História Behind The Secrets - third season - You have no ideia

- É melhor que seja importante. Estou ocupada no trabalho.

- Eu estou grávida. - Falo com a voz baixa.

- Oh meu Deus... E como você se sente sobre isso?

- Eu não sei o que fazer. Isso não poderia ter acontecido. Eu não queria agora. Estar grávida era o que eu menos queria.

- Mellanie... Você sempre amou crianças. Pense pelo lado bom.

- NÃO TEM LADO BOM. MEU NOIVO NÃO ME AMA, ELE NÃO QUER SER PAI. Eu não sei o que fazer. - Começo a chorar. - Eu quero morrer.

- Prima, você não pode ficar assim... Onde você está?

- No carro, em frente ao consultório.

- Vá para casa e descanse um pouco, ou coloque a cabeça para trabalhar.

- Eu preciso voltar para a empresa. Com que cara eu vou chegar lá?

- Você já imaginava que estava grávida, não imaginava?

- Sim, mas eu queria estar errada... Que droga, Alice.

- Faça o que eu te falei e mais tarde conversamos.

- Não comente com ninguém, por favor.

- Fica tranquila. Beijo e se cuida.

- Beijos.

Desligo com ela e penso em ligar o carro. Será que mais alguém deve saber fora ela e a Anna? Pretendo contar a ela assim que chegar em casa. Agora eu preciso parar de chorar, voltar para a empresa e tentar pensar em como lidar com essa situação sem que os outros saibam.

Volto para a empresa e não vejo o Justin até o fim da tarde. Busco meus filhos no colégio e combino de encontrá-lo em casa por volta das 20h. Dou um banho nos meus filhos e sirvo o jantar a eles. Eu me sentia péssima, muito mal. Meu psicológico era o que mais me atrapalhava.

- Eu estou grávida. - Aproveito a primeira oportunidade que temos de ficar sozinhas e ela arregala os olhos. Justin estaciona na garagem no mesmo instante. - O resultado do exame saiu hoje e eu não sei o que fazer...

- Mellanie!!! - Ela parece surpresa. - Quando você vai contar a ele? Está de quantas semanas?

- Estou de cinco semanas. - Justin abre a porta e nos olha. - Eu não vou.

- Mas você precisa! - Ela reduz o tom vocal e dou os ombros.

- Nem pensar... - Ele vem até nós. - Eu estou péssima hoje.

- O que você tem? - Ele questiona ao ouvir parte da conversa e dá um abraço apertado na Anna. Logo acena para as crianças na sala e vem até mim.

- Estou com tontura, enjoo, cansaço acumulado, dor de cabeça... enfim, estou péssima.

- Você tomou algum remédio? - Ele fala ao abrir a geladeira e toma um gole d'água.

- Ainda não. Eu vou subir colocar as crianças para dormir. Passo por ele e os chamo. - Vally, Bran, vamos subir?

- Ah não! Eu quero ficar mais. - Vallery diz brava. - Eu vou ficar com o papai.

- O papai ainda irá jantar, querida... Vamos. Venha, filho. Os cachorros já estão dormindo também.

- Eu não to com sono. - Brandon responde e reviro os olhos.

- Anna... Eu vou subir. Preciso organizar o material deles para amanhã e vou deitar.

- Tudo bem... Eu vou subir com os dois logo mais.

- Obrigada. - Subo as escadas devagar e volto a pensar na gravidez. Foi a única coisa que se passou pela minha cabeça desde o consultório. Como eu vou esconder de todos? Como eu vou lidar com essa situação? Vou até o quarto das crianças e puxo os edredons, fecho as janelas e separo os uniformes deles de amanhã.

Passo alguns minutos sentada na cama ao lado da do Brandon e tento refletir. Eu estava ficando ainda mais irritada, sem paciência e triste. Não, não estava com raiva do Justin ou de qualquer outra pessoa além de mim mesma. Eu sabia que esse filho não era do Leo, eu sentia, mas isso não adiantaria de nada a uma altura dessas.

