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História Beijos - DRARRY - 7.


Escrita por: eusouluna

Notas do Autor


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Antes de mais nada gostaria de pedir desculpas pela minha demora para postar esse capítulo. Foi quase um mês de hiatus e espero que vocês não tenham me abandonado. Os meus motivos são diversos, variam entre problemas com a minha família, vestibulares, estudos e muitas idas ao hospital.

Depois, eu sei que no último capítulo eu pedi para que vocês opinassem se vocês queriam mais capítulos ou não e a grande maioria de vocês pediu para que eu continuasse a história. Eu fiquei muito feliz ao saber que vários de vocês gostaram mesmo da minha fanfic e queriam mais capítulos, mas eu parei para pensar depois e percebi que, com essa história que eu tinha criado, não faria muito sentido ter mais coisas no desenvolvimento, entendem? Tudo começou com o Harry tendo a ideia maluca dele de fazer com que o Draco parasse com os palavrões, então se tivesse mais algo no meio, a história ficaria sem nexo.

Espero mesmo, de coração, que vocês entendam isso. E, caso vocês realmente tenham gostado da minha escrita, quero acalmar os corações de vocês e dizer que eu vou continuar escrevendo sobre Drarry, eu prometo. Só não vai ser nessa história, mas eu já tenho varias ideias sobre nossas aventuras e estarei postando nesse site mesmo.

Enfim, prestem atenção nas notas finais também, por favor.

BOA LEITURA ❤️

Capítulo 7 - 7.


- Quais são as principais características de um Arpéu? – Harry perguntou à Hermione. Os dois estavam na biblioteca terminando os deveres que deveriam entregar naquela semana. Era de manhã, estava frio e a única coisa que o moreno queria realmente fazer era dormir ou estar com Draco. 

O passeio do dia anterior tinha sido maravilhoso. Ambos passaram mais um tempo na clareira – e Harry fez questão de decorar o caminho até lá – conversando, observando as nuvens e, é claro, se beijando, até que a fome bateu e eles resolveram voltar ao vilarejo. A quantidade de olhares que recebiam das pessoas ainda era bem grande, mas nenhum dos dois se importou com aquilo. Eles sabiam que, uma hora ou outra, os estudantes se cansariam de prestar atenção neles, pelo menos, era isso que desejavam. Harry e Draco passaram na Gemialidades Weasley, cumprimentaram Jorge, compraram alguns doces e voltaram caminhando até Hogwarts. 

Harry beijou Draco durante todo o caminho de volta. 

Beijou Draco antes de saírem da clareira. Beijou Draco quando quase escorregaram no chão frio e molhado. Beijou Draco escondido em um dos corredores da loja. Beijou Draco quando o loiro fez um biquinho por ter derrubado seu doce no chão. Beijou Draco em todos os momentos que conseguiu. E ainda assim não parecia ter sido o suficiente. 

- ... eles caminham sobre enormes pés de quatro dedos e têm uma natureza extremamente agressiva. Harry? Você ao menos prestou atenção no que eu disse?

Harry piscou.

- Hã... claro que sim. 

Hermione revirou os olhos e bufou. 

- Foi só começar a gostar de Draco que ficou mais lerdinho.

- Ei! – Harry fez-se de ofendido enquanto brincava com a sua pena.

- Mas então, como foi o encontro de vocês?

O moreno arregalou os olhos e engasgou-se com a própria saliva.

- Não foi um encontro! Nós só... saímos juntos. 

A garota abriu um sorriso descrente.

- Harry, claro que foi um encontro! Vocês podem não ter dito isso em voz alta, mas claramente foi. 

- Não foi, não. – Insistiu Harry. Ele amava a compreensão que Hermione e Rony tinham em relação a Draco, mas não conseguia deixar de se sentir constrangido sempre que os dois tocavam nesse assunto. Suas bochechas imediatamente se esquentavam e ele era forçado a desviar o olhar. 

- Você está feliz? – Hermione perguntou depois de um tempo e a surpresa de Harry com o questionamento fez com que ele levantasse a cabeça num estralo. O garoto nem precisou pensar antes de responder que “sim”, tão baixo e sussurrado, como se estivesse contando um segredo gigantesco. Abrir seu coração sempre fora uma tarefa difícil para Harry, e falar sobre sentimentos, idem. Mas, naquele momento, tudo pareceu muito certo. O sorriso sincero de Hermione apenas confirmou isso. 

