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História Best Fake Smiles - Eu te amo, Cameron Dallas!


Escrita por: duduaguilera

Capítulo 5 - Eu te amo, Cameron Dallas!


Fanfic / Fanfiction Best Fake Smiles - Eu te amo, Cameron Dallas!



O momento mais pavoroso da minha vida foi quando eu descobri que estava apaixonado pelo meu melhor amigo: Cameron Dallas. Jamais poderia imagina-lo de outra forma, se não como meu amigo. Nós fomos criados praticamente como irmãos. Eu estava crendo no meu plano de esconder minha sexualidade. Mas me apaixonei por ele.

Minha mãe trabalhava algumas vezes como doméstica na casa da família Dallas, e essa era mais uma oportunidade para passar mais tempo com meu amigo. Apesar das diferenças de classes, o Sr. e Sra. Dallas sempre trataram minha mãe, não como uma empregada, mas como uma amiga da família. Acredito que esse tratamento só se dava pela minha relação próxima de Cam, já que as empregadas que trabalhavam nos outros dias da semana não eram tratadas tão bem assim.

Em um desses dias acompanhei minha mãe, e logo fui em direção ao quarto de Cameron para passarmos o tempo. Subia as escadas e a porta estava meio aberta.

– Cam. Posso entrar? – disse hesitando.

– Claro. Entra aí, irmão. – gritou.

Quando entrei, ele estava deitado no chão de calção, sem camisa, fazendo abdominais. Aquele corpo suado pela primeira vez me deixou nervoso. Devíamos ter 13 anos nessa época, e nosso corpo já estava se desenvolvendo bem. Ele, é claro, tinha um corpo mais malhado do que eu. Reparei que estava olhando fixo para ele e tentei desviar o olhar para um livro que estava em uma mesinha.

– ... 28... 29... 30! Ufa! – ele encerrou sua sessão de abdominais se estirando ainda mais no chão. – Cara, eu estou morto – disse ofegante.

– Deveria pegar mais leve. Você está acabado – ironizei tentando não olhar para ele.

Vi uma garrafa de água na mesinha. Pego e levo até ele, que se ajeitou e sentou no chão.

– Valeu – ele bebeu quase todo o conteúdo da garrafa e depois continuou. – Vamos apostar uma corrida até a piscina? Quem chegar por último paga 20 flexões. Valendo! – ele terminou a frase, me encarou por um segundo e já saiu correndo atravessando a porta.

Corri atrás dele, gritando que aquilo era injusto, e quando passei pela cozinha, minha mãe parou o que estava fazendo e me encarou ferozmente. Desacelerei meus passos até a porta da cozinha e quando sai, voltei a acelerar. Quando cheguei, Cam já estava dentro da piscina gritando que ganhara a aposta, então só continuei correndo para pegar impulso e me jogar na piscina.

A borda da piscina estava úmida devido ao salto anterior de Cameron ter esparramado toda a água, mas não havia percebido, e com isso acabei levando um escorregão, e cai.

– Shawn! – gritou Cam saindo da piscina rapidamente e vindo até mim.

Minha perna doía muito e comecei a chorar.

– Calma – ele estava do meu lado, desesperado sem saber o que fazer. – Não se mexa. Vou chamar sua mãe – e saiu correndo em direção da cozinha.

Minha mãe veio rapidamente até mim, chamou um táxi e me levou para um pronto-socorro. Cameron foi junto. Depois do atendimento, minha mãe e Cam entraram na sala e o doutor explicou que houvera uma fratura em um dos ossos da perna, provavelmente agravado pelo uso excessivo dela, o que para um jogador de futebol é bem possível. A possibilidade de não poder jogar futebol com Cam por um bom tempo me deixou bem desanimado.

Hey, relaxa – disse Cam compassivo. – Você logo vai estar bem de novo, e vai voltar para o time.

A doçura com que ele me tratava deixava meus sentimentos ainda mais confusos. A minha vontade era de mantê-lo perto de mim para sempre. Foi aí que concluí: Eu estava apaixonado por Cameron Dallas.

Dois anos depois, minha perna já havia se recuperado, continuei no time e seguia escondendo o que sentia, e o que era. Após uma vitória em um jogo, fomos todos em uma festa na casa de Jake, o idiota que me detestava. Não era minha primeira festa, mas não estava acostumado a beber. Só tinha 15 anos e acho que era o mais maduro daquela festa.

