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História Beijos - DRARRY - 1.


Escrita por: eusouluna

Notas do Autor


Primeira short-fic da vida! Espero que gostem!

Capítulo 1 - 1.


A primeira vez aconteceu quando Harry e Draco estavam na sala de poções realizando um trabalho para Slughorn depois que todas as aulas do dia já tinham terminado. Os dois, já adultos, tinham retornado à Hogwarts depois da guerra para terminarem os seus estudos. Era visível um líquido de cor azulada borbulhando dentro do caldeirão compartilhado e uma fumaça esbranquiçada preenchia o local. Harry não fazia ideia do que eles estavam fazendo e soltava exclamações de minuto em minuto. O que podia fazer? Poções nunca fora sua especialidade. Já Draco estava atento ao relógio e contava mentalmente quantas vezes tinha que mexer a colher para a esquerda, ignorando completamente os lamentos de Potter.

A sala de aula estava com uma atmosfera pesada, a fumaça esbranquiçada fazia com que os olhos de Harry coçassem e o garoto sentia-se meio grogue e molenga enquanto observava Draco realizar todo o trabalho. O moreno questionou se Draco tinha lançado um feitiço sobre si mesmo para se tornar imune à fumaça que emanava da poção ou se ele era naturalmente imune a ela. 

Depois da guerra, Draco havia deixado seu cabelo crescer. Agora, o rapaz portava fios loiros que iam até mais ou menos a altura do seu ombro e, naquele dia, ele decidiu prender o cabelo num coque mal arrumado na base de sua nuca. Alguns fios teimavam em cair sobre os seus olhos cinzentos e ele rapidamente os colocava para trás da orelha, atento à poção que estava preparando. 

Perigosamente, Harry deixou sua mente divagar, prestando atenção em Draco e um alerta de “PERIGO” começou a apitar em seu cérebro. Uma ocorrência que foi se tornando diária de maneira alarmante fez com que Harry finalmente aceitasse uma verdade que tinha crescido com ele desde o sexto ano de Hogwarts. Ele não podia evitar. Não enquanto Draco estivesse com o seu coque ridiculamente perfeito. Não enquanto Draco tivesse aquelas covinhas pontudas na bochecha. Ou as mangas da camisa social dobradas até o cotovelo. 

Quando Hogwarts abrira novamente depois de um longo verão de reparos, Draco era apenas uma sombra do homem que foi um dia. Praticamente querendo entrar dentro da parede enquanto caminhava para as aulas, dizendo um máximo de três palavras por dia, comendo somente até não sentir seu estômago se embrulhar. Harry, todo aquele tempo, observou Draco ser maltratado pelos outros estudantes, pessoas que perderam amigos e familiares na guerra. Eles simplesmente não entendiam pelo o que Draco tinha passado. Eles não entendiam Draco como Harry entendia. Eles não estavam com Harry na mansão Malfoy quando Draco salvou sua vida. Ou na torre de astronomia quando o loiro não conseguiu matar Dumbledore e Snape terminara o serviço por ele. 

Houve um dia em que Harry não aguentou mais. Draco tinha sido azarado e imobilizado em um dos corredores, seu corpo completamente imóvel enquanto tinha seus livros e pergaminhos rasgados por sextanistas. Harry teve que intervir. 

- A guerra acabou! – Ele gritou para qualquer um que quisesse ouvir. – Nós todos cometemos erros e fizemos coisas das quais não nos orgulhamos para proteger as nossas famílias! Agora é hora de todos nós crescermos e deixarmos o passado para trás. Eu sei que todos aqui perderam algo na guerra, perderam alguém. Malfoy também perdeu e se arrependeu. Eu acho admirável o fato dele ter voltado para a escola, foi um dos únicos sonserinos que voltou. Ele só está preocupado em terminar sua educação como todos nós. É hora de crescermos e deixá-lo em paz. 

Alguns alunos zombaram dele enquanto se afastavam. Alguns pareciam envergonhados e outros apenas tristes. Logo o corredor estava vazio, restando apenas Harry e Draco. O moreno desfez o feitiço e ajudou o outro a ficar de pé, pela primeira vez, em meses, Draco sentiu um lampejo perpassar pelos seus olhos. 

- Você não tinha que ter feito isso, Potter. – Draco disse arrogante e Harry deu de ombros.

- Eu quis.

