Estou parada na frente do portao de desembarque do aeroporto JFK, consigo ouvir a falta de ritmo nos meu batimentos cardíacos a cada pessoa que vejo passar pelo portao, respiro fundo uma, duas, trés vezes. Nate disse que viria mais cedo para NYC e que precisava de mim no aeroporto, a única coisa que me passa pela cabeça é “o que diabos esse menino ta aprontando?”. Olho para trás e vejo Luke arrumando algo na câmera.
- Porque diabos você trouxe isso? – pergunto ainda tentando entender o que esta acontecendo.
- Shh! Você vai entender depois. Relaxa baixinha. – ele diz e aponta a lente da câmera na minha direção – agora sorria.
Eu mostro a língua para ele, ele ri e eu volto a encarar o portao. Cinco longos e angustiantes minutos depois vejo um soldado sair pelo portao, ele esta fardado e pela cor da farda vejo que é um soldado da marinha, ele carrega uma mala estilo sacola na mão, vejo um sorriso no rosto dele e penso o quão aliviado ele deve estar de voltar para casa, o soldado da passos lentos em minha direção e eu começo a pensar que conheço aquele sorriso. Então ele para, coloca a mala no chão, tira a cobertura militar (aka boné militar) e abre os braços. Eu fico parada por um segundo processando a informação. Na minha frente estava um Nate fardado com uniforme da marinha. A reação é imediata, minhas pernas se movem sem o meu comando e quando vejo Nate me roda pelo ar enquanto me abraça. Vejo pessoas aplaudindo enquanto outras filmam, Nate me coloca no chão, pousa um beijo na minha testa e sussurra no meu ouvido “ vamos sair logo daqui antes que percebam que não sou um soldado de verdade”, entrelaça os dedos nos meus, pega a mala do chão e saímos do aeroporto.
- Wow! Ficou muito bom – digo apos assistir a filmagem do aeroporto pela terceira vez.
- Agora você pode riscar isso da sua lista. – Nate diz enquanto sorri.
- Ta brincando ne? Como você ainda lembra dessa lista? – Em uma noite entediante de quarta-feira , enquanto Nate e eu conversavamos por Skype eu fazia uma lista, sempre gostei de fazer lista, organizar as coisas, mesmo que fosse na minha cabeça ( Lista na notas finais). Mas aquela lista era especial, primeiro porque Nate estava me ajudando com ela e segundo porque o tema da lista era coisas que eu queria que acontecessem mas que provavelmente nao aconteceriam. No final da lista Nate disse que faria o possivel para que tudo nela se realizasse, mas eu nao levei a serio, o nome da lista ja diz o porque.
- Como não lembrar? – ele ri – Mas então, gostou da surpresa?
- É, ate que foi legalzinha – digo dando de ombros. Ele ri e aperta a ponta do meu nariz.
- Fiquem a vontade, volto depois – diz Luke enquanto passa apressado pela sala e bate a porta atras de si.
- Ele esta sempre apressado. G-zuis. Sorvete? – pergunto me levantando do sofá e indo ate a geladeira.
- Claro pequena. – Nate diz enquanto tira as botas da fantasia
- Sabe, por um momento eu achei mesmo que fosse um soldado. – digo rindo de mim mesma – é uma ótima fantasia
- A sua cara foi ótima. – ele da uma gargalhada – por um momento pensei que tu não fosse ter a reação esperada. Pensei que tu fosse virar e ir embora.
- Foi por pouco – digo, entregando um pouco de sorvete de flocos com cobertura de caramelo (favorito dele).
- Obrigado – ele se senta no sofá e eu deito com a cabeça no colo dele.
- Então, como conseguiu vir mais cedo? Tu não tinha trabalho? – pergunto – a proposito, você vai dividir isso né?
Ele ri
- Não, é tudo meu pequena. – ele da uma bela colherada no sorvete e sorri, depois se ajeita no sofá, eu me encosto no lado o seu corpo, ele passa o braço sobre mim como se fosse me abraçar e finalmente resolve dividir o sorvete comigo. – Pedi tranferencia. Lembra que alguns meses atras eles precisavam de alguém para auxiliar em um escritorio no exterior? – faço um maneio de cabeça – então, descobri que o escritorio fica em NYC então decidi me candidatar a vaga. Isso antes e você vir, só não quis te contar nada porque não era certo. Acontece que só eu e mais um cara nos candidatamos a vaga e como ele tinha família, preferirão me enviar.
- Então isso significa que...
- Vou ficar mais que uma semana. Não sei quanto tempo vou ficar exatamente, as coisas podem mudar para melhor ou para pior. Veremos.
- E onde tu vai ficar? – pergunto pegando o pote de sorvete já vazio e colocando no chão.
- Ah, a empresa cedeu um lugar no Brooklyn. Preciso ir dar uma olhada depois. – ele da de ombros.
- então o escritorio fica no Brooklyn?
- Nop. Manhattan
- Ue, vai ficar longe pra ti guri.
- Ossos do oficio pequena – ele diz enquanto brinca com meus dedos.
- Acho que tu pode ficar aqui. Quer dizer, tu ia ficar aqui se tivesse vindo só pra me visitar. Não acho que mais um vai ser problema pro Luke, e é bem mais perto do seu trabalho Estranho.
- E vou dormir quanto tempo no sofá? – ele diz fazendo cara feia como se estivesse com dor – acho que estou um pouco velho pra isso.
- Idoso – sorrio pra ele.
- Vou analisas as coisas com calma. Ai conversamos com o Luke se necessário. E em falar nele, como foi a primeira semana? Ele não deu encima de você ne?
Entrelaço meus dedos nos dele
- Ciumes? – pergunto me divertindo com o rumo da conversa.
- Talvez um pouquinho – ele sorri
- Bobo – digo me sentando de frente para ele – ele só perguntou o que rolava entre nós. – digo dando de ombros
- E o que você respondeu? – ele pergunta voltando a brincar com meus dedos.
- A verdade, que não rola nada ue – digo o encarando e por um segundo percebo um lampejo e decepção no olhar dele mas, tao rápido quanto aparece vai embora e me pergunto se foi coisa de minha imaginação.
- Aposto que ele ficou bem animadinho com isso – ele diz sorrindo brincalhão.
- Relaxa Estranho, no meu coração só tem lugar pra você.
- Uhum, ate você achar um soldado de verdade.
- É – digo e jogo uma almofada nele. Ele ri.
- Vou ficar com a fantasia só pra garantir.
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