– Qual é, Shawnnie – disse Jake tentando me obrigar a tomar um drink que com certeza não era uma boa. – É só uma bebida, bebe logo!

– Não. Eu não estou afim – eu disse empurrando o copo.

– Para, Shawn. Está todo mundo curtindo. Toma logo isso, vira macho, cara.

O que mais irrita um gay não assumido é, sem dúvida, o termo vira macho. Não sei explicar, mas ao ouvir isso, sem pensar duas vezes cedi ao que Jake queria. Virei o copo e quase engasguei. O negócio desceu queimando. Jake e os amigos dele riam. Estávamos na sala da casa de Jake e Cam não estava por perto.

Continuei com outro copo do drink de Jake na mão, fingindo que estava tomando para fazer uma boa imagem, quando vi Cameron descendo as escadas com Samantha, uma garota bonita que é um ano mais velha que ele. Senti meus nervos esquentarem ainda mais quando ouvi o comentário de Jake:

– Hum... O que o casal estava fazendo lá em cima?

– Cala boca, idiota! – disse Cam rindo.

Ele não falou comigo e muito menos fez contato visual. Me sentia péssimo, então não me neguei o prazer de beber mais um copo.

Em um certo momento da festa, Cameron chegou em mim, que estava sentado no balcão da cozinha.

– Acho que já chega por hoje, não é amigão? – ele disse puxando o copo da minha mão.

– O que? Eu estou bem – pego meu copo de volta. – Não precisa se preocupar comigo – falei pausadamente olhando para ele.

– Temos que acompanhar a Samantha até a casa dela. É melhor a gente ir indo, aí você dorme na minha casa – disse a última parte rindo.

– Pode ir, eu me viro – digo bebendo um gole do drink. – Não estou afim de atrapalhar o lance de você e Samantha. Pode ir!

– Do que você está falando? Você não atrapalha, irmão – diz tentando tirar o copo da minha mão novamente, mas puxo para mim. – Você já bebeu demais, Shawn. Você vem comigo! – ele parecia bem sério dessa vez.

– Deixa o cara se divertir, velho – interveio Jake, estendendo o braço em volta do meu ombro. – Essa é a primeira vez que vejo ele curtindo. Ele está entre amigos, pode até dormir aqui.

– Desde quando você é amigo dele, Jake? – disse Cameron o encarando.

– O Jake é meu amigo! – eu digo desafiando Cam. – E eu já decidi que vou ficar!

– Shawn...

– Eu já disse que estou bem!

Ele permaneceu parado, me encarando, até que Samantha chegou e puxou ele, o convencendo a ir embora. Eu não queria que ele tivesse ido embora, e muito menos ficar naquela festa idiota. Mas não aguentava mais vê-lo com ela.

A festa continuou, e com Cameron pela primeira vez longe, essa era a chance de Jake encontrar uma maneira de zombar de mim. Como eu já estava bêbado, já era meio caminho andado. Tom, talvez o mais bonito dos jogadores do time, me levou até um quarto. Segui inocente e sentei no chão encostado na cama e ele sentou do meu lado.

– Que festa louca, não é? – disse ele rindo.

– Sim. Bem louca! – disse rindo.

– Quer mais um pouco? – e estendeu o copo pra mim, mas recusei.

– Não, eu acho que bebi demais, cara!

De repente senti a mão dele na minha perna. Fiquei muito nervoso com isso, afastei o braço dele na hora, e o olhei com os olhos arregalados.

– Qual é cara? Eu sei que você curte meninos – ele disse isso fazendo uma cara que em outras condições, com certeza eu iria ceder.

– Você é gay, Tom? – eu perguntri surpreso.

– Sim. Sou. Você nunca reparou no jeito que eu olhava para você nos treinos?

– Ah... não! – digo me retraindo e olhando para frente.

– E você também é, estou certo?

– Não sei – na verdade eu sabia.

– Você não tem vontade de me beijar? – ele continuou provocando.

– Não, você não faz meu tipo – digo rindo. Por essa ele não esperava.

