História Behind The Secrets - third season - Dont act like that

Só precisava de um pouco de atenção apenas para ele.

- Ei, princesa, eu quero você deitada comigo. - Justin falou baixo no ouvido dela, mas o suficiente para que eu ouvisse. - Não deixe a mamãe ouvir. Você vai ficar comigo. - Ela riu como se quisesse me contar e franzi o cenho para ela, fingindo não fazer ideia do que ele havia dito.

- Eu acho que ela já sabe, papai...

- Não sabe não. - Respondeu olhando para mim e abraçou-a com força. - Você já deveria estar dormindo, Vally... Amanhã cedo tem aula.

- Eu estou com medo de ficar no meu quarto. - Falou baixo e deitei-me ao lado dela, mexendo em seu cabelo. Justin a manteve em seus braços e ficamos em um completo silêncio. Ela dormiu em questão de minutos. Justin estava grudado com ela e eu os observava. Era uma cena tão linda. Ele estava tão confortável abraçado com ela, que tinha os braços em volta de seu esquerdo. Ele beijou a testa dela e ficou com o rosto escondido por alguns segundos.

- Acho que você já pode colocá-la novamente na cama. - Falei acariciando o cabelo dela e dei um beijo em seu rosto. - Agora ela dormiu pra valer.

- Mas ela é tão fofa dormindo aqui.

- Demais. - Sorri e ficamos olhando para ela. Ele mexia em seu cabelo todo calmo e, com a outra mão, tentou me puxar para mais perto. Ele suspirou e foi se afastando aos poucos, pronto para levá-la novamente ao quarto. Com muito custo, ele conseguiu levantar e abriu a porta do quarto. Voltou e carregou-a com todo cuidado, tentando não acordá-la.

- Cuidado para não acordá-la. - Falei baixo e ele assentiu, logo saiu do quarto. Fiquei completamente deitada na cama e fechei os olhos para relaxar. Estava cansada e nada pronta para outro dia de trabalho e compromissos. Suspirei e escondi o rosto com  a o antebraço esquerdo.

- Babe. - Ouvi a voz baixa dele próximo ao meu ouvido e sorri. Há quantos dias ele não me chamava assim...

- Bem que você poderia me fazer um pouco de massagem... minhas pernas estão um pouco doloridas. - Bati com as pernas na cama e deitei-me de bruços. Justin apertou minhas coxas com força nos dedos e beijou meu pescoço. – Por favor.

- Claro, meu anjo. – Falou todo fofo e suspirei pensando já em dormir. – Não conseguimos uma noite só nossa hoje...

- É... Ainda teremos alguns dias até seus 23 anos.

- Sim. – Concordou e começou a massagear minhas coxas, logo minha panturrilha esquerda. Doía bastante. Murmurei de dor e ele apertou ainda mais forte. – Aqui dói muito? - Apertou com o polegar perto da minha panturrilha direita e murmurei mais uma vez.

- Ai... Um pouco. – Estiquei os braços e ele continuou me fazendo massagem, mesmo cansado. Justin subiu com as mãos até minha lombar e continuou massageando-me, logo deslizando os dedos pela minha coluna vertebral. Ele apertou meus ombros e logo meus braços. – Pronto. Obrigada. – Ele deu um beijo em minha bochecha e deitou-se ao meu lado.

- Eu acho que vou entrar mais tarde no trabalho amanhã. Na verdade, eu combinei com a Jade.

- Posso saber o motivo?

- Estou cansada e preciso falar com os professores deles no colégio.

- Você já pediu para o seu chefe?

- Ele não manda em mim. – Falei cínica e ele sorriu para mim. – Ninguém manda em mim.

- Sem querer ser machistas, mas eu mando, e muito.

- Na empresa, não em mim.

- Em você também.

- Manda nada.