Vou para o meu quarto e faço minhas higienes. Logo volto até o corredor, com muita tontura, e vejo Justin subir as escadas com a Vallery no colo. Ele a coloca no chão e Brandon vinha logo atrás com a Anna.

- Bem que você poderia ter ficado comigo na empresa... Eu ainda não sei me virar direito por lá. - Ele fala ao abrir a porta do quarto deles e bufo.

- Eu não estou legal hoje... Você pode respeitar? - Viro-me de frente para ele, que assente.

- Posso. Foi mal. - Ele entra no meu quarto. - Você precisa de algo? - Eu precisava do meu noivo. Eu queria que ele me apoiasse em um momento como esse. Um momento que eu guardava para mim mesma. Respiro fundo.

- Eu vou tomar banho... Eu preciso dormir um pouco. - Falo lenta. - Está tudo doendo. Estou enjoada. - Coloco as mãos na cabeça e sinto uma fraqueza tremenda. Seria tudo psicológico? O que está havendo comigo?

- Espere um pouco... E se você desmaiar no banho?

- Eu não vou desmaiar. - Mesmo assim, eu me sentia fraca. - E isso muda a sua vida? - Pego uma calcinha branca e logo um sutiã de renda da mesma cor. Abro o outro lado do meu closet e pego uma toalha rosa. Ele estava parado perto da porta do banheiro.

- Mamãaae. - Ouço o Brandon gritar. Minha cabeça lateja. Levo tudo ao banheiro e ele grita novamente. - MAMAAAE.

- Estou no meu quarto, filho. - Respondo em tom moderado. Ele logo entra correndo e bate a porta.

- Eu quero fazer cocô - Ele fala todo apertado. Justin estranha a situação e o levo até meu banheiro. Coloco-o sentado na privada. Finalmente eles estão aprendendo a me dizer quando querem ir ao banheiro. A Vallery sempre vai comigo, com a Anna ou com a Lisa, mas o Brandon é um pouco mais complicado.

Enquanto ele fica no banheiro, Justin disse baixo "Eu vou tomar um banho, me espere" e sai do quarto. Não respondi. Talvez ele queria que eu o esperasse por estar preocupado?

Brandon lava as mãos e aproveito para pentear o cabelo loirinho dele.

- A Anna está no quarto com vocês?

- Sim.

- Você pode pedir a ela para que faça um chá para mim daqui a pouco?

- Posso. - Ele sorri e dou um beijo em seu rosto. Logo o acompanho até a porta, que saiu às pressas no corredor. Ligo a tevê do quarto e coloco meu celular para carregar. Mando uma mensagem para a minha mãe, pergunto como ela está e digo que estou com saudades.

Recebo um áudio do Justin.

"Espere um pouco para tomar banho... Você pode desmaiar no chuveiro". Não respondo. Segundos depois, ele aparece no quarto com o cabelo molhado e veste uma cueca branca.

- Por que você está tão preocupado?

- Não é questão de preocupação. - Ele responde e desvia o olhar. - Eu só quero te ajudar.

- Não precisa. - Respondo e ando até o banheiro. Tiro minha calça e logo a blusa da empresa. Ligo o chuveiros encosto a porta. - Você vai ficar ai?

- Vou... Você mal consegue ficar em pé. - Ele fala ao abrir a porta e cruza os braços. Eu já estava tirando meu sutiã.

- Tá ok. - Dou os ombros e olho-me no enorme espelho enquanto tiro a roupa. Justin fica me observando e encosta a cabeça na parede, logo o ombro esquerdo. - Não precisa de tudo isso. Pode voltar para o seu quarto, ver tevê, ir até as crianças.

- Eu vou esperar você tomar banho. - Eu me sentia fraca. Assenti. Tirei minha calcinha e entrei no box. Molho os pés na água morna e entro debaixo do chuveiro. Eu não sei se é a minha pressão, se é o nervoso, se é psicológico, mas que eu estou péssima, eu estou. Sinto que posso desmaiar a qualquer momento. Mas eu não queria.

