- Você ainda vai implorar para me ter de volta. - Ele diz antes de ir até o quarto e me deixa, um pouco, pensativa. Não respondo e vou até a cozinha. Falo o leite da Vallery e esquento o mesmo no microondas. Logo coloco em seu copinho cor de rosa e volto para o quarto. Justin estava sentado na ponta da cama, acariciando-a enquanto conversavam num sussurro.
- Aqui está, meu amor. - Falo ao entregar para ela e Justin sorri enquanto a observa.
- Obrigada. - Ela diz e sento-me ao lado do Justin. Esperamos com que ela termine o leite e Brandon continua dormindo feito anjo.
- Você quer fazer xixi antes de voltar a dormir, Vally?
- Não. - Ela entrega o copinho ao Justin. - Você vai dormir aqui, papai?
- Não vou, filha. - Ele a olha com compreensão no olhar. - Amanhã nos veremos.
- Ah... - Ela lamenta.
- Agora pode dormir. - Ele dá um beijo em sua testa. - Eu e a mamãe vamos ficar aqui para te observar. - Ela logo sorri e mando um beijo. Justin para com as mãos nos pés dela e olho para o Brandon. Eles são tão fofos. Eu e Justin ficamos sentados na cama por alguns minutos e a Vallery logo adormece.
Saio do quarto e deixo a porta encostada. Vejo a porcentagem do meu celular ao lado do sofá: 97%. Enquanto ajusto meu despertador para às 7h20, Justin deixa o quarto e encosta a porta.
- Eu acho que você já pode ir embora... Eu estou cansada, você também. - Falo ao olhar para ele e fico de pé.
- Eu vou. - ele concorda. - Deixe as crianças em casa amanhã cedo. Eles podem ficar tranquilamente com a Anna e a Lisa lá.
- Ok. Amanhã cedo eu os levarei lá.
- Boa noite. - Ele vai até a porta e vou atrás dele. Justin estica o pescoço e dá um forte beijo na minha bochecha.
- Boa noite. - Respondo e ele sai devagar.
Suspiro e fecho a porta. Tranco a mesma e vou até o meu quarto. Durmo em seguida.
...
Posso me considerar uma vitoriosa. Estou há duas semanas oficialmente separada do Justin. Nos vimos nos últimos dias apenas na empresa e ele buscou as crianças no colégio, levou-os no apartamento... Nada de beijos nem nada, apenas tentativas. Eu estou lidando bem com a situação.
Cheguei na empresa cedo em plena segunda-feira, já que deixei meus filhos na minha antiga casa. Conversei com um dos estagiários e bati um papo com a Jade sobre nossas vidas durante o horário de café. Ela está um pouco sobrecarregada.
Bryan queria falar comigo, então fui até meu escritório para esperá-lo.
- Mellanie? - Ele bate na porta e entra em seguida.
- Entre. - Falo para ele, que fecha a porta. - O reconhecimento do número da empresa foi aceito pelos delegados? - Afinal, já faz alguns dias.
- Está no processo. - Ele diz ao sentar-se na poltrona em minha frente. - Eu quero falar com você sobre o seu cargo.
- Sim.
- O Justin mencionou que você ficará responsável pelo controle de todas as sedes? - Paro de mexer no macbook.
- Sim. Mas ele não me explicou nada... Só comentou comigo na semana passada.
- É o seguinte. Você continuará fazendo o de sempre, mas é preferível que passe parte de sua função para a Jade ou até mesmo um dos estagiários. Você ficará responsável pelo controle de todas as sedes e poderá entrar em contato imediato com os presidentes de São Francisco e Ontário.
- Certo.
- Isso significa que seu horário irá mudar, se você estiver disponível. Poderá entrar às 09h30 e sair por volta das 17h30, ou antes. Não sei o horário que seus filhos saem do colégio.
- Às 17h30 mesmo.
- Certo... Você e o Justin podem conversar melhor sobre os horários, mas o propósito é esse. Te passaremos as demais informações via e-mail em alguns minutos. Você está disposta?
- Estou sim. - Sorrio. - Obrigada. Eu vou conversar com a Jade sobre as funções dela e até mesmo com o Dimitri.
- Como quiser... O Nolan está mais tranquilo ultimamente nas ligações e pode te ajudar no início. As reuniões só se tornarão constantes no período noturno.
- Entendi. Eu vou resolver isso. Obrigada desde já. - Ele se levanta.
- Qualquer coisa você já sabe. Pode entrar em contato comigo e com o Justin.