- Você quer que eu comece a falar? - Neguei com a cabeça e acariciei seu rosto. Dei um selinho nele e passei meus lábios nos seus. Justin deu a volta com o braço esquerdo em minhas costas e coloquei minha perna direita em cima das suas. Fui mexendo em seu cabelo com as unhas e senti seu leve arrepio na região do pescoço. Fui beijando seu rosto toda despreocupada e com calma. Tocava meus lábios ao redor de sua boca cada vez mais e ele segurou minha mão. – Eu amo quando você faz isso, mas se for para começar e parar no meio...

- Eu só estou de dando beijos.

- Não é bem assim.

- Jay... – Cochichei e ele sorriu ao fechar os olhos. Logo sorriu com os dentes e beijou-me pra valer. – Você tem que acordar super cedo amanhã.

- Não estou muito a fim de pensar nos problemas de amanhã.

- Não? No que você quer pensar?

- Você quer saber no que eu estou pensando ou no que eu quero pensar?

- No que você está pensando.

- Em sexo. – Deu os ombros. Já esperava que ele dissesse isso. – Eu quero muito. – Disse quase beijando minha boca e apalpou minha bunda de leve.

- Você quer sexo? Mas você já aguentou praticamente dois meses. – Falei ao acariciar sua bochecha com o polegar e parte da unha. Beijei-o, que correspondeu no mesmo instante e virou-me na cama.

- Pode ser do meu jeito? - Arqueei a sobrancelha direita e logo assenti.

- Como você quiser. – Ele sorriu empolgado e voltamos a nos beijar com mais intenção. Estava sendo prazeroso desde o início. Eu já não sentia mais sono e creio que ele também não.  Justin continuou me beijando com gosto e tocou mais nossos corpos um no outro, tornando a situação ainda mais agradável. Virei minha cabeça algumas vezes e ele prosseguia com o beijo mexendo em meu corpo todo. Justin ficou sentado na cama e usou os travesseiros de encosto. Ele esticou as pernas e fui tirando sua cueca. Não consigo entender como ele não sentia nem mesmo um pouco de frio. Puxei-a até o fim e ele estava levemente ereto. Senti meu estômago apitar de desejo e meus vasos sanguíneos queimavam por dentro, dando a sensação de um fogo ainda maior dentro de mim. Olhando para ele, fiquei de joelhos na cama e engatinhei até onde ele estava. Olhei para cima e... caramba... há quanto tempo não notava nosso espelho do teto? Ele olhou no mesmo instante e sorriu de leve. Sussurrei um “Eu amo você” enquanto ele não tirava seu olhar do meu. Saí rapidamente da cama e fui até minha bolsa. Ele não fez perguntas, apenas me olhou.

- Preservativo não, por favor. – Disse com a voz mole e neguei com a cabeça. Tomo pílula já tem alguns meses e ele sabe disso. Não sinto mais a necessidade de usar preservativo, já que nós dois fizemos exames de possíveis doenças transmissíveis e, felizmente, não deu nada. Abri minha bolsa e peguei um halls pequeno de morango. Peguei um de menta e, enquanto chupava o meu, dei outro na boca dele.

- Você irá gostar. – Falei ao tirar minha blusa e logo meu shorts, ficando apenas com a calcinha. Eu já estava completamente vulnerável e pronta para tudo. Enquanto chupávamos as balas, trocamos um rápido beijo e logo toquei com a ponta da língua em sua glande. Ele tentou não manter as pernas trêmulas, mas percebi. Coitado, há quantos dias não sentia esse prazer. Passei os lábios novamente em sua glande e meu hálito estava super fresco por conta do halls. Ele, obviamente, estava apreciando cada segundo. Apertei seu membro, já completamente ereto, com as duas mãos e passei a chupar sua cabecinha. Dei a volta com a língua na região e continuei com a bala debaixo da língua. Arranhei seu abdômen com as unhas e chupei-o com ainda mais vontade. Ele gemeu baixo e era gostoso de ouvir.

- Caralho. – Alguns segundos depois, ele ejaculou. Engoli. Continuei chupando-o, que parecia não se conter e eu o olhava a todo instante, demonstrando o quanto gostava do que estava fazendo. Ele ora abria os olhos, ora os fechava, mas não parava de sorrir, mesmo que fosse pelo canto da boca. Ele ama sentir esse prazer mais do que qualquer outro. Eu sei disso. – Você é a melhor mulher do mundo. – Falou olhando em meus olhos e sorri em resposta, ainda com a boca ocupada. Chupei-o mais um pouco e passei as mãos em seus testículos, que se estremeceu ainda mais.