Passo shampoo no meu cabelo e mexo nos fios. Logo tiro e passo as mãos no rosto. Abro os olhos devagar e Justin estava ali, parado. Ele me observava tomar banho. Apoio com a mão direita no box e sinto uma tontura tremenda. Tudo gira. Começo a passar sabonete em minhas partes íntimas e logo volto para debaixo do chuveiro.

- Mellanie?

- Oi.

- Está tudo bem?

- Mais ou menos. - Respondo ao fechar os olhos. - Eu estou muito, muito tonta. - Falo baixo e sinto meu corpo mole. Seguro no box e...

- Mellanie. - Ele me chama. Apago. Não vejo nada.

- Mellanie... - Abro os olhos e estava sentada no chão do box. Ele ao meu lado, com a cueca toda molhada. Eu estava com a cabeça apoiada em seu corpo - Você me assustou.

- O que você faz aqui? - Falo confusa e sento-me com a coluna reta. - Nossa... Eu, desmaiei?

- Sim. Você ficou apagada por uns três minutos. Eu achei melhor esperar um pouco antes de te levar até o quarto.

- É, eu... Eu não sei o que aconteceu. Eu vou terminar meu banho. - Levanto-me um pouco tonta. - Obrigada pela preocupação. - Ele se levanta aos poucos.

- Espere um pouco... Você está estranha. O que está havendo?

- Eu sei lá. - Balanço a cabeça. - Você precisa trocar a cueca. Pode pegar a minha toalha que está aí. - Isso é amor.

- E você?

- É só você pegar outra para mim. - Volto a ligar o chuveiro e ele sai do box. Seca o cabelo com a toalha e logo a passa no peitoral. Pego o condicionador. - Pode ser qualquer uma. - Falo olhando para ele, que enrola a toalha no pescoço.

- Você se importa se eu mijar aqui primeiro? - Dou risada. Eu percebi que ele estava excitado. Dei os ombros e entrei debaixo d'água novamente, mas sem molhar o cabelo.

- Não. - Deixo o condicionador agir e pego o sabonete. Ele abaixa a cueca e tem dificuldades. Eu queria rir, porque realmente estava sendo engraçado. Eu não tinha culpa. Eu não fiz nada para que ele ficasse assim. Eu só... Desmaiei, sem querer.

- Você está rindo? - Ele me olha e faz careta. - Não é engraçado. - Ele logo se alivia e paro de rir. Termino meu banho e Justin devolve uma nova toalha no banheiro. - Não é nada engraçado. Tem alguma cueca minha nesse quarto?

- Não. - Nego com a cabeça. Ele logo sai do banheiro. Desligo o chuveiro e seco meu corpo. Pego a toalha que ele usou e a coloco no cabelo.

Assim que seco meu corpo, Justin volta apressado. Usava outra cueca branca.

- Você está melhor? - Ele vem até mim. Toca meu rosto. - Está?

- Calma... Eu... Mais ou menos. - Falo ao sair do banheiro e vou até meu closet. Passo meu desodorante e ele me segue. - Por que você está tão preocupado?

- Sei lá... Eu não sei como te ajudar. - Ele fala aflito. - O que você sente? - Ele me toca no rosto mais uma vez.

- Eu estou um pouco melhor... Relaxa. - Olho para ele e vou até a cama. Deito-me com as toalhas no corpo.

- Você quer que eu pegue a roupa? Ou, sei lá... - Ele fala ao sentar na cama.

- Pode ser. - Respondo com os olhos fechados e ele se levanta. Volta com meu conjunto de roupas íntimas.

- Aqui está.

- Obrigada. - Tiro a toalha do corpo e começo a vestir a calcinha. Ele observa cada movimento que faço com as mãos, logo o corpo e as pernas. Ajeito a calcinha e tiro a toalha da cama. Logo deixo-a de lado e pego o meu sutiã.

- Se eu te beijasse agora, você acha que eu estaria me aproveitando da situação? - nego com a cabeça. Ele falou muito fofo. Eu não brigaria.