– Porque eu não faço seu tipo? – eu parei de rir e abaixei meu rosto. – Espera, você gosta de outro cara?

– ...

– Quem é esse cara? Ele é do time?

– Sim – não queria me estender nesse assunto.

Ele pensou um pouco, não muito, e ligou os pontos.

– Cara, você gosta do Cameron? – disse ele surpreso

– Eu sou apaixonado por ele – assumi me segurando para não chorar.

– Mas ele curte meninas, não é?

– Sim, eu sei – começei a chorar. – Cara, eu não queria gostar dele assim sabe, mas eu gosto. Não posso controlar isso, entende?

– Desde quando você gosta dele?

– Não sei, já faz alguns anos. Ele não sabe de nada – repentinamente limpei o choro e olhei para Tom. – Cara, ele não pode saber disso. Por favor! Não diga nada para ele.

No momento havia percebido no rosto dele uma reação de arrependimento e não compreendi. Ele só ficou em silencio. De repente uma galera apareceu gritando e gargalhando da situação.

Demorei para entender o que estava acontecendo. Olhei para tom e ele só se levantou e saiu do quarto enquanto Jake segurava a câmera do celular.

– Eu sabia que você era uma bichinha, Mendes – ele ria e toda a galera, a maioria bêbada, riam juntos. – A bichinha está apaixonada pelo Cameron, que lindo!

Tentei sair daquele lugar o mais rápido possível. Fui correndo até minha casa, inconsolável. Dei um jeito de entrar sem fazer barulho, e segui direto ao meu quarto. Achei que iria ficar a noite inteira chorando pelo o ocorrido, mas estava tão bêbado que caí no sono rapidamente.

Acordei no outro dia com uma ressaca infernal. Minha cabeça estava quase explodindo. Minha sorte foi que era sábado e não teria aula. Porém a noite haveria um acampamento com toda a galera do time, incluindo Jake, Tom e Cameron. Eu ainda não havia absorvido tudo o que acontecera na noite passada, e é quando estou escovando os dentes que percebo que, a partir daquele momento, sou um gay assumido.

Pelo menos Cameron não estava lá, logo não sabia de nada, até então. Jake estava gravando o que aconteceu, o que significa que ele com certeza iria usar contra mim. E qual é a melhor forma de expor alguém nos dias de hoje? Saio correndo para meu quarto, pego meu celular e checo todas as redes sociais. Não encontro nada e isso realmente me assusta.

Passei a tarde no meu quarto, morrendo de medo de sair de casa e esbarrar com alguém do time, ou do colégio. Minha mãe reparou que eu estava de ressaca e me deu um analgésico, mas não desconfiou que havia algo mais me incomodando. O celular tocou e vi o nome de Cameron. Meu coração acelerou congelou ao mesmo tempo.

– Oi, Cam – digo esperando o pior.

– Oi, Shawn.

Silêncio na linha.

– Bom, só liguei para saber se você está bem – ele continuou. – Não deveria ter deixado você lá, bebendo daquele jeito.

– Ah... relaxa. Eu fiquei bem depois que você foi embora – disse tentando soar convincente.

– Okay. Então estamos numa boa mesmo?

– Sim. Claro. Porque não estaríamos? – disse pensando na possibilidade dele já saber de tudo.

– Sei lá. Achei que você ficaria chateado por eu ter saído e deixado você naquela festa.

– Não estou, relaxa.

Ele continuou na linha falando sobre ter levado Samantha até a casa dela e ter rolado alguns beijos entre eles, mas prefiro não entrar em detalhes.

No fim da tarde nem Jake ou qualquer outra pessoa disse nada sobre mim na rede. Então decidi ir ao acampamento.

Passei na casa de Cameron que estava com duas mochilas penduradas nos ombros. Ficamos ali, em frente da casa dele, esperando o ônibus da escola que levaria os alunos para o local do acampamento. Uma fazenda, localizada fora da cidade,  que pertencia a um pastor de uma igreja local, que era oferecida ao colégio para fazer confraternizações e outros eventos escolares.

Ao entrar no ônibus reconheci diversos rostos da festa da noite passada, que me olhavam com alguns sorrisos discretos. Hesitei por um momento e Cameron que vinha logo atrás de mim me empurrou, pedindo que eu andasse logo, do jeito gracioso dele. Ele não pareceu perceber a situação. Sentamos um do lado do outro nos penúltimo assentos do lado esquerdo.