- Ok. - Assinto e ele deixa o escritório. O que eu mais gosto dessa empresa é que, independente do que eu tenho ou já tive com o Justin, não é comentado. Nada do nosso ex-relacionamento é interferido aqui. Apenas com relação às crianças e o fato de que morávamos juntos. Mas não há qualquer mistura de situações. Isso é ótimo. Eu me sinto menos frágil.
Meu ramal toca. Atendo no mesmo instante.
- Entre em contato agora com São Francisco. - Ele fala sério.
- Entrarei.
- O Bryan esteve aí?
- Sim.
- Certo. Cheque seus novos e-mails.
- Estou acessando...
Justin desliga. Ele falava de maneira fria. Tudo sempre tão estranho. Recebo os e-mails e tento entrar em contato com São Francisco primeiro. Não consigo. Mando um e-mail e recebo o retorno meia hora depois.
Passo o dia correndo com minhas novas obrigações da empresa e peço a Anna que busque meus filhos no colégio e leve o Brandon para o futebol. Também pedi para que a Lauren levasse a Vallery para a casa do Justin e desse um banho nela. Já passa das 18h e continuo nessa empresa. Eu, o Justin e... bem, acho que só. A Maria foi embora há pouco. Os dois estagiários terão que procurar alguns caras nessa madrugada.
Logo que terminei de organizar os sistemas, decidi tirar cinco minutos para descansar. Ligo para a casa do Justin.
- Alô. Tudo certo por aí?
- Sim! A Vallery tomou banho e está brincando com os cachorros... Sem se sujar.
- Ok... E o Bran?
- Continua no futebol com a Anna. Tudo bem se eles jantarem por aqui?
- Sim. - Justin entra na minha sala e fecha a porta. - Eu vou passar aí para pegá-los um pouco mais tarde.
- Tudo bem... Ela está tranquila.
- Mande um beijo meu. Preciso desligar, obrigada.
- Mando. Beijos.
Desligo e Justin estava parado, de pé, em minha frente.
- Muito ocupada?
- Dei uma pausa. - Dou os ombros e ele senta na minha mesa. - E você está aqui por...?
- Também dei uma pausa. Estou pensando em irmos embora.
- Eu vou ficar mais um pouco para terminar umas coisas do sistema. - Aponto para o macbook e levanto-me.
- Como está sendo ficar no apartamento com as crianças?
- Foi um pouco difícil no começo, mas eu já me acostumei. - Olho para ele e coloco meu celular na bolsa. Justin dá alguns passos atrás de mim e para assim que ergo meu olhar no seu.
- Acostumou?
- Sim. - Desvio o olhar. Justin esconde as mãos no bolso da calça e lambe os lábios ao fitar os meus. - Você tem algo a dizer? Tenho que voltar a trabalhar.
- Você não pode estar levando tudo isso numa boa...
- Isso o quê? - Passo por ele e reduzo o ar condicionado para 17ºC. Estava em 19ºC. Justin pega-me pelo braço direito numa força que viro-me para ele no mesmo instante.
- Nós dois. - Ele solta meu braço aos poucos e suspiro sem resposta.
- Não entra nesse assunto... Já acabou e é isso. - Eu estava determinada. Brava.
- Deixa eu te beijar. Deixa eu te tocar. - Ele sussurra e beija meu pescoço. Deixo minhas mãos paradas em seu peitoral - para afastá-lo a qualquer momento. Eu só queria esperar o momento certo. - Eu sinto a sua falta demais. - Ele aperta meu rosto com as mãos em minhas bochechas. - Eu sinto falta de te tocar assim... De te ter como companhia. - Ele sussurra com a boca colada na minha e estremeço completamente. Não. Não pode ser. Socorro. Para. PARA, Mellanie. Tento empurrá-lo pelo peitoral e acabo demonstrando estar ofegante.
- Não... - Tento evitar e quase toco seus lábios com o movimento que faço com os lábios para dizer tal palavra. - Não... - repito e sinto um arrepio assim que nossos lábios roçam um no outro. Fecho os olhos. Ele suspira baixo. - Justin... Se afasta. Por favor. - Meu coração palpita. Eu não quero sentir tudo de novo. Não. Por favor. Não. Solto minha mão por seu corpo e paro em suas pernas. O que estávamos esperando? Ele lambe os lábios lento e toca sua língua em minha boca. Era o que esperávamos. Justin dá início a um beijo de língua e seguro-o pela camisa enquanto ele mantém meu rosto próximo ao seu. - Não... - Tento impedir. Ele ignora e continua me beijando nos lábios. Eu me sentia mais leve. Foi um beijo longo. Ele desceu as mãos quentes até minhas costas e me puxou para ainda mais perto dele. Meu corpo amoleceu completamente. Ele me deixa de um jeito que nem eu mesma sei explicar. Inclino meu corpo durante o beijo e ele acaba indo para trás.
