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História Behind The Secrets - third season - Patience


Escrita por: featollg

Capítulo 8 - Patience


- Eu sei, mas ele é meu pai.

- Você tem que aproveitar que ele está na cidade para conversar sobre isso.

- É, eu vou falar com ele amanhã...

- Amanhã?

- Sim. Posso sair no horário de almoço para encontrá-lo em algum restaurante ou na casa que ele está.. Tenho que buscar os dois no colégio e levá-los ao parque. Você sabe... – toda segunda-feira é dia de ir ao parque após o colégio... Hoje o Brandon não tem treino – Preciso conversar com a Adriele sobre essas coisas...

- Por quê?

- Uma amiga dela se casou no mês passado e ela a ajudou em quase tudo. Eu sei que ela está longe e não nos falamos mais diariamente, mas ela pode me ajudar.

- Eu, como homem, te aconselho a conseguir com que alguém fixo te ajude. Não quero que sobre para mim fazer coisas que não sei, do tipo, decoração, locais de festa e tal.

- Como você é desinteressado. O casamento não é só meu, é nosso. Você tem que estar por dentro de tudo.

- É óbvio que eu estarei, mas não sei resolver essas coisas. Eu banco tudo numa boa, você sabe.

- Eu não estou falando sobre dinheiro. Eu quero a sua opinião para certas coisas.

- Ok, Mel, mas você entendeu o que eu quis dizer.

- Eu quero ver quem vai te ajudar a escolher o terno e essas coisas, porque eu não vou me envolver em nada. Você também não me ajuda.

- Você não pediu minha ajuda. Você simplesmente disse que resolveria.

- Porque você disse que não tinha como me ajudar. – Completei a frase e ele ficou de pé. – - Eu só falei que não sabia resolver essas coisas e você simplesmente concordou.

- Sim, ou você quer que eu fique no seu pé implorando a sua ajuda?

- Eu pensei que já tivéssemos conversado sobre isso. – Falou, visivelmente, impaciente e revirei os olhos mais uma vez. Não queria brigar logo agora. – Você não pediu minha ajuda, simplesmente conversamos e ficou certo que eu acertaria a viagem e as despedidas.

- Você não vai preparar a minha despedida.

- Mellanie, nós conversamos sobre isso semana passada e você já está distorcendo tudo o que eu disse.

- Você não disse nada disso. Que saco, para de me irritar.

- Irritar? Nós só estamos tentando conversar.

- Ok. Chega de conversar então. – imitou-me e foi até seu closet. – Cansei.

- Você começa a discutir e depois para na metade.

- Errado, eu só estava fazendo o que você sempre faz comigo. EU - apontou para si mesmo - odeio isso. Você me tira a paciência, começamos a discutir e você simplesmente diz “Ok, Justin. Chega, Justin”. – Franziu o cenho e suspirou. – É irritante que não conseguimos finalizar sequer uma discussão com algo de bom.

- Até porque discussões não são boas.

- Mas são fundamentais. Quer saber... Faça o que você quiser. Eu vou dormir.

- Grosseiro. Você está falando do nosso casamento, não qualquer acontecimento anual.

- Eu estou falando sobre essa discussão, você não sabe resolver as coisas e fica jogando pro meu lado.

- Quando que eu joguei alguma coisa pro seu lado por não saber resolver? Me diz, quando? - Ele saiu do quarto e fechei a porta. Que saco. Fiquei irritada. Óbvio.

Desci as escadas às pressas e fui até a cozinha. Tomei um copo de suco de laranja e logo peguei uma bala. Avistei o Justin sentado na cobertura, quase com os pés na areia e estava olhando o mar, sentado na plataforma perto da rede.

Não queria que ele notasse minha presença, até porque eu não vim até aqui atrás dele. Subi as escadas novamente e passei pelo quarto deles. Os dois ainda dormiam. Fechei a porta e fui para o meu. Apaguei todas as luzes e fui ao banheiro. Fiz minhas higienes e logo programei meu despertador para às 7h25.

