"Você sempre sabe o que quer" - Justin.
Olho para trás, ele não estava lá. Será que ouviu a conversa?
- Mel. - Ele grita de longe e não o encontro. Paro de procurar. Fecho os olhos e tento pensar: é isso que eu quero? Eu esperei meses e mais meses ele recuperar a memória para ficar confusa sobre o que quero? Não o respondo. Apenas fecho os olhos e fico pensando em tudo por bons minutos... É isso que eu realmente quero?
Meu celular apita e vejo que já são 2h da manhã. Vamos embora amanhã depois do almoço. Ok. Eu acho que estou decidida. Ele não mexe mais tanto assim comigo como antes... Levanto-me e destranco a porta. Atravesso o corredor até o quarto em que estávamos e abro a porta devagar. Será que ele está acordado? A luz está apagada, mas eu ouvia o barulho ameno da tevê. Suspiro fundo e deixo meu celular perto do closet. Carrego-o na tomada e o deixo no chão. Ando leve até a cama e abro a cortina. Justin estava cochilando enquanto a tevê estava ligada. Ele dormia todo esticado na cama e com a colcha até o abdômen. Suas tatuagens realçavam por conta da luz da tevê. Ele desperta ao perceber minha presença e coça os olhos. Estavam um pouco inchados. Será que ele chorou ou só dormiu bastante? Nos olhamos por alguns segundos e ele tinha um olhar terno, de sono, me passando tranquilidade. Eu estava calma o suficiente para falar com ele agora.
- Você quer me dizer algo agora? - Ele questiona ao passar a mão no cabelo e a esconde debaixo da coberta. Olho para ele e respiro fundo.
- Eu não quero mais. - Falo séria. - A discussão que tivemos há algumas horas me fez concluir que não temos mais como ficar juntos. - Falo olhando fixamente pra ele. Não. Não faz isso. Ele morde o lábio e senta direito na cama. Olha-me com atenção. - Eu amo você e sei que isso é recíproco... Mas não dá mais. Esse é o nosso limite. Eu não quero mais passar por isso. - Ele engole seco e meu coração amolece. - Eu não quero me casar agora. - Falo decidida e ele engole seco mais uma vez. Passa as mãos no rosto e espero que diga algo.
- Você tem certeza? - Ele diz com a voz retraída. Afirmo com a cabeça. - Me responde. Você tem certeza? - Ele fala com a voz triste.
- Sim. - Respondo com a voz frouxa. Ele bufa e coça a nuca com as mãos. - É definitivo. - Falo triste. Ele esconde o rosto com as mãos. Será que vai chorar?
- Ok. - Ele responde. - Eu não vou te obrigar a nada. Eu ouvi a sua conversa com a Anna. - Ele se levanta. Estava com uma cueca branca e suspira.
- Onde você vai?
- Dormir em outro lugar. - Ele dá os ombros.
- Uma noite a mais aqui não fará diferença.
- Eu vou me sentir mal se você se incomodar... Eu me sinto mal.
- Eu não vou. - Eu o queria por perto... Só mais uma noite... Só para ter certeza do que eu disse a ele. - Nós vamos embora amanhã mesmo. - Ele vai até o banheiro e sento-me na cama. O que eu estou fazendo? Estamos terminando um relacionamento de quatro anos duas semanas antes do nosso casamento? Ele apaga a luz do banheiro e volta até a cortina. Senta em seu lado na cama e fico com o olhar vago na tevê.
Ele deita ao meu lado e fica me encarando sem qualquer vergonha na cara.
- Tudo bem pra você?
- Sim. - Ele responde com a voz cansada. - Terminamos um relacionamento de quarto anos duas semanas antes do casamento. - Ele disse exatamente o que eu estava pensando. - Eu... Eu não sei o que dizer. - Ele diz. - Eu ainda não assimilei isso. Porque eu me casaria com você agora. Sem qualquer dúvida. - Para. Para de me dizer essas coisas. Minha consciência gritava para que ele não piorasse meu estado emocional. - Você vai conseguir me ver diariamente e não sentir nada?
- Não é questão de sentir. Mesmo se eu sentisse, não teríamos mais nada. - Falo olhando para a televisão e ele suspira. Estremeço. Quero olhá-lo, mas ele já me observa com o olhar. Não que me incomode, nunca. Mas me confunde. Não quero me arrepender do que disse a ele.
- Bom. Boa noite. - Ele fala baixo e fecha os olhos. Logo fecho os meus e respondo.
