1. Spirit Fanfics >
  2. Behind The Secrets - third season >
  3. I know you care

História Behind The Secrets - third season - I know you care


Escrita por: featollg

Capítulo 21 - I know you care


- Foi absurdamente vergonhoso. Ainda bem que eu não me lembro da importância que você diz que já teve na minha vida. Não vale a pena lembrar de você depois disso. - Ele jogou o celular no sofá e lavou as mãos no lavabo. Passou-as no rosto e secou. - OLHA O TAMANHO DO CHUPÃO QUE AQUELE CARA DEU NO SEU PESCOÇO. EU NÃO FAÇO ISSO NAS MULHERES QUE EU TRANSO. - Apontou para o meu pescoço. - Eu não consigo acreditar que você foi capaz de fazer uma coisa dessas. VOCÊ NEM SABIA QUEM ERA AQUELE CARA. VOCÊ NÃO SABIA.

- PARA DE FICAR FALANDO ISSO NA MINHA CABEÇA. EU JÁ SEI, TÁ??? EU SEI MUITO BEM O QUE EU FIZ. EU NÃO QUERO FALAR SOBRE ISSO AGORA. FOI PROPOSITAL.

- Inacreditável. - finalizou a discussão e subiu as escadas. Ou ele estava com muito ciúmes ou ele estava só bravo pela situação. Talvez os dois.. Eu realmente nunca imaginei que, nessa situação em que estamos, ele ficaria nessa pilha de nervos.

- CARALHO. VOCÊ TRANSOU COM AQUELE CARA E AGORA VEM ATRÁS DE MIM?

- Você está me tratando feio uma vagabunda, para com isso.

- Você pediu. - Ele foi até seu guarda-roupa e pegou uma toalha qualquer. Entrou no banheiro para tomar um banho e fui para o meu quarto. Meus filhos estão no apartamento com a Anna. Eles se divertem lá.  

 

"Anna, eles estão dormindo? Chegamos agora e já estamos brigando" - Mellanie.

 

Ela não respondeu. Fui para o meu quarto, coloquei meu celular para carregar no criado-mudo e tomei um banho voando. Eu queria terminar primeiro que ele. Vesti uma camisola cinza com detalhe rosa. Penteei o cabelo e tirei o excesso com a toalha. Volto no quarto e a porta do banheiro ainda estava fechada. Sento-me na cama e cruzo as pernas. Meu cabelo está todo molhado. Ele sai do quarto com a toalha enrolada na cintura e me olha com raiva. Seus olhos estão um tanto marejados. Ele não está com cara de quem chorou. Não tem motivos. Suspiro na espera de que ele diga algo. 

- Se você quer saber, eu senti um ciúmes do caralho. Eu não sei por que, mas eu senti e não foi legal. Eu nunca tinha sentido tanto ciúmes assim de uma vez. - Eu não esperava por isso, não mesmo. Senti vontade de sorrir, mas o clima estava super pesado. Escondo meu pescoço marcado com a mão esquerda e ele pega uma cueca preta no guarda-roupa. 

- Qual é, Justin... Releva. Você está me amando? É isso?

- Não. - Negou de imediato e senti firmeza. droga. - É claro que não. Ainda mais depois de tudo isso. Eu só não gostei do que você fez. Foi idiotice da sua parte. Foi desnecessário.

- Você já me disse isso várias vezes, caramba. Eu já entendi que você não gostou. Mas eu gostei. - eu odiei.

- Eu duvido que você tenha gostado de transar com um cara que mal olhou na sua cara.

- Como assim?

- Ele não parava de olhar para a sua bunda e o seu decote. Ele queria comer você desde a hora em que te viu e você cedeu. Isso foi absurdamente feio.

- E por que você perdeu tanto tempo assim parado observando? - Cruzei os braços e ele revirou os olhos.

- Eu não precisava olhar a todo momento. O cara secou seu corpo.

- E daí que ele secou? Ele é homem. Você faria o mesmo.

- Eu não faria o mesmo. Eu não estou pegando você para fazer isso. - Falou bravo e fiquei sentida. - Que porra. Agora eu tenho certeza de todas as histórias que você me contou eram mentira. Você deu para um cara, disse que somos noivos e que você me ama muito ontem mesmo. Qual o propósito disso?

