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História Behind The Secrets - Why are you so boring?


Escrita por: featollg

Capítulo 21 - Why are you so boring?


Mesmo que eu imaginasse, não fazia ideia de que ele verdadeiramente é romântico.  

- Você acha que... nós, ficaremos nessa por um bom tempo? - Falei ainda olhando para ele. - Nessa de ficar por diversão.

- Não. - Respondeu rápido. - Por mim, ir para a próxima etapa.

- Está falando sério?

- Claro. - Mordeu o próprio lábio e passou a mão em seu cabelo. - Podemos deixar esse assunto em aberto? - Questionou sem muita conversa.

Apenas assenti, e sorri para ele, que sorriu de volta. Foi espantoso ouvir isso, vindo dele, sem ao menos enrolar nas palavras, ou pensar um pouco para responder. Estava tudo acontecendo tão de repente, que o que me restava era aceitar sem reclamar, ou argumentar sobre. Eu só queria saber se tudo até agora daria certo daqui um tempo. As coisas que ele me disse desde que cheguei aqui, não me saem da cabeça de maneira alguma. Principalmente quando ele disse que ''você merece o meu melhor''. Foi como se essa frase tivesse entrado em minha mente para ficar martelando minha memória, tornando tudo mais confuso. Escondi o rosto com as mãos enquanto pensava, e encolhi minhas pernas. Era como se eu pudesse sentir seus dedos tocando meu pescoço em ato de provocação, e sua voz rouca e suave quando sussurrada em meu ouvido. Olhei-o pelo canto dos olhos, que também escondia o rosto com as mãos, provavelmente pensando em algo, ou talvez, no mesmo que eu.

- Você assistiu alguma parte do filme? - Falei brincando com ele, que negou com a cabeça.

- Nem por um segundo. - Gargalhou e me abraçou forte. Ele tem o abraço mais confortante de todos. Não é qualquer abraço. É algo com vontade, como se ele sentisse a necessidade de me abraçar a todo momento. Isso me trazia uma sensação de repleta harmonia entre nós. Eu não sabia exatamente o que era, mas sentia um apetite sexual por ele, a cada vez em que nos beijávamos. Mas... se ele cumpriu o trato até agora, não vou fazê-lo desistir disso. Peguei meu celular, e havia duas mensagens da Alice, uma do Logan e uma do Paul. 

 

''Como assim você vai passar a noite aí de novo Mellanie?''Alice

''O que estão fazendo? Ok, não responda''. - Alice

''É sério que você voltou a falar com o Luy? Preciso falar com você amanhã Mellanie Schnaider'. - Logan

''Eu te ajudei a passar a noite fora, mas quero que use seu juízo, ok moça?! Boa noite''. - Paul 

 

Desde que o Logan começou a se envolver com aquela tal de Tiffany, paramos de nos falar como antes. Ele está mais voltado a ela, e eu ao Justin e aos estudos, a viagem de formatura... Tudo bem que isso é apenas mais uma desculpa, ao invés de confessar que eu sinto ciúmes dele com outras garotas, principalmente porque ela já deve ter transado também com o Justin, ou melhor, com o Jason, o que me irrita só de pensar. O Logan poderia estar se envolvendo com qualquer outra garota, mas menos com uma das que o Justin pegou desde que chegou aqui. Nada legal.

- Mel, você perdeu a virgindade com aquele mané? - Falou enquanto mexia em seu celular. Como ele me pergunta uma coisa dessas do nada?

- Por que a pergunta? - Falei enquanto pensava em como dizê-lo que sim. Não queria parecer feliz ao dizer isso, e muito menos desesperada.

- Por curiosidade. Sim, ou não? 

- Sim. - Falei tranquila, e entrei no meu Instagram. - Se você quer saber, ele é realmente bom nisso. - Não tirei os olhos do celular, e esperei sua resposta.

- Agora você pode dizer que eu sou bem melhor do que ele. - Falou gabando-se, esperando que eu concordasse.

- Por que eu diria isso? - Falei séria.

- Porque é a verdade. - Falou como se fosse óbvio.

- Você nunca transou com ele para saber. - Falei segurando o riso.

- Cale a boca. - Falou como se não tivesse gostado do que eu disse. - Parei com a brincadeira.

- Ninguém aqui está brincando Jay. - Respondi sem qualquer expressão facial.

- Por que você fica chata de uma hora para a outra? - Cruzou os braços. - Eu não gostei do que você disse.

