1. Spirit Fanfics >
  2. Behind The Secrets - third season >
  3. All good

História Behind The Secrets - third season - All good


Escrita por: featollg

Capítulo 15 - All good


- É. - Sorri. - O Greg beija muito bem.

- Legal. - Respondeu indiferente. Será que ele não gostou? Tudo bem que ele deve ter ficado, no mínimo, incomodado... mas eu não sei... não acho que tenha sido motivo o suficiente para que ele pensasse sobre isso. Que droga. Eu me precipitei demais, à toa.

Pensei em marcar uma nova consulta com a neurologista ainda no começo de abril. Eu preciso que ela converse com o Justin e tente mudar a maneira dele reagir aos acontecimentos. Mas antes... fui lavar a boca no lavabo. Estava com nojo. Detesto o Gregório. Só de pensar que não afetou os sentimentos do Justin ao me ver beijando-o é pior ainda.

Acabei me conformando com a atitude deplorável que tomei para chamar a atenção dele e voltei para a empresa. Saí de lá por volta das 16h30 e passei em casa... sabe, só para saber como o Justin estava. Se ele estava lá

Entrei com as chaves nas mãos e a bolsa pendurada no antebraço direito.

- Lauren?

- Oi, Mel. - Respondeu ao entrar na sala pela porta de vidro e estava com as roupas - que deve ter tirado do varal - nos ombros. - Precisa de algo?

- Não, obrigada. O Justin está?

- Sim. Ele deu uma saída mas voltou agora pouco.

- Você sabe onde ele foi?

- Disse que daria uma volta na cidade, mas só falou com a Anna... Ele não fala comigo.

- Entendo como é. Obrigada. - Subo as escadas com os passos acelerados e paro no corredor. Lauren entra no quarto das crianças. Eu iria avisar o Justin que estava indo buscar nossos filhos no colégio, mas não sei se ele se importaria. Eu preciso entrar no assunto dos dois com ele o quanto antes.

- Eu vou buscá-los no colégio. – Falo ao passar pelo corredor e ele me olha com indiferença. Estava fuçando o próprio macbook na escrivaninha do nosso quarto. Não usava camisa, só uma bermuda preta e um boné vermelho.

- Eles quem? - responde ainda de costas para mim.

- Nossos filhos.

- Eu não tenho filhos. – Ele responde desinteressado e suspiro. Ainda bem que eles não ouviram isso.

- Você precisa tentar se lembrar de pelo menos alguma coisa. Nós temos dois filhos sim, caramba. - Entro no quarto e jogo minha bolsa na cama, junto com as chaves. Ele, finalmente, vira a cadeira de frente para mim e desvia o olhar.

- Nós quem? Eu não tenho nem 20 anos ainda. Nunca engravidei nenhuma garota. Você deve estar me confundindo com outro cara, não é possível. Porra, nós já conversamos ontem e hoje, eu não tenho filhos. - Ele fala irritado, como se realmente estivesse com a razão. Respira, Mellanie. Não perca a cabeça.

- Venha aqui... - Peguei-o pela mão direita, que parecia não querer me seguir e fomos até o escritório dele, no último andar. Justin me segue como se estivesse sendo obrigado e paro em frente à bancada dele, logo começo a fechar o lado esquerdo da cortina. - Olhe essas fotos na sua mesa. - Eram três porta retratos. Uma foto era apenas de nós dois, quando estávamos no Hawai, ele ainda de lente.

- Esse cara não sou eu. A cor do cabelo e os olhos são escuros. Eu devo estar na casa errada... - Não respondi. Apontei para a segunda foto e era uma dele comigo e os dois filhos no colo. Ele sorria na foto e, na última, estamos sentados de costas na areia, abraçados. Sempre gostei muito dessa foto. Ele demorou alguns segundos para analisar a última, mas não reagiu, aparentemente. Deve ter pensado algo, claro.

- É você. Somos nós. - falo com a voz o mais suave possível, tentando atingi-lo.

- Eu não entendo... Eu não me lembro de nada. Eu nunca amei alguém a ponto de construir uma família. - ele continua olhando a foto. - Eu ainda tenho 19 anos. - olha para mim com desprezo, e eu, claro, com ternura.

- Você tem 23 anos, Justin. Eu sei que é difícil para você entender isso, mas tenta. Você tem 23 anos. Você mora aqui comigo e com os nossos filhos.

- Eu não tenho mulher nem filhos. - Ele fica nervoso, talvez um pouco aflito por não conseguir entender a si mesmo. - Eu quero voltar para casa. Você está me deixando louco com essas coisas que está dizendo. - Ele colocou a mão na cabeça e suspirei derrotada. Estendi os braços e toquei, com as mãos, em seus bíceps, logo tentando acalmá-lo. Ele me devolveu um olhar estranho. Agarrei-o mais uma vez e, óbvio, ele não negaria. Ele é homem. Ele sentia algo por mim mesmo sem saber a importância que eu tenho e já tive em sua vida. Dou um selinho nele e pauso o beijo, pronta para entrar fundo no assunto.

- Sua casa é aqui. Você sente algo por mim. Você sabe que sim.

- Eu não sinto nada. - Falou frio e ele mentia. Eu sabia que era mentira.

- Por que você não assume o que está sentindo? Eu quero te ajudar.

- Eu não preciso de ajuda. - Falou ignorante. - Eu não preciso de nada. Eu estou bem assim. Só preciso me recuperar para voltar a trabalhar. Meu pai nem deve estar sabendo o que aconteceu... - Mais essa: ele acha que seu pai é o meu pai.

- Você precisa muito mais de ajuda do que imagina. - Falo próxima a ele, que lambe os lábios. - eu vou te deixar em paz um pouco... Volto para conversarmos mais tarde. - Ele não respondeu. – Só pelo fato de você ter se incomodado quando eu beijei o Greg... – falei já no corredor. Ele já conversou com o pai e, claro, eu pedi para que ele tratasse o Justin como se nada tivesse acontecido... ainda não estou pronta para contar tudo isso a ele.