Draco ajeitou suas roupas, passou os dedos longos e pálidos pela gravata verde e virou-se de maneira agressiva para Harry.

- Eu sei cuidar de mim mesmo.

- Ah, é? Não foi o que pareceu. Imagina o que teria acontecido se eles tivessem te azarado enquanto você estivesse descendo as escadas? Você poderia ter quebrado o seu pescoço, ô mal agradecido. – Harry abaixou-se e começou a recolher os livros de Draco.

O loiro agachou-se ao lado dele.

- Eu não preciso da porra da sua ajuda. – Ele arrancou os livros violentamente das mãos de Harry e deu as costas, saindo do corredor e deixando um moreno de olhos verdes chocado para trás.

Draco Malfoy gostava muito da palavra “porra”. Isso foi algo que Harry aprendeu depois de sua recém amizade estranha com o loiro ter se formado. Logo após o incidente no corredor, as pessoas começaram a deixar Draco em paz e rapidamente o garoto começou a andar de maneira mais confiante pela escola, sua cabeça erguida novamente. Draco passou a agir de maneira mais confiante sempre que falava. Agora, ele iniciava conversas e não respondia apenas quando perguntado sobre algo. Ele até mesmo começou a responder os questionamentos dos professores durante as aulas o que resultou em vários pontos ganhados para a Sonserina. O ex-comensal da morte passou a se sentir mais confortável na própria pele, não mais envergonhado sobre a Marca Negra que ainda repousava sobre o seu braço e Harry passou a observá-lo durante as refeições ou atrás dos livros e percebeu que Draco tinha, finalmente, achado sua liberdade.

Harry deixou seus pensamentos voarem enquanto estava na sala de poções, observando Draco trabalhar com a varinha do moreno em mãos. 

- Potter. – Draco começou, chamando por Harry que mantinha os olhos vagos sobre a receita da poção. 

- Malfoy?

- Eu exijo que você me devolva a minha varinha. Essa aqui está com defeito. – Ele colocou a varinha castanho claro sobre o pergaminho e Harry levantou uma sobrancelha.

- Você podia pedir de maneira mais educada, sabia? – Harry revirou os olhos e se levantou. Rindo silenciosamente, o moreno deu as costas e apontou para fora da sala. – Está no meu dormitório.

Dito isso, Draco o seguiu pelos corredores silenciosamente até entrarem nos dormitórios dos alunos do sétimo ano. Os poucos alunos que tinham retornado já estavam ou dormindo ou sentados estudando devido ao toque de recolher. Rony e Hermione estavam fazendo os deveres sentados no chão quando Harry e Draco entraram no local, pedaços de pergaminhos espalhados por todo o piso. Rony virou-se abruptamente.

- O que ele está fazendo aqui? – Ele disse em supresa quando Draco parou de maneira desajeitada no batente da porta. Hermione levantou os olhos do livro que estava lendo e olhou de Draco para Harry. 

- Eu vim devolver a varinha dele. – Harry respondeu casualmente, ajoelhando-se em frente ao seu malão e começando a espalhar os materiais pelo chão. 

- Eu não sabia que você ainda estava com ela. – Hermione disse, ainda com os olhos em Malfoy. 

- Ah, estava. – A resposta de Harry veio distraída enquanto ele ainda mexia no malão. – Eu não tive a oportunidade de devolver depois dos julgamentos.

Draco olhou para o chão.

- Ah, é. – Hermione limpou a garganta. – Muita coisa aconteceu desde então.

- Sim. – Sussurrou Draco ainda apoiado na porta. O quarto mergulhou em um silêncio desconfortável, exceto pelo barulho de Harry tirando as coisas do seu malão.

- AHÁ! – Harry levantou-se se supetão segurando a varinha de Draco em suas mãos. O seu cabelo estava bagunçado e os óculos tortos em seu rosto levemente vermelho. – Aqui. – Ele disse e Draco deu vários passos para frente, tomando cuidado com os papéis no chão, levantou seu braço e pegou sua varinha.

- Obrigado. – Ele sussurrou de maneira sincera quando Harry entregou lhe o objeto. Aquela familiar sensação de estar com a sua própria varinha invadiu o seu corpo, sua magia reconhecida, um leve tremor quente percorrendo por suas veias. 

- Faça um teste. – Harry disse se sentando na beirada da cama. Draco engoliu em seco.