- Você tem arrepios aqui, amor? - Mexi novamente neles e Justin teve um tremendo arrepio, mais forte do que eu esperava. Eu adorava ver o efeito que causava nele em poucos segundos, mesmo depois de anos. Beijei sua perna e raspei os dentes de leve por todo seu membro, até que ele gemeu alto o suficiente para que eu percebesse o quanto estava fraco.

- Caralho. – Repetiu a palavra e levei no elogio. – Você... – não conseguia completar uma frase. – você não tem ideia do que está causando... isso é bom... é... demais... você é... você é demais. – Toquei com os lábios em sua glande mais uma vez e, para finalizar, mordi-o de leve, que gemeu um pouco mais alto.

- Você nunca muda. – Falei ao lamber os lábios e terminei de chupar minha bala. Ele colocou as mãos no membro como se estivesse se segurando. – Tire as mãos daí.

- Caramba, eu vou ejacular de novo. – Falou com a voz cansada e sua respiração estava desregulada. Tirei suas mãos dali e toquei com o lábio em sua glande. Ele ejaculou pela segunda vez e, sem querer, foi na minha boca. – Isso quase nunca acontece em seguida.

- Vai uma terceira? - Falei sorrindo.

- Eu amo muito, muito você. – Falou olhando-me e apertou meus braços com as mãos. Justin fechou os olhos e encostou com a cabeça na parede. – Você sabia que, cada vez que faz isso, parece que aumenta 100% o quanto eu te amo?

- E o quanto você me ama agora?

- Muito mais do que você imagina. – Respondeu olhando-me. – Eu quero você aqui. - Bateu com as mãos nas próprias pernas e sentei-me, dividindo-as. - nua. - Apertou minhas coxas e sua pressa havia aumentado completamente. Ele estava mais ágil e não conseguia controlar seu desejo. Justin beijou minha boca com aquele hálito super fresco,  fui mordendo seu lábio e puxando-o com a ponta dos dentes. - Tira isso, por favor. - Sussurrou com a boca colada na minha e peguei impulso com as pernas, levantando um pouco. Ele puxou minha calcinha até o meio das coxas e voltei a ficar sentada. Ele encostou com a cabeça no encosto da cama e segurou meu corpo com as mãos, descendo até minha bunda. Justin encaixou meu corpo no seu, introduzindo seu sexo no meu instantaneamente. Estremeci e logo suspirei aliviada. Há quantos dias não sentia isso. Ele comandava meu corpo com as mãos e minha mente com essa sensação. Era louco. Eu me sentia mais jovem. Eu me sentia jovem o suficiente para fazer isso a noite toda. Comecei a mover meu quadril em movimentos constantes para frente e para trás, conforme ele gemia baixo, assim como eu.  Eu gemia conforme tentava comandá-lo e ele estava adorando aquilo. 

- Jay... - Murmurei em seu ouvido e dei um beijo quase em sua nuca. Ele sorriu abafado de volta e senti que estava muito ofegante. - Você é demais. - Elogiei-o, que foi ainda mais rápido e aquela era uma posição ótima para o momento. Ele me deitou na cama e adentrou completamente em mim. Gemi alto por não conseguir controlar minha reação diante essa sensação e ele sorriu largo. 

- Você é tão gostosa. Seu corpo é tão perfeito. - Falou olhando em meus olhos e voltamos a nos beijar. Ele movia seu corpo com rapidez em cima do meu e não demorou muito para que atingisse seu ápice. Atingi o meu também e paramos por alguns segundos. Ele permaneceu em cima de mim e soltou seu corpo. 

Virei-o na cama e fiquei por cima. Justin suspirava sem parar e parecia cansado. 

- Caramba, isso é tão bom. - Falou com a voz falhada e me abraçou forte. - Meu Deus, você é a melhor pessoa desse mundo.