- Você disse que ele tinha te beijado. – rebateu. Não respondi. Desci as escadas apressada e passei pela sala à procura das minhas chaves. Droga, ficaram no quarto. Subi novamente as escadas e entrei no quarto. Ele estava sentado ao lado das minhas coisas, analisando o quarto. - Por que você beijou o Greg? - Dei os ombros ao enganchar a bolsa no antebraço e peguei minhas chaves. Olhei para ele e já estava saindo do quarto.

- Sei lá... Deu vontade. - Menti, óbvio. Justin arqueou as sobrancelhas sem entender minha resposta e desci as escadas. Talvez, o que eu disse possa ter piorado a situação, só talvez. Encontro com a Anna na sala e sorrio.

- Fique de olho nele, por favor. – Ela riu e assentiu. - Estou atrasada.

Saí de casa às pressas e fui o caminho todo pensando sobre a minha atitude ridícula de ter beijado o Greg. Eu nem gosto da presença dele, não gosto de conversar com ele... Por que eu fui beijar logo ele? Que merda. Da próxima vez, eu poderia, pelo menos, escolher melhor. Oh dedo podre para causar ciúmes.

Voltei com os dois do colégio por volta das 18h e eles correram atrás do Justin assim que chegaram. Eu estava com medo do que aconteceria a seguir. Não falei que ele deveria tratá-los como filhos, porque seria impossível que ele me desse ouvidos.

- PAPAI, PAPAI. - Vallery foi a primeira a gritar. Ela nem o viu, mas os dois perceberam que a Ferrari dele estava lá, intacta. Entrei com os olhos fechados em casa, por medo do que aconteceria. Justin estava todo arrumado, sentado no maior sofá, mexendo no celular. Vallery correu até ele todo sorridente e Justin devolveu um olhar desconhecido para os dois. Brandon estava empolgado.

- Mamãe, o papai voltou! O papai voltou. - Cutucou minha perna e sorri. Olho para o Justin com firmeza, que devolve um olhar perdido. "Seja legal". Silabo e ele suspira. "Como?", responde enquanto a Vallery espera um agrado.

- Ele voltou para ver vocês... - Falo ao me sentar próxima a ele. Justin estende os braços.

- É, eu voltei... Vocês... é... sentiram minha falta? - Ele fala na dúvida e me olha. Concordo com a cabeça. - Qual o nome deles? - sussurra.

- Vallery e Brandon. - Falo em voz alta.

- Eu senti muito a sua falta. - Vallery o abraça forte e Brandon entra no meio.

- Eu senti mais do que a Vally, papai. Você sumiu. - Justin sorriu com a fofura dos dois.

- Eu não sumi... Estou de volta. - Acaricia o cabelo do Brandon e dá um beijo na testa da Vallery. Ele estava se saindo bem, muito bem.

- Eu quero brincar com o papai... - Brandon tentou empurrar a Vallery e ela deu os ombros, briguenta.

- Eu quero ficar no seu colo, papai. - Pede com os braços esticados e, um pouco sem jeito, Justin tenta carregá-la com uma mão só.

- O papai ainda está bastante machucado, filha... Ele não pode ficar te carregando agora.

- É... Tudo bem, eu, eu consigo. - Responde sorridente.

- Por que você está com isso no pé? - Ela questiona toda fofa.

- Ele se machucou com a moto... Lembram que eu contei a vocês? - Os dois assentiram e eu olhava para eles tentando não transparecer meu desânimo. Justin estava tratando os dois com carinho, mas sem sentimento algum. Ele simplesmente não sabia quem eram aquelas crianças.

- Mas ele tá arranhado. - Vallery passou o dedo em volta e Justin assentiu.

- É... Mas eu já estou melhor. - Ele não sabia muito o que dizer. - Vocês sentiram minha falta?

- MUITO. - os dois gritaram e ele se aborreceu um pouco. Levantei-me e a Anna apareceu para contornar a situação.

- O lanche de vocês está pronto! - Falou ao bater com as mãos.

- EBA. - Brandon. - Vem, papai. - Justin não percebeu que o pai era ele. - Papai. - Chamou-o mais uma vez e Justin olhou na hora. - Vem com a gente.

- Eu já... já vou. - Respondeu ao coçar a nuca com a mão direita e acompanhei-os até o lavabo, que lavaram as mãos e não paravam de tagarelar comigo sobre o colégio.

- Eles... eles são fofos. - Falou com pose de durão e assenti.

- Eles são tudo na minha vida. - Respondo ao encostar na almofada e fecho os olhos. Eu estava triste, pra variar. Justin se levanta. - Para onde você vai?

- Isso não é da sua conta.

- É sim.

- Eu vou sair.

- Com quem?

- Não interessa. - foi grosseiro mais uma vez e parou de andar, ajeitando a muleta ao seu lado, tentando usá-la novamente de apoio.

- Você não pode sair assim.

- Quem é você para falar o que eu posso ou não fazer? - Resmungou e cruzei os braços. - Tá, você é minha "noiva". - fez aspas com os dois dedos livres da mão direita e zombou. - Me deixa.

- Justin...

 

Dei banho nos dois, jantar e assistimos dois filmes que eles pediram. Não consegui dormir... Já passa da meia-noite e o Justin ainda não voltou. Onde será que ele foi? Anna e Lauren também não dormiram aqui nesta noite.

Fiquei sentada no banco da copa enquanto tomava um chá de erva doce e mexia no meu celular. Conversei por horas com o Jeremy e o Ryan. Expliquei tudo a eles como aconteceu, como o Justin está e quais são meus planos para ajudá-lo com a memoria.

Não que eu tenha dito algo que pudesse solucionar esse problema terrível, mas com a ajuda deles pode melhorar.

Já passava da 1h da manhã e nada do Justin chegar... Quantos anos ele acha que tem para ficar saindo sem hora para voltar?