- Caramba... - Ele sussurra ao me dar um selinho. - Você me faz uma falta tremenda. - Abro os olhos e ele me olha com ternura. Sinto vontade de chorar. Meu coração aperta porque a recíproca é verdadeira. Meus batimentos cardíacos disparam.
- Não faz isso. - Afasto-me completamente e fico de pé. - Isso não tem que acontecer. - Desvio o olhar e ele fica de pé.
- Eu acredito em nós dois... Não importa o que aconteça.
- Você não entende mesmo. - Falo para ele e acabamos em vários beijos intensos e com total pressa. Ele tenta subir minha blusa e mordo seus lábios. Corremos contra o tempo.
- Você não está com tanto ódio assim de mim. - Ele sussurra de novo e beija meu pescoço. Justin sobe minha blusa até o busto. Ele para com as mãos em minhas costas e acaricia as mesmas. - Nós já nos desentendemos tanto... - Ele beija minha bochecha com ternura e chega em meus lábios. Eu não sabia o que estava sentindo naquele momento. Era confuso assimilar os sentimentos com as sensações aqui presentes.
- Para com isso. - Falo baixo e abro os olhos. Ele tira sua camisa e logo a touca da cabeça.
- Você não quer? - Não respondo. Ele espera uma resposta. Olho-o nos olhos e ele sorri pelo canto da boca. Tiro minha blusa de vez. - Eu sabia.
- Você não está jogando limpo. - Sussurro para ele sem moral alguma, que morde minha bochecha devagar e resmungo. Colo meu corpo no seu e sinto seu calor. Ele está sempre quente. Sempre confortável, ainda mais nesse frio. Coloco as mãos em seus ombros e acaricio os mesmos. Ele me segura nas bochechas e continuamos nos beijando. Justin sorri entre os beijos e sorrio junto. Que droga. Ele tem um controle louco sobre mim. Eu pensei que tinha melhorado. Deslizo as mãos até sua nuca e começo a acariciá-lo. Ele murmura e desabotoa a calça jeans no mesmo instante. Ouço o barulho do cinto caindo no chão com a mesma em seus pés e ele senta na mesa. Arruma as pernas e ele coloca as mãos nos bolsos de trás da minha calça. Abro o zíper da mesma e Justin fita meu corpo. Tiro a calça e deixo-a dobrada na cadeira dele. - E se alguém entrar aqui?
- Com certeza será alguém que já fez sexo alguma vez na vida. - Ele responde gracioso e me faz rir.
- Eu falo sério.
- Eu também. - Ele abre os braços. - Venha aqui. - Ele abre as pernas e vou até ele. Estico as mãos por suas pernas e ele estava excitado. - Eu amo você. - "Eu também" ecoava na minha consciência, que dizia: eu também. Eu também. Sorri torcendo para que a minha consciência não resolvesse expressar sua opinião logo agora. Ele abre meu sutiã por trás e tira o mesmo com calma. Ele estava muito controlado para quem não me vê nua há mais de dois meses. Ele fita meus seios sem piscar e lambe os lábios. Mordo o meu e ele me puxa ainda pra mais perto. Trocamos um beijo lento e Justin desce a mão esquerda até meu seio direito. Ele aperta o mesmo e torno o beijo mais rápido e intenso. Ele também acelera e me pega no colo.
- Eu vou cair. - Falo ao tentar sentar em seu colo e ele me segura. Puxa a cadeira com os pés e deixa atrás de mim. Ele tenta sentar mais no meio da mesa e sinto sua ereção provocante. Respiro fundo e fecho os olhos.
- Há chances... - Abro os olhos.
- Era para você dizer que eu não iria cair.
- Então você confia na minha palavra? - Ele sussurra e não respondo. Eu poderia ter ficado quieta. Ele coloca todo o meu cabelo para trás e beija meu ombro. - Seria legal se você ficasse de pé na mesa. - ele fala aleatório e rio. Não, não seria.
- Não. - Nego com a cabeça e volto a tentar colocar os pés no chão. Sento-me na cadeira.