- Então, fico feliz por você. 


XXX


         Draco acordou cedo naquela manhã de domingo, o que era, de fato, impressionante, pois o loiro não estava acostumado a abrir os olhos antes do meio dia nos finais de semana. 

A verdade era que ele não tinha conseguido dormir direito de sábado para domingo, já que imagens do passeio dele com Harry não paravam de perturba-lo. Desde o primeiro momento em que o moreno começou a depositar selinhos em sua boca, Draco sentia que queria mais, que precisava de mais. E quando finalmente aconteceu foi como se todas as peças do quebra cabeça se encaixassem e todas as pontas soltas encontrassem seu real significado. 

Era viciante.

Era intenso. 

Era apaixonado.

Era Draco Malfoy e Harry Potter. 

Quando o loiro se deu conta, estava sorrindo sozinho ainda deitado na cama. Sentiu as suas bochechas corarem, mesmo sabendo que estava sozinho e que ninguém podia o ver e, por um momento, sentiu-se patético. Um apaixonado patético. Era assim que as pessoas apaixonadas se sentiam, não é mesmo? Draco não saberia dizer, mas nunca tinha sentido nada parecido antes. E estava adorando aquela sensação.

- Draco?

A voz fina de uma garota que Draco, agora, conhecia muito bem foi ouvida por detrás da porta de mármore do dormitório. 

- Luna? – O loiro levantou-se rapidamente, estava vestindo somente uma boxer preta e seu corpo se arrepiou com o ar gelado do inverno. Quando abriu a porta, Luna Lovegood estava parada no batente, os cachos loiros caindo em cascatas pelos seus ombros, os imensos olhos azuis brilhando. A garota vestia um casaco florido que parecia imensamente acolhedor. – Aconteceu alguma coisa?

Luna abriu um sorriso e entrou sem cerimônias no quarto, dando um meio rodopio e jogando-se na cama de Draco. 

- Você precisa me contar como foi seu passeio com o Harry, dã.

O sonserino sentiu o rosto esquentar e, de repente, o chão parecia ser um local muito interessante. 

- Bom... – Ele começou, sem saber ao certo o que dizer.

- Vocês se beijaram? De verdade, quero dizer.

Draco levantou os olhos e encontrou Luna sentada em cima de sua cama, com um sorrisinho no rosto e esbanjando curiosidade. Naquele momento, várias imagens de como os dois se aproximaram invadiram a cabeça do garoto e ele se recordou do porquê gostava tanto de Lovegood. 

Luna foi uma das primeiras pessoas que conversou com Draco no início do ano letivo, com todo o jeito dela encantador e amigável de ser, foi uma das únicas que não o julgou. Melhor, foi uma das únicas que lhe ofereceu ajuda enquanto todos os outros estavam preocupados demais sentido medo dele ou nojo. Draco tinha que admitir que no começo não estava a fim de interação com ninguém. Mas Luna foi capaz de quebrar todas aquelas barreiras logo de cara, com toda a aura angelical e pura que exalava. Logo, os dois se tornaram amigos, por assim dizer. E uma das coisas que o sonserino mais gostava de fazer era conversar com ela sobre os mais variados assuntos e rir das teorias da garota sobre o universo.

- Pelo amor de Merlim, Draco, coloque um casaco ou vai morrer de frio.

Ah, Luna também era uma das únicas garotas da escola – tirando Hermione – que não dava em cima de Draco. Ele estava vestindo apenas uma cueca, literalmente, na frente dela; e seu olhar não desviou nenhuma vez do rosto do rapaz. Draco adorava isso nela. Era fácil, prático e relaxante passar tempo com Luna. 

- O que aconteceu com você? Vai ficar parado aí até quando? Você sabia que eu li um artigo sobre psicose e realidades paralelas? Você pode estar passando por algo do tipo e-

Draco riu.

- Eu só estou com sono. Sabe que horas são? – Comentou ao vestir uma calça moletom verde escura.

- Você não respondeu a minha pergunta.

- Hã... não, eu não sabia que você tinha lido um artigo sobre psicose e realidades paralelas. – Disse Draco distraidamente no meio de um bocejo.

- Não, não essa pergunta.