- Boa noite. - Viro-me de lado na cama e suspiro. Sinto sua respiração quente próxima. Não... Não abra os olhos. Mordo minha própria boca e teimo em abrir os olhos. Ele estava com os olhos abertos, fixos em meu rosto. Devolvo um olhar repentino e assustado. Estamos tão próximos. Tão perto. Tão... Juntos. Ele não deveria ter ficado aqui. Droga. Eu e minha mania de sempre achar que posso mudar de opinião de uma hora para outra.
Ele lambe os lábios e meu coração aperta. Meus músculos estremecem e meu sangue ferve. Ele tinha um olhar fixo. Dorme, Mellanie, dorme. Ele suspira várias vezes como se controlasse suas mãos para não me tocar. Eu o queria. Eu sempre o quero.
- MELANIE. - Ele grita. Abro os olhos de imediato e percebo que estou ali, esparramada na cadeira de descanso, na ventania, em plena noite de Lua minguante.
- OI. - Grito de volta.
- Está ventando... Saia da cobertura. - Ele estava parado na porta que dava para o corredor. Levanto-me e vou até ele sonolenta. Isso tudo é um sonho? Que horas são? Sem dizer nada, ele me guia até o quarto.
- Eu sonhei que nós terminamos... - Digo a ele e engulo seco. - Foi terrível...
- De novo não! - Ele resmunga. - Você quer terminar mesmo? É isso? Eu não acredito. Eu fiz de tudo. Mel, eu te trouxe pra cá. Eu amo você. Não termina comigo de novo. Nós estamos bem agora. - Ele começa a falar sem parar e estava aflito. Seguro suas mãos e ele continua falando sem parar. - Eu sei que meio que eu já fiz de tudo para te magoar, mas nunca foi de propósito. Eu amo você mais do que tudo nesse mundo. Eu amo nossa família. - Ele segura meu rosto e sorrio. - Você acha isso engraçado? É sério... Eu nunca te obriguei a nada, mas não desista de tudo isso...
- Meu amor... - Ele se acalma de imediato. Toco seu rosto e logo seu pescoço. - Calma. Eu ainda não falei nada. - Ele prende a respiração antes que eu responda. - Eu amo você. - Logo suspira aliviado e abraço-o com força. Ele me aperta e eu me sinto aconchegada. - Foi só um sonho por conta da situação. - Ele me aperta com toda força e era ali que eu queria estar, nos braços dele. - Foi tão ruim.
- Eu amo você demais.
- Eu também amo você demais. - Respondo sorridente e ele fecha a porta do quarto. - Sabe que... No dia que eu te conheci, eu nunca imaginei que passaríamos por tantos problemas quanto agora.
- Eu sabia. Você se parece um pouco comigo desde o início... - Ele passa o braço esquerdo em volta da minha nuca e beija minha bochecha. - Podemos aproveitar essa última noite?
- Sim. O que você sugere?
- Tomarmos um banho juntos, assistirmos um filme... Relaxar.
- Só relaxar?
- Olha. Eu transo na hora que você quiser. - Ele levanta as mãos em sua defesa. - A qualquer hora.
- Então eu vou te acordar de madrugada.
- Isso é sério?
- E se for?
- Eu adoraria.
- Então, sim. - Ele me abraça por trás. - Mas sabe o que eu acho...
- Hm... - Justin me olha.
- Já que nós transamos tantas vezes nessa viagem que só durou três dias, poderíamos esperar até o casamento.
- Você acha?
- Eu acho. - Concordo. - Falta, tipo, 16 dias.
- Eu não queria.
- Mas será legal.
- Legal pra quem? - Justin diz.
- Pra nós. - Respondo rápida.
- Ok. Podemos tentar. - Ele concorda meio sério. - Mas sem provocações.
- Você prefere não transar e nem sentir um pouquinho, ou sim?
- Mel. Você está me induzindo.
- Eu só te fiz uma pergunta. - Viro-me de frente para ele.
- Eu posso pensar?
- Pode. - Desço as mãos por seu corpo até sua cueca e aperto seu membro com força nas mãos. Ele geme. - Golpe baixo. - Diz retraído.
- Eu só estou testando você.
- Você sempre faz isso comigo.
- E você nunca muda.
- É claro...
- Se outra mulher fizesse isso, seria diferente?
- Sim.
- Eu acho que não. - respondo por ele.
- Por que não seria? Só porque é mulher? - Justin me olha enquanto mexe em meu cabelo.
- Sim.
- Seria diferente. Ou você amou transar com aquele babaca na festa? - Ele cruza os braços e reviro os olhos.
- Não temos que voltar nessa discussão.