- Tudo isso porque você ejaculou duas vezes seguidas? - Ele gargalhou e fechou os olhos em seguida. Justin deu os ombros diante da minha pergunta e trocamos um beijo terno. - Eu amo você. - Sussurrei para ele e Justin acariciou minhas costas. - Mas agora nós precisamos dormir porque amanhã será um longo dia. - Caí deitada ao seu lado e ele me beijou lento. Segurei sua mão e ele acariciou a costa da minha mão. 

- É. - Abraçou-me e subi minha calcinha. Ele puxou a coberta e me cobriu até o busto. Já não sinto mais tanto frio quanto antes. Ele me puxou para perto e fiquei enrolada em seus braços.

Fechei os olhos e dormi enquanto processava como foi o dia de hoje.

 ...

Acordei num humor incrível. Abri os olhos enquanto meu despertador tocava e desliguei-o. Cocei os olhos e os abri. Justin estava na mesma situação. Eu sempre levanto uns 15 minutos antes dele,  porque tomo um banho e acordo os dois. Como o Justin não acordará no mesmo horário que eu hoje, tentei não fazer barulho para não acordá-lo. 

-  Você pode me acordar de novo quando estiver pronta?

- Sim. - Respondi ao me levantar e arrumei meu lado da cama. Peguei meu celular e havia uma mensagem da Jade.

“Eu vou passar no Starbucks daqui a pouco. Quer um cappuccino?” – Jade.

“Eu quero! Sairei de casa daqui uns 40 minutos”. – Mellanie.

Fui ao banheiro e fiz minhas higienes. Apertei o alarme que fica ao lado da porta. Essa foi uma das melhores ideias que o Justin já teve. Apertei o microfone e falei: “Ana, acabei de levantar. Você pode acordá-los enquanto eu tomo banho, por favor? Passarei no quarto deles em 15 minutos”.

Soltei o botão e não houve resposta. Ela deve ter ouvido, como sempre. Tirei minha única peça de roupa e peguei uma toalha rosa claro no meu lado do guarda-roupa, que era o direito. Entrei no banheiro e fechei a porta. Liguei o chuveiro e tomei um banho de água morna relaxante.

Saí do box e passei meu hidratante corporal. Penteei o cabelo e tirei o excesso com a toalha. Abri a porta com a mesma enrolada na região do meu busto e abri minha primeira gaveta. Peguei um sutiã e uma lingerie, ambas da cor preta, e vesti-a. Justin ainda dormia, virado para o lado oposto. Pensei em acordá-lo agora, mas antes preciso dar o café da manhã a eles e preparar o material escolar como faço todos os dias.

Vesti minha calça jeans escura e logo minha sapatilha preta. Coloquei minha blusa branca por baixo e logo a camisa social da empresa por cima, fechando-a. Liguei o secador e sequei apenas a raiz do meu cabelo, já que ainda está um pouco curto e pode secar naturalmente.

Abri a porta do quarto e deixei-a encostada. Passei pelo corredor e entrei no quarto deles. As janelas já estavam abertas e a luz do sol, não muito forte, tomava conta do cômodo. Brandon estava sentado em cima de sua cama, já de uniforme, assistindo desenho enquanto tomava leite no copo com tampa de bico e a Anna terminava de vestir a blusa do uniforme na Vallery.

- Bom dia, Anna. Bom dia, meus amores. – Falei sorridente e dei um beijo no rosto dos três. Abracei o Brandon, que não tirou os olhos da tevê e pareceu se incomodar por estar com o copo nas mãos. Sentei-me ao lado da Vally e segurei o copo dela, que estava pronta para beber.

- Bom dia, Mel. O café da manhã já está na mesa.

- Obrigada. A Lauren já chegou? - Ela costuma chegar quando estamos quase saindo.

- A portaria ligou há alguns minutos para avisar que ela chegou acompanhada da irmã mais nova, que tem a sua idade.

- Ah sim... Ela comentou comigo que tem uma irmã visitando a cidade.

