História Beijo sabor Melancia - Prazer, Melancia!

O dia estava lindo, o professor Rubens mais lindo ainda quando me entregou a prova com a nota máxima, um 10 e abaixo escrito parabéns com um rostinho feliz, meu sorriso não cabia no rosto, no intervalo das aulas vi o Quim que me abraçou me felicitando com um selinho demorado, Cebola e Mônica também estavam juntos comemorando os resultados das provas e nos três demos um abraço coletivo, mas peraí, estava faltando alguém...sim, claro o Cascão para completar a turma mas logo o vi estava caminhando em nossa direção com a cabeça baixa e com a prova nas mãos, mas pela sua expressão não parecia uma nota boa, meu coração gelou, sem o cascão no terceiro ano não seria a mesma coisa, nada seria igual, tinha que fazer algo... ainda bem que para minha surpresa ele levantou o rosto nos encarando e sorriu falando que era brincadeira e tinha sim passado de ano, o xinguei pela brincadeira sem graça de nos enganar ele nada disse, se aproximou e me beijou na boca vi de relance o choque e os olhares de todo o colégio e eu acordei com o despertador do celular, ok 6 da manhã!

-Hum! – Gemi me espreguiçando.

Que sonho mais doido, essas provas finais estão mexendo com meu psicológico, teria que ir bem de qualquer jeito assim na próxima semana estaria melhor. Hoje seria um dia diferente e comum, diferente porque último dia das provas finais e começaria um ano novo pra mim ida pro terceiro ano e estudar pro vestibular e comum porque depois do colégio iria com minhas amigas lógico que na padaria do meu namorado para comemorarmos com um um maravilhoso x-burguer e um milk-shake delicioso de morango, hummmm hoje nada de dieta.

- Ah Magali, se controla! – dei palmadinhas leve na minha cabeça rindo dos meus pensamentos gulosos.

Fui ao meu local favorito da casa depois que me arrumei, a cozinha.

-Bom dia mãe, hum que cheiro bom são panquecas, nossa que maravilha! – agarrei minha mãe com um abraço de amor e gratidão, dei um beijo no papai enquanto lia o jornal e me sentei no meu lugar, ansiosa e faminta.

- Sim filha, sei que você gosta, aliás o que você não gosta? Isso é pra animar seu dia, seu último dia de provas tem que estar com toda energia possível – disse rindo.

- Claro mãe, estou bem confiante e tenho tudinho armazenado na minha cabeça eu estudei muito.

- Sei, reparei que dormiu tarde ontem à noite, espero que esteja mesmo estudando ao invés de ficar com conversinha com seu namorado. – meu pai falou com tom desconfiado.

- Não pai, imagina, o Quinzinho e sua família dormem bem cedo, seus pais acordam as 4 da manhã já pra fazer aqueles deliciosos pães que comemos nas manhãs , humm- disse rindo- não se preocupe com isso papis, foi só noite passada queria estar afiada hoje porque sabe né, quero tirar as melhores notas e no simulado do colégio ser a melhor. – pisquei e vi seu rosto relaxar era engraçado seu ciúme em relação ao Quim, em falar nele mandei uma mensagem de Bom dia <3 e bom dia no grupo das meninas e marcando de nos encontrarmos em 40 minutos no colégio para revisar os assuntos da prova.

Depois de tomar o café tentei sair em disparada em direção ao colégio pois dos 40 minutos já se foram 30, geralmente minhas amigas se atrasam porque demoram em se arrumar, eu não, eu demorava era no café da manhã, descobri assim que entrei na adolescência que tinha um distúrbio alimentar eu sempre tive na verdade, mas hoje consigo me controlar bem, gosto de comer quanto estou ansiosa, nervosa, triste e até mesmo feliz mas por gula a minha sorte que meu metabolismo é rápido e não engordo, senão estaria uma baleia de 200 kilos, exagero meu,  assim que descobri o distúrbio minha comida e bem mais saudável.

-Oi Mônica, já tô saindo vou me atrasar um pouquinho – falei com minha voz mais meiga assim que atendi o celular.