- Eu só fiz uma pergunta.
- Eu não me lembro.
- Boa resposta. Que seja assim sempre.
- Será. - Pisco para ele. - Agora vamos assistir o filme.
- O que você deseja assistir?
- Algo como... Comédia romântica, meio erótico, não sei.
- Hm. Ok. Eu vou acessar a netflix. - Ele procura pelo controle. - Você gostaria que assistíssemos um filme erótico, mas você não vai transar comigo depois?
- Isso.
- Sem chance.
- Eu acabo de me lembrar que você disse há algumas semanas que a masturbação existe pela falta de sexo.
- Só se eu masturbar você. - Faço uma cara duvidosa. - Mas é sério... Você quer filme erótico mesmo?
- Não precisa ser só desse gênero. Pode ser voltado à comédia.
- Nada muito meloso.
- Ok. - Falo. - Escolha um ai. - Vou ao banheiro e faço minhas higienes. Passo uma água no rosto e penteio o cabelo. Estava com um pouco de frio.
Ando até a cortina e abro a mesma. Justin estava deitado na cama passando os filmes pela página. - Dá dor de cabeça assistir sentado.
- Essa tevê é meio bizarra.
- Sim. - Ele concorda. - Pode ser esse?
- Tem sexo?
- Mas você está hein! - Ele exclama sorridente. - Nenhum filme diz se tem sexo ou não na sinopse.
- Claro que diz.
- Ai, Mellanie.
- Pode ser qualquer um.
- Esse então.
- Mas você está a fim de assistir? Porque se não estiver, podemos fazer outra coisa.
- Eu estou. - Ele diz ao se levantar e sai da cortina. Fecho a mesma e ouço ele bater a porta do banheiro. Pego meu celular e, enquanto ele não volta, respondo algumas mensagens. Entro nas minhas redes sociais e passo a ver alguns vídeos nossos antigos. Achei um do dia do aniversário dele, em que eu subi na cama com as crianças. Aquele dia foi tão bom. Ri sozinha e ele apareceu na cortina segundos depois. - O que você está vendo?
- O vídeo do seu aniversário. - Ele se deita ao meu lado. Estávamos na escuridão. Só a luz da tevê e do celular.
- Desse ano?
- Sim.
- Foi um dos melhores dias de todos. - Bloqueio a tela do celular.
- Podemos assistir?
- Sim. - Ele passa o braço por trás do meu pescoço e grudo nele. Descanso a cabeça em seu peitoral e fico deitada de lado. O filme começa e ele me abraça nas costas. Eu estava extremamente confortável. Assim ficamos por mais de uma hora... Quase cochilei. Justin me acariciava o tempo todo de maneira lenta.
- Você está gostando? - Falo ao rir da cena e ele concorda.
- Sim. - Sinto que ainda ri um pouco. - Não é tão erótico.
- Acha que da para dormir?
- Se você me acordar às 4h, sim. - Ele me faz rir. - É brincadeira. - Reviro os olhos e Justin beija minha cabeça.
- Acho bom. - O filme logo acaba e Justin tira da Netflix.
- Deixe em qualquer canal de filmes...
- Você está com sono?
- Um pouco. - Resmungo. - Que horas são?
- 2h20.
- Acho melhor dormirmos... Você está com sono?
- Mais ou menos. - Ele sussurra. - Quer que eu desligue a tevê?
- Pode ser. - Dou os ombros e puxo mais a coberta, até o pescoço. Beijo seu peitoral.
- Boa noite meu amor. - Falo ao dar um selinho nele. Justin acaricia meu ombro e sorri.
- Boa noite, babe. - Ele responde.
- Essa viagem foi incrível. Obrigada. Muito obrigada. - Falo baixo e ele não responde. Logo durmo.
Acordo com o meu celular tocando baixo: 4h10.
Sento-me na cama e bloqueio a tela do celular. Tiro minha calcinha e permaneço com a camisola. Observo-o na completa escuridão e fico de joelhos ao seu lado. Beijo seu peitoral de leve e ele resmunga. Logo mordo seu queixo e subo até sua orelha. Justin sorri.
- Que horas são? - Sussurra.
- 4h15. - Sussurro de volta. - Pode relaxar... Eu só vou fazer o que eu prometi. - Sussurro e ele sorri. Beijo seu peitoral e deito com o meu corpo em cima do seu. Movo minha cintura em suas pernas e subo até seu membro. Ele murmura. - Você só precisa relaxar.
- Ok. - Ele responde em um fio de voz e suspira. Estica as mãos em minhas pernas e aperta minhas coxas. Justin sobe as mãos em meus seios e os aperta. Gemo baixo.
