- Eu não liguei para isso... Eu só... caralho. Eu não sei o que aconteceu. - Ele parecia confuso demais.
- Justin... - Estaciono em uma rua deserta. Fiquei com um pouco de medo, mas seriam só por alguns minutos. - O que está havendo com você agora? - Viro o corpo de lado para ele e apoio com a mão esquerda no volante, a direita no banco dele. - Por que você está tão irritado de uma hora para outra? Não foi só o que os caras disseram que te deixou irritado. - Ele bufa sem resposta e passeia com os dedos pelo cabelo. Começa a desfazer o nó da gravata e parece pronto para me ar uma resposta.
- Você fingiu que estava sem calcinha para me deixar louco, eu achei que iríamos transar o mais breve possível. Aqueles caras que eu não fazia ideia de quem eram começaram a te chamar de gostosa. Eles falavam que você é linda demais, sempre foi muito esperta com relação à empresa, porque você é elogiada pelo Bryan e o caralho a quarto. Eu não sei o que está acontecendo, mas tudo isso me deixou furioso. Muito furioso. - Seria isso um ciúmes exagerado? Ele fala sem parar por conta de tudo o que já bebeu. Não controla mais o que pode ou não guardar para si. Melhor assim. Quero saber o que ele pensa. Não está num nível crítico. Só está... bêbado. - Eu não quero ninguém falando de você. Muito menos pra mim. Se você está comigo agora, ninguém tem nada a ver com isso. Eu estou irritado. - Ele fala chateado com a situação. - Pelo menos você não transou com ninguém... - Não consigo conter o riso. Ele não fala nada com nada.
- Você não pode se incomodar com o que eles falam. Todas as mulheres da JKC falam bem pra caramba de você, te adoram e até caem em cima. Eu não gosto, mas não vou sair brigando por conta disso... - Bem, eu brigaria. Mas cada caso é um caso. - Eu amo você... - Acaricio seu rosto. - Você bebeu demais e precisa dormir. - Toco seu maxilar e ele nega com a cabeça.
- Dormir? Não. É claro que não. Se tem algo que eu não preciso, é dormir. - Fala de um jeito bravo. Me divirto. Ligo o carro. Vejo na tela do meu celular e já são 2h50 da manhã. Devemos chegar em casa em 20 minutos.
Chegamos no condomínio e pego as chaves da sala na minha bolsinha. Estava um silêncio, só o barulho do mar. Estaciono na garagem e Justin desce do carro na hora.
- Eu preciso muito mijar. - Fala ao colocar as mãos por cima da calça e abro a porta principal. Ele corre para o lavabo e ando até a copa. Ligo a luz. Tomo um copo d'água e ele logo aparece atrás de mim.
- O que eu faço com você? - Cruzo os braços e ele estava todo mole. Parecia cansado. É mais fácil eu jogá-lo no chuveiro do que ele ir agora por vontade própria.
- Sexo. - Reviro os olhos e pego um copo de água para ele.
- Tome. - Ele logo toma e aproveito para dar Engov. Não quero ele reclamando de ressaca amanhã.
- Pra quê isso?
- Só pra você melhorar.
- Eu já estou ótimo. - Justin abre os braços e tira a camisa branca. Pego meu celular e estava com 40% de bateria. Subo as escadas e ele apaga a luz. Logo vem atrás de mim. Entro no quarto das crianças e os dois dormiam feito anjos na cama. Ufa. Anna deve estar no quarto dela, lá embaixo. Olho o quarto que Ryan ficará com a namorada e estava em ordem. As mochilas em cima da cama. Eles devem chegar logo.
Justin entra em seu quarto e fecha a porta. Vou para o meu. Tiro o vestido e escolho uma camisola branca. Coloco meu celular para carregar e ligo a televisão. Ele abre a porta e eu estava apenas com roupas íntimas.
- OI. - Fala alto e faço um sinal para que ele sussurre.
- Sh...
- Você disse que iria transar comigo.
- Não vamos transar. Você precisa de um banho urgente. - Ele resmunga e bagunça o próprio cabelo. Fita meu corpo devagar e molha os lábios.
- Eu estou ótimo. Não entendo sua irritação.
- Eu não estou irritada... - Falo calma. - Eu vou lá com você... Pode entrar no banho.