Deitei-me e mandei uma mensagem para a Adriele, dizendo que precisava falar com ela amanhã e fechei os olhos. Tentei dormir, mas não consegui. Estava um pouco irritada com as discussões que eu e Justin tivemos hoje. Não sentia vontade de chorar nem nada, mas estava um pouco triste, confesso... Foi como se ele não desse a mesma importância que eu para o nosso casamento. Ele abriu a porta e continuei com os olhos fechados. Ouvia seus passos dando a volta na cama e ele deitou-se ao meu lado, mexeu no lençol e ficou próximo a mim. Tocou meu cabelo com os dedos e acariciou-os.

- Eu não sei se você ainda está acordada, mas eu me importo com o nosso casamento... Eu me importo muito. Pode não parecer, mas é porque eu sou assim mesmo, você sabe. – Suspirei em resposta e ele beijou minha boca. – Eu vou te ajudar no que você precisar, sempre.

- Eu sei que você se importa, mas o que está acontecendo com a gente? Nós decidimos uma coisa e, simplesmente alguns dias depois, brigamos por isso. – Falo com a voz baixa e ele dá os ombros.

- Eu não sei, acho que faz parte do estresse pré-casamento. – Falou olhando-me nos olhos e suspirei. É verdade. Eu não tinha parado para pensar nisso.

- É verdade... Eu devo estar ficando nervosa e ansiosa com isso. A culpa também é minha.

- Não é questão de culpa... Nós só temos que aprender a lidar com os preparativos com o menor nível de estresse possível.

- Você realmente não entende. É tudo tão complicado. – Falo olhando para ele, que me abraça.

- Então vamos deixar isso para amanhã, pronto. Chega de perder a paciência hoje. – Não respondi e ele beijou meus lábios mais uma vez. Abraçou-me com força. – Boa noite.

- Boa noite, Jay. – Respondo mais leve e tento pegar no sono.

 

. . .

Essa semana foi uma correria só. Eu e Justin tentamos começar a preparar as coisas para o casamento, mas eu não consigo resolver tudo sozinha. É muito complicado estar em um continente onde minha família não vem com freqüência e muito menos a do Justin. Consegui, com a ajuda da Anna e da minha mãe, começar a pensar em como será o convite. Fiz vários deles e nenhum ficou tão bonito quanto eu queria. A decoração realmente será vermelho e preto, então o convite será vermelho sangue com a fonte preta. Na verdade, isso ainda não foi completamente decidido. Eu mudo de ideia muito rápido e não estou gostando de nada. Eu e o Justin marcamos uma sessão de fotos para a próxima semana, não muito a favor da vontade dele, então estou pensando se o convite deve ser feito à base de fotos... É tudo tão complicado.

Marquei uma sessão só com ele e outra, no dia seguinte, com a Vallery e o Brandon. Quero que eles apareçam, óbvio.

Discutimos um pouco, mas conseguimos decidir que a festa acontecerá numa boate do outro lado da cidade. Não quis um salão de festas comum e Justin que deu a ideia da boate, até porque ele adora esses lugares. É uma casa noturna enorme. Enfim, ainda há muitas coisas que precisam ser resolvidas. Já discutimos bastante sobre tudo e chega a ser um pouco cansativo. Estou tão animada que não me contenho. Ainda estamos em março!!!!

Tirei o dia de quinta-feira para conversar com o meu pai, mais uma vez. Na semana passada não conseguimos nos ver, porque ele teve que resolver umas coisas do seu apartamento. Está passando algumas semanas por aqui e ele mora no mesmo apartamento que o Nolan com a namorada. Nos encontramos brevemente na quarta-feira passada e mal conseguimos conversar. Sim, ele e o Justin discutiram por bobeira.

- Filha, eu não quero que você me leve tão a mal, eu só estou tentando entender... Você ainda tem 21 anos. É muito pouco para ficar presa num casamento. - Presa? Ele não pode estar falando do mesmo assunto que eu.

- Eu não vou ficar presa, pai. – Respondo séria. – Eu amo o Justin e você sabe muito bem disso. Nós já estamos juntos há quase quatro anos. Eu nunca penso em me separar dele, assim como ele também não.

- Você está falando isso agora, no presente. Eu sei que vocês se amam... Eu também já amei muito a sua mãe, muito... Mas o que eu quero dizer é que você precisa pensar se é o momento certo. Vocês já são uma família. Você não sabe o dia de amanhã.