- Só eu. - repreendo-o. - Você só tem que relaxar. - Ele faz careta e sorri.
- Eu não vou conseguir relaxar agora. - Ele diz fitando meus seios.
- Shh... Feche os olhos e fantasie. - Ele me obedece e solta as mãos em minhas coxas. Movo meu quadril contra o seu e ele geme. Beijo-o nos lábios e seguro seu rosto com os dedos leves. Contorno seu maxilar e ele sorri de leve. - Eu amo muito você. - Justin sorri e dou um selinho nele. Beijo-o por todo o corpo e arranho seu peitoral com as unhas.
- Eu também amo você. - Justin sussurra. - Muito, Mel. - Ele abre os olhos. Encosto meus seios em seu peitoral e aperto os mesmos contra seu corpo. Ele toca meus lábios e me pega pelas pernas.
- Eu falei para você relaxar. - digo a ele. - Relaxa.
- Você não me acordou às quatro da manhã para me fazer relaxar. - Ele diz com a respiração um tanto irregular. - Eu sei que não.
- Talvez... - Vou um pouco mais para trás e aperto seu membro. Ele estava completamente ereto. Justin murmura baixíssimo. Quase não ouço. Começo a puxar sua cueca para baixo e ele respira fundo sem qualquer manifesto. - Relaxa, Jay. É só para você dormir melhor.
- Você não tinha feito um combinado comigo? - Ele pergunta e me faz rir.
- Entenda o contexto. - Sussurro e beijo sua glande com toda delicadeza. Ele estremece e geme. - Contenha-se. São 4h da manhã. - Ele não responde e fecha os olhos. Deito meu corpo com os braços em suas coxas e as pernas entre seus pés. Assopro seu membro e passo a língua em volta do mesmo. Ele geme alto. Mordo de leve e Justin, em questão de instantes, ejacula. Direto na minha boca. Rio da situação e engulo. - Você acabou com a graça.
- Você me deixa louco. - Ele fecha os olhos. - Madrugada é o auge.
- Pode demorar mais um pouco? - Ele suspira.
- Posso tentar. - Responde ao fechar os olhos e volto a colocá-lo em minha boca. Começo a chupa-lo com gosto e Justin geme feito criança. Arranho sua virilha e aperto-o com força. Justin tenta levantar a cabeça e bate com a mesma no travesseiro. - Caralho... - Ele geme. - Você... - Ele para no meio e continuo me divertindo. Começo a masturba-lo e olho para ele, que fita meus seios descarado e suspira sem parar. Eu queria ver até onde ele aguentaria.
- Você consegue se segurar... - Sussurro e passo a língua em volta de sua glande. Ele geme feito pouco. Rio. - Está liberado. - Ele ejacula pela segunda vez e suspira alto. - Isso é para você ver quem manda.
- Tonta. - Ele responde sério e subo sua cueca. Deito-me em cima dele e beijo-o nos lábios. Justin me aperta com toda força e fica mais sentado na cama. - Não foi legal o que você disse. Você acha que isso é fácil?
- Eu sei que não é. - Respondo com as pernas divididas e Justin me beija com querer e morde minha boca. Bagunça todo o meu cabelo e morde o meu pescoço de leve. Murmuro.
- Você é a mulher mais gostosa que eu já peguei. - Ele sussurra e sorrio.
- Ufa. - Respondo ao mover minha pélvis em seu corpo. Ele sorri. - Agora já podemos voltar a dormir. - Dou um selinho nele.
- Agora eu não estou mais com sono. - Ele responde com as mãos em meu cabelo.
- Você vai dormir rápido... - Saio de seu colo e trocamos um beijo curto. - Deite-se. - Ele me tira de seu colo e logo deita na cama. Procuro minha camisola e logo visto a mesma. Levanto-me e vou até o banheiro. Estava uma escuridão só.
- Eu realmente achei que você não me acordaria. - Ele diz. Saio do banheiro e apago a luz. Ando lentamente até a cortina. Abro a mesma e estava uma escuridão só. Tropeço na cama. - Cuidado.
- Está muito escuro. - Falo ao ficar apoiada na cama e ele liga a lanterna do celular na minha cara.
- Eu consigo ver perfeitamente seus seios daqui. - Ele ilumina minha roupa e fecho os olhos por conta da luz forte. Justin ilumina seu lado e deito-me, logo puxo a coberta. - Você pode voltar a me tratar bem?
- Como assim? - Questiono na dúvida.