- Por que você tem essa mania chata de querer mandar em mim? - Ele resmunga e beijo seu pescoço. - Eu sei me virar.
- Ok. Então vá tomar um banho gelado e deite para dormir.
- Eu já falei que não vou dormir, caramba. - Briga comigo logo no corredor.
- Justin... São 3h30 da manhã. Você precisa dormir sim. Tivemos um dia cheio.
- Você não manda em mim, Mellanie. - Ele retruca grosseiro. - Que droga.
- Não comece com grosseria, por favor. - Ele não responde mais. - Você só precisa tomar um banho e dormir. - Eu não estava com sono, mas sim cansada. Um pouco indisposta, também. Preciso tomar um chá antes de dormir. Volto para o meu quarto e ele me segue, mantendo a porta aberta. - Vá tomar um banho. - Peço mais uma vez e ele não responde. Tiro meus brincos e logo a pulseira. Coloco tudo na escrivaninha. Arrumarei amanhã. Ele me abraça por trás e beija meu pescoço com força. Ele estava bruto. Talvez por estar alterado. - Justin... Vai tomar um banho para relaxar. - Ele me vira de frente e me beija com força. Desço do salto e volto a ficar menor que ele. Ele me faz perder completamente o fôlego nos próximos 20 segundos. - Justin... - Sussurro e sinto o gosto de Wodka em sua boca. - Vai tomar um banho para relaxar... - Toco seus ombros e sua pele estava quente. Ele estava começando a suar. Estou tolerante hoje.
- Ok. Eu vou. - Dá-me um selinho. - Mas eu volto.
- Ok. - Ele sai do quarto e entro no banho segundos depois. Eu precisava relaxar mais do que nunca. Passo meu hidratante corporal após um banho quente, por não estar calor, faço minhas higienes e lembro que queria tomar um chá... Agora está tarde demais. Quem sabe, amanhã.
Visto minha camisola e passo meu hidratante de camomila. É relaxante. Apago a luz do quarto e, assim que me deito na cama, Justin abre a porta. Pego meu celular: 80%. Haviam poucas mensagens. Ryan me chamou:
"Estamos indo embora... Ok?"
"Tranquilo!" - Mellanie.
Justin esfrega a mão no cabelo e parece melhor. Os olhos não tão caídos como quem bebeu demais.
- Você se importa? - Ele pede espaço na cama e nego com a cabeça.
- Não. - Respondo e volto a prestar atenção no meu celular. Justin dá a volta na cama e deita ao meu lado. Estava apenas com uma cueca vermelha.
- Então me faça companhia. - Ele pede. - Eu estou cansado. - Faço cafuné nele com a mão direita e continuo mexendo no meu celular. Falo um pouco com a minha mãe, a Jade, a Adrielle e só... Nem tantas pessoas assim estão acordadas às 4h10 da manhã no horário de Moscou. - Mellanie.
- Sim. - Respondo ainda vidrada no celular e começo a olhar as fotos mais recentes da Vallery e do Brandon. Mil coisas me vem à cabeça.
- Mellanie. - Ele repete.
- Sim. - Repito.
- Larga o celular. - Ele ainda estava um pouco alterado. Falava mole, mas não tanto quanto antes.
- Por quê? - Questiono.
- Porque sim... Vai. - Ele tenta ver o que eu estava fazendo e beija meu ombro. - Vai. - Bloqueio meu celular e o deixo no criado-mudo. Conecto no carregador. Deito-me ao seu lado e viro de lado para ele. Encaixo minha mão esquerda em sua orelha, seu cabelo e seu maxilar. Acaricio-o com a ponta dos dedos e dou vários beijos no canto de sua boca. Mordo meu lábio lenta e ele desce o olhar até o mesmo, logo toca meus lábios com o polegar esquerdo.
- Você acha que eu ainda estou meio bêbado? - Ele questiona em um sussurro e dá-me um selinho rápido. Espera minha resposta. Analiso seus olhos.
- Um pouco... - Respondo sentindo seu corpo quente e sua respiração suave em meu pescoço. Beijo-o com gosto nos lábios e ele pede por um beijo de língua. Cedi. Virei meu rosto conforme o beijo e era tudo tão calmo. Ele coloca a mão direita em minhas costas e tenta encostar meu corpo no seu. Continuamos nos beijando com a mesma tranquilidade e ele passeia com a mão pelo meu corpo de lado. Deixa a mão esquerda em meu pescoço, aquecendo-me ainda mais.