- Sim. Você se importa se ela passar a tarde aqui conosco?

- Claro que não. Quero muito conhecê-la.

- Que bom. Eu ainda não a conheço. – Falou ao sair do quarto e deixou a porta aberta. Comecei a pentear o cabelo da Vallery e coloquei uma tiara rosa em seu cabelo, deixando-a ainda mais fofa. Ela tomou alguns goles do leite e começou a assistir desenho com o Brandon. Penteei o cabelo dele e coloquei as meias em seus pés. Logo os tênis e fiz o mesmo com a Vally, que estava toda de rosa, a não ser pelo uniforme, que era verde água. Levantei-me e, enquanto eles terminavam de tomar o leite, olhei a agenda da Vallery, que não tinha nenhum aviso e guardei-a na mochila ao lado do guarda-roupa. Fiz o mesmo com a do Brandon e guardei as necessaires deles, uma troca de uniforme, caso eles se sujem muito e logo levei-as para o corredor.

- Vocês querem comer um lanchinho?

- Não. – Vallery negou com a cabeça e Brandon não respondeu. Eles não costumam comer nada pela manhã, apenas tomar leite. Mais tarde tomam lanche no colégio, que, a propósito, preciso preparar antes de sairmos. Não gosto de deixar todas as tarefas com relação a eles para a Anna, porque, apesar de não ter muito tempo pela manhã, eu gosto de fazer tudo o que dá tempo.

- Então eu quero ver quem vai escovar os dentes primeiro! – Cruzei os braços e Vallery levantou-se rapidamente. Foi até o banheiro e colocou a pasta na escova, começando a escovar os dentes na pia pequena, ao lado da maior.

Já o Brandon... continuava vidrado no desenho.

- Brandon, você precisa escovar os dentes e descer comigo para colocar ração para o Billy e os outros cachorros. – Isso é algo que ele adora fazer. – Se der tempo, eu te deixo assistir mais desenho.

- EBA. Tá. – Foi até o banheiro atrás da Vally e ajudei-os a escovar os dentes. Eles estão crescendo tão rápido que já sabem fazer as coisas sem a minha ajuda. Não sei se comemoro ou fico chateada por estar passando tudo num piscar de olhos.

Penteei novamente o cabelo deles e os dois saíram do banheiro.

- Eu quero o meu batom. – Vally disse olhando-me e peguei em sua mão. Fui até a cômoda dela e peguei seu gloss rosa. Apesar de ainda ter dois anos e meio, ela é super vaidosa e adora passar gloss, usar tiara, brincos. Uma fofa.

Ela passou nos lábios e Brandon grudou em mim, andando até a porta morrendo de sono.

- Agora a mamãe vai comer e nós já podemos ir.

- Mas e a comida do Billy?

- Verdade... Nós vamos colocar ração para ele, querido, aí eu deixo vocês assistirem desenho.

- Eba. – Vally concordou e descemos as escadas.

Fomos os três até o quintal e peguei a ração, deixei com que o Brandon colocasse nas três tigelas e soltamos os cachorros para que ficassem na área da cobertura e logo na grama, pouco antes da areia. Acariciei-os e Brandon queria brincar com eles.

- Agora não, filho... – Fomos até a cozinha e a Anna estava sentada na cadeira tomando seu café da manhã. Servi minha xícara com café puro e coloquei um pouco de leite, só para não ficar tão forte.

Fiz um lanche à base de pão integral, cheddar e dois tomates. Comecei a comer e os dois foram logo assistir desenho.

- Eu ainda preciso acordar o Justin.

- Ele vai entrar mais tarde com você hoje? - Foi aí que eu me lembrei de que ele já deveria estar saindo daqui. Os dois não tem hora para entrar pela manhã, mas o Justin tem. Engoli e tomei um gole do meu café. Ele pediu para que eu o acordasse quando estivesse pronta, mas eu vou entrar meia hora mais tarde hoje, ou até mesmo uma hora.

- Eu esqueci!!! Eu esqueci que vou entrar mais tarde e ele não. Que caramba. – Levantei-me no mesmo instante. – Eu vou pedir para que os dois o acordem.