- Não. - Respondo tranquila. Ele sorri e fita meus lábios descarado.

- Você é tão linda... - Desce os olhos em meus lábios novamente, encara meu olhar.  - Você é muito linda. - Ele fala se aproximando. - É sério. - Ele me faz sorrir. Fico um pouco sem graça. Eu ainda me sentia mal, mas ele amenizava. Justin toca meu queixo e me puxa para um beijo lento. Eu ainda estava um pouco fraca. Nos beijamos e ele quase arrancou minha toalha da cabeça. Ri e me deitei na cama. Ele deitou seu corpo em cima do meu e começou a me beijar com mais leveza, ainda mais gosto. Estava sendo muito, muito bom. - Está tudo bem? - Ele questiona em um sussurro, beijando minha bochecha e assinto.

- Um pouco. - Respondo baixo. Mexo em seu cabelo ainda molhado e mordo seu lábio debaixo. Justin deita seu corpo no meu e tenta segurar seu peso com as mãos apoiadas no lençol. Vou um pouco mais para trás e abro os olhos aos poucos. Sinto tontura. - Eu acho melhor tomar algum chá para relaxar, um remédio... - Paro o beijo tocando seu ombro direito com a mão esquerda e ele concorda. - Também vou secar o cabelo.

- Para com isso de secar o cabelo. Pode dormir.

- Não... Eu preciso secar. - Cruzo as pernas na cama e ele analisa meu corpo, logo minhas peças íntimas. - Eu vou descer tomar um remédio e já seco. Preciso ver se as crianças estão tranquilas.

- Você está mal... Eu peço para a Anna ajudar. - Ele fala ao ficar de pé. - Fique aqui.

- Justin, eu não estou doente. Eu só estou... - quase falei. Sim. Eu não deveria. Ele esperou que eu continuasse. - Eu só estou mal.

- Fica ai. - Justin saiu do quarto e ouvi ele chamar a Vallery. Ligo a câmera do quarto das crianças e ele conversava com a Anna e a Vallery. Deu um beijo no rosto de cada um deles. UM BEIJO NO ROSTO DOS DOIS. Saiu do quarto e eles continuaram deitados na cama aos cuidados da Anna. Ligo a câmera 2, da cozinha, e ele pegou um sachê de chá. Não sabia qual era, mas ele pegou a água quente da cafeteira e se virou. Peguei meu secador e levei-o até a tomada do banheiro. Tirei a toalha da cabeça pendurei na porta. Logo penteei o cabelo e comecei a seca-lo. Justin entra no quarto e me chama. - Eles estão deitados. A Anna está lá.

- Ufa! Eu já vou passar lá.

- Eu te fiz um chá.

- Chá do que?

- Erva cidreira. A Anna disse que seria o melhor no momento.

- Huh... Obrigada. - Desligo o secador e ele dá os ombros. - Eu só vou vestir meu pijama e já tomo.

- Durma assim.

- Por quê?

- Hoje não está tão frio.

- O que está acontecendo com você? - Ele demora a responder, apenas desvia o olhar. Ligo o secador novamente e tiro o excesso do cabelo.

Guardo o mesmo debaixo da pia e penteio o cabelo. Ainda estava meio molhado. Justin não me respondeu e ficou sentado na cama.

- Respondendo a sua pergunta... - Ele diz pensativo. - Eu estou realmente gostando muito de você. Eu não sei dizer o quanto, mas eu estou. Eu sei lá, eu me importo com o que acontece com você mais do que eu jamais me importei comigo mesmo. É louco. - eu não esperava por isso. Olhei para ele e peguei meu chá. Estava no criado-mudo. Sento-me ao lado dele e minha cabeça ainda latejava. Ele se importa mais comigo do que com ele mesmo?

- Como você concluiu isso?

- Eu entrei em choque quando você desmaiou. Eu não deveria me importar, até porque você iria acordar, mas eu fiquei nervoso.

- Nervoso?

- Nervoso. Ontem eu pensei que você não queria mais transar comigo, tipo, não mesmo. - Tomo alguns goles do chá.