- Você começa e depois não aguenta. - Falei sem olhar para ele. - Também não gostei do que você disse. 

- Você está defendendo seu ex-namorado? - Falou aparentemente surpreso.

- Sério que você quer falar sobre isso agora? - Olhei-o séria, que revirou os olhos ao passar as mãos no próprio braço, por cima das tatuagens. 

- Não. Você acha que ele é melhor? - Falou duvidoso, e comecei a rir. Ele agiu estranhamente, ao arquear a sobrancelha esquerda, e segurar a risada, mas sem saber porquê eu estava rindo. - Qual a graça Mellanie? - Voltou a desfazer seu sorriso.

- Você acha que é bom em tudo. - Falei para que ele parasse de se convencer que era o melhor. De certo, ele é, mas tem que aprender a não ficar se gabado por ai. 

- Eu sei que eu sou. - Falou confiante. - Mas se você não acha... o problema é seu. 

- Na verdade, o problema é seu, porque para mim não faz diferença. - Falei esnobe e ele sentou-se na cama.

- Não faz diferença? - Questionou esperando que eu confessasse.

- Não. - Voltei a mexer no meu celular, e ele pegou o mesmo, deixando do outro lado da cama. - Devolve Justin.

- Não. - Imitou a minha cara e fingiu que nada havia acontecido, escolhendo outro filme para "assistir". Ele consegue passar de romântico, para insuportável, em questão de segundos. Dei o braço a torcer, e fiquei de joelhos, e com as mãos apoiadas do outro lado, ou melhor, eu estava de quatro entre o corpo dele, para tentar pegar meu celular. Estava prestes a pegá-lo, quando ele apertou minhas coxas, amolecendo todo o meu corpo. Minhas pernas bambearam e ele continuou apertando com mais força.

- Para com isso. - Falei com a voz fraca, e ele deslizou as mãos pelo meu corpo, ameaçando abrir a alça do meu sutiã. Tentei me deitar, mas ele prendeu minha panturrilha com suas pernas, e segurou meu corpo para que eu não pudesse me mover. Fui ficando cada vez mais deitada em cima de seu corpo, e ele deu um beijo em meu ombro direito.

- Pode ficar assim. É até melhor para mim. - Falou rindo.

- Idiota. - Empurrei-o com força, que me deixou deitar novamente onde eu estava, ainda sem meu celular. Como teremos que acordar cedo amanhã, e não faço ideia de que horas são, vou dormir, porque é o melhor que faço. Virei-me de costas para ele, e deixei a mão direta embaixo do travesseiro, esticando a outra para trás. Fechei os olhos e esperei o sono dar algum sinal.

- Não dorme agora não, babe. - Sussurrou ao dar-me um beijo no canto do rosto. 

- Você está muito chato. Não quero papo. - Respondi com a voz sonolenta, para que ele pensasse que eu estou com sono. 

- Eu já parei babe. Olhe para mim. - Falou manso, acariciando minhas costas. Recusei-me a reagir ao que ele disse, e continuei com os olhos fechados, com o pensamento nulo. - Mel... - Continuou sussurrando meu nome diversas vezes, até que me veio a cena em que ele disse a mesma coisa, quando vim aqui pela primeira noite. Sorri involuntariamente e ele tocou seu rosto no meu, tentando chamar-me a atenção. - Olhe para mim. - Insistiu, e jogou todo o meu cabelo para o outro lado, beijando as minhas costas pausadamente. - Babe. - Ele não sabia mais como me chamar, talvez de um jeito carinhoso. - Não vou mais ser chato com você anjo. - Ele disse anjo? Rapidamente abri os olhos sem saber o que dizer, e ele passou a mão em meu cabelo, acariciando-me. Depois de tanto fingir não me importar, virei-me de frente para ele, que sorriu.

- O que você quer, Jay? - Silabei todas as palavras, e ele deu-me um selinho.

- Um abraço. - Não tenho mais dúvidas, que ser estranho, é o normal dele. Abracei-o forte, que demorou a me soltar. Assim que voltei a me deitar, ele deitou-se de frente para mim, e puxou a coberta até a nossa cintura, segurando minha mão por debaixo da mesma. - Eu consegui. - Falou vitorioso.

- Mas a noite ainda não acabou. - Falei ao dar um selinho nele, e desci minha outra mão até o feixo de seu shorts, notando sua ereção.