- Então, qual? – O loiro franziu a testa e Luna riu, ainda sentada na cama. Ela fez um sinal para Draco se aproximar e assim ele o fez, quando estava perto o suficiente, Luna segurou os ombros do rapaz, obrigando-o a encarar os seus olhos azuis oceânicos.

- Você e Harry se beijaram de verdade?

O mesmo calor sentido anteriormente subiu pelo pescoço de Draco, mas dessa vez ele não pode desviar o olhar. Luna gargalhou quando o loiro murmurou “sim” e bateu palmas, fazendo com que os seus cachos esvoaçassem. Draco coçou a nuca, constrangido.

- Eu sabia! Estava escrito na sua cara! E como foi?

- Bom... foi... normal. – Draco enrolou-se com as palavras, passando a mão desajeitadamente pelo cabelo loiro e sentando-se na cama logo em seguida. Luna estreitou os olhos.

- Só isso? 

Draco riu.

- O que você quer que eu diga?

- Talvez o que você realmente sente em relação ao Harry. 

O loiro permaneceu estático por um momento, encarando os olhos azuis de Luna e pensando na grande furada em que tinha se metido. O que ele sentia em relação a Harry? Bem, ele definitivamente sentia algo forte em relação ao moreno, algo que nem ele mesmo conseguia explicar. Mas isso não era amor, era? Draco Malfoy nunca tinha se apaixonado antes e o fato de isso poder estar acontecendo com o seu grande inimigo da escola era, no mínimo, irônico. 

- Eu não sei o que eu sinto em relação a ele.

Luna sorriu compreensiva.

- Tudo bem, eu te ajudo a descobrir. Vejamos... Como você se sente quando está com ele?

- Bem. – Draco respondeu prontamente e logo sentiu seu rosto corar ao se dar conta do que tinha dito. Luna, ao contrário do esperado, não riu ou bateu palminhas, apenas disparou uma segunda pergunta:

- Como você se sentiria se Harry começasse a sair com outras pessoas?

- O quê? – Draco franziu a testa, não conseguindo conter a onde de ciúmes que passou pelo seu peito - Por quê? Ele está interessado em mais alguém? É a Cho? Tinha que ser aquela...

- Ei! – Luna sorriu divertida. – Apenas responda as minhas perguntas, sim?

Draco bufou, ainda irritado com a ideia de imaginar Harry com qualquer outro ser humano a não ser ele.

- Eu não gosto de pensar no Harry beijando outra pessoa, porque ele é... – O loiro parou abruptamente, amaldiçoando-se internamente por quase ter digo a palavra “meu”. Será que ele realmente queria que Harry fosse dele? Será que ele realmente estaria disposto a iniciar algum tipo de relacionamento com o moreno? E depois, o que aconteceria? Draco Malfoy e Harry Potter era uma combinação interessante, conturbada, cheia de dores de cabeça, problemas e corações partidos de ambos os lados. Eram muitas feridas que precisavam ser cicatrizadas depois da guerra, será que Harry poderia ajudá-lo com isso também?

- Eu sei que você nunca se apaixonou antes, Draco. – A voz suave e doce de Luna o tirou de seus pensamentos e o loiro virou-se para encarar a amiga. – E eu sei que isso assusta você, porque, nessas horas, você não consegue ter controle das coisas que sente ou das suas ações. Mas, se você quiser o conselho de uma pessoa que se preocupa contigo e que quer te ver feliz, não feche seu coração para esse sentimento, tudo bem? Mesmo que isso te assuste, sempre vale a pena dar uma chance ao amor.

Draco piscou atônito, absorvendo as palavras de Luna e tentando memoriza-las, porque ele realmente poderia usar esse discurso depois.

- Obrigado. – Disse baixinho depois de um tempo e Luna sorriu, acenando levemente com a cabeça e levantando-se da cama.

- Eu preciso ir, tenho que resolver uma coisa antes do almoço.

Draco abriu um sorriso maroto.

- Ah, eu sei, como vai sua vida secreta com meu grande amigo Blaise?

Luna arregalou os olhos e corou até a raiz dos cabelos.

- Como você sabe? 

- Eu sei de tudo, loirinha. – Draco abriu um sorriso de lado, querendo provocar – Mas não se preocupe, seu segredo está a salvo comigo e eu não vou fazer um questionamento sobre como está a sua vida amorosa, como você fez comigo.