- E quem disse que eu quero? - Olho para ele, que devolve o olhar surpreso.

- Você quer sim.

- Quer? - Servi o chá e ele tomou um gole. Quase queimou a língua. - Cuidado... Está muito quente.

- Você não quer mais transar comigo? Logo agora que eu estou gostando mesmo de você?

- Eu acho que não... Cansei de correr atrás de você.

- Você está mentindo? - Ele não sabia. Talvez sim, talvez não.

- Eu estou com dor de cabeça, cansada e ainda um pouco tonta. - Falo ao terminar de tomar meu chá e eu estava mais calma. Ainda sem ânimo de levantar. Respiro fundo e sento-me direito. Justin acaricia minhas pernas enquanto eu penso em me levantar e logo crio coragem.

Vou até meu closet e visto um shorts rosa. Uma blusa de pijama da mesma cor.

- Eu pensei que você só usava camisola...

- Quase sempre. - Dou os ombros e abro a porta. - Eu vou ver as crianças. - Entro no quarto deles e o Brandon dormia. Vallery ainda não.

- Pode deitar, Anna... Obrigada. - Ela pergunta como estou e logo digo que vou dormir para acordar melhor.

Volto para o quarto e as luzes estavam apagadas. Justin ainda estava lá.

- Eu... Eu queria te dizer algo que te fizesse sentir melhor. - Diga que me ama o suficiente para ficar feliz com a ideia de ser pai novamente. Só isso.

- Não precisa dizer nada. Eu estou bem desanimada.

- O que eu faço? - Ele me olha nos olhos. - Eu estou falando sério... O que eu faço?

- Durma.

- Não.

- Então não durma. - Fecho os olhos e ele ri.

- Você se importa se eu ficar te acariciando, assim? - Ele passa o braço em meu pescoço e começa a mexer em meu cabelo. relaxo. - Você é incrível.

- Por quê?

- Porque você é. - Ele dá os ombros. - Você me fez ver a vida de um jeito estranhamente diferente. Eu não sei explicar.

- Huh. - Ele segura meu queixo e me enche de selinhos. Ele beija minha boca numa sequência interminável e sorrio. - Você está sendo fofo.

- Eu estou tentando.

- Está dando certo. - Respondo e ele continua me beijando na boca.

- Você me atrai tanto, é tão fofa que eu nem sei como te agradar de volta.

- Continue sendo fofo de vez em quando. - Toco seu peitoral e dou um beijo no mesmo.

- Eu não sei se vou conseguir dormir de novo com você.

- Por quê?

- Porque eu fico com tesão a noite toda nessa pose. - Ri. Estávamos deitados juntos, grudadinhos.

- Seja homem.

- Isso não é ser homem?

- Isso é ser garoto. - Olho para ele e inclino ainda mais meu corpo no meu, tocando-o com tudo. Ele estremece e murmura. - Qual é... - Falo sonolenta.

- Você fala como se eu pudesse controlar quando fico com tesão ou não.

- Eu não falei para você não ficar com tesão, você só tem que aprender a lidar com a situação.

- Lidar com a situação?

- Sim... Se fosse antigamente, você ficaria aqui numa boa, como todas as outras noites que dormimos juntos. Não há problema algum nisso.

- Eu não estou mais acostumado... - Ele sussurra. - Quando eu pegava várias mulheres, eu nunca dormia na mesma cama que elas sem sexo.

- Então pode parar porque não vai ter nada hoje.

- Eu não estou falando isso. Eu só estou dizendo que não estou acostumado... Talvez por ter te visto nua no banho por um tempo, ter ficado lá com você. É uma sensação estranha.

- Entendi. Então relaxa. Eu estou vestida, você está vestido, nós vamos dormir... - Falo ao virar de frente para ele, que concorda com a cabeça e descanso minha mão esquerda em sua orelha, acariciando seu cabelo de leve. Minha cabeça ainda doía.

- Eu te imagino... O tempo todo.... Sem roupa.

- O tempo todo? - Questiono.