- Eu estou meio apaixonado por você. - Meus pensamentos são resetados. Apaixonado por mim? De novo? O Justin? Eu paro o beijo no mesmo instante e continuo com os olhos fechados. Ele poderia estar me zoando, talvez não tenha ideia do que diz. Nego-me a abrir os olhos e toco meu nariz no seu. Respiro fundo e sinto seus lábios tocarem minha testa. Ele mesmo inclina minha cabeça.
- Você não sabe o que diz... São quase 5h da manhã... - Falo um pouco perdida, mas tentando demonstrar um pouco de confiança na minha palavra. - Já está na hora de dormirmos.
- Eu sei sim... Você está me tornando um cara diferente. - Ele sussurra com a boca colada na minha e mordo seu lábio. Não poderia me sentir mais feliz.
- Você está bêbado. - reafirmo. Eu não queria me iludir com palavras ditas às 5h horas da manhã de sábado. - Eu amo você é isso não é novidade... - Acaricio seu rosto. Ele me beija mais uma vez e deito meu corpo em cima do seu. - Não deveria dizer essas coisas agora. - Eu preferia fingir não ter ouvido nada. Não quero me abalar com algo que não sei se foi sinceramente dito.
- Eu sei o que eu digo. - Ele fala olhando-me e deito meu corpo em cima do seu.
- Sabe? Ok. - Aproveito-me da situação para tirar minha camisola. Não porque eu queria algo a mais logo agora, mas porque eu queria ver o que ele faria. Justin estremece de imediato e deixo a camisola ao seu lado na cama. Estávamos separados pelo cobertor. Ele por baixo, eu por cima. Deito meu corpo em cima do seu e ele analisa meus seios. Tenta tocá-los, mas afasto suas mãos.
- Você quer brincar? - Ele segura meus pulsos com força e assunto. Justin me vira na cama e enrola toda a coberta. Tento deitar por cima da mesma e ele deita seu corpo em cima do meu. - Você pediu. - Sorrio pelo canto da boca e ele mantém meus pulsos na cama. E lá vem a crise de bipolaridade. Começa a beijar meu pescoço feito louco e todo acelerado, como se estivesse lutando contra a contagem regressiva. Como estava na festa... - Você me deixou maluco quando eu pensei que estava sem calcinha no jantar. - Ele sussurra com a voz firme em meu ouvido. Será que ele não está nada bêbado? O que o levou a dizer que está apaixonado por mim? - Sério... Eu fiquei louco. - Ele diz beijando minha orelha e morde a mesma. Como um banho gelado pode ter melhorado um homem de uma maneira tão rápida?
- Eu não faria uma coisa dessas em um lugar como aquele. - Respondo para ele, que sorri ofegante em meu ouvido e beija minha bochecha, logo morde a mesma. - Não mesmo. - Murmuro quase para mim mesma.
- Eu não pensei nisso naquela hora. - Ele responde e deita o corpo em cima do meu de novo. - Eu pensei em você demais... - Beijo-o nos lábios. Por que ele está tão falante? Dobro os joelhos e prosseguimos com beijos quentes e calmos. Ficamos bons minutos em silêncio, apenas curtindo o momento.
- O que você quer de mim agora? - Questiono ao pausar o beijo com um selinho e ele insiste em mais um. Volto a esticar as pernas.
- O que você quiser. - Dou um beijo no rosto dele e fecho os olhos.
- Boa noite. - Tento falar séria e ele suspira. Estico os braços em suas costas e Justin beija meu pescoço. Toca meus seios com seu peitoral e tenta colocar as mãos, mas quase perde o equilíbrio com o corpo.
- ... Boa noite. - Ele responde baixo e toca meu corpo. Ele fecha os olhos e sorrio com a situação. Ele me respeitava. Não era bem isso que eu queria, mas depois que tive a certeza do respeito dele, aproveitei-me da situação. - Você vai dormir assim? Está frio... - Ele deita ao meu lado e dou os ombros.