- Não faça isso. - Falou ao se encolher. - Eu estou quase conseguindo. - Sorriu.

- Você se excita tão fácil. - Falei ainda olhando para ele. 

- Não. Você me excita tão fácil. - Falou um tanto cara de pau. Ele estava notavelmente, cada vez mais excitado. Coitado, deve estar realmente se segurando para não fazer nada. Afastei pouco meu corpo do dele, que fechou os olhos como se estivesse desesperado.

- Tudo bem, eu paro. - Falei ao soltar sua mão, para que ele esquecesse isso um pouco.

- Não... - Sorriu e pegou minha mão novamente. Fechei os olhos e ele permaneceu acariciando meu rosto, envolvendo seus dedos em meus cabelos longos, o que me deu ainda mais sono. - Boa noite babe. - Disse com a voz suave, e apenas respondi em uma quase leitura labial, ao dizer 'boa noite Jay'.

 

            ...

 

Acordei pela música infernal do meu despertador. Abri os olhos rapidamente, e desliguei-o. Justin continuava dormindo, com a barriga para baixo, e uma cara tão fofa, que eu poderia desconfiar que ele realmente tem 17 anos. Ok, isso pareceu bizarro, mas é a verdade. Acariciei seu cabelo bem devagar, olhando a raiz do mesmo, que era bem mais clara. Aproveitei que ele continuava dormindo, e fui fazer minhas higienes. Abri as janelas, e a porta do quarto, já que não há ninguém aqui.

Tomei um banho rápido e passei o meu hidratante, apenas para não perder o costume. Assim que voltei ao quarto, o despertador dele tocou, que fingiu não ouvir e resmungou como se não quisesse levantar.

- Como você conseguiu levantar agora? Está tão cedo? - Falou ao perceber que eu não estava mais deitada, e sentou-se na cama, e estava apenas com uma cueca box vermelha sangue.

- Não está tão cedo Justin, levante. - Falei enquanto vestia minha calça jeans. Ele logo coçou os olhos e olhou-me, com o cabelo completamente bagunçado, e seus olhos quase fechando-se novamente.

Com muito custo, Justin levantou-se da cama e foi até o banheiro com o celular nas mãos. Vesti uma blusa discreta, e uma sapatilha cor de vinho. Penteei os cabelos, e percebi que ele entrou no banho, ao ouvir o barulho do chuveiro. Aproveitei para deixar o quarto, e andar pela casa dele. Como não cheguei a conhecer o primeiro andar, achei melhor não ir até lá, para não parecer muito curiosa. Passei pelo corredor, e entrei no outro quarto 'dele'. Era tão diferente um do outro, que eu estava na dúvida se ele já teria dormido aqui. Abri a porta de seu closet, e só haviam jaquetas, calças, camisas, bonés, óculos, tudo em estoque na cor preta e cinza escuro. Chegava a ser assustador. Logo voltei para o quarto, e mandei um sms para a minha mãe, dizendo que estava tudo bem, e que eu iria para o colégio em pouco tempo. Sentei-me em sua cadeira giratória, e ele abriu a porta do banheiro. Estava secando seu cabelo com a toalha, usando uma box preta da Calvin Klein. Olhou-me sorridente, e veio até mim. Dei um selinho nele, que levou a toalha novamente para o banheiro, e saiu do quarto sem dizer nada.

Provavelmente, ele vai para o outro quarto, pegar as mesmas roupas pretas de sempre, para se vertir, por conta do cólegio. Ao invés de ficar conversando com a Alice, ela resolveu me ligar logo agora.

 

- Oi Li.

- Oi Mellanie. Você ainda está aí, na casa do Jason?

- Estou sim. Por que?

- Queria que você viesse em casa depois. A minha mãe voltou do trabalho.

- Agora eu não tenho como ir, mas assim que sair do colégio, eu passo aí.

- Ótimo. Mais uma coisa... vocês transaram de novo?

- Não!

- Duvido.

- Alice! É sério. Depois eu te explico isso, mas não aconteceu nada.

- Huh, então tá. Beijo

- Beijo

 

Quando eu disse isso a ela, lembrei de tudo o que aconteceu entre nós na noite de ontem. Foi tão peculiar, a maneira como ele foi romântico, disse coisas que provavelmente não queria ter dito, foi completamente diferente do que costuma ser e... eu gostei tanto de tudo isso, que poderia acontecer de novo.