- Você está me deixando irritada com essa conversa. Eu não quero pensar nisso. Eu já tenho planos com o Justin, nós temos dois filhos que já estão com quase três anos e nossa vida é essa. Eu não vou me separar dele daqui alguns anos. Ele me ama.

- Mellanie, minha filha, eu sei que ele te ama, mas você tem que tentar entender o que eu estou querendo te dizer. Pense nisso: você é muito jovem para se casar logo agora. Estamos em 2017! Vocês ainda tem muito o que aproveitar da vida. Não fiquem presos num circulo que é o casamento.

- É isso que você pensa sobre casamentos? Que é um círculo? Eu não vou viver dentro de uma bolha com o Justin, a Vallery e o Brandon. Nós só iremos oficializar o relacionamento que já temos. Não vai mudar muita coisa para você. Só quero que entenda isso. Eu não deveria te deixar por dentro dos preparativos. – Retruquei chateada e ele realmente falou coisas que eu não queria ouvir. Não que eu estivesse com medo do que ele disse, não estava, mas são coisas que nos fazem repensar sobre tudo. Isso nunca é tão bom quanto parece.

- Vocês precisam lembrar que não estão com 30 anos, mas sim menos de 25. Isso parece não ter uma grande diferença, mas é que vocês ainda não conhecem um o outro o suficiente. Pode parecer bobeira o que eu estou falando, mas não é. Vocês se conhecem o suficiente para amar um ao outro, mas não até a eternidade. Vocês aprendem um com o outro a cada dia e ainda não aprenderam o suficiente. – Ok. Confesso que não esperava por isso. Tentei não armazenar o que ele disse, mas era impossível. Eu sabia que essas palavras tomariam um peso maior na minha consciência daqui algumas horas.

- Como você pode estar tão certo disso? - Falei duvidosa e ele tirou o celular do bolso. Sentou-se na poltrona e fechou os olhos.

- Porque vocês não iriam querer se casar logo agora se soubessem o suficiente um do outro.

- O que você está querendo dizer com isso, pai? - Repreendi-o. – Que saco. Eu não gosto quando você faz essas coisas.

- Com o tempo você vai entender... Eu só não acho que seja a hora certa.

- Não temos como saber quando será a hora certa para alguma coisa com antecedência, se não tudo aconteceria de maneira inesperada. Eu não quero mais falar com você sobre isso. Vou buscar meus filhos no colégio. – Andei até a porta e ele continuou sentado. – Até mais.

- Não fique brava comigo, Mel. – Falou sério e já com sono. – Eu acho que vou passar mais tarde na sua casa para vê-los. – Não respondi. Eu estava brava, mas não muito. Fiquei mexida com o que ele disse, óbvio.

Como o meu pai, que não está por dentro do meu relacionamento com o Justin, pode dizer que não sabemos o suficiente um do outro para nos casarmos? Quem é ele para dizer uma coisa dessas? O Justin que ele criou desde pequeno não existe mais. Talvez exista, mas bem lá no fundo. Ele não me criou desde pequena para saber se o Justin já sabe tudo sobre mim ou não. Ele simplesmente não tinha o direito de me dizer todas essas coisas. Eu realmente espero que ele não tenha falado besteiras para o Justin recentemente. Não quero mais brigar com ele por isso. Não aguento mais nossas discussões quase diárias sobre o trabalho, os preparativos do casamento, os convidados, o fato de que eu não concordo com nada do que ele diz.

Fui buscá-los no colégio e aproveitei para conversar com a professora. Ela me mostrou as lições que os dois fizeram desde janeiro e explicou que o Brandon é muito mais travesso que a Vallery. Tudo bem que ela não é lá uma santinha, mas sempre fica na dela quando o Brandon está encrencado.

Deixei-os brincando no parque enquanto isso e acabei saindo de lá às 18h30. Passei na padaria mais próxima para que eles comessem um lanche e tomei meu cappuccino de lei.

 

“Estou no Starbucks. Quer alguma coisa?” – Mellanie.

Ele respondeu dois minutos depois.

“Um frappuccino”. – Justin.