- Vally, Brandon, vocês querem acordar o papai hoje? - Falei ao ficar de pé e enxerguei-os distantes. Nenhum deles respondeu. Tomei mais um gole do café e não houve resposta.

- Eles preferem ver desenho. – Falei rindo. – Acho que o Justin não se importa em entrar meia hora mais tarde hoje. Vou acordá-lo assim que terminar de comer. – Falei olhando para a Anna, que concordou comigo e terminou seu lanche primeiro. – Eu acho que já seria bom deixar o café dele pronto... A campainha tocou e deve ser a Lauren.

- Você quer que eu faça um lanche?

- Não... Faça um cappuccino e ovos mexidos para ele, por favor. Atenda a Lauren e deixe a irmã dela entrar. Eu preciso subir para acordá-lo agora e já desço.

- Ok. A irmã dela pode ficar à vontade?

- Anna, você manda aqui também. Claro que pode. – Falei como se fosse óbvio e subi as escadas. Anna abriu a porta assim que entrei no nosso quarto e abri todas as janelas.

- Amor... – Falei em um tom apressado e ele murmurou em resposta. Sentei-me na beira da cama e ele estava nu, dormindo de barriga para baixo com o lençol em parte das costas. – Eu esqueci que você não iria entrar meia hora mais tarde... Acho bom você levantar.

- Meia hora mais tarde? - Falou sério e coçou os olhos tentando me enxergar. – Você me acordou tipo 8h30?

- Não... Eu vou entrar às 9h hoje, mas era para você estar entrando agora... Eu te avisei ontem.

- Caramba, Mel. – Passou os dedos no cabelo e levantou-se logo. – Eu não poderia chegar atrasado hoje. Tenho muitas coisas a fazer.

- Eu sei... Mas eu esqueci. Desculpa.

- Agora eu já estou atrasado mesmo. – Deu os ombros e foi até o banheiro. Fechou a porta e, em questão de segundos, ligou o chuveiro. Abri a porta que dava para a varanda e olhei para o mar. Hoje não está um dia tão frio, mas sim tranquilo, com pouco vento.

Mexi um pouco no meu celular e ele logo desligou o chuveiro, saiu do banheiro passando a toalha no cabelo molhado e logo foi até seu lado esquerdo do guarda-roupa. Pegou uma cueca da Calvin Klein branca e vestiu-a.

- Eu preciso avisar os caras que chegarei às 9h.

- Não precisa... Você manda neles.

- Mas eu tenho sócios, Mellanie.

- Justin, só um dia chegar meia hora mais tarde não faz mal.

- Eu acho melhor você não começar a falar sobre isso.

- Por que você acordou chato? - Cruzei os braços e ele pegou sua calça jeans.

- Eu acordei normal.

- Não, você acordou chato. Que saco. Nem parece que passamos um tempo juntos ontem. – Fui até a porta e ele veio atrás de mim. Deu um beijo em meu rosto e logo um selinho. – Se você estiver sem paciência, é só falar que eu evito conversar com você.

- Para de me tratar como se eu fosse insuportável. – Reclamou e revirei os olhos.

- É incrível como você consegue acordar chato.

- Mel, para. – Segurou meu braço e deu-me mais um selinho. Dei um beijo rápido nele e saí do quarto sem falar mais nada. – Eu só estou, sei lá, descontente por estar atrasado.

- Meia hora, caramba. – Reclamei e desci as escadas. Peguei minha bolsa de trabalho que estava pendurada perto da sala da biblioteca e coloquei-a no ombro. Lauren estava conversando com a irmã, que era uma morena bem jovem e até bonita, não muito magra.

- Bom dia, Mellanie. Essa é a minha irmã, Luana. – Sorri para ela e cumprimentei as duas com um beijo no rosto.

- Olá, Luana. Seja bem-vinda. Você é de onde mesmo?

- Sou de São Petersburgo. – Falou sorridente e ela percebeu que eu não era fluente no russo.

