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História Behind The Secrets - third season - Dont cry over us


Escrita por: featollg

Capítulo 45 - Dont cry over us


- Em que momento eu forcei a barra, Mellanie Rose? - Ele abre os braços surpreso. - Você não merece mais que eu fique no seu pé... Que droga. Você sempre leva tudo para o lado negativo quando se trata de nós dois, de mim. Não é assim que funciona!

- Justamente por isso... Olha... Quer saber... Eu vou me trocar e sair. Você pode ficar tranquilamente com as crianças aqui. - Afasto-me dele e volto todo o caminho pela areia. Vou até a área da piscina e ouço os gritos da Vallery e do Brandon brincando com os cachorros.

- Não seja assim... Você sabe que estamos nos divertido. Não tem mal algum nisso. Você não quer voltar, ok. Eu respeito isso, mas você não precisa fugir do que sente. Você não tem motivos para esconder tudo isso... Eu sei o que você sente. - Ele me segue até a academia e me olho no espelho de longe. Arrumo a parte de cima do meu biquíni nos meus seios.

- Justin, na boa... - Ele fita meus seios e desvia o olhar. - Eu fico incomodada com essa situação. Se não estamos juntos, não tem porque ficarmos de vez em quando. Isso mexe com o meu psicológico e, principalmente, com o seu.

- Nós não ficávamos há dias... A não ser ontem... - Ele diz sincero. Era verdade. - Isso não significa que você tenha deixado de me amar. 

- Você não sabe. 

- Eu sei. 

- Para de falar como se você soubesse o que eu sinto! - Reclamo.

- Se você não me amasse mais, você teria ido embora logo quando disse que não deveria ficar aqui... Sem pensar duas vezes. Mas você não consegue. - Suspiro derrotada. 

- Eu não consigo mesmo. - Dou os ombros e sento-me na escadinha que ficava entre a academia e o piso da piscina. - Vai atrás das crianças. - Coloco as mãos no rosto. Ele senta ao meu lado. - Eu não me sinto bem com tudo isso... É sério... Vai atrás deles. 

- Não antes de entender o que acontece com você. Você exagera nas situações.

- Eu sei lá. - Respondo. - Não fique aqui comigo... Por favor. - Olho para ele, que me encara por dois segundos e assente. Justin se levanta e sai de perto de mim. Por que eu simplesmente não consigo tirá-lo da minha vida? 

Fiquei alguns minutos sentada no chão, até que o sol foi embora aos poucos... Andei até a área dos cachorros e Justin estava sentado no chão, observava os dois se divertirem correndo de um lado para outro. 

Começo a acariciar a Babi no colo da Vallery e ela morde meu dedo fraquinha.

- Ei!

- Doeu? - Vallery pergunta. - Não faça isso com a minha mamãe, Babi!

- Não foi nada. - Respondo.

- Anna. - Justin a chama, que aparece em seguida. - Você pode dar uma olhada neles?

- Claro. - Ela concorda. - Vocês querem um lanchinho?

- Sim!! - Brandon concorda. 

- Já volto. - Justin beija a testa da Vallery e me encara. Ele faz um sinal para que eu o siga. 

 - Olha mamãe. - Brandon diz. - o Billy está cansada de tanto que brincamos.

- Uau, filho! E você não está?

- Só um pouco. Eu sou forte. 

- Hmmm... - Aperto-o nos braços e ele resmunga. Justin sobe as escadas por fora e eu o sigo. Saímos no corredor e ele logo entra em seu quarto. - Estamos sujando tudo de areia. 

- O que você quer que eu faça? - Ele deixa a porta aberta e cruza os braços. 

- Calce um chinelo.

- Eu falo com relação a nós. Você age como se nada do que eu fizesse funcionasse. Isso cansa. 

- Não funciona mais. - Falo como se fosse óbvio. - Tem alguma roupa minha aqui? Eu preciso de um banho antes de ir embora. 