 

Não respondi e pedi o frappuccino dele. Eu ainda estava super pensativa sobre tudo o que o meu pai me disse... Ele me deu a entender que é completamente contra nosso casamento neste ano. Talvez ele nunca esteja de acordo com o nosso casamento. Eu sei o quanto foi difícil para ele entender que “os seus dois filhos” se amam. Voltamos para o carro e deixei com que os dois fossem o caminho todo brincando com os brinquedos que estavam no carro: duas bonecas da Vallery e dois aviões do Brandon. Chegamos no condomínio e passei direto pela portaria. Dobrei a primeira esquina à esquerda, logo uma à direita e chegamos. Já sentia o cheiro da água do mar e estava ventando um pouco. Entrei com o carro na garagem e o do Justin já estava lá.

- Vamos descer devagar... Eu vou deixar vocês brincarem na sala até o horário de tomar banho e depois iremos jantar, ok? - Não houve resposta. Brandon desceu do carro acelerado e entrou imitando o barulho do avião e a Vallery me esperou paciente. Estranhei.

- Eu posso brincar no parque?

- Hoje não, filha. Já está anoitecendo e eu não posso ir lá agora com você. – Desci as mochilas e ela bateu com os pés no chão, birrenta.

- Mas eu quero.

- Não, Vallery. Se você obedecer, eu te levo amanhã.

- Mas eu quero hoje. – Cutucou minha perna e não respondi. Apertei o alarme do carro e entrei em casa enquanto ela me seguia resmungando. Dizia algumas palavras indecifráveis.

- Hoje, não.

- MAMÃE.

- Vallery, eu acho bom você parar de gritar... – Falei brava e ela se retraiu na hora. – Se você pedir mais uma vez, eu não vou te deixar brincar com os cachorros ainda hoje.

- Papai... a mamãe não quer me levar ao parque. – Justin estava subindo as escadas com o Brandon no colo e parou.

- Por quê?

- Justin. – Olhei-o brava. – Agora não é hora de ir ao parque.

- Mas ainda está ce...

- Bieber. – Repreendi-o.

- Não dá, filha. Amanhã você vai. – Falou subindo as escadas rápido. – A Anna saiu com a Lauren.

- Onde elas foram? - Ele não respondeu. Vallery começou a chorar e deixei as mochilas perto da bancada da cozinha. Lavei as mãos no lavabo e ela continuava chorando.

- Mamãe... eu quero ir no parque.

- Agora não, filha. Eu já te expliquei que não é hora de ir. – Carreguei-a no colo, que soltou o corpo como se quisesse deitar no chão. – Se você começar com manha, vai ficar aqui. – Ela não disse mais nada e liguei a televisão. Brandon desceu as escadas conversando com o Justin, que usava apenas uma bermuda vermelha e o relógio que dei a ele no seu aniversário.

- Pronto, agora vocês podem brincar aqui. – Falei ao afastar o tapete e os dois ficaram sentados no chão. Abri a gaveta dos lápis de cor, os papéis e dois estojos. Coloquei-os na mesinha e eles começaram a rabiscar.

- Onde as duas foram?

- A Lauren não estava muito boa e a Anna a levou no médico... Eu acho que elas vão passar a noite fora.

- Caramba... Ela comentou comigo hoje cedo mesmo que estava com muita dor no abdômen. Enfim, vou ligar para ela. – Ele foi até a cozinha e voltou alguns segundos depois. Sentei-me na poltrona e fechei os olhos. Estava exausta, ainda tão pensativa.

Justin mudou de canal e começou a assistir uma liga de basquete.

- Amor... – Falei mole e ele resmungou em resposta. – Precisamos conversar...

- Sobre? - Falou com a voz baixa, como se estivesse pronto para outra briga. Ri.

- Sobre algo que eu estive pensando. – Falei olhando para ele.

- Olha o desenho que eu fiz, mamãe. – Brandon cutucou minhas pernas e peguei-o no colo. Era um rabisco enorme azul e um círculo preto.

- Uau, filho. Ficou lindo.

- Eu desenhei nossa casa. O azul é o mar.

- Caramba, ficou demais. Mostre para o papai. – Falei para ele, que foi atrás do Justin, que pegou-o no colo e assim ficaram por alguns minutos.

- Eu já vou esquentar o jantar, aí podemos conversar, ok?

