moro aqui. Tem alguma coisa errada. - Ele segurou a cabeça com a mão direita e perdeu o apoio do corpo. Segurei-o dando a volta com meu braço esquerdo em suas costas e apertei sua costela. Senti seu corpo quente. Era tão bom. Eu sentia falta dele.

- Você mora aqui... Nós moramos aqui.

- QUE CARALHO. TODA HORA VOCÊ FALA NÓS, NÓS AQUI, NÓS LÁ. EU NEM SEI QUEM É VOCÊ. NÃO ADIANTA VOCÊ FALAR COMIGO COMO E FÔSSEMOS AMIGOS. EU NÃO TENHO AMIGAS MULHERES. EU NÃO SOU ASSIM. VOCÊ NÃO ME CONHECE.

- EU SOU SUA NOIVA. - Gritei de volta e ele estava super irritado. Extravasei de vez. - EU TE CONHEÇO MUITO MAIS DO QUE VOCÊ IMAGINA. AGORA OLHA A PORRA DAS FOTOS DO SEU CELULAR ANTES QUE EU ESFREGUE NA SUA CARA. - Gritei mais uma vez e eu estava brava. Fiquei decepcionada com a rejeição dele e não consegui me conter.

- NOIVA O CARALHO. EU NÃO TENHO NOIVA. SERÁ QUE VOCÊ NÃO ENTENDE? EU POSSO ESTAR CONFUSO, MAS EU TENHO CERTEZA ABSOLUTA DE QUE EU NUNCA TIVE NOIVA NA VIDA. NUNCA. Isso é loucura. Eu não gosto dessas coisas. É desnecessário. Eu vou embora daqui. Essa não é a minha casa. - Ele estava mais perdido do que nunca. Andou todo torto até a porta e não o segurei. Deixei ocm que ele fosse. As palavras que saíam da boca dele só me machucaram. Estava quase chorando. Ele saiu para fora e a Anna veio até mim. Passou a mão em meu ombro como consolo e foi até a porta.

- Eu vou falar com ele, calma. Não grite muito. - Eu só espero que a Vallery e o Brandon não tenham acordado com essa gritaria. - A Lauren está no quarto com eles. - Assenti e sentei-me na poltrona. Eu me sentia tão deslocada quanto ele. A maneira como ele está me tratando e rejeitando tudo é pior do que eu imaginei. Muito pior.

Fechei os olhos e comecei a chorar. Eu já não estava mais tão confiante quanto antes. Ele nunca vai se lembrar de mim. Nunca mais ficaremos juntos e eu nunca mais o farei me amar como antes. Isso só acontece uma vez. Ele simplesmente não liga para o que eu penso dele. Ele sequer se deu o trabalho de olhar as fotos que temos juntos no celular. Ele tem fotos com a Vallery e o Brandon. Eu só quero tentar ajudá-lo, mesmo que seja aos poucos. Ele vai precisar de ajuda até para tomar banho.

 

Justin P.O.V

- EU NÃO SEI QUEM É ELA. - gritei completamente perdido e ela tentou me acalmar com seu jeito de sempre. Colocou as mãos em meus ombros e eu não sabia o que fazer. Tudo é tão estranho. Essa casa está tão diferente. Não é a casa em que eu morei por anos. Essa mulher que me trouxe até aqui eu nunca tinha visto na vida. Ela me persegue desde o primeiro dia do hospital e eu simplesmente não entendo. - Eu não sei o que está acontecendo... ela não é minha noiva. Ela não é nada na minha vida. - Sentei-me nos degraus ao lado da garagem. - Eu quero ir embora. Eu quero ver o meu pai. Eu quero sumir daqui. Por que eu não morri?

- Justin... você está com uma doença complicada. Amnésia parcial é difícil de lidar e você não aceita. - Falou sentada ao meu lado. - Eu entendo que você não queira ouvir o que ela tem a te dizer, mas a Mellanie se importa demais com você e está fazendo de tudo para te ajudar. Ela te ama demais.

- Ela mal me conhece. Eu não sei quem é ela, Anna. Que droga. Ela não para de me fazer perguntas e tenta se aproximar. Tudo bem que ela é linda, demais até, mas... eu não gosto dessas coisas. Eu não gosto de nada disso. - Eu não queria dizer a ela que eu já devo ter transado com essa mulher há um tempo. Porque só isso pode tê-la feito querer vir atrás de mim... Não tem cabimento termos qualquer envolvimento. Não mesmo.

- Ela quer te ajudar, assim como eu. Você não faz ideia do que ela está sentindo. Ela está sofrendo porque você está sendo grosseiro.