- Mel... Você está fugindo do assunto. Eu tenho ciúmes de você. - Ele se aproxima e toca meu rosto com as mãos. 

- Ciúmes do que?

- De tudo. Aqueles estagiários vivem na sua cola. - Ele desce o olhar em meu corpo e seguro seus pulsos com os dedos. 

- Não faz isso. Eles mal falam comigo. 

- Eu só estou te mantendo perto... Por que você não assume que o melhor é voltar comigo?

- Porque não é o que eu quero. Isso não é certo. Não temos que voltar. Não vamos. - Começo a falar sem parar. - Não há qualquer amizade entre nós... Isso mistura as coisas. 

- Você é minha melhor amiga. 

- E sua ex.

- Porra, Mellanie. - Ele sorri para mim. - Para de pensar assim... Eu só quero que você relaxe um pouco. 

- Você está piorando as coisas... Eu estou meio mole hoje. - Vulnerável, eu quis dizer. Fecho os olhos. Sinto sua respiração perto. - Eu preciso ir embora daqui...

- Você sabe que eu nunca te obrigo a nada. Mas dessa vez eu quero que você fique. - Ele sussurra e dou um selinho nele. Sem pensar duas vezes, eu o beijo. Aperto seu rosto com as mãos e ele me segura pela cintura com força. - Você está ciente de que... - ele pausa o beijo. - foi você que me beijou? 

- Sim. - Respondo e dou mais um selinho nele. Eu o beijo diversas vezes e Justin me abraça com ternura. Ele estava usando sua força para me manter perto. O que eu estava fazendo? Eu o agarro com ainda mais vontade e ele me beija com querer, repleto de cobiça. Viro minha cabeça para o lado direito e seguro sua nuca como apoio. Eu estava amando esses segundos de falta de consciência: eu queria ter feito isso há dias. Só para sentir o gosto do beijo dele de novo vindo de uma iniciativa minha. Nós ficamos aos beijos por longos minutos. Ele desceu as mãos em minha bunda e apertou a mesma, tentando colocar a mão por dentro da minha parte debaixo do biquíni. Arranho-o de sua lombar até seus ombros e ele se arrepia completamente. O que eu vou dizer a ele quando nos afastarmos? Eu tenho uma desculpa a dar? Minha moral já estava no ralo.

Paro o beijo com selinhos e ele morde minha boca, logo me da mais um selinho. 

- Eu preciso tomar um banho para ir embora. - Falo ao ter o choque de realidade e me afasto dele. Justin suspira como se não fosse me responder. Minha respiração estava um tanto quanto desregulada.

- Suas roupas ficavam no outro quarto... Eu vou ver se tem algo lá. - Ele diz ao sair do mesmo e tiro meu biquíni a caminho do banheiro, conforme ele encosta a porta. Entro no banheiro e coloco a toalha branca no vidro do box. Ouço ele resmungar como se quisesse marcar presença no quarto. Logo enrolo meu corpo na toalha antes mesmo de entrar no chuveiro e abro a porta com a mão esquerda livre.

- Eu não sei o que você vai vestir... Mas coloquei algumas roupas na cama. - Ele aparece coçando a cabeça em frente à porta.

- Obrigada. - Ele sai do quarto e fecha a porta, logo entro no box. Tomo um banho rápido e me seco no banheiro mesmo. Abro a porta devagar e eu estava sozinha no quarto. Haviam duas trocas e meia de roupa na cama e uma calcinha, um sutiã. Ambos na cor azul claro. 

Havia uma regata branca e outra vermelha que, no caso, eu nem lembrava que existia. Um vestido florido com a cor principal branca e um shorts jeans claro. Como eu esqueci essas roupas aqui?

Peguei o vestido. Coloquei o sutiã e logo a calcinha. Ouço a voz das crianças no corredor e abro a porta assim que desço o vestido pelo corpo. Pego a escova e eles passam pelo corredor, seguidos pelo Justin e a Anna - saltitantes até o quarto deles.