Eu sabia que não conseguiria esconder por muito tempo, e que Cam ia acabar descobrindo que eu era gay. Eu estava morrendo de medo, e não tinha ninguém para falar sobre isso. Ninguém que me dissesse o que eu deveria fazer.

Chegamos ao local já pela noite, onde já haviam barracas montadas e uma fogueira pronta para ser acesa.

– Agora é com vocêsmeninos – disse uma professora que nos acompanhava. – Desafio vocês a acenderem essa fogueira sem fósforo ou isqueiro. Vamos!

Alguns garotos, provavelmente ex-escoteiros, foram entusiasmados até fogueira para suas tentativas. Demorou um pouco para que conseguissem dar vida as chamas, e quando conseguiram todo mundo comemorou gritando e assoviando.

Estávamos todos em volta da fogueira, assando marshmallow. Olhei para Jake que estava do outro lado, e ele me olhou de volta sorrindo. Um sorriso malicioso que me deixou apavorado. Ele, então, pegou o celular e começou a digitar. Os supervisores do acampamento pararam de proibir o uso de celulares desde um evento em que uma menina teve um ataque de asma e ninguém sabia o que fazer, ou para quem ligar. A menina ficou bem, mas os pais entraram com um processo contra a escola.

Meu celular apita:

"É hoje, Mendes."


Nesse momento eu fiquei tão apreensivo que derrubei o espeto que estava na minha outra mão.

– Hey, está tudo bem? – me perguntou Cam, tirando os olhos do celular dele. Provavelmente estava conversando com Samantha.

Olhei para ele sem dizer nada, em seguida levantei e saí pela mata em direção a um lago que havia ali por perto. Ao chegar à beira do lago sentei em uma pedra pedra que havia ali, e respirei fundo. Estava desesperado. Cameron logo apareceu, e se sentou ao meu lado.

– Quer falar sobre o que está acontecendo? – disse ele.

– Não está acontecendo nada – eu disse na defensiva.

– Okay.

Ele permaneceu ali, do meu lado como sempre, em silêncio. Aquilo me fazia tão bem.

– Se tiver acontecendo alguma coisa, você sabe que pode contar comigo, não sabe? – ele disse me olhando com um sorriso tão fofo.

– Eu não sei o que fazer, Cam – minha voz começou a falhar e olhei na direção dos meus pés.

– Me diz o que está havendo, amigo. Eu estou com você. Nós vamos resolver juntos.

Voltei os olhos para ele e foi quando percebi que ainda estava olhando para mim. Aquele olhar protetor. Aquele olhar por quem me apaixonei. Eu não aguentei e comecei a chorar. E foi nesses momento que ele envolveu seus braços ao meu redor e me abraçou e eu aceitei. Ele não fazia ideia do que estava acontecendo, mas estava ali por mim. Eu o amava.

– Eu te amo! – deixo sair sem perceber.

Ele desfez o abraço com calma e passou a mão no meu rosto para limpar minhas lágrimas e sorrindo disse:

– Eu também te amo, cara.

Não acreditei quando ele disse isso. Não sabia bem no que pensar então como um reflexo e o beijei repentinamente. Podia sentir seus lábios gelados. Minha mão estava segurando um de seus braços. O beijo simples e inocente durara uns quatro segundos. E então me afastei abrindo os olhos.

Eu nunca tinha visto Cameron com aquela cara. Espantado e sem palavras. Demorei um pouco em silêncio para perceber que o "Eu te amo" de Cameron não era no mesmo sentido que o meu.

– Droga, m-me d-desculpa – começo a falar voltando a ficar tenso. Respirei fundo e continuei tentando soar mais calmo. – Essa é a verdade, Cam. Eu amo você! Eu sou completamente apaixonado por você. – dou de ombros como quem sente muito.

–...

– Cam, por favor. Me diz alguma coisa – comecei a me desesperar. Ele estava olhando para o vazio, para não me encarar.

– Eu acho melhor a gente voltar – ele disse de uma maneira tão fria que nem parecia ele mesmo. – Já está tarde.