- Eu... Eu... Eu precisava saber se você sentiria ciúmes. Você está exagerando nos acontecimentos. Eu não mentiria para você sobre tudo isso.

- Se você disser que transou com um estranho porque faz parte do meu tratamento, você saiba que foi a pior coisa que você poderia ter feito.

- Mas você está com ciúmes. - Falei como se fosse óbvio.

- Eu estou bravo, é diferente. Aliás, muito bravo. Que cena ridícula. OLHA O SEU PESCOÇO. - Ele quase me tocou. Bufei. Eu estava cansada de ouvir reclamações. Minha consciência já falava o suficiente na minha cabeça a burrada que eu tinha feito. Ele acaba de dizer que está morrendo de ciúmes e, segundos depois, fala que está apenas com raiva. Como entendê-lo?

Saí do quarto decepcionada comigo mesma e fui até o meu. Fechei a porta e escovei os dentes. Eu estava péssima. Nunca me senti assim na vida. Era horrível pensar que eu magoei tanto alguém e foi de propósito. Eu não sei exatamente como ele se sentiu sobre isso, mas eu sei que foi pior do que eu esperava. Por que ele se importou tanto?

Olhei-me no espelho e a marca no meu pescoço estava enorme. Meu cabelo não é mais tão curto e não esconde completamente. Merda. Passei base para que ficasse mais claro e logo pó, nada exagerado. A verdade é que eu pensava que maquiagem poderia apagar algo que vai ficar marcado por bons dias na minha pele.

Liguei a tevê do quarto e peguei meu celular. Anna não me respondeu: 03h38 da manhã. Eu queria conversar com ele. Não consigo me sentir pior. É terrível pensar no que eu fiz. Como eu fui capaz? Eu, que o amo, não suporto vê-lo transando com outras mulheres... E ele? Como se sente sobre isso?

Levantei-me e fui até o quarto dele. Abri a porta e Justin mexia no celular sentado na cama, apenas com uma cueca vermelha. Fechei a porta e olhei para ele.

- Como você se sentiu?

- Eu me recuso a responder. - Falou grosseiro. - Eu estou bravo pelo que você fez. Sai daqui.

- Mas por que você está bravo?

- Porque eu não entendo. Há meses você tenta colocar na minha cabeça o quanto você é importante na minha vida e vice versa, mas do nada você transa com um estranho com a minha presença. Não faz sentido. Eu estou confuso. - Colocou as mãos na própria cabeça e aproximei-me dele, que se afastou ainda mais. - Você é meio louca...

- Eu precisava saber o que você iria sentir...

- Você não poderia simplesmente fingir? Sei lá, fingisse. O que você fez não é certo.

- E se eu te disser que eu fingi? - Ele me olhou no mesmo instante.

- Seria pior, porque eu vi como aquele idiota saiu sorridente do quarto. Era como se todos pudessem ler na testa dele: "Comi". - Ridículo ele ter falado isso.

- Isso significa que você está morrendo de ciúmes. - Franziu o cenho.

- Não estou. Eu só fiquei bravo.

- Não há motivos para você ficar bravo e não sentir ciúmes.

- Como não? Você está no meu pé, não quer que eu fique saindo todos os dias, não quer que eu transe com todo mundo e do nada você faz o mesmo. Logo agora que eu decidi que tentaria me aproximar de você.

- Foi um cara só. Uma vez só. Você está morrendo de ciúmes. Por que você não assume logo?

- Porque eu não sei o que é isso. Eu não sei como eu me sinto. Você pensa que é fácil? Não é.

- Isso é ciúmes. Você não aceita que eu me envolva com outro cara.

- Eu pouco me importo. Você pode fazer o que quiser. - Isso é, com certeza, bipolaridade. - Agora me deixa em paz.

- Você ouve o que está dizendo? Justin... Isso é muito sério. Você acabou de dizer que não se importa com o que eu faço, mas você viu o escândalo que fez por conta disso? - Ele sentou na cama e bufou. Parei na frente dele e coloquei o cabelo para trás. - Você está confuso demais... Ou você sabe o que sente e não quer assumir.

- Eu não sinto nada.

- Você pode pensar no que eu te disse? - Falo calma e ele suspira, fecha os olhos e passa as mãos no rosto, logo bate na cama com a mão esquerda. - Poxa... Eu não sei mais como te ajudar.

