- HÃ? - Falou sem entender. - Do que você está falando, babe?
- Eu sempre fui tão chata e nada compreensiva com você... Me desculpa?
- Você sempre foi perfeita para mim. - Olhei-o sorridente, que estava de frente para mim.
- É serio... Você me desculpa?
- Claro. Eu entendo que esse seja o seu jeito.
- Mas isso é errado, porque eu não te dou o valor que você merece.
- Eu não mereço mesmo... - acariciou meu cabelo. - Eu estou aprendendo a melhorar.
- Mesmo assim.
- Fica tranquila meu amor. De certa forma, isso é bom.
- Por que?
- Eu preciso aprender a te conquistar.
- Como você é besta.
- Não sou.
- Me conquistar? Nós somos namorados.
- E?
- Como, e? - olhei para ele.
- Você tem que conquistar quem você ama todos os dias, independente de como estiver a relação ou se houver uma relação. É a lei da vida. - disse cínico.
- Onde você aprendeu isso?
- Com você. - disse como se fosse óbvio.
- Não te entendo. - Ele passou os dedos em minha testa até acariciar meus cabelos e deu um beijo em meu rosto, logo um selinho, todo carinhoso.
- Você me conquista todos os dias, e isso fez com que eu não conseguisse mais me afastar de você, desde o início...
- E por que você nunca me disse isso?
- Porque... Não faz muita diferença. Se fosse antes, eu nunca pensaria em te dizer isso, mas como eu mudei, estou sendo sincero
- Mas é claro que faz. - insisti e ele segurou minha mão direita, observando minha aliança. Tentei dobrar mais a pernas, mas era impossível por conta da dor, então achei melhor não me mexer mesmo. - Amo quando você diz isso.
- Eu consigo te conquistar todos os dias? - olhei-o fixamente nos olhos e sorri para que ele entendesse como uma resposta. - Aw, babe. - Falou sem graça e pisquei lenta, esperando que ele deitasse mais ao meu lado. Justin logo se deitou e deu um beijo em minha testa e logo em meus lábios, bem lento.
- Sabe que, essas tatuagens são atraentes em você? - falei entre o beijo e ele sorriu.
- Você quis dizer que eu já sou atraente e, com as tatuagens você fica mais vulnerável? - riu ainda me beijando e abriu os olhos por um único segundo, apenas para ver minha expressão.
- Exato. - falei em um fio de voz e mordi a ponta de seu lóbulo, já que ele estava com aqueles brincos minúsculos e gays. - Não se convença tanto.
- Só repeti o que você disse. - sorriu. - Eu acho que se você fizesse uma tatuagem aqui. - tocou em meu quadril, abaixando pouco o comprimento de meu shorts. - Eu iria amar.
- Você iria? Posso pensar sobre isso.
- Te deixaria ainda mais sexy do que você já é. - falou olhando em meus olhos e beijou-me com força. - Algo como um símbolo.
- Eu já pensei sobre isso, mas se eu fizer... Você só verá um bom tempo depois.
- Por que?
- Porque sim. - respondi rápida e ele me pareceu surpreso.
- O lanche está pronto. - Gritou.
- Eu vou lá buscar. - Levantou-se e parou na porta. - Espere. - voltou até mim e deu-me vários selinhos pausados, como um ato de provocação. Segurei seu cabelo e ele passou a língua no canto de minha boca, beijando minha bochecha bem de leve. Afastou-se novamente e passou pela porta. - Outra coisa... Você conhece alguma Melissa? Da escola ou da cidade?
- O que? - falei surpresa com a pergunta dele. - Não... Por que? - ele deu os ombros e saiu.
- É, já te falo.
Confesso que meu corpo gelou quando ele perguntou se eu conheço alguma garota com esse nome, ainda mais por ter falado do nada e tão tranquilo, como se não fizesse ideia de quem possa ser a garota.
Enquanto ele foi pegar os lanches fiquei mexendo em seu celular, olhando as fotos. Eram apenas dele comigo, com o Ryan, o tal do Greg e uma garota similar a ele, provavelmente a prima que ele me disse uma vez. Nada demais.
- Voltei.
- Quem é Melissa? - falei curiosa.