- Você faz ideia, que eu consegui cumprir o combinado? - Falou ao entrar no quarto, enquanto fazia seu topete no cabelo. - Isso é muito épico.

- Viu, não foi tão difícil. - Falei ainda olhando para ele.

- Difícil? - Gargalhou de si mesmo. - Você não faz nem ideia do quanto eu sofri. - Falou fazendo um grande drama.

- Como você é exagerado. - Revirei os olhos e ri do teatro dele.

- Eu estou falando sério. Se ficássemos tão juntos quanto estávamos, por mais um segundo, eu iria acabar com todo o combinado. - Falou gesticulando, como se estivesse se lembrando da cena em que, deve ter pensado isso. - Eu nunca tinha conseguido cumprir algo parecido antes.

- Nunca conseguiu passar uma noite com uma garota, sem sexo? - Falei mais diretamente, para saber se era isso que ele estava querendo dizer.

- Nunca. - Colocou as correntes de prata em seu pescoço, e um relógio da mesma cor. - Você faz ideia de que, de certa forma, foi a única que conseguiu?

- E isso é bom? - Olhei-o duvidosa.

- Muito bom. - Falou enquanto consentiu com a cabeça. - É um bom começo. - Fingi não ouvir, e coloquei minha bolsa no ombro direito, pronta para descer até a sala, e deixá-la lá. Saí do quarto e ele logo veio atrás de mim, e desceu as escadas correndo. Foi até a cozinha, enquanto eu joguei minha bolsa no maior sofá, e abri as outras janelas.

- Venha aqui. - Falou com sua voz distante, e ao colocar o celular no bolso, fui até ele na cozinha, que abría a geladeira, procurando por algo. - Dormiu bem? - Eu tinha certeza, que ele iria pedir ajuda com o café da manhã, ou algo relacionado a isso, mas perguntar se eu dormi bem à noite? Eu estou mesmo falando com o Justin?

- Oi? - Falei sem reação com a pergunta dele. - Melhor impossível, e você? - Peguei um copo e tomei alguns goles d'água.

Antes de qualquer resposta, ele deu-me um selinho, e me empurrou para trás, deixando-me encostada na parede e beijou-me diversas vezes, intensamente. Envolvi minhas mãos em seu rosto, e ele apoiou com as suas em minha cintura. Insisti em selinhos, e nos afastamos aos poucos.

- Muito bem, porém pensativo. - Respondeu ao tirar as jarras de suco da geladeira, colocando na bancada. - Pode estender a toalha de mesa aqui, por favor? - Além de tudo, ele está educado. Achei melhor não comentar sobre, porque vai que ele percebe que está sendo um amor de pessoa, e troca o disco... Apenas assenti e fiz o que ele disse, que foi até a dispensa, e pegou bolachas, pratos pequenos, pães, frios na geladeira, manteiga e outras coisas.

- Pensativo, sobre? - Falei ao sentar-me ao lado dele, que serviu nossos copos com o suco de laranja natural.

- Sobre você. - Disse como se fosse óbvio e dobrou os lábios.

- Você está bem? - Coloquei uma das mãos em sua testa, e ele riu sem entender. - É sério, você está bem Justin?

- Você nunca me chama de Justin. - Falou com vontade de rir. - Eu... estou, por que?

- Tem certeza? - Insisti na pergunta, e ele riu ao afirmar com a cabeça. Ele continuou rindo, sem motivo algum e mexeu em seu celular com a outra mão. Terminamos o café da manhã, e tínhamos que estar no colégio em 20 minutos, mas ele mora um pouco longe. Ajudei-o a guardar tudo novamente na geladeira e na dispensa, e ele colocou o boné na cabeça, para esconder seu cabelo, que era tão lindo quanto ele. Passei um gloss e pouco rímel, apenas para dar uma cor e sentei-me no sofá, esperando. Eu sei que não iremos com o mesmo caro, mas do jeito que ele se irrita com o nada, pode reclamar um monte, porque eu fui sem ele e tinha que esperá-lo e essas coisas.

- Vamos com dois carros? - Falou descendo as escadas. Senti o cheiro forte de seu perfume de longe.

- Podemos ir só com o meu, se quiser. - Falei ainda sentada. - Depois eu passarei aqui, para ir à casa da Alice.

- Então, vamos com o meu carro. - Falou determinado, e pegou suas chaves.

- Mas eu quero ir dirigindo.

- Você não vai dirigir o meu carro. - Falou rápido.