- Idiota. – Luna murmurou baixinho, tentando esconder um sorriso e saindo do quarto logo em seguida, alegando que Draco na verdade tinha pirado e que ele não sabia de nada. O loiro apenas riu e voltou a deitar em sua cama, pensando em como sua vida tinha mudado naquele ano e quais seriam as outras surpresas que poderiam acontecer.


XXX


          Harry não sabia exatamente desde quando tinha tanta coisa para fazer. Depois de terminar os deveres com uma Hermione falando sem parar sobre criaturas mágicas e tentando inutilmente manter os seus olhos verdes abertos, Harry só precisava de algumas horas de sono. Entretanto, descobriu que tinha treino de quadribol e como era capitão não podia se dar ao luxo de faltar. 

Então lá estava ele, com o uniforme da Grifinória, sentindo o vento gelado batendo no seu rosto vermelho devido ao frio. Metade dos jogadores ainda estava com cara de sono e a outra metade nem tinha aparecido. 

- Muito bem, atenção! – Harry chamou, contendo um bocejo que insistia em escapar. – Eu vou... vamos apenas treinar técnicas de corrida hoje, tudo bem? Todos vocês, trinta voltas ao redor do campo, agora!

Um a um, os jogadores montaram em suas vassouras e iniciaram o treino, fazendo o possível para manter os seus olhos abertos e sua atenção toda voltada para que não batessem nos companheiros de time. Harry percebeu que ele próprio precisava acordar, então resolveu soltar o pomo, para que a adrenalina de persegui-lo conseguisse desperta-lo. O moreno levantou voo e a familiar sensação de estar sobre uma vassoura acertou-o em cheio como se ele tivesse levado uma grande pancada na cabeça, mas de um jeito bom. Se tinha uma coisa que Harry adorava fazer era voar. Sentir o vento tocando sua face, bagunçando seu cabelo, fazendo lacrimejar de leve os seus olhos. Merlim, era incrível. 

O pequeno pomo passou zunindo perto de seu ouvido e Harry empinou a vassoura na mesma direção. O garoto percorreu o campo cinco vezes, sem conseguir pegar a bolinha, até que a avistou indo em direção ao castelo. Harry acelerou, mantendo o braço esticado e viu o pomo fazer uma curva absurda e entrar dentro de uma janela. O moreno franziu a testa, já que pomos de ouro eram programados para zanzarem apenas nos terrenos de Hogwarts, mas sua curiosidade o venceu e ele acabou se esgueirando dentro do quarto, seja lá de quem fosse.

Sua surpresa não podia ter sido maior.

Draco Malfoy. 

Apenas com uma calça moletom.

Com o torso definido a mostra.

Bem na sua frente. 

Harry não conseguiu manter seus olhos firmes no rosto do loiro, sentindo a necessidade de percorrer sua visão pelo peitoral de Draco. O moreno só voltou a encarar o outro quando ouviu um pigarro, logo seguido de um sorriso debochado que mostrava os dentes perfeitamente brancos de Draco. 

- Cuidado para não babar, Potter. 

Harry sentiu seu rosto esquentar imediatamente de vergonha e desviou o olhar do loiro absurdamente gostoso na sua frente. Qual é, isso não era justo. Harry era uma minhoca comparado a tudo aquilo.

- Onde está o pomo? – Ele perguntou por fim, mantendo os olhos fixos no chão.

- Que pomo? – O tom insolente de Draco fez com que Harry voltasse a olhar para dele de testa franzida, prestes a reclamar. – Ei, tudo bem, eu admito, accio é realmente um dos meus feitiços preferidos. – Disse ao retirar o pomo de um dos bolsos de sua calça, a pequena bolinha de ouro chiando em suas mãos. 

Quando Harry estava prestes a pegar o objeto, Draco o recolheu novamente, mantendo um sorriso convencido no rosto.

- Eu disse “Potter”.

- Quê? – Harry franziu a testa, abrindo os olhos fazendo um círculo perfeito quando ele compreendeu o que o outro quis dizer. – Ah! O que você está fazendo? – Ele perguntou ao perceber Draco aproximando-se, devagar, mas de maneira precisa, o sorriso ainda pendendo nos lábios. 

- Eu quero um beijo, Harry.