- Não sei. - deu os ombros e colocou a bandeja no meu colo, sentando-se novamente ao meu lado.
- Como assim, não sabe?
- Eu perguntei por perguntar.
- Mas se você perguntou, é porque você conhece.
- Não tem menhuma no colégio?
- Deve ter, mas não da nossa sala. - falei desinteressada e ele logo ficou quieto. Por que ele quer saber sobre uma garota com esse nome, se segundo ele, ele não sabe quem é? Às vezes, ele fala umas coisas sem noção que eu prefiro não me preocupar.
Jason P.O.V
Assim que a Mellanie se recuperou da luxação, pude começar a investigação que o meu pai pediu. Ele pensa que será um tanto fácil encontrá-la por aqui, sendo que existem mais de duzentas Melissas apenas em São Francisco?
Quase morri de vergonha quando procurei a garota por todo o colégio e encontrei mais de cinco com o mesmo nome, da qual tive que perguntar quantos anos ela tinham, se sempre moraram aqui, e isso fez com que elas tivessem medo de quem eu poderia ser, o que me fez sentir mal por isso. Meu pai apenas citou que eu deveria questionar quantos anos elas têm e se sempre foram daqui. Todas as que eu encontrava, tirava uma foto completamente escondido e mandava para o Ryan, que também procurava pelo outro lado da cidade e me mandava as fotos. Confesso que muitas delas eram gostosas, mas preferi não me aproximar.
A Mellanie já detestou a ideia sem mesmo ter entendido o que está me fazendo procurar essa garota, imagine se ela olhar todas as fotos? Melhor deixar isso de lado um pouco.
As aulas estão quase acabando e nossa colação de grau será em uma semana... Por sorte, isso está acabando de vez. Nunca gostei de estudar, e fazer a mesma série duas vezes sem precisar, é demais para uma pessoa como eu que já sou formado no que quero para a minha vida, eu acho.
Perguntei milhares de vezes para o Greg se ele tem certeza que essa tal garota realmente se chama Melissa, e ele me afirmou, porque conversou com o meu pai sobre isso. Por quê ele pode saber tudo e eu não? Eu sou muito mais eficiente e importante do que ele em tudo o que faço. A diferença é que não sou tão violento quanto ele...
...
- Você se chama Melissa? - falei descarado e a garota olhou-me com um ar de interesse.
- Uau. Como sabe?
- Não interessa. Tem 18 anos? - interroguei-a antes que fugisse do assunto.
- Você é uma espécie de adivinha ou da polícia mesmo? - sentou-se ao cruzar as pernas em minha frente e tentei não olhá-la, mas confesso que olhei e logo parei por ali.
- Ok. E, você é daqui de São Francisco mesmo?
- Quem é você, cara? - falou intrigada com o meu jeito estranho de agir. - Por que quer saber essas coisas sobre mim?
- Responda. - falei sério e ela me pareceu surpresa com o meu tom.
- Sou de Manhattan. - disse preocupada. - Quem é você?
- Estou fazendo uma pesquisa sobre garotas atiradas. Você entrou para o pódio em segundo lugar, obrigado. - falei em um completo sarcasmo e afastei-me, voltando para o carro. Não olhei para trás mas, tenho absoluta certeza de que ela ficou com uma pulga atrás da orelha. Peguei meu iPad e abri a lista com todas as Melissas que consegui encontrar nessa cidade. Ela ainda era a número vinte, e risquei seu nome, já que não é daqui... Ou ela pode ter mentido. O que importa é que só faltam mais cento e noventa garotas... Fora as que o Ryan está procurando e investigando. Não me surpreendo com o fato dele ter transado com várias delas. Eu no lugar dele faria o mesmo, digo, se não tivesse conhecido a Mellanie e me apaixonado.
"Achou alguma?" - Justin
"Uma loira... Bem parecida com a da foto". - Ryan.