- Pode sair... Tranquilo - ele diz. - Eu e a Mellanie vamos ficar aqui.

- Eu vou. - Ela diz e acena para mim. Aceno de volta. Ele tira a bermuda em minha frente, na porta que dava para o quarto das crianças e estava com sua cueca branca toda molhada... Marcada... Tento não olhar e ele não se incomoda com a minha presença, logo anda até o banheiro deles e joga no cesto de roupa suja.

- Vamos tomar um banho bem quentinho, Vally? - Justin diz ao ficar quase de joelhos no chão. Ele deve ter entrado no mar com os dois... Estão todos muito molhados.

- Pode ser. - Ela responde.

- Não... Filha. Eu vou dar banho em você. O Papai vai dar no Bran.

- Mas eu quero ficar aqui com eles. - Justin logo tira a cueca e eu a puxo pela mão.

- Vally, não. Eles são meninos... Você tem que tomar banho no outro banheiro.

- Mas por que?

- Mellanie. - Justin se pronuncia e coloca o Brandon debaixo do chuveiro. - Qual o problema?

- Você não sabe? Mesmo?

- Eles têm três anos. - Justin responde. - Eu só vou dar um banho nela.

- Você poderia estar, pelo menos, com a cueca.

- Quer saber... Eu vou dar banho na sua irmã primeiro, amigão, ai ela sai com a mamãe e podemos ficar aqui tranquilos, ok? - Justin diz ao Brandon e fica quase de joelhos, novamente, já dentro do box. Eu o observo. Mil coisas me vem à cabeça. Mordo meu lábio. 

- Eu quero!!! Eba. - Vallery diz sorridente. 

- Rápido. - Falo. - Eu vou pegar a roupa deles enquanto isso... 

- Já os vista com pijamas. - Ele diz e saio do banheiro respirando fundo. Não é tão normal e fácil quanto parece lidar com essa situação, em plena consciência de que eu não tenho qualquer envolvimento com ele há um mês. Ok. Não é nada fácil. 

Enquanto ouço a risada dos dois conforme o Justin diz bobagens, pego dois pijamas de calor para eles. O tempo está mais fechado e pode chover... Mas nada que ficar em casa não resolva. Digo, na casa dele, aqui. Não é minha. 

Coloco as roupas em cima da cama ao lado da do Brandon, que eu dormia de vez em quando. Pego a escova de cabelo e... é sempre bom ter muitas roupas deles aqui, assim como no apartamento. Nunca se sabe quando precisaremos ficar um pouquinho aqui... digo, eles.

- Mellanie... Você está aí? - Justin diz com a voz abafada por estar no banheiro.

- Sim.

- A Vallery já tomou banho. - Ele diz e pego a toalha dela. Entro no banheiro e Justin abre o vidro do box. Ele estava todo molhado, suas tatuagens do peitoral destacaram e tentei não olhar. Não consegui. Ele é maravilhoso.

- Eu estou com frio. - Abro a toalha e a coloco na mesma, tornando-a um rolinha, como se fosse um bebê de meses.

- É porque você estava na água quente... Eu escolhi seu pijama rosa que você não usa há um tempão... 

- Eu não quero mais ele.

- Por que não?

- Está velho.

- Não está. - Insisto. - Você não lembra?

- É feio. - Ela resmunga e eu a carrego até a cama, colocando-a sentada.

- É lindo, filha! Use, por favor.

- Ah... mas eu quero outro.

- Mas não tem outro.

- TEM SIM.

- Você prefere vestir alguma roupa do seu irmão? - Cruzo os braços e ela rapidamente nega com a cabeça.

- Não... Eu quero outra roupa minha.

- Não tem.

- Mamãe. - Começa a choramingar e reviro os olhos.

- Não começa, Vallery! Só tem esse pijama. - Dou os ombros. - O papai vai ficar super feliz em te ver assim, toda bonitinha de rosa. - Ela logo sorri. - Vai...