- Então não ajuda. Não precisa. Eu já sei me virar, sei onde estou e pretendo voltar para o Canadá mesmo. Aqui eu só estou ficando pior. - Desviou o olhar e segurei o rosto dele. - Se você pegar vários caras com a intenção de me ajudar, saiba que isso é pior.

- Então me fala o que você sente. - Falo olhando nos olhos dele, que fita minha boca. - Esquece essa raiva pelo menos agora e tenta conversar comigo. - Ele lambeu os lábios e abriu os olhos devagar. Ele parecia pensativo, muito pensativo. Pensei que não teria uma resposta, mas ai... Eu continuei segurando o rosto dele, queria uma resposta. Ele beijou o canto da minha boca com calma. Eu fiquei surpresa, confesso.

- Eu sinto desejo por você. Eu sinto o quanto você está tentando me ajudar desde o início, mas eu não consigo entender isso que você fez. Foi, sei lá, vergonhoso. Eu me senti um idiota que está sendo usado como namorado de uma mulher que ele nem sabe direito quem é e de onde veio. Claro que, agora, eu conheço você, mas nunca o suficiente, não muita coisa, nada. Eu sinto atração por você como pessoa, não só pelo físico. Eu não gostei de saber que você transou com outro cara. Eu pensei que nós iríamos transar.

 

Justin P.O.V

A verdade é que eu estou com ódio de tanto ciúmes que senti. Não sei se posso definir isso como um sentimento, mas é uma sensação de ódio. É algo que corrói e me dá vontade de socar a cara daquele filha da puta que comeu a Mellanie e sumiu. É claro que eu odiei o fato dela ter feito isso... Mas algo nela, algo no que diz, reduz minha raiva. Como isso é possível? Ela continua tão linda e tão atraente enquanto se desculpa. Ela sempre foi assim? Por que eu quase a beijei? Eu deveria odiá-la.

- Eu sinto atração por você como pessoa, não só pelo físico. Eu não gostei de saber que você transou com outro cara. Eu pensei que nós iríamos transar. - Falo tentando não parecer derrotado. É inevitável. O pescoço dela é marcado por um chupão do tamanho do mundo. Absurdamente vergonhoso e desnecessário. Eu deixaria uma marca nela melhor e mais discreta do que essa. Ela se aproxima e acaricia meu cabelo. Tiro sua mão. - Você já ouviu o que queria de mim. Agora chega. Você foi ridícula. Vai dormir.

- Eu sei que eu fui, me perdoa. - Ela fala com a voz triste. - Me perdoa, Justin. Eu sei que foi ridículo... Mas ele veio pra cima de mim, ai eu pensei que você poderia sentir algo... Eu bebi um pouco... Você também... - Ela começa a chorar baixo. Não me abala. Ok. Um pouco. Ela continuava linda e era como se eu não conseguisse evitar que meus olhos parassem diante dos seus, tão frágeis. - Justin... Eu pensei que ajudaria a fazer você pensar. - Ela começou a acariciar meu rosto toda calma, beijou meu maxilar e, inesperadamente, minha raiva foi reduzida. Suspiro fundo e permaneço com os olhos fechados. Eu não queria dizer nada agora. Eu não sabia como dizer, mas ela estava perdoada por mim. É claro que estava. O que eu sinto por ela não chega nem perto do que ela diz sentir por mim. - Eu não sabia que você ficaria tão furioso. Eu te vi com a Grace e surtei. - Eu queria continuar odiando-a, mas eu não conseguia. Simplesmente há algo mais forte do que eu.

- Eu não sei quem é Grace. - Falo tranquilo. - Você é louca. Eu fiz papel de otário. 

- Você não fez... Eu continuo amando você. Me perdoa por essa idiotice.

- Não foi uma idiotice. - Falo olhando para frente e ela beija o canto da minha boca. - Eu não sabia que você ficaria...

- Com ciúmes? Nem eu. - Olho para ela, que parece implorar por um beijo. - Eu não entendo por que fiquei com ciúmes de você. Eu não sei o que foi isso.

- Eu imaginei que você só ficaria chateado... Eu precisava saber. - Ela fala sentada mais próxima a mim. - Eu não vou testar você de novo. - Desvio o olhar e ela espera uma resposta. Não sei se posso confiar na palavra dela.