"Finalmente. Será que é ela?" - Justin
"Não lol. Ela é alemã, e muito gata por sinal". - Ryan
"Aposto que já comeu". - Justin
"Não resisti, cara hahahahaha". - Ryan
Decidi voltar para casa e terminar essas pesquisas de vez. Lembro que quando fiquei sabendo sobre a existência dessa garota, ela me lembrava muito a Lissy, mas não há qualquer possibilidade de ser ela, até porque ela é quase uma loira com o cabelo descolorido de tão claro que é. Já a criança da foto tem os cabelos cor de ouro, o que deve ter se tornado uma cor similar ao meu cabelo de antigamente. Se ela tinha os olhos mais escurinhos, hoje deve ser um castanho comum como qualquer outro. Não é possível que eu não consiga encontrar essa garota até dezembro... Ainda tenho um mês para pelo menos descobrir onde ela pode estudar, se é que ainda mora aqui.
- Pai?
- Fala Justin.
- Desisto.
- O quê?
- Você não me passou nehuma informação necessária sobre essa Melissa e eu não tenho como encontrá-la.
- E o que você quer que eu faça?
- Me diga alguma coisa útil.
- Ela precisa ser encontrada logo.
- Nada além do óbvio. Ela é alguma criminosa? Poque se não for, o que eu estou fazendo?
- Ela não é uma criminosa Bieber. Ela é uma garota que eu procuro há anos, e quando encontrá-la você entenderá.
- Grande merda. Eu quero informações.
- Ela ainda não começou a faculdade, então tecnicamente está no último ano do colégio... Não posso falar nada sobre isso.
- Por quê não? Eu sou seu filho.
- Porque eu sei que você vai correr contar para a sua namorada.
- Isso é mentira.
- Eu sei que você já deve ter contado para ela que não é daí.
- Isso é óbvio.
- Ela sabe da identidade?
- Não. - engoli seco.
- Você sabe que....
- Eu sei. Ela não sabe de nada.
- Melhor assim. Pelo menos isso você cumpriu.
Desliguei antes que ele começasse a me xingar e passei a pensar sobre onde estaria essa tal de Melissa. Se ele me garantiu que ela ainda não se formou, sobram trinta colégios que ela pode estar estudando. Isso me deixa exausto.
"Jay, vamos à praia hoje? Eu, você a Adriele e o Logan". - Mellanie.
"Tá. Que horas?" - Justin
"Daqui uns 20 minutos. É o tempo de você chegar aqui e iremos juntos". - Mellanie.
"Estou indo aí então". - Justin
Preciso passar o resto da tarde me distraindo, de preferência com a Mellanie. Já que, desde que acordei não estou em um dos meus melhores dias, e essa indisposição não irá passar tão cedo.
Não sei até quando ficarei por aqui, então temos que aproveitar todo o tempo do mundo... Ando tão ocupado esses dias que ela tem ficado irritada comigo, mas faz parte e ela sabe disso.
Cheguei em sua casa e desci do carro tirando o boné. Coloquei os óculos escuros e toquei a campainha. Ela abriu a porta e vestia um shorts curto e uma regata em que aparecia a parte de cima de seu biquini ou um top. Não entendo dessas coisas. Seu cabelo estava preso e ela logo sorriu.
- Podemos ir? - falei ao dar-lhe um selinho que me abraçou forte.
- Só vou pegar minha bolsa no quarto. Com o seu carro mesmo?
- Sim. - sorri para ela, que correu para as escadas em direção ao seu quarto. Parei no batente da porta e coloquei meus fones de ouvido, esperando-a voltar. Assim que apareceu, trancou a casa e guardou o celular no bolso do shorts, me seguindo até o carro. - Qual praia nós vamos?
- Naquela distante, sabe? No começo da estrada. - a tal praia em que brigamos aquela vez... Não tenho boas lembranças de lá.
- Ah sim.
- Você vai entrar no mar com esse shorts?
- Não vou para o mar. Quero só passear com você.
- Ótimo, porque eu também. - riu e apoiei com a mão direita em sua coxa esquerda, que deixou sua mão por cima da minha enquanto observava meu carro. - Você ainda está procurando aquela garota?
- Sim, e encontrei uma tal Melissa que deu em cima de mim, foi engraçado. - falei descontraído e ela pareceu não gostar.
- O que você fez para ela? - disse risonha.