- Ok. – Respondeu olhando-me e fiquei de pé. Olhei o que a Vallery estava fazendo e Justin aumentou um pouco o volume da tevê. Ouvi os latidos do Billy e fui até lá. Ele e a Babi brincavam entre si e estava começando a chuviscar. Ainda bem que já estamos todos em casa.

Lavei as mãos e tirei nosso jantar da geladeira. Era Pirozhki, pastéis recheados com queijo, carne e calabresa muito populares aqui na Rússia. Aprendi a fazê-los com a Anna. Aliás, ela que fez hoje. Coloquei seis para esquentar por dois minutos e meio e, nesse tempo, coloquei a toalha na bancada e logo dois copos. O Brandon e a Vallery não costumam jantar no mesmo horário que nós, porque sempre comem algo antes e não gostam do que nós gostamos. É.

Servi nossos copos com coca cola e voltei a mesma na geladeira. Peguei dois pratos, talheres e sentei-me no banco.

- Vally, Bran... vocês querem Pirozhki?

- Eu quero. – Brandon falou animado.

- Eu não. – Vallery respondeu.

- Sabe o que eu estava lembrando hoje? - Ele assentiu como se quisesse que eu continuasse. – Estava lembrando do dia em que você me pediu em namoro oficialmente, com aliança, sabe? Você se declarou, disse que nunca mais me decepcionaria e essas coisas... – Ele riu olhando para mim.

- Você lembra o que eu disse?

- Lembro.- Falei ao tirar os pastéis do microondas e coloquei-os na bancada.

- Cada palavra?

- Acho que sim... Você não se lembra?

- Foi no dia que eu te dei alguns bichos de pelúcia, não?

- Sim, foi nesse dia mesmo. – Tomei um gole da minha coca. – Você falou bem assim: podemos começar de novo. – Ele escondeu os lábios com os dentes e estava sendo fofo ver sua reação. - Ai você falou meu nome inteiro, eu sei que aconteceram muitas coisas indesejáveis desde que nos conhecemos, mas eu quero que você saiba que eu prometo do fundo do meu coração nunca mais te magoar e tal... Foi mais ou menos isso. Você também prometeu que tudo seria diferente e seríamos ainda mais felizes a cada dia. – Tentei me lembrar mais uma vez do que ele disse na época e a memória não falhou. – Você também disse que me amava demais para errar novamente comigo...

- É... você lembra.

- Engraçado que, três meses depois, descobrimos que éramos “irmãos” – fiz aspas com as mãos. Ele riu. – Loucura.

- Caramba... Se eu parar para pensar em tudo o que aconteceu entre nós só no ano em que nos conhecemos, cara, eu acho que é um pouco decepcionante. Eu era um merda.

- Olha... você era péssimo, mas eu te amei mesmo assim.

- Mas espera, eu era muito, muito ruim mesmo? - Falou olhando-me e tocou minha perna esquerda. – Do tipo que morreria sozinho?

- Não do tipo que morreria sozinho, mas quase isso... Você era muito ignorante, muito sem juízo... Não vou ficar te criticando, mas você era difícil de lidar.

- E mesmo assim você traiu aquele seu ex nerd pra ficar comigo.

- É a vida. – Dei um beijo no rosto dele, que virou para dar-me um selinho.

- Sobre o dia em que eu te pedi em namoro com a aliança, um pouco depois da viagem, nós transamos, não? - Voltou ao assunto antigo.

- Sim. Você lembra?

- Opa. – Deu um tapa na minha coxa e ri. – É claro que eu lembro. – Apertou minha coxa e beijou meu pescoço. – Apesar de tudo, aquela época era boa... Nós pensamos que não iríamos durar, eu quase enlouqueci quando descobrimos ter o mesmo pai.

- Eu não gosto muito de lembrar disso... Foi péssimo. Nós viajamos brigados no Natal, você lembra?

- SIM. Até tentamos ficar sem transar... Que absurdo. - Terminamos de jantar e o Brandon estava sentado quase ao nosso lado, entretido com seu aviãozinho.

Dei um banho nos dois, coloquei-os para dormir mais tarde e tomei um banho. Justin passou um tempo no escritório resolvendo as coisas da empresa e fomos deitar por volta das 23h.