- Espere um minuto aí. – Rony respondeu e se levantou ficando de maneira protetora na frente de Hermione. – Isso pode ser um plano esse tempo todo, sabia? Obter a varinha de volta e, em seguida, matá-lo! – Hermione agarrou a coxa de Rony do lugar em que estava.

Draco balançou a cabeça.

- Você percebe o quão ridículo está soando, Weasley? E-eu queria pedir desculpas, na verdade. – Ele lambeu os lábios, trocando o peso de um pé para o outro. – Por tudo. Pelo meu comportamento ao longo dos anos, pela minha discriminação com a sua família. Sinto muito sobre o seu irmão. Sobre essa merda de guerra estúpida. Granger, me desculpe por te chamar de... bem... – Ele engoliu em seco. – Eu nunca mais vou dizer isso, mas você sabe do que eu estou falando. Na época eu realmente quis dizer aquilo, mas agora eu não quero mais. Me desculpe. Ah, e pelo o que Belatriz fez também. 

Os olhos de Hermione ficaram mais escuros quando a garota se lembrou do sofrimento que tinha passado com Belatriz. Ela acenou com a cabeça, aceitando as desculpas de Draco, não confiando na própria voz para dizer qualquer coisa.

- Obrigado, cara. – Disse Rony, sua memória ainda presa à lembrança de Fred. – Mas não ache que isso mude nada. 

Harry riu fracamente e Draco bufou, mas logo abriu um pequeno sorriso. Os dois rapidamente voltaram para a sala de poções, já que tinham que terminar o trabalho.

Harry estava sentado com um sorriso estupido no rosto e Draco chutou-o debaixo da mesa.

- É a sua vez de agitar a poção, Potter. Meus braços estão cansados. – Franzindo a testa com a possibilidade de Draco querer expulsá-lo da sala, já que ele não estava fazendo nada, Harry se levantou e logo já estava com o nariz em cima da poção, agitando-a com a sua varinha. O garoto devia ter ficado perdido nos seus pensamentos por um bom tempo, pois agora o caldeirão encontrava-se rosa claro.

- Você adicionou as pernas de aranha? – Harry perguntou distraído.

- Sim, mas não devia, já que essa era a porra do seu trabalho. De nada.

Harry resmungou audivelmente. A mania de Draco de soltar palavrões vinha de semanas já e, por mais que Harry não gostasse de ouvir palavrões saindo da boca bonita do loiro, ele não podia fazer nada para impedir. Debruçado sobre o caldeirão, Harry deixou sua mente vagar de novo. Draco estava sentando em cima da mesa que estava ao lado, as pernas dobradas de maneira desleixada. Ele mordia os lábios levemente enquanto anotava num pergaminho as cores da poção. Harry observou hipnotizado quando o loiro passou a língua nos lábios secos e uma parte dos seus dentes extremamente brancos apareceram. 

Foi quando Harry teve uma ideia. Era perfeito. Uma ideia genial. Draco nem sequer iria perceber. O moreno iria fazer com que Draco parasse de soltar tantos palavrões. Harry sorriu enquanto pensava na sua ideia brilhante e, sem nem se dar conta, começou a ficar mais agitado.

- Como é que vamos testar isso? – Harry perguntou, imaginando qual deles seria o escolhido para o teste da poção.

- Sapos. – Draco murmurou sem tirar os olhos do pergaminho. 

Harry cantarolou em resposta.

- Como saberemos que está pronta?

- Em dez minutos. 

- Como você sabe disso?

Draco olhou para ele, irritado.

- O que é que você quer com todas essas porras de perguntas, Potter?

Harry sorriu, Draco caiu na sua armadilha perfeitamente. Impulsionando seu corpo para frente, Harry posicionou seus dedos ao redor da gravata de Draco e puxou-o para ele até que seus lábios se encontraram bem acima do caldeirão. A pressão de suas bocas coladas durou apenas três segundos, os olhos de Harry fechados e os de Draco abertos em tamanha surpresa. Quando Harry o soltou, Draco apenas voltou a sua posição original lentamente, sua gravata verde torta e suas bochechas ganhando vários tons de vermelho. 

Harry cantarolava baixinho em comemoração ao seu plano que tinha dado certo e, com o silêncio de Draco, voltou a cuidar da poção. 


Notas Finais


E então? O que acharam? Comentem, é de graça e indolor!

Beijos!


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