- Eu a questionei e ela deu a entender algo a mais. Aí eu olhei para ela e falei que estava fazendo uma pesquisa com as garotas mais atiradas, e ela entrou para o pódio em segundo lugar. - falei descarado e a Mellanie riu de imediato.
- Como você é cara de pau. - riu. - Mas bem que essa aí mereceu. Quem ela pensa que é para dar em cima de você? - Passou as unhas em meu cabelo e deu um beijo em meu rosto. - Era bonita pelo menos?
- Muito. - fui sincero e ela não respondeu.
- Sabe quem veio falar sobre você comigo hoje?
- Quem? - voltei a prestar atenção no trânsito assim que entramos na estrada.
- O John e a Lissy. Eles vieram me perguntar se estamos bem, como se quisessem que eu negasse.
- Babacas. - revirou os olhos. - Eu ainda vou zoar com aquela loira.
- Zoar do tipo?
- Zoar. Ela é louca para ficar comigo, o que nunca vai acontecer.
- Por isso que você não vai fazer nada.
- Eu poderia realmente zoar com ela, mas não sei o que fazer. Podemos fazer um teste em que, eu dou em cima dela e você se joga para o imbecil do John. Seria uma boa vê-los todos encantados com nós dois.
- Você não pensa no que fala. - disse sorridente. - Por quê isso?
- Qual é... As aulas já estão acabando e nunca mais iremos vê-los.
- Isso é verdade... - disse pensativa. - Eu topo. Como vamos fazer isso?
- Depois pensamos sobre isso. - estacionei ao lado do carro do Logan. - Agora temos que aproveitar essa tarde incrível.
Ela desceu do carro e desliguei meu celular já que a bateria estava acabando. Tirei o boné e entrelacei nossos dedos, ficando mais próximo dela, que caminhava lenta.
- Onde eles estão? - falei procurando-os com o olhar.
- Lá do outro lado. - apontou para a frente. - Vamos bem devagar até lá.
Mellanie P.O.V
- Já pensou no quanto nós brigamos por besteira desde o início? - falei após tanto pensar enquanto caminhávamos lentos.
- Eu penso sobre isso a todo momento. - disse ao desviar o olhar e apertou minha mão. - Me sinto tão idiota.
- Eu também. - olhei para ele, que veio com o rosto mais a frente, ameaçando tocar meus lábios. Nos afastamos por um milímetro e fechei as mãos quase em sua nuca, até seu rosto, beijando-o lenta. Ele parou mais em minha frente e manteve ambas as mãos em minha cintura, abraçando-me. Inclinei mais minha cabeça, guiando-o para que continuasse lento como eu. Passei a beijá-lo no rosto ao dar a volta com o braço em sua cabeça e passei a ponta da lingua junto com os lábios no canto de sua boca, que suspirou cauteloso e voltou a beijar-me nos lábios.
- Estou com tanto sono. - disse ao dar-me um beijo no rosto. - Indisposto.
- Vou te animar! Só precisamos encontrar os dois. - falei olhando para ele e dei-lhe um selinho. - Eles estão ali. - levou meu olhar para o lado direito e os dois estavam na beira do mar conversando. Fomos até eles, que pararam para nos cumprimentar.
- Até que vocês foram pontuais. - Adriele disse surpresa e me abraçou.
- Eu sou. O Jason que não é. - desviei o olhar dele ao abraçar o Logan. - Faz tempo que vocês estão aqui?
- Chegamos agora pouco... Está tão bom para passar o fim da tarde aqui. - Logan disse tranquilo.
- Não trouxe ninguém com você? huh. - falei ao arquear as sobrancelhas.
- Hoje não. - riu. Adriele me puxou pela mão, para que fôssemos mais ainda para o mar, e os dois ficaram para trás.
- Você fez a tatuagem? - falou curiosa.
- Sim. Eu fiz ontem e só vou tirar o plástico à noite. Doeu tanto. - falei exagerada.
- Eu quero ver! O que você fez? - girou ao meu redor procurando a tatuagem.
- Eu fiz um pouco acima do quadril. Ainda não mostrei para o Jay. - Mostrei o símbolo para ela.
- Ficou demais! É aquele mesmo símbolo do colar que o seu pai te deu, não é? - apenas assenti. - Por que ainda não mostrou para o Jason? Foi ele que te deu a ideia, não foi?