 

.  .  .

 

Acabei cochilando no sofá da sala e acordei com a presença do Justin em direção ao sofá ao lado. Ele mexia no cabelo e já estava sem camisa. Com a ajuda da muleta, sentou-se e ajeitou o braço engessado.

- Onde você estava?

- Não é da sua conta. - Estalou o pescoço e fechou os olhos.

- É sério, Justin. Você não pode ficar saindo o tempo todo. Além de iniciar um tratamento, você está todo engessado e machucado.

- Isso não significa que eu não posso transar. - deu os ombros e parecia querer dormir.

- Você não transou com ninguém.

- Transei. Você não sabe.

- Eu sei que não. Você está todo mahucado. Não dá.

- Em que mundo você vive, caramba? Mas é claro que dá. Eu não uso minha perna engessada para comer uma mulher. - Foi grosseiro e revirei os olhos. Não sou obrigada e ficar triste diante dessas coisas que ele fala sem pensar. - Comi duas.

- É mentira.

- Não é.

- Você não conhece ninguém daqui.

- E eu preciso conhecer? - Pareceu estranhar o que eu disse e tirou o celular do bolso. - Eu estou aprendendo a me virar.

- Não é assim que funciona, Justin...

- Vai dormir e para de me encher. Que merda. - Levantei-me e parei na frente dele.

- Você vai se arrepender por ser tão grosseiro comigo. - Apontei para ele, que não respondeu e subi as escadas. Pelo menos ele já está em casa. Entrei no quarto dos meus filhos e desabei a chorar. Como ele pode dizer na minha cara que transou com duas mulheres? Será que isso é realmente verdade? Como ele pode não sentir culpa?

 

...

 

Já faz mais de uma semana e meia que o Justin tem saído quase todas as noites para beber com sabe lá quem e transar com sabe lá quem. Eu choro todas as noites pensando em onde ele pode estar a cada noite, com cada companhia. Confesso que não tem sido nada fácil. Ele tirou o gesso do tornozelo na tarde de ontem e começou a dirigir sua Ferrari. Ele ainda está bem perdido em casa, comigo e, principalmente, com os nossos filhos. Ele os trata de maneira simpática, mas só isso. Eu implorei para que ele não fosse grosseiro com os dois. Eles não merecem passar por isso, ainda mais na infância.

Saí do trabalho e pedi para que a Anna os buscasse no colégio e os levasse ao parque perto do shopping. Eles precisam se divertir enquanto eu converso tranquilamente com o Justin. Melhor, eu tento. Está cada dia mais difícil olhar nos olhos dele e não imaginá-lo na cama ou sei lá onde com outra mulher, uma qualquer.

Esperei que ele tomasse um banho e fiz o mesmo, no banheiro do quarto que estou dormindo ultimamente.

 

Justin P.O.V

- Eu... Eu não sou assim. Eu não sei ser assim.

- Você aprendeu a ser uma pessoa melhor. Eu não acredito que você não sente nada por mim, bem lá no fundo. - Na verdade, eu sentia. Eu não sabia o que era. Nunca senti isso antes, mas eu sentia algo. Era uma vontade de ficar ao lado dela, mesmo sem saber quem era, exatamente. Era um desejo de ouvi-la falar coisas que eu não sei sobre mim, era incrível como eu necessitava da presença dela. Isso tudo é muito estranho, mas eu precisava. Não sabia por que, mas sentia uma atração imensurável por ela. É claro que, por isso, eu tenho saído cada vez mais. Não quero sentir isso, não quero querer vê-la diariamente e conversar. Não quero depender dela para fazer algo. Eu quero me virar sozinho.

- Eu não sinto. - Falei frio e ela sentou na ponta da cama.

- Você está mentindo. - Como ela sabia? - Mas tudo bem... Faz parte. - Passou as mãos no próprio cabelo e arrumou-o. Ela logo pegou um anel dourado e colocou-o no dedo do meio esquerdo e continuei observando-a. Minha cabeça latejava. Talvez porque eu estivesse tentando me lembrar de algo relacionado a ela: nada. - Você deveria exercitar mais esse cérebro. - Falou tocando em minha testa e fitei seus lábios sem querer. Ela era linda. Muito linda. Senti vontade de beijá-la. Por que não? Assim fiz e segurei-a pelo pescoço, que estava com o corpo inclinado. Nos beijamos por alguns segundos e o beijo dela era algo que eu nunca senti antes. Ela era demais. Eu não conseguia entender como foi nossa história, se é que realmente aconteceu assim... Logo eu peço para que ela me explique desde o início. - Você é muito... Muito linda. - Falo olhando-a nos olhos, que sorri. - Muito linda mesmo. - Eu não sabia por que estava falando tudo isso a ela. Não deveria. Ela não precisa saber o que eu penso dela, mas foi mais forte do que eu. Eu simplesmente senti uma fraqueza no momento em que olhei-a nos olhos. Isso é estranho. Não sei o que senti, mas era algo. Eu preciso sair daqui agora. Preciso esquecer que ela está na minha casa com duas crianças.

- Obrigada... - respondeu com a voz mole. - Você promete que, se um dia de lembrar de quem eu sou, você me fala? Nem que seja só "eu sei que nos conhecemos". - Assenti para ela de imediato. É claro que eu ainda não faço ideia de quem ela seja, mesmo que diga que somos noivos... Isso é super inacreditável. Eu nunca ficaria noivo de mulher alguma, mesmo uma tão linda quanto ela. É tão bom sair com várias mulheres numa semana só. Não vale a pena largar todas por uma só, vale? Eu acredito que não.

- Sim... Isso é tudo tão estranho. Eu não faço ideia de quem seja você. - Ela engoliu seco e assentiu com um frouxo sorriso no rosto. Desanimada. - Mas... Não sei... - Eu não queria falar, mas precisava. - Você mexe um pouco comigo, às vezes. - O que está acontecendo comigo? Nunca na vida eu falei isso para uma mulher, ainda mais antes de transar com ela. - Eu não deveria ter dito isso.