- Tá... - Veste o pijama sozinha e penteio seu cabelo.

- Agora eu vou secar o seu cabelo! - Abro a porta do banheiro e logo pego o secador debaixo da pia.

- Tudo certo ai? - Olho para os dois e Justin assente, enquanto ensaboa a cabeça do Brandon, que estava rindo como se fosse engraçado. Justin vira de costas para mim e saio logo do quarto.

- O papai deu banho direito em você? Porque você estava cheia de areia. - Pergunto ao chegar até ela, que estava andando e um lado para outro no quarto, à procura de suas bonecas.

- Claro que eu dei. - Ele responde por ela e desliga o chuveiro.

- Pronto ai? - Falo antes de entrar no banheiro. Justin sussurra algo. 

- Por que você está com pressa? - Brandon diz. Como se o Justin não tivesse falado para ele dizer isso. 

- Ok. Foi mal. Você veste ele? - Peço ao Justin, que afirma com a cabeça e lambe os lábios. - Eu vou secar o cabelo da Vallery.

- Mas eu não quero. - Ela cruza os braços.

- Mas você está manhosa hoje, mocinha... Não vai demorar nem cinco minutos. Nós já vamos embora. - Falo ao ligar o secador e Justin sai do quarto com a toalha enrolada na cintura e o Brandon empacotado em outra. Ele o coloca sentado em sua cama e seca seu cabelo, fica de joelhos. A toalha quase cai, mas ele segura. Começo a secar o cabelo dela enquanto observo Justin conversar com o Brandon enquanto o veste. Logo pega a escova que estava na cama ao lado e passa no cabelo dele, só para tentar fazer um topete com o mesmo molhado.

- Pronto, querida. - Desligo o secador. - Não doeu!

- Como assim? - Ela pergunta confusa. - Eu posso brincar agora?

- Pode... Eu vou fazer algo para jantarmos.

- A Anna deixou panquecas prontas... Ela foi embora. - Ele sai do quarto de toalha e deixa o Brandon com o controle da tevê. - Eu só vou me vestir e podemos descer lá.

- Eu vou esquentar então. - Justin entra no quarto e abro a porta do deles. - Eu já volto, ok? Sem aprontar. - Digo aos dois, que não respondem e Brandon aumenta o volume da tevê.

Desço as escadas e vou até a cozinha. Estava começando a chuviscar. Alimento os cachorros e os coloco na área coberta por conta da chuva que estava por vir. Lavo as mãos no lavabo e vou esquentar as panquecas recheadas com frios no microondas. Coloco cinco delas por três minutos. Nesse tempo, coloco a toalha na mesa, os pratos, os copos e abro a geladeira. Não tinha tanta coisa assim... Justin fica sozinho aqui com a Anna e a Lauren. Não deve comer com frequência. Pego suco de maracujá e coloco na mesa. Logo os talheres ao lado de cada prato e Brandon grita.

- NÃO.

- Ih... - Falo sozinha e Justin sai do quarto de imediato.

- MAMÃE.

- Ei, o que está havendo? - Justin fala bravo e entra no quarto deles. O vejo de relance. O microondas apita e coloco o jantar na mesa.

Subo as escadas e Justin discutia com os dois na porta do quarto. Ele vestia uma cueca azul escura da Calvin Klein.

- Não pode! Vocês são irmãos. - Ele fala bravo, seríssimo.

- O que houve?

- A Vallery mordeu o braço do Brandon. - Justin fala com os braços cruzados.

- Vallery! Eu não acredito, por que você fez isso?

- Ele pegou a minha boneca. - Ela fala brava e Brandon chorava.

- Vocês são irmãos... Eu aposto que ele te devolveria logo. Isso foi muito feio. - Fico de joelhos e abr os braços. - Não foi nada, querido... - Toco seu bracinho direito e não estava tão marcado, só um pouquinho vermelho. - Sua irmã vai se desculpar.