- Sim. Eu só vou ficar enrolada na coberta. - Deito-me por baixo da mesma e fico bem ao seu lado. Ele desce a mão direita pelos meus seios e vai até meu umbigo. Acaricia meu ventre e lembro da gravidez. Como eu queria que estivéssemos bem para contar tudo a ele. Aqui e agora.
- Tem certeza? - Ele insiste. Assinto.
- Eu sei que você consegue. - Viro-me de lado, ficando de frente para ele. Justin olha para o teto e fecha os olhos. - Relaxa.
- Eu estou. - Ele responde com a respiração irregular. Apoio com a mão esquerda no travesseiro, em frente ao meu rosto e ajeito a coberta, levando-a até meu pescoço. Sinto a respiração dele ainda ofegante. Ele está sendo resistente.
Acordo com um beijo. Ainda estava escuro. Abro os olhos lenta, por um mísero segundo, e era o Justin me agradando. Oi? No meio da noite?
- Que horas são? - Questiono. Ele me dá mais um selinho.
- 7h20. - Responde em um sussurro e começa e acariciar meu cabelo. Dá-me um beijo e acabo dormindo novamente.
...
Acordo com a claridade que inunda o quarto. Viro-me para o outro lado da cama e continuo na claridade. Tenho que abrir os olhos. As cortinas estavam fechadas, mas uma fresta era capaz de trazer toda a luz no cômodo. Eu estava sozinha na cama. Sonhei com o Justin esta noite, eu acho. Algo com relação à gravidez. Foi um pouco estranho. Ele realmente me acordou com um beijo de madrugada? Por que ele fez isso? Aliás, que horas são?
Sento-me na cama bocejando e pego meu celular: 10h32.
Como eu não acordei antes? Preciso acordar as crianças, levá-los para brincar no parquinho... Eu não poderia ter dormido até tão tarde. Por que ele não me acordou antes?
Crio forças para levantar e vou até o banheiro. Faço minhas higienes e passo uma água no rosto. Ligo as câmeras e vejo a do quarto as crianças. Lauren arrumava as camas. Logo para a 2, da cozinha: vazia. Logo a da sala: Justin estava sentado no sofá, apenas com uma bermuda vermelha, Vallery ao lado dele, sentada no chão, e a Anna mexendo no celular na poltrona.
Tudo muito estranho. Cadê o Brandon? O Ryan? A Ashley?
Visto minha camisola novamente e pego meu celular. Calço meu chinelo e penteio meu cabelo. Prendo-o em um rabo de cavalo frouxo.
Desço as escadas devagar à procura do Brandon. Não o vi nas câmeras. Ele deve estar lá fora.
- Cadê o Brandon? - Falo já preocupada e sorrio para a Vallery.
- Bom dia. - Anna diz. - O Ryan pediu para passear com ele e a namorada. A Vallery não quis ir...
- Hm... E para onde eles foram? - Falo ao me aproximar.
- Dar um passeio pela cidade. - Justin reponde descontraído e sorri para mim. Não parece estar de ressaca.
- Bom dia. - Falo sorridente. Dou um beijo no rosto da Anna, faço o mesmo no Justin e abraço a Vallery.
- Por que você não foi com eles, filha?
- Eu queria ficar aqui com você.
- Mas eu iria te esperar aqui... O que você está fazendo?
- Brincando com a Lory. - Era a boneca favorita dela. Tem o mesmo nome de uma de suas amigas.
- Hmmm... Você já deu papa para ela? - Ela murmura em concordância.
- Faz tempo que eles saíram? Que horas os dois acordaram? - Sento-me no chão e sinto um enjoo tremendo. Droga. Tento esconder a sensação que corrói meu estômago.
- Faz meia hora... Acordaram por volta das 9h30. Eles se divertiram com a Ashley. - A namorada do Ryan... Legal.
- Entendi. - Levanto-me e vou até a cozinha. Sirvo um copo com água de coco e tomo alguns goles. Eu ainda estava bastante enjoada. Sento-me na cadeira da bancada e como uma banana que estava na fruteira. Logo tomo mais água de coco e acabo com o copo. Abro a dispensa e procuro desesperada por um doce. Encontro uma barra de cereal de chocolate com morango e como a mesma. Eu nunca acordo com tanto apetite. Essa gravidez está me deixando loucamente perturbada.