- Você pode pegar minha calça? - Ele pede. Assinto e fico descalça. Logo ele também. Pego a calça do chão e Justin observa cada movimento. - o bolso esquerdo da frente. - Coloco a mão dentro e tiro três embrulhos de camisinha. Entrego a ele. Justin segura minha mão e pula para o chão. Ele me beija nos lábios todo lento e dou um selinho nele. Por que ele anda com isso se não se relaciona com mais ninguém? Ou será que sim?
- Eu acho que o tapete é uma ótima ideia. - Sussurro e ele concorda de imediato. Puxa-me pelas mãos e sento-me no chão conforme ele me beija. Justin estava muito, muito excitado. Super. Passo as mãos em cima do mesmo e ele geme baixo. Tira minha calcinha com os dedos enquanto beija minha barriga com os lábios e sobe até meus seios. Murmuro baixo. Ele faz uma trilha contínua de beijos dos meus seios até minha virilha. Logo morde o lado direito da mesma e passa, levemente, a língua em minha intimidade. Gemo um pouco alto.
Assim que tiro sua cueca, ele abre a embalagem da camisinha sem muita pressa. Ok. Eu estou ciente do que acontece agora. Estou de acordo.
- BIEBER? - Ouço uma voz masculina de longe e deito a cabeça no tapete. Justin faz careta e ofega. - BIEBER? Você ainda está ai?
- É o Dimitri. - Ele resmunga. - Que caralho.
- Vai lá. - Sussurro provocante e ele franze o cenho.
- Cara? - A voz se aproxima e empurro-o. Justin permanece imóvel, olhando todo o meu corpo. - Vai lá. - Sussurro e, com muito custo, ele levanta. Pisco pra ele.
- Fala, cara. - Justin grita de volta. - Eu não quero que ele te veja assim. - Sussurra e deixa a camisinha na mesa. Logo veste a calça e abre a porta com o cabelo todo desfeito. Ele estava, visivelmente, com cara de quem estava quase transando.
Visto meu sutiã e logo minha calça. Ele fecha a porta e ouço uma conversa baixa distante.
Sento-me na cadeira e visto minha blusa. Estico as pernas. Alguém abre a porta.
- Ele foi embora. Ah não. - Ele se aproxima. - Por que você está vestida?
- Já está na hora de irmos embora. Eu para a minha casa, você para a sua. - Levanto-me. - Amanhã termino esse lance do sistema.
- Mellanie, não. Para com isso.
- Isso nem deveria estar acontecendo. - Pego a camisinha da mesa, ainda lacrada, e entrego para ele.
- Você está tranquila? - Eu não estava. Mas meu autocontrole está moderado.
- Um pouco. - Suspiro e ele me agarra com força. Gruda as mãos em minhas costas.
- Está nada. - Abro a porta do escritório dele.
- Ele já foi embora?
- Sim. - Responde ao fechar a porta novamente e me coloca contra a mesma.
- Você não vai transar comigo? - Ele pergunta com a boca colada na minha.
- Não. - É agora que ele dá um chilique.
- Ok. - Abre a porta e sai. - Boa noite. - É o quê? Ele realmente não vai surtar? Esse não é o Justin que eu conheço.
- Onde você vai?
- Embora. - Fala como se fosse óbvio e tranca as últimas duas portas. Entramos no mesmo elevador e vamos para o estacionamento coberto. Paramos lado a lado e ele estava um pouco impaciente. Talvez, eu mais do que ele. Eu poderia dizer que ele está estranho, mas não há necessidade. Eu vou engolir minha pergunta e ele engolirá seu desejo.
Saímos no estacionamento e nossos carros estavam frente à frente.
- Sabe que... - Ele fala ao ir até seu carro. - O homem descobriu a masturbação por falta de sexo. - E entra no carro. Sério que ele disse isso? Apenas entro no meu carro, confesso, um pouco inconformada, e ele sai de lá primeiro que eu. Vamos para lado diferentes. Por que ele simplesmente foi embora como se nada tivesse acontecido? Era para ele ter insistido, pedido por isso. É óbvio que eu também sinto muita falta. Eu queria voltar atrás no momento em que estávamos no escritório. Por que eu não insisti? Estávamos lá mesmo. Eu preciso esfriar a cabeça. Ele me deixa maluca. Completamente surtada.
SPOILER
- Não passou... Mas eu... Sabe como é. Eu lido com a situação. Agora eu estou enlouquecendo um pouco. Faz parte.
- Por quê? - Pergunto.
- Eu não preciso de um motivo. - Ele responde.
- Entendi. - Ele ameaça tirar a bermuda e reviro os olhos.
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