- Sim, mas eu vou esperar mais uns dias, até que ele perceba.
- Ele vai ficar chateado se você não falar.
- Eu sei, mas agora ele não está tão mais chato assim... Quero dizer, implicante. Porque chato ele sempre foi.
- Então tá... - disse aparentemente estranhando minha resposta e começamos a falar sobre ela.
- O que acham de irmos à alguma boate mais tarde? - Logan falou se aproximando de nós.
- Eu topo. Amanhã é sábado mesmo. - dei os ombros.
- Eu também. - Adriele concordou.
- Eu queria ir, mas tenho que resolver umas coisas hoje.
- Sério Jay? - olhei-o decepcionada. - Vai desmarcar de novo?
- Não estou desmarcando babe, eu só não posso ir hoje. - cerrou-me com os olhos para que eu entendesse o que ele queria dizer com isso, e apenas assenti.
- Então tá. Vamos nós três. - dei os ombros.
- Não quero que você vá sem mim. - cruzou os braços.
- Não comece. - revirei os olhos.
- Eu passo pegar vocês às 22h. - Logan falou enquanto caminhávamos.
- Ótimo. - concordei. - Faz tempo que não vou há algum clie por aqui.
- Eu também!
- E eu? - falou informado.
- Cara, você acabou de falar que não vai. - Logan disse como se fosse óbvio.
- Isso não significa que eu quero que a Mellanie vá.
- Você não tem que querer nada. - retrucou.
- Na verdade, ela é minha namorada e eu não quero que ela vá.
- Para com isso Jason. - falei ao passar por ele com a Adriele, ainda caminhando. - Você sabe que eu vou mesmo assim.
Ele apenas bufou derrotado e o Logan riu. Não entendo porquê ele continua tentado me controlar, mesmo que seja uma vez ou outra.
Passamos mais de uma hora nos divertindo e conversando, até que fiquei com um pouco de tortura, por ter me levantado rápido.
- Amor... Vamos embora? - falou com a voz mole.
- Vamos. O que você tem? - olhei-o preocupada, que passou as mãos no rosto.
- Não sei. Estou meio enjoado e com a cabeça estourando.
- Mais tarde eu espero vocês em casa! - abracei os dois e fomos todos até o estacionamento, que não estava muito longe.
Entrei no banco do passageiro e ele suspirou ao passar as mãos no cabelo.
- O que você tem? Quer que eu vá dirigindo? - peguei nas mãos dele, que exorou com a cabeça para trás.
- Não, não precisa babe. Eu só estou com um mal estar. Posso dirigir. - abriu os olhos e piscou varias vezes.
- Você mal consegue prestar atenção para onde está olhando Justin... É perigoso dirigir assim. - falei calma para que ele não levasse na ignorância.
- Relaxa Mel. - ligou o carro e saímos da praia, indo para a estrada. Fiquei olhando o tempo todo para ele, que estava com o olhar pequeno, como ae estivesse quase dormindo sentado. Ele nunca fica assim.
Começou a dirigir em devagar, outra coisa que ele nunca faz e lambeu os lábios ao piscar lento.
- Justin! Justin! - tentei chamar sua atenção, que parecia estar dormindo acordado. - Pare o carro. Você não está em condições de dirigir. - coloquei a mão por cima da dele, que logo parou o carro já que a estrada estava vazia.
- Eu estou bem. Só uma tontura.
- Você não pode dirigir assim. - falei nervosa e induzi-o a descer do carro. Justin deu a volta e abriu a porta do passageiro, enquanto pulei para o banco do motorista. Ele colocou os cintos e fechou os olhos. - Me diz o que você tem.
- Eu não sei. Eu acordei com um mal estar terrível, mas depois passou e agora está voltando.
- Eu vou te levar para o hospital, porque minha mãe está lá e ela irá pedir para um enfermeiro te ajudar.
- Não. - respondeu rápido. - Não precisa. Eu só preciso deitar um pouco.
- Eu nunca te vi assim. - falei ao voltar a prestar atenção no trânsito.