Tomo mais meio copo de água de coco e aproveito para olhar os cachorros no quintal. Dou atenção a eles por alguns minutos e fico sentada perto das redes. Estava bem frio. Eles tremiam. Eu já estava trêmula.
- ANNA.
- OI. - Ela responde distante.
- O que acha se colocarmos os cachorros para dentro hoje? Só na sala? Está muito frio.
- Eles precisam limpar as patas antes. - Ela se aproxima.
- Tudo bem... Eu só não quero que eles subam.
- Eles não são acostumados a subir as escadas nem nada. - Era verdade. Eles são treinados e sempre obedeceram o Justin, mas... É. Eles me obedecem de vez em quando. Com a Anna é a mesma coisa.
- Eu acho que dá para eles entrarem assim mesmo... Tomaram banho ontem! - Falo com um deles no colo.
- Tudo bem... Você que manda. - Fala olhando-me. Rio.
- Venham. - Abro a porta dupla que dava para a sala e bato com as mãos nas coxas, inclinando meu corpo. Eles correm até mim e quase me derrubam no chão. Me divirto com a situação e a Vallery começa a gritar.
- BILLY. BILLY. - É o preferido dela. - BILLLLLLY.
- Ei! Se você continuar gritando, eles ficarão lá fora. - Ela assente e para de gritar. Pega o Billy no colo e começa a acariciá-lo. A Babi vai com o Justin, que brinca com ela e o Bob corria feito louco pela sala.
- Você comeu o que de café da manhã? - Pergunto a Vallery.
- A Anna fez vitamina e eu comi pãozinho. - Ela diz toda fofa. Sento-me ao lado do Justin e encosto a cabeça na almofada, analisando a Vallery brincar com o Billy.
- Hm... E o seu irmão?
- Também.
O celular do Justin toca e ele o tira do bolso. Atende no mesmo instante. "É o Ryan", diz em leitura labial para mim antes que eu pergunte.
- E aí, cara! Sim... Ela acordou agora. Tranquilo. Nós vamos sim. Ok. Voltem logo.
- Eles estão voltando?
- Passaram numa igreja agora... A Ashley queria conhecer. - Ele dá os ombros. - Vamos almoçar em algum lugar com eles.
- Tá ok... Você acordou melhor?
- Do quê?
- Da ressaca.
- Ah, é. Sim. - Sorri pelo canto da boca. - Eu tive uma noite difícil. - Ele coloca as mãos no peitoral para que eu entenda o que ele diz. - Eu não sabia se poderia tocar você durante a noite... Não sei se você se incomodaria.
- Você me acordou de madrugada?
- Sim... Eu não queria ter te acordado. - Ele fala sem graça. - Eu achei que você não sentiria.
- Eu dormi na mesma hora.
- É... Eu acordei e fiquei te observando por um tempo, então eu me lembrei que você estava seminua. - Ele molha os lábios. - Eu lembrei do que eu te disse ontem. - Sobre estar apaixonado por mim? Como ele lembrou? - Minha cabeça está confusa... - eu sabia. Tento não demonstrar minha expressão de quem estava conformada com a realidade. - Mas eu sei o que eu digo a você.
- Não precisamos falar sobre isso agora... - Toco seu rosto.
- Eu queria muito me lembrar, pelo menos, da época em que você disse que nos conhecemos. É um saco viver nessa incerteza. - Ele me olha chateado. - Eu senti ciúmes de você ontem. - Olho para o lado e Anna já não estava mais ali. Vallery se divertia com os cachorros. - Isso foi estranho pra mim. Eu não sei se é algo que devo me acostumar. Não foi legal o que eu senti.
SPOILER
- Eu não posso ir. É muito perigoso. - Falo aflita e ele faz uma expressão de intolerância.
- Eu faço isso desde os meus 17 anos... Qual é... Vamos. Eu vou te mostrar como se faz.
- Eu sei como é, mas é perigoso demais nessa cidade. Eu não quero ir. - Solto-o. Eu estava com medo que algo pudesse acontecer. Meu pressentimento não era um dos melhores.
- Só um pouco... Você não precisa fazer nada. Eu só quero a sua companhia mesmo. - Ele diz ao colocar a touca na cabeça. - Eu não faço isso há muito, muito tempo...
- Por isso mesmo. Eu acho que nem você deveria ir.
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