- Não vou não. - Ela resmunga.

- Vallery, agora. - Justin manda. Ela fica com medo do tom de voz dele. - Peça desculpas ao seu irmão, Vallery Bieber. - Ele diz ainda parado na porta e ela começa a chorar. - Anda.

- Desculpa, Brandon... - Ela diz forçada e desvia o olhar. Dou um beijo na testa dele.

- Não é legal vocês brigarem! Vocês são irmãos... Se você pegou a boneca dela, deveria ter pedido. - Falo para ele. - Se ele pegou a sua boneca, você deveria ter pedido de volta antes de mordê-lo.

- Mas eu pedi e ele é um chatinho. - Ela começa a reclamar e fico de pé.

- Chega! Vamos jantar para irmos embora.

- Eu não quero ir embora... Eu gosto de ficar aqui. - Pego os dois pelas mãos e Justin sai na frente.

- Mas nós precisamos voltar para casa. O apartamento.

- Minha casinha é aqui. O papai fica aqui! - Ele questiona olhando-me e vamos até a cozinha.

- Deixe-os dormir aqui... Você pode ficar tranquila no apartamento. Eles virão aqui amanhã cedo mesmo. - Ele fala ao colocar o Brandon sentado direito na cadeira e corta a primeira panqueca no meio. Coloco uma metade em cada prato e eles começam a comer enquanto conversam como se não tivessem brigado há um minuto.

- Você dá conta?

- Óbvio que sim.

- Ok. - Jantamos em silêncio e Justin vai para a sala com os dois. Volta para me ajudar a tirar a mesa e coloca tudo na pia, guarda o suco na geladeira, pega uma bala e joga a embalagem no lixo. A chuva estava chatinha, mas parecia parar logo... Não estava frio como eu pensei que estaria.

- Eu vou terminar a louça e já vou embora. Amanhã cedo passo aqui para ver se dormiram bem.

- Mas eu ainda acho que você poderia dormir aqui. Você sabe que, por mim, você fica. 

- Então eu vou esperar eles dormirem... aí eu vou. - Falo ao secar os pratos e ele dá os ombros.

- Eu vou ficar lá com eles. Ou você quer ficar?

- Pode ir lá. - Olho para ele, que sai da copa.

- Vamos assistir um filme com o papai no quarto? Lá em cima!

- EBA. - Os dois gritam e Justin sobe as escadas correndo com eles. Assim que termino tudo, apago a luz da cozinha e pego uma barra pequena de chocolate na dispensa. Não sou tão viciada em doces, mas, em época de tpm é o necessário.

Vou até a sala e deito-me no sofá, estava morta de sono. Muito cansada. Ouço os gritos do Justin com os dois e não demoro muito para dormir, sem querer, enquanto passava um desenho na televisão.

 

Acordo com o latido dos cachorros e abro os olhos. Eu estava no sofá da casa do Justin, nada de barulho de chuva. Eu estava coberta com um cobertor preto fino. As luzes estavam toda apagadas. Eu dormi por muito tempo?

Olho ao redor e não vejo ninguém. Levanto-me à procura do meu celular. Pelo relógio brilhando na parede, vejo: uma  e dez da manhã. Eu dormir por, o quê, duas horas e meia aqui? 

- Que droga. Onde está o meu celular? - Falo sozinha e começo a procurar perto do sofá. Não encontro. Vou até a mesa de jantar e não estava lá. Entro na copa e ligo a luz. 

Os cachorros voltam a latir e ouço um "Shhhh" um pouco alto. Deve ser o Justin. Tomo um copo d'água e ele reclama com os cachorros mais uma vez. A voz vem do escritório do primeiro andar. Será que devo entrar? Abro a porta devagar e ele estava sentado, na escuridão, mexendo em seu MacBook que estava na mesa. A única iluminação do cômodo.

- Eu estava esperando você acordar. - Ele diz.

- É, eu peguei no sono... Eles dormiram bem?

