História Believe in yourself - O jantar

- Uau, você tem uma mesa de jantar! – brinco com Nate
- Porque você é sempre tao boba? – ele pergunta puxando a cadeira para eu sentar.
- E esta cavalheiro também... humm – digo observando o lugar, é um jantar a luz de velas, tem vinho na mesa e sinto cheiro de massa. Mas, algo esta faltando. Pego o celular, vou ate a sala e ligo no alto falante minha playlist favorita no Spotify.
- Droga, eu sabia que tinha esquecido de algo! – escuto Nate gritar da cozinha.
- Você não esta cozinhando ou esta? – pergunto me encostando no batente da porta. Claramente me divertindo com a situação.
- Seria mais correto dizer tentando cozinhar gatinha. A verdade é que não faço a miníma ideia do que estou fazendo. É a primeira vez que uso esse fogão. – ele diz enquanto mexe algo na panela.
- E o que tu tem comido essa semana? – pergunto tirando a colher da mão dele e provando o que parece ser o molho do macarrão – nossa, para sua primeira vez esta divino Estranho.
- Obrigado, mas não coloque suas esperanças la em cima, essa cozinha pode explodir a qualquer momento – ele pega um assado de dentro do forno – tenho comido congelados.
- Não não, pega o sal pra mim – digo o afastando do assado que obviamente ainda esta cru e falta tempero. – Porque não saímos para jantar? Não teria sido mais fácil?
Salpico um pouco de tempero na carne e nas batatas, corto alguns tomates e coloco na assadeira e levo de volta para o forno.
- E que diversão teria? – ele pergunta tirando o macarrão do fogo e jogando no escorredor. – Tudo bem, volte para sala, essa operação é minha.
- Sim senhor comandante! – digo batendo continência para ele – o assado vai demorar mais 20 minutos
- Soldado dispensado! – ele diz e eu volto para sala rindo.
Aproveito o tempo para ligar para mamãe, como ela não atende, tiro uma foto da mesa e mando para ela...

                    “ parece que alguém vai ter um jantar especial hoje”

Sei que ela vai surtar quando ver a mensagem. Escuto Nate xingar alto na cozinha.
- Ta tudo bem? Quer ajuda? – pergunto da sala.
- Esta tudo sob controle – ele grita de volta da cozinha.
Imagino o que seja o “tudo sob controle” dele e sorrio. Nate aparece e me entrega uma taça de vinho, eu o observo, ele esta com uma camisa social azul e calça jeans, o cabelo esta bagunçado do jeito de sempre.
- Vestido novo? – ele pergunta me olhando.
- Sim, comprei quando cheguei. – digo bebericando o vinho
- Cai bem em você. – ele diz colocando sua taça em cima da mesa.
- Obrigado – sinto minhas bochechas corarem. - Como foram as coisas no trabalho hoje?
- O mesmo de sempre, mas acho que estou pegando o ritmo da coisa. – ele da de ombros.
You and I do Lifehouse começa a tocar, Nate gentilmente pega a taça de vinho das minhas mãos e coloca sobre a mesa.
- Ah não! – digo quando percebo o que ele esta fazendo.
- Ah sim – ele diz sorrindo, segura uma das minhas mãos e me puxa pra perto.
- Deveria ter apagado essa musica da playlist – digo colocando os braços ao redor do pescoço dele.
- Mas não apagou – sinto as mãos dele na minha cintura.
- É, não apaguei – digo deixando a musica mover nossos corpos. Nate e eu dançamos essa mesma musica em uma festa de aniversario alguns meses atrás no Brasil e eu amava ouvi-la exatamente porque me lembrava daquele momento, naquela festa, enquanto dançávamos eu me senti tao próxima dele, tao intima, eu confiava nele totalmente, me sentia bem o suficiente para falar sobre qualquer coisa com ele, e agora, aqui, com essa musica, no apartamento dele eu sinto a mesma coisa, como se fossemos nós  contra o mundo, o único em que posso confiar, o único com quem posso contar.
- Ta pensando em que? – ele pergunta e fixa os olhos nos meus.
- Na primeira vez que dançamos essa musica. – digo e por mais que eu queria desviar o olhar,  me forço a mante-lo firme.  – e tu?
- Muitas coisas. Quer ouvir um segredo?
- Claro.
- Eu queria muito te beijar naquele dia. – ele mantem o olhar fixo no meu, eu engulo em seco, sinto um frio na barriga...O que ele acabou de dizer? Meu melhor amigo QUERIA me beijar? Sinto uma pequena pontada de decepção ai imaginar que ele não queira mais. Espera, o que? Que diabos estou pensando? Acorda Violet, ele é seu melhor amigo, vocês não querem estragar as coisas. Você tem que dar graças a Deus que ele não quer mais. Mas... quem disse que ele não quer?
E tao rápido quanto esse pensamento vem as palavras saem da minha boca:
- E não quer mais?
Vejo o cenário a minha volta rodar, tudo acontece em câmera lenta, sinto Nate colocar uma das mãos na minha nuca e com a outra ele gentilmente me puxa para perto, tao perto que posso sentir os batimentos acelerados do coração dele, ou sera que são os meus? Ele continua com os olhos fixos nos meus, as chamas das velas fazem com que eles brilhem, me sinto hipnotizada por eles, nossos rostos estão a centímetros de distancia, consigo sentir o halito dele, a respiração acelerada... Uma parte da minha mente grita para que eu faça alguma coisa, saia correndo dali ou finja um desmaio, qualquer coisa para acabar com isso, mas outra parte me tranquiliza, me lembra de todas as vezes em que senti algo diferente no ar, em como me sentia protegida quando estávamos juntos... Abro a boca para dizer algo, não sei o que, protestar talvez? Mas não consigo emitir nenhum som, esse momento parece durar uma eternidade e é quando ele finalmente fixa os olhos na minha boca e no segundo depois tudo para, o tempo congela, nossos lábios se encontram em um beijo lento e uma onda de calor percorre todo o meu corpo, sinto meus joelhos falharem e agradeço mentalmente por Nate me manter em pé, ele enterra os dedos nos meus cabelos e aperta a minha cintura, eu apenas me deixo levar, sigo o comando do corpo dele, o beijo se intensifica e eu sinto minha respiração falhar, ele morde e puxa o meu lábio inferior e começa a beijá o meu pescoço. Eu não recuo, a parte da minha mente que não queria aceitar o que estava acontecendo já havia se entregado totalmente, eu já não pensava em nada, apenas me deixei levar, aproveitando ao máximo cada beijo e cada toque da pele dele na minha. Eu estava entregue, eu era dele, naquele momento ele me tinha. Por inteiro. Nate volta a procurar a minha boca, eu retribuo o beijo na mesma intensidade, ele aperta a minha cintura com as duas mãos e eu sinto cheiro de queimado, coloco as duas mãos no peito dele e tento me afastar, mas ele me prende nos seus braços, e volta a morder e beijar meu pescoço.
- Nate, acho que... – ele para por um minuto e me olha.
- Acha o que pequena?
- Que tem algo queimando na cozinha.
Vejo a expressão dele passar de tranquilidade ao completo pavor, ele corre em direção a cozinha, mas pelo cheiro de queimado sei que já é tarde demais. Me encosto no batente da porta enquanto o vejo jogar aguá no assado fumacento.
- Pizza? – pergunto, ele respira fundo e da de ombros.
- Pizza sempre foi minha primeira opção – ele diz.