- Eu sou assim. Ela não tem que ficar atrás de mim. Eu não tenho nada com ela nem ninguém. Eu deveria estar em São Francisco. Minha vida não é essa. Eu não sou assim. Eu quero tirar essa merda desse gesso para poder voltar a trabalhar e sair todas as noites. - Eu precisava conversar com o meu pai ou o Ryan. Eu quero um amigo. Pode ser o Nolan, ele sempre esteve ao meu lado. Algum deles precisa me entender.

- Tudo bem... Eu sei disso, mas você precisa ouvi-la nem que seja só hoje. Eu prometo te ajudar daqui pra frente, mas você precisa conversar com a Mellanie antes. Tome um banho para relaxar... Ela vai te ajudar.

- Você quer que ela me ajude a tomar banho? Eu não a conheço.

- Você também não conhecia a enfermeira e ela te ajudou a tomar banho. Poxa, Justin. Você precisa colaborar. - Não que eu tenha dado razão a ela, não dei, mas...

 

Mellanie P.O.V

- Mel... - Ouvi a voz da Anna e não reagi. Eu estava péssima. - Justin... Venha. - Ele batia com a muleta no chão e parou ao meu lado, no outro sofá.

- Eu vou tomar um banho e já desço para falar com você. - Falou como se tivesse sido obrigado a ser gentil e não respondi.

- O seu quarto é a terceira porta. - Anna o ajudou a subir as escadas e continuei sentada. Eu não sabia o que fazer. Tenho tanto a dizer a ele, que não sei por onde e como começar. Tomei um copo d'água e subi as escadas pisando fraco no chão. Entrei no quarto dos meus filhos e a Lauren estava de pé, andando de um lado para o outro.

- Ele se acalmou?

- Um pouco... Vamos tentar conversar. Eles não acordaram com a gritaria? - Falei ao ir até as camas e dei um beijo em cada um deles.

- A Vallery acordou por um instante, mas já dormiu de novo...

- Ok. Pode ir dormir, Lauren. Obrigada.

- Boa noite, Mellanie. - Saiu do quarto e continuei olhando para eles. Era como se eu ouvisse a voz do Justin conversando com nós três. Nunca pensei que passaria por uma dificuldade dessas com ele. Passei alguns minutos com eles no quarto e decidi voltar para o meu. Eu teria que começar a dormir em um dos quartos de hóspedes. Justin está numa situação complicada e precisa dormir sozinho. Ele não quer pensar que está namorando alguém ou até mesmo noivo.

Abri a porta do nosso quarto devagar e ele estava parado na porta do banheiro, só com a bermuda preta. Ainda não tinha tomado banho.

- Se quiser eu te ajudo a tomar banho... É complicado você se virar com esses gessos. - Ele não respondeu. Não queria dar o braço a torcer. - A não ser que você queira dormir sem tomar banho. - Justin bufou e passei por ele. Liguei a luz do banheiro e logo o chuveiro. Saí do quarto e corri até a cozinha. Peguei dois sacos plásticos para que os gessos não fossem molhados.

Subi novamente as escadas e fui até o quarto. Ele continuava parado, seu celular estava em sua mão e ele olhava algumas mensagens, aparentemente, perdido. Ele estendeu o braço esquerdo e prendi o saco. Fiz o mesmo com seu tornozelo e ajudei-o a tirar a bermuda. Ok, seria difícil ajudá-lo como uma estranha.

Deixei-o completamente nu, que andou mancando até o chuveiro e entrou no boxe. Colocou a cabeça debaixo d'água e seu celular tinha ficado na pia. Seu plano de fundo era uma foto dele com a Vallery. Como ele não comentou nada comigo? Quase entrei no boxe com ele e Justin começou a lavar o cabelo com uma mão só. Com as unhas, ajudei-o a esfregar o shampoo e ele olhava ao redor um pouco deslocado, pra variar. Observava cada detalhe do banheiro.

Passei o condicionador em seu cabelo e logo peguei o sabonete. Ele não dizia nada, mas não parava de me olhar de relance. Eu já estava um pouco molhada. Minha blusa estava com incontáveis gotas d'água.

Terminei de ajudá-lo no banho, que desligou o chuveiro e passei a toalha em seu braço esquerdo. Ele não tem muita coordenação com o direito.

- Eu me viro. - Falou sério e puxou a toalha. Respirei fundo para não respondê-lo. Ele terminou de se secar e aproveitei para entrar no banho. Ele saiu do mesmo e tranquei a porta. Tomei um banho super rápido para que ele não dormisse logo e passei meu hidratante corporal. Abri a porta e ele estava sentado na cama apenas de cueca.