- Você não está com frio? – A pergunta saiu sem querer e Harry sentiu suas bochechas esquentarem de vergonha. Algumas vezes o nervosismo fazia com que ele dissesse coisas sem pensar. O garoto amaldiçoou-se internamente, provavelmente pensando que Draco estaria achando-o patético. Mas o loiro abriu um sorriso radiante, os olhos cinzentos brilhando.

- Não é possível que você seja tão adorável assim. 

Harry corou mais ainda, devido ao comentário e devido à proximidade dos dois. Se ele levantasse a mão, tocaria no corpo à mostra de Draco e esse pensamento o fez estremecer.

- Você vai ficar doente e-

Mas a frase nunca chegou a ser concluída. O loiro impulsionou o corpo para frente, chocando-se contra Harry e colando os seus lábios. Foi com se eles imergissem numa bolha e nada mais importasse. Era sempre assim que funcionava com os dois, a conexão de ambos era tão intensa que todos os problemas pareciam evaporar da cabeça de Harry. A única coisa que importava no momento era seus braços ao redor do pescoço de Draco, acariciando aquele pedaço de pele macia que passou a ser o seu local preferido. 

Harry não tinha muita experiência em relação a beijos e coisas parecidas, mas com Draco tudo ficava mais fácil e o garoto sentia que podia fazer qualquer coisa. Ele desceu as mãos até o peitoral de Draco, sentindo os pelos da região se arrepiarem e seus músculos contraírem. Harry ficou satisfeito ao saber que também conseguia surtir efeito no loiro e resolveu apertar a região levemente, surpreendendo-se quando o outro soltou um gemido baixo. Considerando o que tinha acontecido no dia anterior, Harry pensou que poderia soltar algum comentário sarcástico, mas resolveu não fazê-lo ao puxar Draco mais para perto de si.

- Eu senti falta dos seus beijos. – Murmurou Malfoy, de olhos fechados, quando eles se separaram. Harry riu.

- Não faz tanto tempo assim desde a última vez que, pelo que eu me lembre, foi ontem.

- Ainda é muito tempo pra mim.

- Você é muito dramático. – Harry provocou. – Mas então, você pegou o meu pomo só porque queria um beijo ou tem mais alguma coisa que você quer me dizer?

Draco abriu um sorriso, com os fios loiros bagunçados e as bochechas levemente vermelhas, ele estava mais bonito do que o normal.

- O que acha de ir comigo até a clareira de novo? Não temos aula hoje. 

Harry sentiu seu peito se afundar e ele mordeu o lábio. Ele tinha combinado de ensinar feitiços à Cho durante a tarde daquele dia, mas sempre que ela virava assunto entre os dois, Draco surtava, e a última coisa que Harry queria era brigar.

- Eu... não posso... hoje. 

O loiro franziu a testa.

- Por que não? O seu treino vai acabar daqui a pouco.

- Não é isso. – Harry desviou o olhar até a parede, até o chão, até a cama, só não conseguia encarar Draco, com medo de como ele iria reagir. – Eu... tenho que ensinar feitiços à Cho hoje. 

O loiro cerrou os olhos mais ainda, se possível, e cruzou os braços, bufando baixinho em seguida.

- Claro, tinha que ser. – Disse sarcasticamente e Harry mordeu o lábio.

- Você está com ciúme? 

- Não, Potter, eu estou pulando de felicidade, não dá pra ver?

Isso foi de mais para Harry e ele não conseguiu conter um sorriso e nem a quentura que passou pelas suas veias.

- Você realmente está com ciúme de mim. – O moreno repetiu só para confirmar, deliciando-se com aquela sensação incrível. Draco bufou mais uma vez. – Mas você deveria saber que isso não é necessário. – Harry se aproximou, repousando uma de suas mão na bochecha esquerda do loiro.

- Hum. – Foi a única resposta.

- Podemos sair amanhã, que tal?

- Ótimo.

- Ora, vamos, pare com isso. – Harry depositou um selinho na boca de Draco, que fez um biquinho frustrado. – Eu...

Amo você, Harry completou mentalmente, não tendo coragem de dizer aquilo em voz alta, pelo menos não por agora. Draco o encarou, curioso, mas antes que o moreno pudesse pensar numa desculpa, uma voz foi ouvida do lado de fora da janela.

- Onde diabos Harry se meteu?