- Eu também fiquei chateado. - Falo ainda olhando para ela, que não tira as mãos de mim e fico cada segundo mais relaxado. Eu não queria. Eu não me sentia bem assim. É como se eu estivesse me sentindo completamente perdido, desde o dia em que deixei aquele hospital com uma estranha. - Eu me senti... não sei... um idiota. Eu sempre fiz, de certo, muitas mulheres se sentirem assim e agora eu me sinto da mesma maneira. É terrível. - Falo tranquilo e ela beija meu peitoral, logo sobe a mão até meu pescoço e me acaricia de um jeito que me faz relaxar.

- O que você sente por mim? - Ela sussurra e algo estranho me vem à cabeça. Eu não sei o que é, não sei como lidar. Eu só sei que tem algo a mais. É claro que tem. Se não tivesse, eu não teria me importado com o que ela fez, mesmo com a situação em que estou. Se eu quase explodi de raiva e ciúmes, tem algo a mais. Como você sabe quando está amando alguém? Ciúmes já é o suficiente?

- Como você sabe quando está amando alguém? Como você se sente? - Fecho os olhos e deixo a pergunta no ar.

- Não há palavras que expliquem quando você está amando alguém. Você simplesmente ama. - Ela fala ainda em tom baixo de voz e acaricia meu cabelo. - Eu não sou boa com as palavras... mas você é. - Eu nunca fui. O que ela está dizendo? - Você sabe que está amando quando sente posse pelo outro, quando você sente que só você pode estar ao lado dele, ele só tem que precisar de você. Ah, eu não sei. É complicado amar. - Ela fala toda perdida e abro os olhos. Ela está sorrindo. - Todo ser humano que ama comete, ao menos, uma loucura por amor. A minha foi essa de hoje... eu nunca fiz algo do tipo, sabe. É porque eu senti que precisava te ajudar de algum jeito. - De certo, ela ajudou. Minha cabeça parece tão confusa. Não sei se foi algo positivo, mas me fez pensar cada vez mais. Ela desencosta e cruza as pernas sentada ao meu lado. Deixo as mãos soltas e coloco, sem querer, em cima de suas pernas. Aperto-a.

- Eu não sei o que é isso. - Eu me sinto um babaca. - Eu nunca amei ninguém a ponto de querer sempre a mesma pessoa ao meu lado. Mas eu estou com raiva de você, eu acho. Eu não sei.

- Você não sabe como é sentir raiva? - Fala estranhando a situação.

- Eu não sei definir se é uma raiva que vem de um sentimento ou se é a raiva do ódio.

- Se fosse raiva de ódio, você não iria suportar minha presença do seu lado. - Ela fala doce. Provocante. Como consegue?

- É. - Ela estava certa. - Isso é tão complicado. Você não deveria ter feito isso...

- Eu sei disso... mas foi para te ajudar.

- Eu não peguei ninguém na festa.

- Eu vi você com a Grace! - Ela falou exaltada.

- Quem é Grace, Mellanie? - Eu não fazia ideia de quem ela estava falando.

- Como assim? É aquela ruiva idiota que ficou no seu pé a festa toda. - A ruiva gostosa, claro...

- Ah, a ruiva gostosa... - Falo pensativo. - Eu não me lembro dela. Não peguei.

- Eu duvido.

- Você realmente acha que eu mentiria sobre ter pego ou não aquela mulher depois de ver que você transou com um cara qualquer? - Ela revirou os olhos.

- Ok, eu entendi. Mas eu não suporto aquela mulher. Eu a detesto. Eu a odeio demais.

- Eu tenho algo a ver com isso?

- MAS É CLARO. VOCÊ TRANSOU COM ELA.

- AH, então estamos num mesmo círculo. - Cruzo os braços. Seria bom se eu me lembrasse dela. Era demais para ser verdade. - Qual seu argumento?

- Você transou com ela porque estava absurdamente bêbado.

- Eu não me lembro disso. - Ri.

- Jura? - Ela responde cínica. - Isso é ótimo. Então você não pegou ninguém?

- Não. Se eu te disse que tentaria ficar só com você, não faria sentido eu quebrar o combinado um dia depois.

- É. Eu sei... Eu fui uma trouxa.