- Fica tranquila. - disse calmo e continuou com os olhos fechados. Dirigi calma até a casa dele, o que era longe já que ele mora do outro lado da cidade, e estacionei na garagem.
- Chegamos. - falei ao descer do carro com a minha bolsa e ele logo veio atrás de mim. - Você está me deixando preocupada.
- Já falei para você relaxar. Eu estou bem. - falou com a voz mole e entrou em casa. A empregada estava com os braços apoiados na bancada enquanto anotava algo em seu iPad. Sim, o Justin deu um iPad para ela.
- Está tudo bem senhor McCann? - falou atenciosa.
- Sim. - respondeu frio e subiu as escadas lento. Corri para a cozinha e peguei uma garrafa d'água na geladeira. Subi as escadas e entrei no quarto dele, que estava deitado na cama com a barriga para baixo e o boné escondendo o rosto.
- Peguei água para você. Só preciso saber exatamente o que você tem para te dar um remédio. - deixei na cômoda e ele não se moveu.
- Você está muito preocupada, babe. Eu não estou mal. - falou cínico.
- É claro que eu estou! Nunca te vi assim.
- É normal. Eu tenho isso às vezes.
- Mal estar é normal? Não é não.
- Apenas relaxe. Já vai passar. - disse sonolento e tirou o relógio do pulso ainda sem abrir os olhos, do mesmo jeito que tirou a corrente.
- Tire as lentes para descansar um pouco. - falei ao acariciar seu cabelo e ele levantou-se todo lento, indo até o banheiro. Voltou segundos depois, e havia lavado o rosto para refrescar, com o cabelo desfeito. - Tome a água. - entreguei a garrafa nas mãos dele, que pegou ao sorrir de lado e bebeu quase inteira.
- Obrigado, mãe. - riu. - Não fique preocupada... Eu posso te deixar em casa. Você irá sair mais tarde e eu também.
- Não vou embora agora. - falei como se fosse óbvio e ele sentou-se na cama, coçando os olhos após tirar as lentes.
- Preciso dormir um pouco. - deitou-se. - Fazia um tempo que eu não me sentia assim.
- Eu vou pegar um remédio para você e isso irá passar na hora. - desci as escadas correndo antes que ele respondesse e fui até a minha bolsa. Sempre carrego comigo dois comprimidos para dor no corpo ou mal estar. Normal para uma garota em que a mãe é dona de um hospital.
Voltei para o quarto e ele fingiu estar dormindo, segurando o riso. Sei que ele não tem nada demais, mas mesmo assim eu fico preocupada. Ainda mais com ele sozinho aqui o tempo todo.
- Tome esse remédio. - falei olhando para ele, que suspirou alto como se eu fosse realmente acreditar que ele está dormindo. - Anda Justin. O comprimido é minúsculo.
- Isso não passa pela minha garganta. - fez o drama do dia e escondeu os lábios.
- Engole isso logo e pare de frescura. - Entreguei a ele, que engoliu após beber água e voltou a deitar-se. Encostei sua porta e sentei-me no chão ao seu lado, deixando meu celular carregando na tomada mais próxima da cama. - Agora durma um pouco e logo você irá melhorar.
- Você vai ficar aqui? - olhou-me pelo canto dos olhos e assenti.
- Claro. - sorriu de lado e fechou novamente os olhos, pronto para dormir. Ele está realmente indisposto desde que passou em casa, mas não deste jeito. Foi preocupante vê-lo assim de uma hora para a outra. E não posso dizer que ele estava exagerando, porque ele até tomou o remédio.
Fiquei acariciando seu cabelo, que em segundos caiu no sono. É melhor ele descansar um pouco mesmo, para acordar bem no começo da noite.
SPOILER
- Eu já disse que eu te amo? - falou com a voz fragilizada e meu corpo se estremeceu ao seu toque. Apenas neguei com a cabeça vagarosa e ele roçou nossos lábios. - Eu te amo Mellanie. - disse ainda com nossos lábios colados, sem ao menos me beijar.
- Muito? - dei um selinho nele e abracei-o forte, que me aconchegou ainda mais para perto dele, dando a volta com os braços em minhas costas.
- Muito mesmo. - mordiscou minha orelha e deu um beijo em meu rosto. - Você me ama?
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