- Não. Mas eu diria que boa parte do dia. - Sorrio e relaxo. Ajeito a coberta em nosso corpo e ele beija minha testa algumas vezes.

- Tipo agora?

- É...

- Viu! Você não tem auto-controle.

- Eu estou me concentrando. Pode demorar... Você precisa acordar bem amanhã. - Ele falava como se tivesse a mesma preocupação que o meu noivo tinha comigo.

- Você está se concentrando? Ok, perdão. - Fecho os olhos e, com a mão direita, tento procurar seu corpo debaixo da coberta. Ele estremece e percebo tocar seu abdômen. Logo deslizo as unhas até sua cueca e o aperto. Ele suspira.

- Mellanie. - Seu membro estava duro feito pedra. Ele realmente não brincou quando disse que estava se concentrando. Ri para mim mesma e abri os olhos. Ele estava encolhido na cama. - Não piora... Eu estou tentando me acostumar a ter auto-controle. - Ele fala baixo e continuo com a mão direita em seu membro, apertando-o com pouca força. Não queria machucá-lo.

- Eu só estou tentando te ajudar. - Beijo seu queixo.

- Você está piorando. - Ele murmura. - O que você ganha com isso?

- Eu? Nada. Eu só gosto de te ver assim. Fraco.

- Você é má. - Ele responde sério. Eu estava me sentindo um pouco melhor. Queria brincar.

- Não sou... Eu só quero te agradar um pouco antes de você dormir. - Ele fecha os olhos e tenta colocar as mãos no membro. Seguro-o pelos pulsos e arranho suas costas com a mão esquerda. - Relaxa.

- Eu estou suave. - Ele diz baixo.

- Eu também estou. - Sussurro de volta. Agora eu sentia que ele tinha a mesma intimidade de antes comigo - quase a mesma coisa - para aceitar minhas brincadeiras. Escondo o rosto debaixo da coberta e ele estava com as mãos no membro.

- O que você vai fazer?

- Eu? Nada. - Respondi. Ele suspira alto e tento tirar suas mãos dali.

- Você sempre foi assim?

- Um pouco pior. Eu não estou muito legal hoje. - Mordo seu lado esquerdo do abdômen e ele resmunga.

- Ai!

- Para de resmungar.

- Você é meio louca. - Ele fala. Abaixo um pouco sua cueca e assopro seu membro bem de leve. Ele estremece completamente. Mais do que eu imaginava. Volto a cueca no lugar e subo com a cabeça para fora da coberta. - Porra... Por que você já não ficou lá?

- Está na hora de dormir.

- Você é péssima. Por que começou?

- Eu não comecei nada. 

- Puta que pariu, é claro que começou. - Ele fala um pouco irritado.

- Ficou bravinho, foi? - Acaricio seu rosto e ele não reage.

- Claro, cacete.

- Você está irritado... Calma. - Faço cafuné nele e beijo seu rosto algumas vezes. - Se eu não estivesse meio mal, eu faria o que você quer. - O justin de antes iria me contrariar completamente.

- Ok.

- Ok?

- Ok. - Ele responde e fecha os olhos. Beijo nos lábios diversas vezes. Mordo seu lábio debaixo e ele corresponde todo lento, sem pressa. Os beijos estavam sendo incríveis. Eu me sentia melhor com a companhia dele.

- Viu só... Você não precisa só de sexo.

- Eu preciso sim, e muito. - Ele retruca. - Muito. - Sorrio entre o beijo e ele também se diverte.

- Para vai. - Dou um selinho nele, que segura minha nuca e esquenta meu pescoço ainda mais. "Eu amo você" era o que eu diria. - Boa noite. - foi o que saiu.