Era uma das batedoras do time, que devia estar com o resto da equipe do lado de fora, no gramado, possivelmente procurando pelo capitão. Harry fez uma careta, não queria deixar Draco, queria passar o resto do dia ao seu lado.

- É melhor você voltar. – Disse o loiro. – Não pode perder o seu próprio treino, não é?

Harry tentou não parecer tão chateado, apenas fez um movimento assentindo com a cabeça e abriu um sorriso forçado. Ele lançou um último olhar para Draco, que ainda estava com os braços cruzados, mas não conseguiu dizer nada. Impulsionou o corpo para frente, sentindo o vento frio da manhã e o seu coração - mais pesado do que o normal.


XXX

 

- Draco, pare de cutucar as ervilhas, pelo amor de Merlim.

Hermione sibilou irritada. Era o horário da janta e todos os alunos estavam no salão principal. Draco não conseguia pensar em outra coisa a não ser Harry ensinando feitiços à Cho da mesma maneira que ele tinha ficado quando os dois tiveram a primeira aula. Patético. 

- Se você está assim por causa de Cho, pode parar com isso, Harry não quer mais nada com ela.

- Quê? – Draco disse em voz alta, arrependendo-se logo em seguida quando uma quintanista lhe dirigiu um olhar reprovador – Quem disse que estou assim por causa dela?

- Pelo amor... Vocês dois são muito teimosos. As pessoas mais teimosas que eu já conheci. – Hermione revirou os olhos.

- Eu só... argh, eu odeio sentimentos. – Admitiu o loiro, puxando os fios de cabelo. 

- Tem que aprender a lidar com eles, não é isso que Luna sempre diz?

- Eu sei... – O loiro suspirou. – Eu só queria saber controlar esse meu ciúmes e-

- Quem está com ciúmes de quem? – Rony chegou, intrometendo-se na conversa, mas mantendo seu olhar nos aperitivos da mesa.

- Draco está com ciúmes de Harry. – Hermione respondeu sem rodeios, fazendo o loiro corar. Rony soltou um risinho.

- Não se preocupe, cara, Cho é passado.

- É o que todos nós estamos dizendo. – A garota reforçou, encarando Malfoy. 

- Aliás, Harry também tem ciúmes de você, caso isso faça você se sentir melhor. 

Draco arregalou os olhos.

- Ele tem?

- Obviamente, todas as garotas dão em cima de você. O tempo todo. – Rony disse em meio a uma garfada de torta de frango.

- Todas é generalizar demais – Hermione protestou.

- Você entendeu o que eu quis dizer.

Os dois desengataram numa conversa aleatória e Draco ficou parado, feito um idiota, processando a informação que curiosamente estava fazendo com que ele se sentisse melhor. Ele não era o único tolo que batalhava contra os sentimentos, então. Todavia, sua linha de raciocínio foi quebrada quando um imenso baque foi ouvido na porta do salão principal. Harry quase caiu no chão ao tropeçar sem querer no próprio cadarço e teve que se apoiar na primeira pessoa que estava passando, um rapaz da Corvinal que Draco nunca tinha visto na vida. O loiro percebeu Harry corando até a raiz dos cabelos e o garoto ao seu lado apenas abriu um sorriso, segurando o menino que sobreviveu pela cintura. O sangue de suas veias esquentou e Draco fechou as mãos ao mesmo tempo em que cerrava os olhos. 

Ele viu o seu Harry sorrir desajeitadamente para o maldito e se locomover até onde eles estavam sentados. Draco voltou a sua atenção para o prato de ervilhas, tentando conter a sua respiração.

- Oi, pessoal. 

- Harry, diz para o Ronald que aritmancia é uma matéria muito importante. – Falou Hermione ao encarar o ruivo de maneira desafiadora.

- Aritmancia é uma matéria muito importante. – O moreno repetiu, sem prestar muita atenção. 

- Mas você nem cursa essa matéria! – Rony disse exasperado e Harry apenas riu, sentando-se ao lado de Draco. Se tinha uma coisa que ele aprendera ao longo dos anos era não se meter no meio da briga dos dois.

- Draco, posso falar com você? 

O loiro virou-se para encarar o moreno e assentiu, os dois levantaram-se em seguida e saíram do salão principal, abafando o barulho que vinha lá de dentro ao fecharem a porta e se encontrarem no corredor vazio.