- Como na época em que você não sabia que eu já me lembrava de você. Você me tratava muito bem. - Ele vai me deixar pensativo logo de madrugada. - Eu gostava demais.
- Mas eu te trato bem... Eu estou melhorando.
- Mesmo assim. Você pode pensar a respeito?
- Posso. - Dou um selinho nele. - Agora durma. Você já teve muita diversão por hoje. - Ouço seu riso baixo. Ele abre o braço e encaixo meu corpo no seu. Ele estava quente. Viro meu corpo de lado e apoio com a perna direita em cima das suas. Ele beija minha testa e acabo dormindo. Quanta adrenalina nessa viagem.
...
Acordei por volta das 10h... Fiz minhas higienes e prendi meu cabelo num coque. Abri as janelas do quarto, as cortinas e peguei meu celular para filmar o momento em que eu acordasse o Justin. Começo a filmar e grito.
- BOM DIA JAY!!!! - Bato na cama com a mão esquerda e ele abre os olhos de imediato, assustado. - ACOOOOORDE. - Aperto suas bochechas e foco a câmera em seu rosto. Ele ri.
- Isso é sério? - Ele abre os olhos lento, mais uma vez, e coça a cabeça. - Você está me filmando?
- DIGA OLÁ PARA A CÂMERA.
- AH, PARA DE GRITAR. - Ele grita e me faz rir. Bagunço ainda mais seu cabelo e ele sorri para a câmera cínico, logo estende a mão para que não seja mais filmado e logo paro. Levanto-me e ele boceja todo preguiçoso.
Eu levantei meia hora antes para preparar o café da manhã, dar uma geral no quarto e tirar algumas fotos do amanhecer: o dia estava lindo. Deixei nossas malas praticamente já arrumadas para irmos embora. Preparei panquecas com ovos mexidos e suco de laranja para o Justin. Saio do quarto e vou até a cozinha. Um pouco depois, volto com o café da manhã.
- Levanta vai. Eu te fiz o café da manhã. - Sento na beira da cama com a bandeja e Justin abre os olhos inchados um pouco surpreso.
- Você fez?
- Sim. - Sorrio. Ele coça os olhos e levanta.
- É mentira.
- Não é. - Justin vai até o banheiro e pego meu copo de suco. Tomo alguns goles e sento com as pernas para o lado, já que ainda estava de camisola. Ele logo volta e vem até a cama. Justin me da um selinho e senta em minha frente. Ele toma um gole do suco e olha para tudo o que eu fiz. - Muito bem, Mellanie... Eu posso reclamar se estiver ruim? - Reviro os olhos.
- Pode... Mas eu preferia que não. - Ele ri e morde um pedaço da panqueca. Faz careta.
- Hm... Está bom.
- Você detestou né? Que saco.
- Não, eu gostei. Eu só estou brincando com você. - Ele me parece convincente. - Eu sempre gosto das suas panquecas. - Ele pisca para mim.
- Eu achei que ficaram boas... - Falo ao morder um pedaço da dele.
- Sim. - Ele concorda. - Você ainda não comeu nada?
- Eu fiz uma panqueca pra mim. - Falo ao tomar meu suco.
- Só isso?
- Sim... Agora eu estou tomando suco.
- Você tem que comer mais alguma coisa.
- Eu não estou mais com fome. - Falo e ele termina sua panqueca. Logo começa a comer os ovos com bacon e dá uma colherada para mim. Tenta colocar na minha boca e me faz rir. - Que horas nós vamos sair daqui?
- Às 13h... Podemos sair para almoçar e voltar aqui... Tipo, sair meio-dia daqui já com tudo pronto.
- Como vamos embora?
- Além de avião, você tem outra sugestão?
- Grosso. - Reviro os olhos. Ele ri.
SPOILER
- Eu bebia pra caralho. - ele faz todos rirem. - Eu fumava pra caralho. - Ele me olha com a boca esticada ao ver que as crianças estavam ouvindo. - Opa... Eu não me importava com nada. Nunca fui de namorar. Eu tinha uma regra que era não passar mais de quatro dias com a mesma garota. - Concordo conforme ele fala. Eu só quero ver onde isso vai dar... - Então eu... Eu já tinha 19 anos, mas, por conta da empresa, eu criei uma segunda identidade: Jason McCann. Era isso, se eu não me engano. Eu teria 17 anos. Então eu tive que começar a usar lentes mais escuras, pintei o cabelo de castanho escuro e me tornei um verdadeiro bad boy. Foi demais porque eu pegava geral, mais do que o normal. Eu era tipo muito foda. Ainda sou, né amor?
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