- Ah sim... Bom, fique à vontade. Eu já estou indo levar meus filhos na escola e logo para o trabalho. – Falei simpática e elas sorriram em resposta. Voltei para a sala e os dois ainda assistiam desenho. - Vamos para o colégio¿ - Falei parada em frente à tevê e eles negaram com a cabeça.

- Não.

- O quê? Vamos logo! Vocês estão atrasados. – Falei ao desligar a tevê e Brandon resmungou novamente. – Eu quero ver cada um levando sua mochila até o carro. Vamos logo.

- Ei, eu quero um abraço antes. – Justin falou descendo as escadas e correu até a Vallery, fechando sua camisa social da empresa. Era azul marinho.

Ele abraçou os dois e falou um pouco com eles. Fui até o carro e Justin os levou até lá. Prendeu-os sentados com os cintos de segurança e logo colocou as mochilas no banco de trás.

- Até mais tarde, Vally, Brandon. – Falou e veio do meu lado do carro. – Desculpa pela grosseria logo cedo... Eu estou cheio de problemas quando o assunto é a JKC. – Falou olhando em meus olhos e coloquei os óculos de sol. - Eu amo você.

- Eu percebi. – Respondi e liguei o carro, logo o rádio com músicas infantis que eles adoram cantar no caminho. – Tenha um ótimo dia.

- Você também. – Deu-me um selinho e saí na garagem em seguida. Ele acenou para os dois, que fizeram tchau de longe e saímos do condomínio segundos depois. Passei deixá-los no colégio e logo fui para a empresa, onde encontrei com a Jade e tomei meu cappuccino assim eu entrei no meu escritório. Liguei o ar condicionado e recebi três ligações para saber se os encontrados da papelada que o Justin pegou ontem estavam arquivados no sistema.

- Não estão aqui. O Justin não me deu a papelada.

- Como assim? Isso deveria ter sido arquivado ontem.

- Eu sei, Bryan, mas não estão comigo. Ninguém trouxe para cá.

- Eu vou falar com ele. Pode ser que esteja com o Nolan.

- Ok.

Desliguei o ramal e coloquei minha pasta em cima da mesa. Comecei a fuçar todo o sistema da empresa, porque além do Justin, do Bryan e do Nolan, eu também tenho as senhas e posso controlar tudo. Não havia nada registrado ontem.

- A Mellanie está na sala dela? - Ouvi a voz do Justin falando com a Jade. – Obrigado.

- Oi. – Falei séria e ele entrou já batendo a porta.

- Como você perdeu a papelada com os encontrados? Eu falei disso ontem pra você.

- Caramba, você não me entregou nada ontem e já conversamos sobre isso.

- Era para estar tudo arquivado e você não arquivou.

- Primeiro: eu não arquivo as coisas, eu controlo o sistema. Segundo: NÃO TEM NADA AQUI PARA SER ARQUIVADO.

- Mas tem que ter. Você sumiu com a papelada e agora o Bryan está louco.

- Será que você está surdo? Eu disse várias vezes que não mexi na sua papelada e nem a vi. Você que é desorganizado e perdeu. – Voltei a mexer no meu macbook e ele aproximou-se bravo.

- Eu não perdi. 

- Como você pode ter tanta certeza? - cruzei os braços.

- Porque você mexeu e perdeu. Eu deixei aqui.

- Vai se foder. Eu não mexi em nada disso. – Joguei o copo do cappuccino no lixo e aumentei o ar.

- Então como eu fui perder?

- Eu não sei. Vai ver está com o Nolan ou sei lá. 

- Ah. - Reclamou. - Você vai sair? - Cruzou os braços e fechei os olhos ainda sentada na cadeira. Logo cedo.

SPOILER

– Nós somos uma família.

- Como você pode dizer que somos uma família se você disse há um minuto que não que casar comigo?

- EU NÃO FALEI NADA DISSO.

- “Eu não sei se deveremos casar logo...”

- Isso não quer dizer que eu não queira.

- O que aconteceu? Você não está conversando direito comigo desde que chegou em casa. Eu fiz alguma coisa, por acaso?