- Você é demais. – Abracei-o de lado e ele me colocou em seu colo. Encolhi as pernas. Ele beijou meu ombro esquerdo e colocou meu cabelo para o outro lado. – Nós já passamos por tantas coisas. – Ele me apertou forte e começamos um beijo intenso. Justin segurou meu cabelo e eu estava confortável. Ainda conversávamos sobre o início do nosso relacionamento.

- Eu te amo tanto. – Sussurrou em meu ouvido e mordeu minha bochecha, logo meus lábios e fechei os olhos de vez. Foram beijos estalados e ele pegou minha mão esquerda, logo deslizou por seu corpo e deixou-a em cima de seu membro, ainda usando a cueca. Apertei-o, que gemeu baixo e estremeci. – Você está com muito sono? - Sorri ao negar com a cabeça e ele piscou para mim. É incrível como ele sente necessidade de sexo oral. Justin sorriu frouxo para mim e dei um selinho nele, logo comecei a arranhar sua nuca com as unhas, mantendo minhas duas mãos em seu pescoço. Dividi as pernas em seu colo e trocamos um selinho. Ele acariciou minhas costas com as mãos quentes e começamos a nos beijar. Ajeitei as pernas e sentei-me novamente em seu colo, esfregando meu corpo no seu. Ele suspirou baixo e lambeu os lábios. – Oh...

- É tão bom ter você comigo. – Falei olhando nos olhos dele, que sorriu para mim e deu-me um selinho. Fui com o quadril mais para trás e comecei a puxar sua cueca para baixo. – Sabe o que eu andei pensando... Prevenção é sempre bom.

- Ah, não. – Reclamou.

- Espera... Eu estava pensando no caso de você voltar a usar preservativos, mas só nesse caso, não no sexo em geral.

- Você tá zoando com a minha cara.

- Não estou. – Falei séria. Queria saber qual seria a reação dele. – É sempre bom prevenir...

- Depois de quatro anos fazendo a mesma coisa você quer que eu coloque camisinha, é isso Mellanie? - Falou inconformado e ri. Abracei-o.

- Eu estava brincando... Queria saber qual seria sua reação.

- Isso não é legal.

- É sim. O que não é legal é dizer de maneira machista isso ai.

- Que você já paga boquete pra mim há quatro anos? Você acha isso machista?

- É feio falar assim.

- Fala sério. É só a verdade.

- Olha... se você falar de novo, eu não faço.

- Não faz o quê? - Disse intencionado e revirei os olhos. Encostei com a cabeça em seu ombro e meu corpo estava inclinado. Ele desceu as mãos até minha bunda e me apalpou de leve. – Huh, foi o que eu pensei. – Concluiu que eu não o responderia e sorri. Beijei o pescoço dele.

- Até que o seu pescoço não ficou tão vermelho quanto eu imaginei... sabe... na noite do seu aniversário.

- Sim, ficou só um pouco marcado. Você não é forte o suficiente para deixar uma marca dessas em mim. Só eu faço isso.

- Isso é ser machista. Eu também consigo. Você só deu sorte.

- Dei sorte. – Riu da situação. – Mel, qual é, nós dois sabemos que eu te deixo com o pescoço roxo a qualquer momento. Óbvio, sem te machucar.

- Pescoço não... Assim eu fico até sem graça de entrar na empresa e ser observada.

- Ok. Pescoço não. – Concordou e foi me deitando na cama, ficando por cima. Mordi seu lábio debaixo e puxei-o. Segurei seu rosto com as mãos e nos beijamos desesperados. Ele virava sua cabeça a cada 10 segundos e eu aproveitava para desfrutar ainda mais do momento. Justin passou a beijar meu queixo, logo meu pescoço e causou-me um tremendo arrepio. Ele beijou entre meus seios e tentou empurrar minha camisola um pouco. – Seios sim. – Falou quase para si mesmo e mexi em seu cabelo. Arqueei um pouco as costas e comecei a observá-lo através do espelho do teto. Suas tatuagens das costas. Ele roçou seu membro em minha intimidade e estremeci. Ele beijou meu seio esquerdo, a parte superior, que aparecia já que eu ainda estava com a camisola e logo chupou ali mesmo. Bem forte, por sinal. Doeu um pouco.