-Magali, ainda??? Já estamos aqui no colégio dando uma revisada, você sabe como o professor Licurgo é exigente, vem logo!

-Calma Mô, já estou indo, eu tive um sonho maravilhoso...bom depois virou um pesadelo!

- Era comigo?

- Sim você com o cebola juntos comemorando boas notas da prova e eu também! – sorri

-Sério, que bom! Mas por que virou um pesadelo? Porque se passamos é ótimo agora eu com o cebola? Só no seu sonho mesmo pra acontecer isso!

- Ah e que não sei, sabe como são sonhos, imagens distorcidas, no final um porco me beijou.- fiquei vermelha ao lembrar, não teria coragem de contar pra Mônica e também não era algo importante.

Monica riu muito do outro lado da ligação.

-Sonhos são assim mesmo, vem logo tá beijinhos.- desligou

Uma checada no espelho e parecia uma mendiga, mas também estava atrasada, sai mesmo assim coloquei meus fones ouvindo Ariana Grande, em passos largos e confiantes já sabendo o caminho e desvios de cor comecei a passar pelo menos um pozinho no rosto, uma ajeitadinha no cabelo com os dedos, um batonzinho...nesse tive que parar – “Uh uh uh  love me love me love me” chequei o batom cantando enquanto improvisava o celular como espelho, o que aconteceu em seguida foi em um flash de segundos, algo me lançou com força no chão e  logo veio uma dor horrível nas costas e no braço direito mas não estava sozinha o bastardo que me atropelou caiu do meu lado.

-Ai caramba, que merda em hein Magali!!! Não ouviu eu gritando pra sair da frente?!- gritou o Cascão, pegando o skate que lá ia descer a ladeira.

- Seu..seu...- respirei fundo tentando pegar ar  e responder a altura para aquele filho da mãe – seu... ridículo! - Ok queria falar um palavrão pra demostrar toda minha raiva, mas antes queria me levantar as pessoas já estavam olhando.

-Magali, me desculpe, vem cá ...– largou o skate  pra ajudar me levantar me contorci de dor nas costelas na lateral do meu corpo e sangue pingava do meu cotolevo – Você tá bem? Quer que eu a leve em um hospital? – o olhei de relance e ele estava bem, também com sei kit de proteção perfeitos cotoveleiras, joelheiras e capacete, mas o jeito que gritou comigo subiu um ódio em mim e afastei-o com o braço bom

- Ah  tô bem Cascão, que hospital o quê, hoje tem nossa última prova, esqueceu... e me larga! – meu bom humor se foi, catei as coisas caídas e minha mochila e comecei andar em direção ao colégio com o tronco inclinado tentando minimizar a dor.

- Magali ... vamos, melhor ir ao médico, veja como está andando, vem não seja teimosa!- veio me seguindo e me segurou

-Cascão, deixa de ser ridículo! Você não pensa que não sei seus planos? -gritei o encarando

- Quê? –

-Não nasci ontem e te conheço desde que me entendo por gente, me atropelou de propósito para ir no hospital comigo e escapar do exame final, boa desculpa seria essa né, mas olha falhou e eu tô indo sim pro colégio, nem que eu vá como uma zumbi.

-O que você está dizendo ? – perguntou ofendido-  Te atropelar de propósito? Não me conhece mesmo, fiquei preocupado com você só isso, mas faça o que bem entender! – se posicionou com o skate e saiu indo em direção ao colégio.

Uma andada de 5 minutos virou 10 até o colégio, não conseguia tirar o Cascão da cabeça um misto de raiva com ressentimento, no banheiro do colégio lavei minha ferida do cotovelo e melhorei a aparência,

”mas também porque ele gritou comigo depois de me atropelar como se eu fosse culpada?”

“mas será que fui dura ao dizer que ele não estava preocupado e sim em escapar da prova” afinal, ele era um amigo bom e leal não sei se fui dura com ele mas de qualquer forma ele pediu desculpas, não vou ser rancorosa e vou pedir desculpas também não gosto de clima ruim na nossa turma, é isso que vou fazer, vou mandar uma mensagem pra ele agora pra falarmos no intervalo.

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAH – gritei sentindo meu coração gelar.