- Eu não disse que queria dirigir o seu, mas sim o meu.

- Mas iremos com o meu carro. - Olhou-me parado na porta, que dava para a garagem interna.

- Não. Nós vamos com o meu. - Falei ficando na frente dele, que ignorou minha presença e foi até a garagem.

- Lembra aquele dia em que fomos para a praia? Então. Eu aceitei ir com o seu carro, então, agora é minha vez. - Falou esperando minha resposta.

- Uma coisa não tem nada a ver com a outra Justin. - Passei a chamá-lo de Justin, todas as vezes em que eu ficava irritada ou impaciente com algo. Parece mais formal.

- Você quer ir em carros separados? - Falou com a mínima vontade de continuar discutindo.

- Eu prefiro. - Falei sincera.

- Mas eu não. Então, vamos com o meu carro. Vem Mel. - Essa mania que ele tem de me chamar de Mel, principalmente quando estamos discutindo ou apenas perdendo a paciência um com o outro. Às vezes, isso é bom, porque significa que ele não fica tão irritado assim.

Revirei os olhos derrotada e guardei minha bolsa no meu carro, e peguei a do colégio, indo até a bmw preta dele. Entrei no banco do passageiro, e ele colocou seus óculos escuros.

- Não vai colocar as lentes hoje? - Falei ainda com um pingo de irritação.

- Não suporto usar aquilo. Por isso estou de óculos. - Falou ao sorrir.

- Mas e se você precisar tirá-los?

- Não vou. - Respondeu ligeiro. - Por que você não gosta que te chamem de Mel? - Falou ainda prestando atenção no trânsito. Eu pensei mil vezes em contá-lo toda a história sobre o meu pai... mas não gosto de falar sobre isso, e muito menos ficar lembrando.

- Era o meu apelido na infância, e eu enjoei. Só você me chama assim, e às vezes, a minha mãe. - Falei pausadamente.

- Eu posso te chamar de Mel. Não posso? - Falou descontraído.

- Pode. - Assenti.

Assim que chegamos no colégio, ele estacionou perto da entrada, e esperou que eu descesse do carro.

- Não me conformo que não transamos ontem, porque eu fui um trouxa. - Apenas ri e ele balançou a cabeça lentamente, como se estivesse inconformado consigo mesmo. - Nunca irei me conformar com isso. - Talvez tenha sido bom ele ter feito isso para si mesmo, porque significa que ele queria passar um tempo bom comigo, mas sem pensar apenas em bebidas e sexo, mas sim em diversão, romantismo e carinho. Posso afirmar, que superou todas as minhas expectativas sobre ele, possivelmente, ser um garoto romântico, e muito carinhoso. A cada segundo em que pensava sobre ontem, uma imagem de cada momento diferente nosso me vinha à cabeça. Preciso controlar isso, antes que se torne algo obssessivo.

Assim que entramos no colégio, tocou o sinal e nos afastamos. Mesmo que estejamos apenas ficando, não quero ninguém sabendo disso, ou comentando sobre. Quero guardar isso para mim, até quando der. 

- Ei, sobre o que você quer falar comigo Logan? - Puxei-o pelo braço, assim que o vi passar em frente ao meu armário. 

- Eai Mellanie. - Abraçou-me rápido. - Sobre o que anda acontecendo... Você e o Jason estão mesmo namorando? - Falou curioso.

- Namorando? Não! Quem te disse isso? - Falei ao entrar na sala de aula. 

- A Tiffany. Ela disse que, o Jason disse a ela que vocês estão namorando. - O Justin não teria motivos para dizer isso, ainda mais para uma ex qualquer. Por que ele conversou com ela? Que situação mal explicada.

- Ele disse isso? - Falei tentando não parecer surpresa.

- Sim. Por isso, eu achei que vocês estavam tendo algo sério.

- Huh... mas nós não estamos juntos. - Falei para que ele tivesse certeza de que não há nada serio entre eu e o Justin. - O que você acha?

- Eu acho que você é linda demais Mellanie. - Falou todo cara de pau. - O resto você tem que resolver.

- Obrigada, mas você não ajudou em nada. - Falei rindo e ele deu os ombros.

- Ajudei sim. Pense nisso. - Falou e entramos na sala juntos. Eu tentei pensar se, ele falou isso no sentido subliminar, mas não há nada por trás desta frase, eu acho. Ele apenas me fez um elogio. Não acho que ele quis dizer que o Justin não combina comigo, ou é feio, porque ele estaria completamente errado, e seria um pensamento um tanto gay.