- Jay... – Resmunguei em resposta e mordi sua orelha. Ele voltou a me beijar nos lábios e assim ficamos por bons minutos. Sentia meu corpo quente, na temperatura exata. Ele estava tão quente quanto eu, diria que até um pouco mais, como sempre. Segurei seu rosto com as mãos e ele apoiou com as mãos no colchão. Deu-me um selinho e abracei-o com força.

Não demorou muito e acabamos dormindo. Estávamos super cansados. Super.

 

    ...

Nem preciso dizer que a manhã foi uma correria só... Cheguei um pouco mais cedo no trabalho, então tive que deixá-los no colégio antes das 9h. É, eles estavam morrendo de sono. Justin teve que sair no meio da madrugada atrás de duas ladras que percorriam a cidade. Ele foi com um estagiário. Não me acordou para avisar, óbvio. Deixou um bilhete na porta do meu closet.

“Amor, saí às 4h30 por conta de uma ligação urgente: duas americanas procuradas pela policia foram vistas aqui perto. Estou indo com um dos estagiários. Não se preocupe. Ligo assim que for tudo resolvido. Eu amo você, J”.

Ok, pelo menos ele foi fofo em me comunicar explicitamente. E, claro, ele ainda não me ligou. Fiquei preocupada. Liguei para ele logo cedo e nada. Tive que passar comprar dois remédios para resfriado na farmácia, pasta de dente da Vallery, que é uma rosa, a azul do Brandon e aproveitei para comprar um analgésico. Também comprei um remédio que a Lauren precisa começar a tomar.  É sempre bom levar um comigo. Aprendi isso com a minha mãe.

Fiquei parte da manhã no meu escritório esperando a ligação do Justin e: nada. Ele não me atendia. Logo o telefone da empresa tocou e atendi.

 

- Mellanie, a Anna quer falar com você, posso liberar o ramal?

- Claro.

- Anna??

- Oi, Mel.

- O Justin está ai?

- Sim... Ele chegou agora pouco e pediu para que eu te ligasse. Foi tomar um banho e já deve estar dormindo.

- Ele está bem? Sabe por que demorou?

- Ele disse que as mulheres fugiram e eles tiveram que buscá-las na estrada, depois houve alguns problemas mas nada grave. Ele está bem.

- Ok... Obrigada por me avisar. Eu já estava super preocupada.

- Pode ficar tranquila.

- Tá, obrigada.

 

Pelo menos ele pediu para que ela me ligasse. Não aguentaria esperar até o começo da tarde. Pelo jeito ele só deve aparecer na empresa depois do almoço.

.   .   .

 

- Eu fiquei preocupada. Ainda bem que você os buscou no colégio. Precisei ficar até às 18h na empresa arquivando tudo sobre essas mulheres que foram encontradas.

- É... Foi um pouco perigoso hoje, confesso, mas nada que eu não soubesse resolver.

- Justin... Eu acho melhor você parar com isso.

- Até parece que você não me conhece! – Falou intrigado. – Eu adoro fazer isso, você sabe.

- Eu sei, mas eu não gosto. – Saímos no quintal e ele estava pronto para deitar na rede. Comecei a pensar na conversa que tive com o meu pai ontem, mais uma vez. Eu precisava falar sobre isso com ele...

- Podemos conversar? - falei séria e ele assentiu. - Venha aqui. - Chamei-o e andamos até a areia. Ele tirou os chinelos e fiz o mesmo. - Será que nós sabemos tudo um do outro?

- Por que essa pergunta agora? Do nada?

- Nós sabemos? Eu sei tudo sobre você ao longo desses anos? - Ele deu os ombros e parecia um pouco surpreso com a minha pergunta.

- Sim... Sabe. Por que essa pergunta?

- Não sei. Há momentos em que eu não sei se você me esconde alguma coisa.

- Eu não te escondo nada. Eu sei tudo sobre você?

- Você não deveria estar me perguntando isso.

- Mas você me perguntou.

- Isso porque eu estava na dúvida, mas você não deveria estar.

- Por que não? Você acha que eu tenho que saber tudo sobre você?

- Não é óbvio?