- Foi mesmo.

- Era para você dizer que já estava tudo bem entre nós.

- Como assim? Você acha que eu vou perder tempo só com você depois disso? De maneira alguma.

- Para de falar assim comigo, Justin. Eu já me arrependi.

- Ok, Mellanie. Agora me deixa em paz. Eu estou meio perdido. O que eu mais queria era voltar para o Canadá. - Sinto o desespero em seu olhar.

- NÃO, POR FAVOR, NÃO VOLTA. Você tem que ficar aqui comigo e com os nossos filhos. Eu prometo te ajudar de uma maneira melhor. - Ela não entende mesmo.

- Você não entende. Simplesmente não tem como me ajudar. Eu nunca vou conseguir me lembrar de tudo o que aconteceu na minha vida. Sequer sei o que sinto por você. - Confesso que isso é algo que me tira a paciência. É como se, quanto mais eu tentasse, menos eu me lembro. Nada eu me recordo.

- Tem sim. - Ela insiste e para em minha frente. - Eu vou te ajudar.

- Ok. Ok. Boa noite. - Fecho os olhos e tento pensar. Forço meu cérebro para que me traga alguma lembrança. É tão difícil. É como se um flash tivesse passado na minha memória de um acontecimento. Um borrão. - Nossa. - Penso alto.

- O que foi?

- Eu... Eu não sei. Tentei pensar um pouco, refletir e um momento me veio à cabeça.

- Qual momento?

- Eu não sei... Acho que eu estava numa festa... eu estava em algum lugar. Eu não sei dizer onde estava. - Como eu posso me lembrar de algo que não sei o que é? Vamos lá... Eu tenho que me lembrar. Que droga.

- Não é da festa de hoje?

- Não. É antigo. - Fecho os olhos e escondo meu rosto com as mãos, tento pensar. Mais nada me vem à cabeça. Como isso pode acontecer? - Eu preciso dormir. Eu bebi bastante, me irritei muito.

- Eu também... Eu, eu vou me deitar. Mais uma vez, me perdoa. Podemos conversar melhor amanhã. Quero que você saiba dos nossos planos para o casamento que teríamos em outubro...

- Casamento?

- É. - Ela fica de pé. - Você me prometeu que nossa lua de mel seria uma surpresa para mim. Pelo que eu sei, você já estava com tudo fechado, mas ninguém sabia. Só você. - Loucura. - Boa noite. - Ela acaricia meu cabelo e fica com receio de me abraçar. Que assim seja. Deixo-a ir, que fecha e porta e apaga todas as luzes. Agora era um momento para refletir. Como eu posso saber se sinto algo por ela? É claro que eu estou começando a me importar um pouco com as crianças, mas ela é diferente. Eu não sinto que a amo. Eu só sinto que, de alguma maneira, precisamos um do outro, seja na companhia ou nos sentimentos. É terrível esse sentimento. É como se eu me sentisse vazio boa parte do tempo por estar uma incerteza que sabe Deus quando pode acabar.

 

...

Mellanie P.O.V

Eu não consegui dormir. Não tive notícias dos meus filhos e por conta de toda a conversa com o Justin. Eu confesso que nunca pensei que ele ficaria com uma raiva do tamanho do mundo. Eu tinha certeza que ele ficaria irritado e diria não se importar. Isso mostra o quanto ele está se importando comigo. O quanto ele pode me amar. Mesmo que com menor intensidade, ele pode.

Levantei-me por volta das 6h30. Cochilei por uma hora durante toda a noite. Nada além de uma hora. Tomei um banho quente, por estar frio, e vesti uma blusa branca de lã, peguei minha calça de moletom cinza e prendi o cabelo em um coque. Eu estava pronta para ir ao apartamento atrás dos meus filhos. Preciso vê-los. Eu preciso conversar com alguém sobre o que eu fiz.

Pego meu celular no criado-mudo e desço as escadas respondendo mensagens.

 

"O Brandon chorou bastante por volta das 22h... Ele não queria dormir sem você. Já a Vallery, dormiu tranquila quase na mesma hora" - Anna.

 

"MELLANIE, COMO ASSIM VOCÊ TRANSOU COM O LEO?" - Jade.

"AMIGA, ME RESPONDE" - Jade.