- Super.

- Então eu vou para casa.

- Está tarde para você sair agora. - Ele fecha a tela do MacBook. - Fique por aqui e amanhã cedo você vai...

- Não... Eu vou agora. - Discordo.

- Como você quiser. - Ele não vai insistir para que eu fique? Sério? Apenas aceno e ele acena de volta. Estica os pés na mesa e fecho a porta. Ok. Eu não esperava por isso. Saí na escada e subi a mesma até o quarto das crianças. Eles dormiam tranquilos em suas camas - de verdade - e fechei a porta. Andei pelo corredor e desci as escadas devagar. Ainda não encontrei meu celular. Pego o telefone da casa que fica na copa e ligo para o mesmo.

Ouço tocar distante. 

- Você quer brincar de quente ou frio? - Justin fala alto distante e me faz rir.

- Você não fez isso.

- Ah, eu fiz.

- Idiota. - Falo de volta. - Eu vou embora sem o meu celular. 

- Ok. Boa noite. - Ele retruca em tom moderado, sabendo que poderia acordar as crianças se gritasse. Bufo à procura do meu celular pela sala e não o encontro. Ele não deve ter escondido. Vai ver eu só deixei... Sem querer no... No tapete? Vou até lá e nada. Pego minha chaves e logo minha bolsa. Ambas estavam no sofá ao lado. Meu celular não estava junto. 

Saio da casa dele e entro no meu carro. Eu iria embora sem celular. Dou a partida no mesmo e saio da garagem. 

Passo pela rua da frente e estava uma escuridão só, deserta. Não sou muito fã de dirigir à noite. 

Dou uma volta no quarteirão e decido voltar para a casa dele. Eu precisava do meu celular e estava pensando seriamente em não voltar para o apartamento agora. 

Estaciono novamente na garagem e desço do carro com minha bolsa em mãos. Tento abrir a porta, mas estava trancada. No tempo em que dei a volta no quarteirão, ele trancou toda a casa, sério? Tipo, já foi dormir? 

Bato na porta e, segundos depois, ele abre. Continuava com a cueca azul, o cabelo desfeito, a cabeça baixa. Assim que me olha, vejo seus olhos avermelhados e prestes a despejar água. Cara de quem chorou. 

- Você estava chorando?

- Não. - Ele nega. 

- Seus olhos estão vermelhos.

- Estavam coçando. - Ele passa as mãos nos mesmos. - Passe a noite aqui.

- Eu quero o meu celular. 

- A última vez que eu vi estava perto da lareira. - Ele liga a luz da sala e vou até lá. O encontro em cima da mesma.

- Hm. É.

- Pode dormir no seu quarto, no outro, onde você quiser... - Ele aponta para a escada. Falava manso. Eu tinha certeza que ele estava chorando antes de abrir a porta para mim. O que será que aconteceu? Justin senta no sofá e fecha os olhos. - Você pode apagar a luz antes de subir? - Apago a mesma e ele suspira. Olho as notificações, logo jogo meu celular na bolsa e eu a coloco na poltrona. Justin estava deitado, o rosto escondido pela almofada estampada.

Sento-me na ponta do sofá e hesito em tocá-lo.

- Por que você está assim?

- Eu só estou com sono. - Ele resmunga e sua voz estava baixa, como se ele falasse enquanto chorava.

- Você está chorando desde a hora que eu voltei... 

- É impressão sua. - Ele responde e suspira. - Vai dormir... Está tarde. - Ele diz.

- Você não está bem. O que aconteceu? Tem a ver com a empresa? Com alguém do Canadá? O que houve? - Toco a cabeça dele.

- Não é nada, Mellanie. - Ele insiste. - Eu quero ficar sozinho. - Será que tem a ver comigo? - Estou exausto. 

- Justin... Na boa... Me fala. - Acaricio seu cabelo com leveza e ele bufa com o rosto escondido.