Ele se levantou e foi, sem ao menos me esperar. Eu achei que poderia ter uma reação ruim quando soubesse a verdade. Talvez ele me odiasse por ter escondido dele ou na melhor das hipóteses diria que só me via como amigo. Mas ele reagiu com silêncio, e dessa vez tudo o que eu não desejava era isso. Silêncio.

Demorei um pouco para me recompor e logo voltei para o resto do pessoal. Quando cheguei, sentei no meu lugar, e Cameron estava do outro lado conversando com outros garotos do time como se nada houvesse acontecido. Ele até estava sorrindo. E foi nesse momento que Jake julgou ser a hora certa para acabar comigo.

Os supervisores tinham ido até o ônibus. Nessa época ninguém imaginava que o treinador tivesse um caso com a professora de artes. Todos os celulares começam a apitar ao mesmo tempo, inclusive o meu. Olho para Jake que está com aquele olhar malicioso novamente.

Peguei o celular e vi que era uma mensagem de mídia. Um vídeo. Não precisei abrir para saber do que se tratava. Todo mundo estava me olhando e rindo. Eu mencionava o nome de Cameron no vídeo, mas todos sabiam que ele gostava de meninas, então não riam dele. Riam de mim. Olhei para Cameron com os olhos cheio de lágrimas. Eu esperava que ele dissesse, ou fizesse alguma coisa. Mas não, eu podia ver desprezo e vergonha nos olhos dele. As risadas de chacota não eram nada perto da dor que a inação de Cameron me causara.

O único que não estava rindo além de Cameron, era Tom, que provavelmente se sentia culpado por isso. Os dois supervisores, notando a exaltação voltaram à área de acampamento e interferiram pegando um dos celulares dos garotos. Não precisei insistir para que deixassem que eu dormisse sozinho dentro do ônibus. Na verdade, eu lembro que não consegui pregar os olhos. Só chorava sem parar.

Devido a esse incidente o acampamento foi cancelado e todos voltamos para casa logo ao amanhecer. Sentei no fundo do ônibus, sozinho e ninguém ousou fazer piadinhas durante a volta.

Minha mãe foi chamada no colégio e o diretor conversou com ela sobre o vídeo. Eu estava morrendo de vergonha por minha mãe descobrir a verdade sobre mim daquele jeito. E ainda me ver alterado por bebidas. Era humilhante. Mas ela não me acusou em nenhum momento. Chegamos em casa e ela sentou na mesa para ter "a conversa". No final das contas não foi o bicho de sete cabeças que eu esperava. Ela só disse que me amava, e que não importava o que eu sentia em relação a garotos. Que ela iria continuar me amando, e se alguém me julgasse por isso, ela estaria lá para me defender.

Jake e Tom foram expulsos da escola por essa atitude idiota. E depois disso ninguém mais me olhou estranho. Passei a ser o primeiro aluno gay da escola, nao que tenha me tornado popular por isso. Só que depois que viram que não era tão ruim assim ser gay, outros garotos tiveram coragem para se assumir.

Preferi sair do time, para não encarar Cameron novamente. Liguei algumas vezes para ele, mas nem atendeu, nem retornou. Nossa amizade acabou ali. Eu parei de procurá-lo. Foi quando Maia, que havia acabado de se mudar para nossa escola, começou a sentar comigo no refeitório. Eu sabia que ela queria se aproximar de mim por pena, por isso fiquei na defensiva por muito tempo, até perceber que ela realmente se importava comigo. Eu tive certeza disso quando descobri que ela sabia superficialmente do que rolou e ainda assim não me enchia de perguntas. Ela me respeitava. Ela me amava por quem eu era, diferente de Cameron.

***


Chego em casa e minha mãe ainda está acordada.

– Chegou tão cedo, meu filho – diz ela graciosa.

– É, acabou cedo! Eu estou morrendo de sono – sorrio e subo para meu quarto.

Tomo um banho rápido e me jogo na cama. Minha cabeça está presa a pensamentos com Cameron. Eu sinto tanto por termos acabado assim. Honestamente, não vejo nenhuma esperança para nós dois. Como posso voltar a ser amigo de alguém que não é capaz de me aceitar como sou?

Pego meu celular, conecto o fone auricular e coloco uma música de James Bay. Me afogo em meio à nossas lembranças até cair no sono.



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