"Eu não consegui falar com você direito na festa, mas eu vi que você bebeu bastante" - Jade.

 

"Estou indo aí!! Precisa que eu leve algo?" - Mellanie.

 

"Traga leite. Esqueci de comprar o deles" - Anna.

 

"Ok". - Mellanie.

 

Abro a geladeira e tomo um copo de água gelada. Nada desce tão cedo. Eu precisava muito falar com o Justin. Pego minhas chaves e saio de casa apenas com meu cartão de crédito no bolso. Vou até minha Range Rover e deixo o condomínio por volta das 7h em pleno domingo. O frio estava intenso. Coloquei até um gorro cinza. Peguei um qualquer do Justin. Ele não está mais usando mesmo...

Parei no primeiro mercado que vi aberto e comprei dois lentes em pó para os meus filhos. Logo uma barra de cereais. Precisava comer algo agora.

Chego no prédio e entro no estacionamento com meu cartão de residente. Paro na vaga ao lado da que a Anna estacionou o outro carro e desço congelando de frio com a sacola plástica na mão. Termino de comer minha barrinha no caminho e subo até o segundo andar. Bato na porta com calma, para não fazer barulho, e Anna logo abre.

- Bom dia. - Abraço-a forte. - Por que você acordou tão cedo?

- Eu fiz uma burrada ontem... Eu e o Justin brigamos demais ele e está bravo comigo.

- O que você aprontou?

- É uma longa história. - Eu estava com vergonha de dizer que fui capaz de fazer o que fiz. - Eu quero ver meus filhos primeiro. - Passo pela cozinha e entro no quarto de hóspedes, que é onde eles ficam. Uma cama de casal coberta por travesseiros para que não caiam no chão. Os dois dormem feito anjos. Deito-me ao lado do Brandon e puxo a Vallery para mais perto. - Como eu senti falta deles. - Beijei o rosto do Brandon, que resmungou.

- Ok... Fique com eles então. Eu vou colocar o café na mesa para acordá-los.

- Tudo bem. - Respondo sonolenta e me sinto mais tranquila por estar com os dois. Eles são, definitivamente, meu porto seguro. Passei mais de 10 minutos deitada ao lado dos dois, com receio de acordá-los. Não queria que estivessem de pé tão cedo em pleno domingo. Eles merecem um bom descanso.

- Mel... - Anna sussurra ao entrar no quarto. - O Justin acaba de ligar no seu celular. - Ele nunca me ligou no celular antes, eu acho. - Ele está furioso com algo.

- O que aconteceu?

- Ele não me disse, mas queria saber onde você estava. Ele parecia furioso.

- Ele é bipolar. De madrugada mesmo nós conseguimos nos resolver... - Mais ou menos, mas conseguimos.

- Ele quer falar com você.

- Eu vou falar com ele quando voltarmos para casa. Agora eu vou ficar com os dois nessa cama. - Acaricio o cabelo da Vallery e começo a pensar. O que o teria deixado tão bravo a ponto de me ligar para reclamar? Ele está a cada dia mais bipolar e isso me assusta muito.

 

SPOILER

- EU ESTOU FICANDO LOUCO.

- Para de gritar, ok? Calma. Você precisa tentar me explicar o que está havendo.

- Não dá. Você não iria entender. EU ESTOU COM ÓDIO DE TUDO ISSO. COMO TUDO PODE ACONTECER DESSA MANEIRA?

- Ei, calma, Justin. Eu estou indo aí para conversarmos melhor. Fique calmo.

- NÃO DÁ, SHAWNTEAL.

 


Notas Finais


BOA NOITE, MENINASSSS
Ainda bem que algumas de vocês entenderam o motivo da Mellanie ter feito o que fez. Não foi o certo, mas, quer dizer, foi o que deveria ter sido feito antes rsrs.
Não vou detalhar cenas de sexo (se houver) entre o Justin com outta mulher e a Mellanie com outro homem. Acho inapropriado hehe. Mentira, não acho, mas vocês não curtem, então tá suave.
Espero que estejam realmente gostando dessa temporada!! Ainda tem MUITA coisa pra acontecer, mas vamos com calma. Ainda quero que essa temporada dure.
Se tiverem perguntas, podem fazer, ok? Eu responderei nos comentários mesmo. Boa noite, beijossss


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...