- Eu só estou me sentindo mal... Algumas coisas não dão certo. Na verdade, nada na minha vida está dando certo desde que nos separamos. - Era como eu me sentia, principalmente, no início. - Você não precisa ouvir as queixas do seu ex-noivo em plena madrugada. - Ele fala baixo e tenta impedir que eu o olhe nos olhos, colocando novamente a almofada na frente. - Vai dormir. 

- Não é só porque você não é mais meu noivo que eu não posso te ouvir... 

- Você já disse que não temos qualquer tipo de amizade. - Ele sussurra. Puxo a respiração e acaricio sua nuca. - Eu me sinto completamente sozinho. Só de pensar no que anda acontecendo, eu tiro essa conclusão. - Ele fala baixo. Sua voz estava tão frágil. - Você pode ir dormir... Eu não quero que pense... Sei lá... Eu não quero te aborrecer ainda mais com tudo isso. É sério. Pode dormir. Está tarde. Você precisa descansar. 

- Mas eu quero entender o que te fez chorar.

- Eu não estou chorando. - Ele responde e puxa a respiração mais uma vez. É claro que estava. Isso é carência, no geral?

- Vamos subir... Eu deito um pouco com você.

- Não precisa. Sério. Vai dormir, Mellanie. - eu me levanto e o deixo sozinho. Ele parece tão chateado, tão frágil. Pego minha bolsa e subo as escadas devagar. Há tempos eu não o via assim. Confesso que, independente do quanto ele já me fez sentir ódio, eu não suporto vê-lo nesse nível de desânimo.

Entro no quarto dele e deixo meu celular na escrivaninha. Coloco na escrivaninha. Passo uma água no rosto e logo tiro minha neccessair da bolsa. Escovo os dentes e faço minhas higienes. 

Vou até o outro quarto e procuro por uma roupa minha. Não tinha nada. Digo, nenhum pijama. Eu não fico mais aqui... Ok. Volto para o quarto dele e pego uma camisa branca, regata. Tirei o vestido e logo o sutiã. Vesti a regata dele e ficou enorme em mim, como sempre, mas tudo bem... É confortável. 

Saio do quarto atrás do Justin. Entrei no quadro das crianças e eles dormiam num silêncio só. Desci as escadas pisando devagar no chão e Justin continuava com o rosto coberto. 

- Ei... Passe uma água no rosto e venha se deitar. - Falo ao tocar seu braço.

- Por que você voltou aqui?

- Vamos. - Eu peço. 

- Vamos onde?

- Para o seu quarto... Vem. - Falo ao tirar a almofada dele, que estava com o rosto molhado. - Eu vou ficar lá com você um pouco. - Ele abre os olhos e observa a regata que eu uso. Puxo-o pela mão e subimos as escadas devagar. Ele anda lento, mole, as mãos quentes. O que há de errado? - Você vai passar uma água nesse rosto e deitar, ok?

- Ok. - Ele concorda. Entramos em seu quarto e Justin vai ao banheiro, encosta a porta. Sento-me na cama e dobro os joelhos. Ele abre a porta segundos depois e vejo que seu rosto continuava um pouco vermelho. Ele apaga a luz e vem até mim. Pego seu travesseiro e coloco nas minhas pernas. Bato com as mãos no mesmo e ele deita na hora. Parecia uma criança. Deixo minhas mãos em seu cabelo e o acaricio. - Por que você está fazendo isso? - Porque eu me importo, muito.

- O que há com você? 

- Eu queria morrer... - Ele diz baixo. - Pelo menos eu estaria com a minha mãe. - Ele diz com a voz frouxa e respiro fundo.

- Justin... Me diz o que está acontecendo! Quando eu fui embora daqui você estava normal...

- Eu não sei explicar... Eu só estou mal. Eu sinto vontade de chorar, de sumir... Eu sinto... Sei lá... - Ele fala grudado em mim e fecha os olhos. Deslizo a mão direita por suas costas e o acaricio. Eu não queira que ele pensasse que sinto dó ou algo do tipo. Eu também me sinto assim às vezes e não tenho consolo. Estou do outro lado do mundo em comparação ao meus pais. E ele? Mal mantém contato com a família do Canadá por conta do trabalho e não tem a mãe...