- Não. Se não você saberia tudo sobre mim.
- Então eu não sei. - Assenti... - Ok. Era só isso que eu tinha para falar com você agora. – Soltei sua mão e ele estranhou minha reação. Eu não estava brava, só um pouco pensativa sobre isso tudo. Talvez fosse bobeira. Talvez.

- O que aconteceu?

- Nada...

- O que aconteceu? - Repetiu a pergunta.

- O Jack veio conversar comigo e me deixou com um pouco de dúvida sobre o que nós sabemos um do outro.

- Ah, Mel. Isso é sério? Você prefere dar lado para o que ele tem a dizer? Ele não convive com a gente. Ele não sabe como somos um com o outro diariamente. Ele só sabe dar palpite e tirar minha paciência.

- Não é por isso... É porque ele me disse umas coisas que me deixaram meio assim, sei lá. Ele falou que se nós nos conhecêssemos o suficiente, não iríamos querer nos casar agora. Ele acha que ainda é muito cedo.

- Ele sempre te dirá que é muito cedo. Ele não quer que você se case comigo.

- E tem algum motivo para ele não querer? Ele é como o seu pai.

- Exatamente porque ele já foi meio que o meu pai. Ele me criou e pensa que eu posso, não sei, voltar a ser o que eu era. Mas o que ele não entende é que eu era daquele jeito porque eu era só, eu não tinha ninguém, eu nunca tive. – Falou com um pouco de decepção e me senti culpada por entrar nesse assunto. – Você sabe muito bem disso. Hoje em dia nós somos uma família. A vida é outra. Do mesmo jeito que você era diferente quando eu te conheci, eu também era. Só que um pouco pior. Você não pode dar ouvidos a tudo o que ele te disser. – Concordei com ele e Justin parecia decepcionado. – É como se você estivesse duvidando da minha honestidade com você. Eu sou honesto.

- Você está certo... É que eu só fiquei um pouco pensativa. Não precisa ficar chateado desse jeito. Eu só te fiz uma pergunta.

- É claro que eu fico chateado. Você sabe que eu odeio quando você dá corda ao que ele te fala sobre mim. Desde que descobrimos ter o “mesmo pai” – fez aspas com as mãos – ele te dizia para não ficar comigo. É uma droga que você ainda cogite as ideias dele em pelo 2017. – Sorri para ele e aproximei-me. – Que saco.

- Para de ficar bravo, amor. Eu sei que você não gosta... Eu só comentei o que eu estava pensando.

- Ok, eu não ligo de você comentar, até porque, se ele me falasse isso, ficaria na minha cabeça, mas é só para você saber que eu não gosto dessas suas dúvidas. – Abracei-o de lado.

- Tudo bem... eu não farei mais isso.

- Acho bom.

- Para de se irritar.

- Eu não estou irritado.

- Não. – Respondi sarcástica e ele desviou o olhar impaciente. – Agora você vai ficar chato.

- Eu só fiquei chateado, não estou irritado nem chato.

- Ok. Então vamos entrar. – Puxei-o pelas mãos. – Os dois ainda estão na sala.

- Eu vou ficar aqui mais um pouco... Está uma boa brisa para pensar sobre a vida.

- Pensar sobre a vida. – Repeti o que ele disse e soltei-o. Dei alguns passos para trás e Justin parou perto da beira do mar. Voltei correndo atrás dele e, quando estava pronta para pular em suas costas, ele virou de frente e acabou com a minha graça. Quase perdi o equilíbrio e ele precisou me segurar pelos braços para que eu não desse de cara na areia.

- Você acabou com a graça. – Franzi os lábios e ele fez careta para mim.

 

SPOILER

Anna estava sentada na cama com um olhar vago. Parecia perdida.


Notas Finais


Não pude colocar um spoiler maior, porque vocês ainda não podem saber o que vai acontecer hehehe, mas agora acho que já dá pra ter uma ideia, né? Pode ser P.O.V Justin ou Mellanie nessa hora (do spoiler). Pensem um pouquinho.
Espero que estejam gostando dessa temporada. Tem muita coisa pra acontecer a partir do próximo capítulo!!! Reviravolta TOTAL na fic. Amo todas, beijosss.


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