Sentei-me na minha carteira e fiquei olhando para o nada, enquanto a professora não entrava na sala. Por que ele disse para o Logan que estamos namorando? Até onde eu sei, não estamos nem perto disso. E se ele falou a mesma coisa para aquela biscate loira, deve ter sido na boate, porque eu acho que eles não têm contato diário, ou o número um do outro para ficar conversando. Pelo menos eu espero que não.

- Você sumiu o fim de semana todo! - Falei olhando para a Adriele, que sorriu sem graça, como se tivesse aprontado algo.

- Olha quem fala. Eu fui para a praia com os meus pais, e eles resolveram a viagem de última hora. Mas, e você? - Falou ao erguer os ombros, rindo.

- Legal. O meu foi chato como sempre, mas um acontecimento aí, outro ali. - Falei animada, e ela já deve ter entendido. - Depois eu te conto tudo.

- Ótimo. Mais alguém sabe? - Falou curiosa, diminuindo o tom de voz, pra que a Lissy e as outras meninas que estavam em nossa frente não pudessem nos ouvir.

- Acho que não... A Alice também não sabe. - Falei pensando se já havia contado a alguém. - É, e não tem nada demais para saber mesmo.

Eu queria contar a ela, que nossa relação está ficando um pouco mais séria, mas nada demais. O problema é que, se eu começasse a contar sobre o que ele anda me dizendo, pensaria demais sobre sua identidade, as lentes e a cor do cabelo, e acabaria falando sem querer, o que não pode acontecer de maneira alguma. Não mesmo!

Logo a professora entrou na sala, e começou a falar sobre os testes do começo da semana que vem, porque temos que correr, já que a viagem para a formatura é em duas semanas e deu um sermão atrás do outro.

Tanto eu, quanto a Dri, estamos ansiosas demais para essa viagem! Apenas 12 das 35 pessoas da nossa sala irão, e isso é ótimo. O Justin também vai! Nunca esperei tanto por duas semanas como agora.

Apesar de ter me distraído nas primeiras aulas, eu ainda estava pensativa, sobre o fato do Justin ter dito aos outros que estamos namorando. De onde, e por que ele fez isso? Assim que bateu o primeiro sinal do intervalo, fui até o pátio com a Lissy e a Adriele, e nos sentamos de costas para o sol.

- E aí meninas, ansiosas para a viagem? - Lissy disse enquanto mexia em seu celular.

- Demais! - Respondi rápido.

- Já até comecei a fazer minhas malas. - Adriele riu.

- Novidade ouvir isso de você, não Dri? - A Adriele é a única que sempre arruma tudo primeiro. Já eu, deixo para fazer tudo de última hora. Enquanto conversávamos, olhei para o outro lado, e Justin estava sentado de costas, rodeado por oito garotos, todos muito bonitos, conversando e rindo. Eles devem ser do segundo ano, uma pena.

Continuei olhando-o, e pensei em mandar uma mensagem, dizendo que preciso falar com ele. Mas iremos embora juntos mesmo, então posso esperar mais três tempos. 

- Mellanie, é verdade que você e o Jason estão namorando? - Lissy disse toda curiosa. Ela também?

- Não! De onde você tirou isso? - Falei surpresa. Nao é possível que esse assunto esteja circulado pelo colégio. 

- Ouvi os garotos da nossa sala falando sobre isso com ele. - Olhei para a Adriele, sem saber o que dizer, e ela logo deu os ombros, como se não estivesse no meio dessas historia.

 

           SPOILER

...a cara. - Falei tudo de uma vez, antes que acabasse me arrependendo de quase dizer a ele que eu queria algo sério. 

No começo, eu confesso que não queria, não mesmo. Mas agora, parece que tudo de ruim que eu pensava sobre ele, estivesse amenizando, porque eu estou começando a conhecer, e me acostumar com o verdadeiro 'ele'.

- Não depende de mim. Se eu estou dizendo que quero que todos saibam, é porque eu gosto de você, e sei que dará certo. - Algo nele é obscuro, que o faz nunca dizer a palavra amor, mas sim, gostar, se importar. Qual a dificuldade de ser sincero?

- Gostar é uma palavra fraca, para definir um relacionamento sério. 


Notas Finais


Postei antes pq estou animada com os comentários nha <3. Beijo


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