- Claro que deveria... Eu preciso saber se você sente algo por mim ou não. - Eu não sinto. É claro que não. Ela só é gata, beija bem... É legal e... É isso.

- Eu não sinto nada.

- Você acabou de dizer que eu mexo com você. - Por que eu disse isso?

- É porque você é gostosa. - Dei os ombros e falei a primeira coisa que me veio à cabeça. Ela realmente é gostosa. Demais. Mas não é só isso... Eu nunca senti isso antes. Talvez seja apenas uma atração física forte. Deve ser porque temos bastante contato, mas nunca transamos.

- É. Eu malho. - Respondeu ao ficar de pé e saiu do quarto sem dizer mais nada. Eu queria que conversássemos mais.

 

Mellanie P.O.V

- Eu precisava ter certeza de que ele sente, pelo menos, atração por mim. Ele falou que sente algo... Não com essas palavras, mas foi o que eu entendi. Isso já está de bom tamanho para duas semanas de recuperação. Ele me beijou. Só isso já mostra o quanto tudo pode dar certo.

Fui para o meu quarto e encostei a porta. Sentei-me na cama e eu sentia falta dele. Mesmo que estivéssemos nos falando de vez em quando, eu sentia falta dele. Sentia falta de tê-lo como meu companheiro. Sentia muita falta. Deitei-me na cama e fechei os olhos. Tudo parece tão confuso ultimamente.

- É... Eu queria te perguntar uma coisa. - Estranhei ele ter vindo até aqui e olhei-o na hora. Estava com o braço engessado apoiado na maçaneta.

- Entra. - Falei olhando para ele, que entrou no quarto e tirou o celular do bolso.

- Essa foto... - Deu o celular na minha mão e toquei minha mão na sua. - Sou eu? Eu estava olhado as fotos que eu tenho e não lembro de ter tirado nenhuma foto. Nada.  - Era uma foto que ele estava abraçado com a Vallery, beijando-a no rosto. Tiramos nos primeiros dias deste ano. - Eu não consigo me ver nessa foto.

- É você... Está com a Vallery.

- É aquela loirinha que você sempre cuida? - Doeu ouvir isso. É claro que doeu. Mas eu já estava me conformando com a situação.

- Sim. Ela é nossa filha.

- Não sou eu nessa foto. Eu não me lembro disso.

- Foi tirada no início desse ano. - Falei tentando não puxar conversa. Eu sabia que ele iria discutir comigo se eu insistisse em dizer que era ele.

- Mas não sou eu. - Falou bravo e suspirei. Não queria mais brigar com ele. - Eu nunca conversei com esse neném antes de sair do hospital. - Apontou para a Vallery na foto. - Ela é fofa... Mas eu não tenho jeito com crianças. - foi aí que eu tive a certeza absoluta de que ele ainda acha que tem 19 anos. - Você viu como eu falo com eles... é estranho.

- É você sim, Justin. Ela é nossa filha. - Falei firme e ele arqueou as sobrancelhas. Deve ser, no mínimo, a décima vez que digo isso a ele. E, mesmo assim, todas as vezes que eu digo isso, ele reage como se fosse um absurdo.

- Eu não tenho filhos, cacete. Eu nunca pensei em ter e ainda sou muito novo pra isso. Eu não tenho nem mulher, imagina filhos? - Mais uma vez, ele rejeitava tudo. Continuei olhando-o enquanto ele falava e senti uma vontade incontrolável de chorar. Passei os dedos debaixo dos olhos e engoli o choro. - Que droga. Eu não tenho culpa de não saber quem são vocês. Eu me sinto perdido nessa casa. Eu só conheço a Anna e ela me deixa confuso com o que diz. - Ele falava arrogante. - Eu preferia ter morrido do que passar por isso. Eu nem sei se realmente sofri um acidente. Eu não me lembro de nada. - Colocou as mãos na cabeça e eu comecei a chorar sem querer. Foram poucas lágrimas que escaparam. Logo consegui limpa-las e ele parou de falar para me olhar. - E agora você está chorando! - senti o tom de preocupação. - Eu queria ter morrido. Eu não sei o que eu faço. Eu não sei quem eu sou. - essas últimas frases que ele disse acabaram comigo. Desabei a chorar. Eu ando muito mais sentimental do que antes ultimamente. Não tem como não ficar. - Eu não sei o que fazer. Eu não me lembro de nada. Eu não sei como eu era. Eu não sei o que eu era. Eu não sei quem eu era. - Ele estava nervoso. - Eu não sei por que estou te falando todas essas coisas. Eu não sei quem é você. Eu suponho que já nos conhecemos antes, mas não dá... Eu não sei. Eu não consigo pensar. Eu odeio a linha vida. Eu odeio tudo isso. Eu odeio o fato de você estar chorando, mas eu não sei porquê. Eu não deveria me preocupar com você se eu não te conheço. - Ele estava preocupado comigo. Escondi o rosto com as mãos e ele sentou ao meu lado na cama. Eu estava com as pernas cruzadas, sentada perto dos travesseiros. Ele estava mais no meio da cama, tocando com os pés no chão. Olhei-o já parando de chorar e ele estava com os olhos transbordando. - Se você me conhece tanto quanto diz, quem sou eu? Como eu era? Como eu era com você? - Ele era incrível. Eu estava disposta a começar do zero com ele. Queria explicá-lo como era comigo, como sua personalidade mudou com o tempo e como ele está sendo agora, mas simplesmente não adiantaria de nada. A neurologista me ensinou que não adianta você colocar o passado na cabeça de uma pessoa que está com amnésia. Simplesmente serão palavras jogadas fora, porque não serão armazenadas no cérebro. Não tem como você fazer uma pessoa se lembrar de uma coisa que ela, supostamente, não fez. Ela pode imaginar, mas não pode se lembrar, porque na cabeça dela, isso não aconteceu. Toda pessoa que tem amnésia passa por esse processo. É um pouco inaceitável, mas não há o que fazer.