- Bom... – Harry começou meio nervoso, ele tinha pensado muito sobre isso durante a aula de feitiços com Cho. – Se você não se importar, eu gostaria de fazer uma confissão.

Draco juntos as sobrancelhas.

- Uma confissão?

- Sim. Mas você tem que me prometer que vai ser honesto comigo. – Harry disse baixinho. Isso estava exigindo toda a coragem que ele tinha guardada dentro do seu corpo. – Você promete?

O loiro estava confuso, mas sua curiosidade o venceu.

- Tudo bem.

Ele viu Harry fechar os olhos, como se contasse mentalmente até dez e depois que ele os abriu, começou a dizer em voz baixa:

- Eu tenho pensado muito sobre isso, na verdade. – O moreno corou levemente – Quando eu comecei a beijar você, sabe, os selinhos, eu não estava pensando direito na situação. Foi impulsivo. 

O coração de Draco acelerou, Harry não ia dizer que estava arrependido, ia?

- E eu realmente não gosto quando você diz palavrão, então parecia perfeito, um plano perfeito. – Ele continuou, ainda corado. – Mas eu estava me enganando todo esse tempo. Por favor, não diga nada até eu terminar. – Harry emendou e Draco fechou a boca, esperando, mas completamente nervoso com o caminho que aquela conversa estava seguindo. – Eu estava me enganando, porque eu estava tentando me convencer de que o que eu sinto por você não era real. Eu estava com medo. Apavorado, na verdade, de que você me rejeitasse, porque eu me acostumei com a sua presença ao longo desse ano e eu não queria perdê-la. Então eu continuei com todo aquele meu plano de fazer você parar de falar palavrões, mas eu não consigo mais controlar as coisas que eu sinto. Eu não consigo mais controlar o meu coração. Eu não consigo mais tentar me convencer de que eu não amo você. 

Silêncio. 

Apenas a respiração dos dois podia ser ouvida. 

Harry estava muito vermelho, Draco não saberia dizer se ela de nervoso ou de vergonha. O próprio loiro não estava em nenhuma condição melhor, seu coração chacoalhava dentro de sua caixa toráxica, seus olhos não conseguiam desviar dos olhos verdes de Harry, suas mãos suavam.

Eu não consigo mais tentar me convencer de que eu não amo você. 

Harry o amava. 

Harry Potter amava Draco Malfoy. 

De repente, todo aquele receio e tentativas de reprimir os seus próprios sentimentos sumiram e Draco foi preenchido por uma felicidade indescritível jamais sentida antes. Ele não conseguia se mexer, sua garganta estava tão seca que ele sentia que não conseguiria dizer nada. 

- Por favor, fala alguma coisa. – Harry suplicou, os olhos aquosos.

Finalmente, Draco se aproximou do moreno, segurando seu rosto e fazendo com que ele o encarasse. Parecia que Harry iria chorar a qualquer momento e o loiro sabia que não tinha sido nada fácil para ele juntar essa bravura e expor o seu coração dessa maneira. Ele nunca teria conseguido.

Draco passou o polegar pela bochecha macia de Harry, limpando uma lágrima que teimou em escorregar. Sua afeição pelo seu declarado inimigo número um na escola aumentava cada vez mais, Harry devia estar se segurando muito para não sair correndo, mas, mesmo assim, ele ainda estava lá, com todo o seu jeitinho teimoso de ser, encarando os olhos cinzentos de Draco e não parecia que ele queria desviar o olhar.

O loiro sorriu levemente e nada no mundo pareceu tão fácil ou simples como naquele instante. Draco sentiu-se estúpido por sequer ter cogitado a ideia de que aquilo seria complicado. 

- Eu também te amo. – Ele sussurrou. 

A expressão no rosto de Harry mudou completamente, ele arregalou os olhos, sorrindo logo depois e se atirou em Draco, abraçando-o, envolvendo o pescoço do loiro com os seus braços finos e sentindo novamente o perfume do outro. Eles ficaram abraçados por um bom tempo, cada um pensando no quão bizarro era tudo aquilo. 

- Sabe, se algum dia no passado alguém me dissesse que eu me apaixonaria por Harry Potter... – Disse Draco quando eles se separaram. 

- Eu diria que a pessoa teria enlouquecido. – O outro gargalhou. 