- Boa noite. - Ele responde entre o beijo e não parávamos de nos beijar. Como nos velhos tempos... Eu tentava parar o beijo, mas ele insistia e me pegava com força no pescoço. Qual de nós seria o primeiro a parar? Passamos vários minutos apenas aos beijos, até que eu parei por perder completamente o fôlego. Abro os olhos e ele sorria para mim. Eu sorria de volta. Dá-me um selinho. Logo outro. Roço meus lábios nos seus e toco meu nariz no seu. - Eu gosto mesmo de você. - Ele sussurra e aperta meu quadril. Era bom ouvir aquilo do nada. Beijo-o na boca, que devolve um selinho e ajeito-me do meu lado na cama. Viro para a porta e encolho as pernas. Ele encaixa seu corpo no meu e me abraça na barriga.

- Mais calmo?

- No caminho... - Sussurra de volta e fecho os olhos pra valer. Ele beija meu ombro e tento pegar no sono. A dor de cabeça e a dor nos seios ainda me incomodavam um pouco. Só um pouco.

...

Acordei e a primeira coisa que me veio à cabeça foi acordá-lo de um jeito diferente. Levantei-me, fiz minhas higienes e tomei um banho rápido. Vesti minha lingerie e passei meu desodorante. Eu acordei mais cedo que o despertador, sem querer. O dele tocaria em 20 minutos. Deito na cama e entro debaixo do lençol. Puxo sua cueca, devagar, para baixo, e assopro seu membro com toda ternura. Ele não acorda. Ótimo. Coloco as mãos no mesmo e começo a chupá-lo sem pensar duas vezes. Justin geme de imediato e queria eu imaginar a sensação dele assim que acordou.

- Mellanie! - Ele geme aliviado. - Caralho. Você não poderia ter me... Me acordado de outro jeito. Ele geme alto. - Porra. - Estava com a voz completamente rouca. Ele suspirava. - Você é demais logo cedo. - Ri. Ele mal sabia o que dizia. Justin ejacula de imediato e foi diferente. Muito mais forte - por ser a primeira do dia. Engulo. Aperto seu membro com as mãos e ele se contorce na cama. Tenta buscar o fôlego e continuo me divertindo com a língua em sua glande. Não queria nada além de diverti-lo logo cedo.

- Só para te acordar... - Sussurro e olho-o ao voltar para cima do lençol. Sento-me em cima de seu membro e rebolo no mesmo. Hoje eu acordei com essa intenção.

- Você é inexplicável. - Ele diz ao esconder o rosto e ejacula mais uma vez. Sinto e me afasto. - Foi sem querer...

- Bom dia. - Mando um beijo de longe para ele, que sorri feito bobo. Pego minha roupa de trabalho e ele continua todo alegre na cama.

- Você sabe fazer um homem feliz. Caramba. Onde você aprende essas coisas?

- Onde eu aprendi a fazer sexo oral?

- Não. Onde você aprendeu a saber qual o momento certo. - Ele ri. - Você é demais. Volte aqui.

Viso minha calça jeans e ele me observa sonolento.

- Já está na hora de você levantar. - Falo olhando para ele, que sorri para mim e coça os olhos.

- Você sabe muito bem como conquistar um homem. - Ele fala cansado. - Você pode fazer de novo?

- Você pode criar vergonha na cara e levantar. - Saio do quarto vestindo a blusa do trabalho e entro no quarto das crianças. Eu estava bem melhor. Não 100%, mas 76, eu diria. Justin me mostrou que pode se importar um pouquinho comigo e eu retribui, é claro.

SPOILER
- Eu estou tentando melhorar com você, mas não é assim tão fácil. Você quer que eu acorde dizendo que você é a mulher da minha vida do nada? Não é assim que funciona. Eu não sei me expressar dessa forma. - Ele fala olhando para a frente e voltei a prestar atenção no trânsito. Eu corria com o carro sem me importar com os demais automóveis dessa avenida.

- Não é isso. Eu não quero que você diga coisas lindas como antes o tempo todo. Eu só quero que você me mostre que pode valer a pena todo esse tempo que eu estou perdendo correndo atrás do que nós já tivemos. É isso que eu estou falando. Você não entende mesmo. Que droga. Eu quero saber como será nossa vida daqui pra frente com essa.

- Com essa o que? - Ainda bem que ele interferiu. Eu falaria "gravidez".