Ele continuava esperando com que eu dissesse algo e não sabia por onde começar.

- Não vai adiantar eu te dizer nada, porque você simplesmente vai se esquecer.

- Eu não vou. Eu só não sei que aconteceu. Mas eu vou lembrar do que você me disser. - Ele falava com a voz mole. Estava quase chorando mas não daria o braço a torcer.

- O Justin de 23 anos acostumou que não é legal segurar o choro, porque isso é normal. Ele chorava quando sentia que precisava e até demais. Ele não tinha vergonha de mostrar sentimento. - Ele me olhava incerto. Era como se não compreendesse o que eu falava. Era como se eu estivesse falando sobre outra pessoa para ele. Ele não tinha resposta. - Nós temos uma história muito complexa e longa. Você não teria paciência de ouvir agora. O Justin, meu noivo, teria... Mas qualquer dia eu te conto... O que você precisa é ver que você tem uma família. Eu, a Vallery e o Brandon. Nós somos sua família. - Ele continuava sem reação. - Que droga. - Reclamei e voltei a ficar deitada. Eu estava triste. Ele nunca entenderia. Ficamos em silêncio por alguns segundos e ele tocou meu cabelo, acariciando o mesmo e logo acariciou meu rosto com o polegar. Eu sentia falta do toque dele. Não queria abrir os olhos. Eu só queria imaginar a situação. Nós, na cama, ele me acariciando e eu só queria que ele lembrasse que tem uma família. Eu sentia que se falasse algo, acabaria com o momento. Fiquei quieta. Guardei minha tristeza para mim. Ele continuou acariciando meu rosto e voltou a mexer em meu cabelo.

- Eu era muito, muito apaixonado por você?

- Demais. Você já me fez tantas coisas... Tantas surpresas lindas. - eu queria chorar ainda mais. Meus olhos estavam cheios de lágrimas só de lembrar de tudo o que ele já fez pra mim. - Uma vez nós brigamos feio... Você me mandou mais de 100 buquês de rosas e cada um deles tinha uma frase, tipo "eu te amo", "você é especial"... Isso faz um tempo já. - Falei com a voz presa. Minha garganta implorava para que eu não engolisse mais o choro. - Eu não quero falar sobre isso agora. É difícil pra mim pensar que você não faz ideia de quem eu sou. - Comecei a chorar de novo. Estranhei que ele estava sendo mais compreensivo, talvez tenha confiado em mim por perceber o quanto isso me afeta. - Nós já passamos por muitas coisas... Muitos problemas.

- Eu não consigo me lembrar de absolutamente nada. Nada. Me desculpa. - Ele falou um pouco chateado e escondi o rosto no travesseiro. Eu estava péssima. Ele pediu desculpa. Isso não é normal do Justin de 2013. Sorri para mim mesma e engoli seco. Minha cabeça estava latejando.

- Por que você está se desculpando?

- Eu não sei... Eu... Eu me sinto um pouco culpado te vendo chorar desse jeito por algo que eu não me lembro e deve ter sido importante. - Era exatamente isso. - Eu era romântico? Sempre fui desde que te conheci? Porque eu nunca gostei muito dessas coisas e nunca soube muito bem como agradar alguém, sabe... eu sou estranho.

- Sim. Você sempre foi muito, muito romântico desde que nos conhecemos. A propósito, foi dia 1 de agosto de 2013. Foi em São Francisco.

- Eu lembro que estava prestes a me mudar para São Francisco. Meu pai conversou comigo e disse que precisaríamos fazer algumas mudanças em tudo. - Espero que ele se lembre de sua identidade falsa. Ele precisa lembrar. - Mas eu não sei o que aconteceu... Não me lembro de mais nada.

- O Jack te falou isso? - Ele não sabe que o Jack é meu pai.... há dias eu não pensava sobre isso.

- Falou. Eu realmente não sei, mas lembro que iria procurar uma casa por lá ainda em março.

- Você tem uma boa relação com ele?

- Não. Ele nunca gostou muito de mim... Sempre fui tratado como um filho, sei lá, indesejado. - Ele mantinha a mesma opinião. - Você fala bastante com ele?

- Sim. Ele gosta de mim. - Não tinha o que dizer.

 

...

Aproveitei que o Justin foi falar com a Anna e entrei no quarto dos meus filhos. Vallery ainda estava acordada e fiz companhia a ela, tentando ajudá-la a dormir logo. Eles brincaram bastante hoje e estão super cansados. Dei um beijo no rosto dos dois e desci tomar um copo d'água na cozinha.

Subi as escadas e encontrei com o Justin parado em frente ao nosso quarto. Ele carregava a Vallery no colo. Ela estava quase dormindo no ombro dele.

- Ei... É... Mellanie. - Falou distante e olhei-o - Eu estava pensando e... Eu não vou sair hoje. - Assenti. - O que acha de tentarmos, sei lá, ir aos poucos?

- Não estou entendendo. - É claro que eu entendia. Ele queria sexo. Queria saber se sentiria algo. Mas isso não o fará de lembrar de mim.

- Sexo.

- Você quer se aproveitar da situação...

- Você disse que nós somos namorados.

- Noivos.

- Isso. Então... Nada mais normal do que fazermos um teste. - Ele falava como há alguns anos. Concordei. Óbvio. Eu sentia falta. Ele levou a Vallery no até o quarto. Ele ainda estava machucado, mas nem tanto. Só umas marquinhas de quem sofreu um acidente há três semanas.

- Sim. - assenti e ele tirou o celular do bolso.

- Eu não vi poder passar a noite aqui... - Anna veio até mim e Justin parou para ouvir. - Preciso comprar algumas coisas no shopping e passar na casa de uma sobrinha.

- Tudo bem, Anna. Vai tranquila.

- Obrigada. - Sorriu. - Como ele está hoje?  - sussurrou.