- Pode se abrir comigo. Se quiser, eu esqueço de tudo isso amanhã. - Falo ainda acariciando-o e ele sorri com a boca fechada. Já é um bom sinal.

- Obrigado... Você já se sentiu assim? Desde que nos separamos?

- Muito... - Concordo. - Você sente uma carência indescritível, porque não sabe dizer de onde surge.

- Eu também me sinto assim... - ele concorda. - É tão ruim. - Ele resmunga. Eu queria tanto beijá-lo para que ele parasse de chorar. Justin respira fundo diversas vezes e coloca as mãos no rosto, logo as solta e ajeita a cabeça no meu colo. - Eu não sei o que seria de mim se eu não tivesse dois filhos com você. - Ele diz pensativo. Eu penso o mesmo. Nossos filhos são tudo o que eu tenho na vida. Sempre. Independente do que estiver ao redor. Não o respondo... Apenas deixo com que ele fale. Justin fica quieto por alguns segundos e volto a fazer cafuné nele. -  Obrigado, de novo. - Ele diz. - Você está sendo legal comigo. - Fala mole. 

- Não é legal te ver assim.

- É... - Ele para com a mão esquerda em minhas pernas nuas, esquentando meu corpo e minha alma. - Foi mal. - fecha os olhos e tento acalmar sua mente passando tranquilidade a ele com a situação.

- Agora você já pode dormir. 

- Eu gosto demais... Demais de você. - Ele sussurra. Respondo-o com carícias com as unhas e inclino meu corpo. Dou um beijo em sua cabeça. Ele suspira e espero que durma. Não demora muito. Ele estava bem cansado. No escuro, tiro uma hora da minha noite para pensar sobre a vida, sobre meus filhos, sobre ele, sobre tudo... É sempre tão complicado. Justin se mexe em meu colo e parece acordar por um instante. Eu continuava acariciando-o no cabelo. Eu o amo tanto... Parece que quanto mais eu tento esquecê-lo, menos eu consigo me afastar de vez. Tomara que eu saia daquela empresa logo. Não está sendo fácil esse processo de esquecimento que está se tornando um fracasso.

Justin aperta minhas pernas e suspiro. O que será que deu nele hoje? Eu queria ficar aqui com ele para sempre. Permaneço mexendo em seu cabelo e perco completamente o sono. Passo horas e mais horas pensando nele e nas crianças. 

Já deve ser o quê? Quatro ou cinco horas da manhã... Preciso dormir, pelo menos, um pouco. Eu o coloco mais para o lado e faço com que ele use apenas os travesseiros de apoio. Logo me deito ao seu lado e continuo mexendo em seu cabelo. Era tão bom. Nos cubro com o cobertor até o pescoço. Durmo.

 

 

SPOILER

 

- Aqui é o Jerome da empresa multinacional Turking Time. Nós recebemos o seu currículo e você está na fase de aprovação. Você pode realizar uma entrevista na segunda-feira? - Arregalo os olhos.

- Eu posso! Qual o horário?

- Às 9h da manhã.

- Tá ok... A sede é Estocolmo mesmo?

- Sim... Mas temos várias outras empresas na Europa e até na Oceania. 
 


Notas Finais


Gente, a Pattie não pertence a essa fic desde o princípio hahaha por conta das várias temporadas, algumas pessoas esqueceram, mas ela morreu logo quando o Justin tinha uns 4 anos lol, já foi tudo explicado na segunda temporada e tal.
Tá todo mundo irritada com as atitudes da Mellanie. Fazer o quê!! Ela é assim desde sempre hahaha. Vocês vão ver como algumas coisas podem mudar.
Não quero que essa fic acabe :((((
Beijoss


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