Ele me olhou por alguns segundos e voltou a olhar todo o quarto.

- Esse quarto não é meu. - Falou para mim e entrei no meu closet. Coloquei uma lingerie branca e logo uma camisola rosa claro. Penteei o cabelo e calcei meus chinelos. Saí de lá e sentei-me na beira da cama. Justin estava olhando para o nada. - Nada do que tem aqui é meu.

- Tudo o que tem aqui é seu e meu.

- Para de ficar falando as coisas como se fôssemos um só. Eu não consigo entender. Eu realmente não me lembro de você. Se nós transamos alguma vez, desculpa, mas eu não lembro. Se foi na noite do acidente, eu também não me lembro. - Ele olhou em meus olhos e desviou o olhar. Eu queria muito beijá-lo. Sentir seu cheiro era tão bom. Ele deu os ombros. - Eu estou perdido. Essa não é a minha vida.

- Nós nos conhecemos em agosto de 2013... Estamos juntos desde então. Temos uma história complexa e longa... Um dia eu te conto. Eu só quero te ajudar e você precisa entender isso. Mesmo que você não me reconheça, eu vou continuar querendo te ajudar. - Ele assentiu feito criança e coçou a nuca.

- Eu não consigo me lembrar de nada. - Falou derrotado e fiquei chateada. Acariciei seu rosto com a mão esquerda e passei o polegar em seu maxilar. Fui me aproximando. Ele não reagiu. Não me evitou. Apenas me olhava estranhamente. Dei um beijo em seu rosto e ele não disse nada. - Eu não me lembro de você. - Tentei ignorar o que ele disse, porque ouvir aquilo me machucava profundamente. Pensei em falar a ele sobre nossos filhos, mais uma vez, mas pensei melhor e podemos deixar o assunto principal para amanhã, quando eles estiverem acordados. Tentei beijá-lo pouco esperançosa sobre se ele aceitaria.

Ele demorou alguns segundos, mas logo cedeu e segurou minha nuca com a mão direita, apertou-a.. Por um momento, senti como se nada tivesse acontecido. Era como se continuássemos felizes e apaixonados. Pelo menos eu estava. Continuamos nos beijando e eu movia minha cabeça para ambos os lados. Fui parando o beijo com selinhos e ele abriu os olhos estranhando a situação. É claro que ele, Justin de 2013, não iria assumir o que sentiu. Dei mais um selinho nele.

- Por que você fez isso? - Falou olhando minha boca sem piscar e suspirei. Estava mais leve.

- Você não sentiu nada? - Ele negou com a cabeça. - Não é possível...

- Não... - Falou com o olhar desviado. - Nada demais. Eu só, só gostei. - Afastou-se. - Você é gostosa, moça. - MOÇA???? Nem para me chamar pelo nome?

- Eu sei que você sentiu alguma coisa.

- Você beija bem, é óbvio que eu gostei... É... viciante. - Sorri para ele. - Isso é estranho. - Ele toca a cabeça mais uma vez e parece sentir dor. - Isso significa que eu já transei com você? - Ri e não respondi. - É estranho sentir isso.

- Isso o quê?

- Não sei o que é... Caramba, você é um pouco louca. Primeiro você me persegue, depois você diz que nós moramos juntos e agora você me beija. - Ele falou como quem não queria conversar muito e dei os ombros. - O que mais? Eu achei que você tinha algo a me dizer.

- Eu tenho, e muito... mas isso depende da sua paciência.

- Se for pra ficar falando merda sobre coisas que eu não lembro, não adianta.

 

SPOILER

- Quem é esse idiota que estava aqui?

- Um amigo meu... Por que a pergunta?

- Eu vi você beijando ele.

- E?

- E isso não pode acontecer... você mesma me disse que temos alguma coisa. Isso não pode acontecer.

- E você se importa?

- Óbvio que não.


Notas Finais


Olha... agora vocês verão como a Mellanie vai tentar reconquistar o Justin, porque eu acho difícil ele se lembrar de tudo. Tem o casamento, a história dos pais deles e tudo mais... Como ele esqueceu de tudo, pode ser que a Mellanie comece a dar ainda mais valor a ele. Quem sabe, né? Tava na hora já dela perceber que poderia perdê-lo como noivo se não desse amor e valor o suficiente.
Quero que vocês continuem comentando/criticando cada capítulo, por favor!!! Agradeço aos elogios e vocês são demais.
Tem muita coisa pra acontecer nessa temporada, beijoss


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