- Melhor do que ontem... Ele está mais compreensivo.

- Se ele tem atenção e carinho, ele é o Justin de sempre. Não se esqueça. - Deu-me um beijo no rosto e logo fez o mesmo com o Justin, mas abraçou-o com força. Ele sentia segurança com ela na casa. Anna despediu-se dos dois e foi até a porta com a bolsa nos ombros. Quando ela passa a noite fora, dorme na casa dos irmãos.

- Você quer que eu te deixe no shopping? - Falei.

- Eu queria que o Justin me levasse. - Ele assentiu de imediato e tirou as chaves do bolso. - Pode ser?
- Sim. - Justin assentiu. Espero que ela converse com ele no caminho.

 

Vesti minha camisola branca de renda e sequei meu cabelo. Fiz minhas higienes e entrei no quarto deles. Os dois dormiam e Justin estava sentado na poltrona. Estranhei. Ele os olhava sem reação. Estava usando apenas uma bermuda vermelha e o cabelo desfeito. Estava lindo. Seu abdômen direito estava vermelho, ainda, um pouco. Ele saiu do quarto assim que me viu e parou-me no corredor.

- Eu... Eu não vou fingir para você que eu me lembro de algo, porque eu não lembro, mas sei que podemos relaxar um pouco... Você se importa? Eu quero tentar te agradar.

- Se você não sente nada por mim, não precisa fazer nada. Eu entendo que você esteja passando por um momento difícil.

- Eu... Eu sinto algo por você... Mas a verdade é que eu nunca amei ninguém tanto a ponto de pensar em me casar. Eu preciso tentar me lembre de algo.

- Você não precisa se esforçar a toa. Eu vou te ajudar. - Falei ao entrar na sala de jogos e puxei-o pelo braço. - Podemos ver um filme... Você precisa se atualizar.

- É. Eu perdi, sei lá, quatro anos da minha vida. - Ele parecia mais conformado. - Aquelas sessões com a neurologista estão me ajudando a pensar que eu realmente me perdi no tempo.

- Eu vou colocar Jogos Vorazes, a Insurgente pra você.

- O que é isso?

- Um filme que estreou há um ano e pouco.

- Isso é muito estranho. - Falou olhando-me e colocou o celular na estante. Peguei o controle da tevê e sentei-me no enorme sofá. Ele ficou ao meu lado, não tão próximo e limpou a garganta.

- Podemos ver um filme antigo? Algo que me faça pensar...

- Que tipo de filme?

- Sexo sem compromisso, amizade colorida. Algo assim. - Pesquisei pelo primeiro filme na netflix e ele apontou para a teve. - Pode ser... Não sei. Na verdade, pode ser outro. Não quero pensar sobre essas coisas agora.

- Olha, tem um que chama sextape. É com a Cameron Diaz. Você sabe quem é ela, não sabe?

- Claro que sim. Ela é gostosa.

- Pode ser esse filme?

- Pode.

- Você pode apagar as luzes? - Ele levantou e foi até a porta. Deixou-a encostada e apagou as luzes. Justin logo ficou novamente sentado e apoiei com a cabeça na almofada. Encolhi as pernas e estava inclinada para o lado oposto ao dele. O filme começou. O casal estava discutindo. Isso me lembrava nossa discussões bobas. Fico a cada dia mais arrependida por nunca tê-lo valorizado como ele merecia. Isso é tão triste. Olhei pelo canto dos olhos para ele, que olhava fixamente para a tevê e estava com a mão direita quase em minhas pernas.

O casal do filme decidiu gravar um sextape para acabar com as brigas e começaram as cenas quentes do filme. Justin deslizou a mão até minha perna e não ficou intimidado em me tocar. Ele me acariciou nas coxas, na barra da minha camisola e sua mão estava quente, como sempre.

- Venha para mais perto. - Falou baixo e fiquei sentada. Puxei o sofá para que virasse cama e ele fez o mesmo do seu lado. - Pode encostar em mim. - Falou sério e encostei nele. Eu estava com vontade de chorar. As cenas quentes do filme ainda estavam passando e ele passou o braço direito pela minhas costas, até minha cintura. Era estranho para ele estarmos assim, sendo que ele não sabe quem eu sou. Ele está com uma estranha. O que não é ruim para ele no momento, mas é desconfortável para mim. Eu me sinto estranha. Ele me apertou um pouco para que ficássemos mais próximos e eu só queria relaxar.

- Eu estou um pouco desconfortável com você. - Fui sincera. - Não sei... Você está aqui comigo e eu te amo, mas você não sabe quem sou eu.

- Você é a Mellanie... Minha noiva. Eu sei quem é você. Eu só não me lembro. Mas eu sei. - Sorri para ele. "Minha noiva" foi o suficiente. Ele já tem noção de que somos uma família, eu acho. - Eu já disse que sinto algo por você. Mas tudo ainda é muito estranho e confuso para mim. - Acariciei o rosto dele e dei-lhe um selinho.