- Acho que as minhas preocupações em relação à Cho não passam de ideias sem fundamentos, então. 

- Eu não quero nada com ela. – Harry disse e beijou Draco sutilmente – Eu só quero você. 

O loiro sorriu, feliz.

- Ótimo. – Ele se afastou e esticou a mão para Harry. – Vamos entrar?

O moreno assentiu e entrelaçou os seus dedos. 

- Não vai se importar se as pessoas nos verem juntos?

- Estou até vendo as manchetes “Ex-Comensal da Morte captura o coração do Menino Que Sobreviveu”. – Draco brincou. - As pessoas que se fodam. 

Harry exclamou quando ouviu o palavrão, mas não conseguiu beijá-lo, pois o loiro foi mais rápido e abriu a porta com um solavanco, suas mãos ainda juntas. Todas as cabeças do salão principal se voltaram para os dois e Harry sentiu o calor subir pelo seu pescoço, mas Draco estava sorrindo de maneira radiante. De repente, um imenso barulho de comemoração saiu da mesa da Grifinória assustando tanto Draco quando Harry e tudo começou a ficar confuso.

- Pode me passar dois galeõs, Dino!

- Eu não acredito nisso!

- Que fofos!

- Meus galeõs, agora!

Uma movimentação gigantesca aconteceu ao mesmo tempo. Simas segurava um pedaço de pergaminho e várias pessoas mexiam nos seus bolsos, retirando ou colocando galeõs nos mesmos. Até os professores estavam olhando para a mesa da Grifinória.

- O que está acontecendo? – Harry perguntou a Rony quando eles chegaram perto o suficiente da mesa e conseguiu ver Rony retirando dois galeões do bolso da calça. 

Simas entregou o pedaço de pergaminho a Harry, que deixou-se exclamar.

- Vocês apostaram em nós?

Hermione deu tapinhas em suas costas e jogou um moeda na direção de Simas, que sorria satisfeito. 

- "Daqui a uma semana eles estarão de mãos dadas". – Draco leu enquanto Neville jogou um pedaço de pão em Simas ao invés de uma moeda e o garoto pareceu aceitar aquilo como pagamento.

- Mas que caralho? – Harry perguntou ao observar o pergaminho. Ele não estava bravo, só estava surpreso e constrangido ao se dar conta de que todo mundo parecia saber sobre o que os dois estavam tendo nas últimas semanas. Cadê a privacidade?

Draco gargalhou ao seu lado, ainda segurando a sua mão.

- Você disse um palavrão, Potter. 

Foi a única coisa que ele falou antes de enlaçar seus dedos nos fios rebeldes de Harry, puxando o moreno ao seu encontro e colando seus lábios, beijando-o na frente de todos no salão principal. Houve uma pequena pausa enquanto todos do recinto pareciam estar processando aquela visão, até que todo mundo começou a falar ao mesmo tempo, mas Harry e Draco nem perceberam, imersos dentro de sua própria bolha, tão conectados um ao outro para se importarem. 

Afinal, foda-se as pessoas, não é mesmo?

 

 


Notas Finais


E FIMMMMMMMMMMMM, ISSO É TUDO PRODUÇÃO LDKSKDSKKSKS

Gente, eu gostaria de agradecer cada um de vocês, de verdade! Vocês, leitores, são o que fazem tudo isso valer a pena, cada comentário, cada crítica, cada mensagem dizendo que vocês amaram, tudo isso fez com que o meu coração pulasse de alegria toda vez que eu lia algo do tipo ❤️

Espero, mais uma vez, que vocês tenham entendido a minha decisão.

Eu estou trabalhando numa one-shot hot de Drarry e pretendo postar daqui algum tempo, acho que, quando eu o fizer, vou postar mais um capítulo aqui extra só pra avisar vocês de que essa one-shot está no ar, ok?

MUITO OBRIGADA MESMO A CADA UM QUE COMENTOU NOS CAPÍTULOS E QUE FAVORITOU A FIC, EU AMO VOCÊS.

Ah, já que esse foi o último capítulo, o que vocês acharam? Comentem a opinião de vocês! E caso alguém aí nunca tenha me dado um alô antes, está mais do que convidado a comentar e a expressar a sua opinião!

Beijos de luz, até a minha próxima história! ❤️🎉


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