Mordi o lábio do Justin e puxei-o para um beijo. Ele me segurou pela cintura com as mãos fortes. Como eu senti falta disso. Eu o beijava com todo amor do mundo. Queria que ele sentisse isso. Justin foi me beijando cada segundo com mais desejo e foi me empurrando para trás. Ele realmente estava com vontade. Eu sabia que tinha algum sentimento, mesmo que pouco, recíproco vindo dele. Envolvi minhas mãos em seu rosto e ele já estava quase deitado em cima de mim. Nossos beijos estavam estalados e era como se ele tivesse sentido muita vontade de me beijar como agora. Talvez porque ele não saiba como era. Ele não se lembra de nada. Eu preciso fazer com que ele sinta o quando somos bons juntos. O quanto ele me ama. Eu já estava excitada. Justin já estava com a respiração irregular e eu fiquei com a cabeça apoiada na almofada, já deitada no enorme sofá. Justin não parava de me beijar, nem por um segundo.  - É muito bom beijar você. - Sussurrou e sorri entre o beijo. Eu queria esquecer que ele não sabe quem sou eu. Eu preciso esquecer isso pelo menos agora. Nossos beijos estavam extremamente bons. Eu estava adorando esse momento. Estiquei o braço esquerdo pelo sofá e peguei o controle. Reduzi o volume da tevê e ele me deu vários selinhos. Seus lábios estavam molhados como sempre e era bom demais poder beijá-lo. Ele apertou minha cintura com a mão direita e apoiou o corpo no sofá com o braço esquerdo. Fui um pouco mais para trás e ele parecia intimidado. Normal. Pedi para que ele não ficasse tão perto, que parou com o corpo inclinado em minha frente e abri minha camisola na lateral. Na cabeça dele, seria a primeira vez que me veria completamente nua. Queria que esse momento ficasse na cabeça dele. Abaixei o zíper da minha camisola bem devagar e ele acompanhava cada passo com o olhar.  Lambeu os lábios e me beijou antes que pudesse ver meu corpo. Parei com o zíper na região da cintura e ele me agarrou com força. Abracei-o no pescoço e queria aproveitar cada segundo. Justin não parava de me beijar e eu estava estranhando um pouco. É claro que eu estou amando, mas, de certo, tem algo a mais. Ele parou o beijo por um segundo e deu-me um selinho. Trocamos um olhar demorado e meus olhos deveriam estar brilhando. Eu me sentia muito bem. Ele sorriu de leve e fitou meu corpo. Comecei a puxar minha camisola para baixo e ele olhava cada movimento. Meus seios ficaram à mostra e ele os fitou por alguns segundos. Foi o tempo que levei para tirar completamente a camisola. Justin beijou meu pescoço diversas vezes e tocou seu peitoral em meus seios. Fiquei completamente deitada e ele me beijava nos lábios hora ou outra. Eu queria mandar, mas ele estava confortável o suficiente para fazer o que quisesse.

- Você fica confortável rápido. - Falei graciosa e ele riu. Toquei meu nariz no seu.

- Seu corpo é magnífico. - Falou olhando-me e tocou meus secos com as mãos. - É a primeira vez que eu te vejo assim... Você é muito, muito linda. - Abracei-o forte e ele voltou a apalpar meus seios. Estava sendo bom. Ele sempre sabia fazer tudo direito.

- O seu também é. - Respondi olhando para ele, que tirou a bermuda de imediato. Ficou apenas com sua cueca branca e eu com a minha calcinha rosa. Ele deslizou as mãos pelo meu corpo, até minhas coxas, e começou a tirar minha calcinha. Estremeci. Ele estava super excitado. Super. Essa seria sua primeira vez comigo. É um pouco estranho pensar sobre isso. Eu acariciei seu rosto e fui beijando-o na boca. Ele apalpou meus seios mais uma vez e deslizou as mãos macias até minha virilha. Puxou minha calcinha para baixo e arrastou-me mais para o meio do sofá, que agora já era uma cama de casal. Ele deitou seu corpo no meu e senti sua temperatura quente. Como será que ele está se sentindo agora? O que será que ele está pensando sobre mim? Justin foi me deixando ainda mais relaxada e eu já me sentia ótima. Tê-lo aqui já é o suficiente.

- Você gosta disso? - Questionei ao raspar as unhas em sua nuca e beijei-o no pescoço diversas vezes. É claro que ele afirmaria.

- É tão bom. - Respondeu tocando com os lábios em meu rosto. Ele sorriu e afundou seu nariz em minha bochecha. Sentia sua respiração tão próxima a minha. Ele terminou de tirar minha calcinha e fitou meu corpo um pouco distante, com os braços esticados e as mãos no sofá. Desci minhas mãos até sua cueca e coloquei a mão direita por dentro. Arranhei-o de leve e abaixei um pouco a mesma. Justin estremeceu e manteve seu corpo firme. Ele abaixou o olhar até meus seios e continuei abaixando sua cueca, devagar. Justin sorriu para mim com os olhos fechados e apertei seu membro com a mão fechada. Ele estremeceu e caiu em cima de mim. Sorri com a situação e ele estava muito ereto. Terminei de tira sua cueca e ele não esperou nem um segundo. Adentrou com seu sexo no meu e arqueei as costas. Ele foi muito mais fundo do que eu esperava. Foi muito mais rápido. Gemi. Ele me conduzia a fazer o que ele fazia e eu me sentia muito bem. Estava sendo incrível. Arranhei suas costas com vontade e ele gemeu quase que para si mesmo. A essa altura eu já não conseguia pensar em mais nada. Só sentia o momento. Gemi com gosto e ele voltou a me beijar nos lábios. O desejo era recíproco. Acariciei seu rosto e ele forçou seu corpo contra o meu, induzindo-me a mover meu corpo com pressa. Não parávamos de nós beijar e ele acelerava cada vez mais o ritmo. Eu gemia baixo e ele sorria entre o beijo. Tomei forças e virei-o no sofá. Ele ficou por baixo e sentei em cima de seu corpo. Bem ali. Acariciei seu cabelo e logo seu rosto. Ele fechou os olhos e subiu com as mãos por minhas costas, querendo tocar meus seios mais uma vez. Deixei-o. Ele apertou ambos com as mãos e não desviava o olhar do meu. Passei as mãos no meu cabelo e mexi meu quadril em cima dele, que murmurou baixo. - Você é linda demais, Mellanie. - falou deslizando as mãos em minhas pernas e deitei com o corpo em cima dele. Não respondi. Apenas sorri. Voltamos a nos beijar e ele desceu as mãos até minha bunda. Parou um pouco em cima. Não sei se ele está sem graça, talvez não saiba muito se eu sempre o deixei me tocar como quisesse. Ele beijou meu pescoço e segurou meu cabelo. Descansei por alguns segundos com o corpo mole e ele mordeu minha orelha. Ficamos em um completo silêncio por alguns segundos e ele me olhou. Deitei-me ao seu lado e ele ficou por cima novamente. Adentrou seu sexo no meu mais uma vez e colou ainda mais seu corpo no meu. Gemeu baixo e sorri. Arranhei-o pra valer e fomos nos beijando cada vez mais. Não demorou muito e ele atingiu seu ápice. Foi fundo e atingi o meu. Puxei a respiração e passei as mãos no cabelo, logo no rosto. Estava com calor.

- Pode ligar o ar, por favor? - Falo mexendo em meu cabelo e ele arqueia a sobrancelha esquerda. Agora eu me lembrei. - O controle fica na parede ao lado da televisão. Ali. - Apontei e ele assentiu.

Levantou-se e pegou o controle. Ligou o ar e deixou em 18ºC. Voltou para o sofá e ficou deitado ao meu lado. Ele estava cansado. Mexi em seu cabelo e não sabia o que dizer. Eu queria saber o que se passava na cabeça dele.

- Eu gostei demais. - Falou com a voz ofegante e suspirou. - Eu não deveria ter dito isso. - Falou sério e sorri.

- Eu prefiro que você fale. Quero saber se sente algo, se não gosta.

- Impossível não gostar. É estranho eu não me lembrar de você... Nós já transamos tipo muitas vezes?

- Muitas.

- Que caralho. Como eu posso ter esquecido? - Falou inconformado e ri da situação. Ele estava começando a entender.

- Eu ainda tenho esperanças de que um dia você se lembre.

- Será que não tem como eu tomar algum remédio? É preocupante viver num lugar que eu não sei onde é. Assim, eu já morei aqui antes e me lembro muito bem, mas... Não sei... É tudo tão estranho. É como se eu estivesse preso no tempo. - Estávamos deitados lado a lado. Ambos olhando para o teto.

- Você sente como se algo tivesse acontecido nesse tempo? Ou nada?

- Se eu sinto como se realmente tudo isso tivesse acontecido? - Assenti. - Não. Nada. Na verdade, agora eu estou começando a acreditar em você... Porque, até um tempo atrás, pra mim era tudo mentira.

- É... Você precisa continuar indo na neurologista.

- Eu não sei do que eu preciso me lembrar.  .. De você... Das crianças... Só?

- De tudo. - Eu ainda não acho que seja a hora certa de falar sobre o pai dele. - Dos anos que passaram. Do nosso namoro, das viagens, dos acontecimentos no geral.

- Nós já viajamos?

- Sim.

- Pra onde? 

- Passamos o natal de 2013 em Miami Beach, fomos para o Hawai no mesmo ano... Sua vi... - iria falar sobre a formatura, mas parei. - Sua vida era diferente. - mudei a frase. - Eu queria que você se lembrasse pelo menos do ano todo de 2013, não até abril.

- Abril?

- Sim.

- Nós estamos em abril?

- Estamos quase em maio.

- De 2018?

- 2017. - Corrigi-o.

- Caraca, isso é muito pra mim. Eu não consigo pensar. - Falou ao colocar as mãos na cabeça. - Você ainda não me disse se eu era muito chato. Tipo, como eu estou sendo agora.

- Você não está sendo chato. - Olhei para ele. - Você está sendo compreensivo. Isso é um pouco estranho.

- Eu nunca fui compreensivo... Eu era com você?

- No começo, não. Mas depois, sim. - Falei olhando para ele. Justin me acariciou nas costas e deu-me um selinho.

- E... Eu era muito sincero com você? Eu dizia coisas bonitas e tal? Como eu era?

- Você era sensível comigo, ficava bravo fácil... Super ciumento. Você já brigou com vários caras por ciúmes, e foi bobeira. Você sempre foi surpreendente e romântico, sempre fez de tudo para me agradar. Eu confesso que demorei para começar a te valorizar como você merece. Eu sempre fui mais fechada e você aprendeu a se soltar com o tempo... Eu diria que você sempre foi perfeito pra mim. É uma pena que você não se lembre de nada disso. - Ele não tinha resposta, mas olhava-me nos olhos. - Você sempre foi de me elogiar, sempre estava comigo...

- Eu nunca fui muito bom com essas coisas.

- No começo você era difícil de lidar... Desde que começamos a namorar, você mudou completamente, mas sempre foi muito bravo e bipolar. Sempre.

- É... Eu me irrito fácil. - Eu estava ficando com um pouco de frio. Levantei-me e ele fitou meu corpo enquanto eu andava. Abri o baú e peguei um lençol fino, branco.

- É. - Concordei e voltei a ficar deitada ao lado dele no sofá. - Você já me decepcionou muitas vezes, mas são lindas histórias que não merecem serem lembradas agora. - Nos cobri com o mesmo e ele apoiou com a cabeça na maior almofada.

- O que eu fiz pra você? - Olhou-me e dei os ombros. Não é legal lembrar.

- Não é legal comentar agora... Você já me traiu uma vez.

- Foi de propósito?

- Não. Você estava completamente bêbado... Você se arrependeu pelo resto da vida com o que fez.

- Isso é estranho. Eu não me imagino pedindo o perdão de alguém por algo que eu fiz. - Ainda bem que ele estava sendo sincero. - Nós tínhamos uma boa relação?

- Sim, super. Brigávamos quase todos os dias, mas era por bobeira. A verdade era que precisávamos discutir ao menos uma vez no dia... Eu até gostava. - Ele assentia enquanto eu falava e logo lambeu os lábios. Sorriu para mim pronto para responder.

- Mellaine, sua fisionomia é muito linda.
 

 


Notas Finais


Sem spoiler porque o capítulo tá enorme.
Fiz mágica pra conseguir um tempinho pra postar esse capítulo pra vocês. Foi difícil, viu? Fiquei sem internet por uma semana e estou viajando, então não tenho como postar até o dia 28, mas vai dar tudo certo.
Peço desculpas pelo tremendo atraso e FELIZ NATAL PRA VOCÊS!!!!!! Amo todas. Beijos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...