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História Best Fake Smiles - Encontros e Desencontros


Escrita por: duduaguilera

Capítulo 6 - Encontros e Desencontros


Fanfic / Fanfiction Best Fake Smiles - Encontros e Desencontros


Acordo com o despertador tocando, e isso me tira do sério. Tento desliga-lo, mas meu corpo parece ainda mais pesado que o normal. Quando consigo alcança-lo na escrivaninha, caio com tudo no chão. Não me levanto. Fico ali estirado ao chão, pensando seriamente em não ir a aula para não ter de encarar nem Cameron, nem Maia. Mas minha mãe invade meu quarto e abre as cortinas, enchendo o de luz solar.

– Ânimo, querido – diz recolhendo algumas roupas que estão jogadas pelo quarto. – Vai se vestir!

Depois da cena de ontem, no restaurante, não falei com Maia. Temo que ela esteja com raiva por eu ter saído daquele jeito. Aliás aquela noite parecia realmente importante para ela. Não imagino bem qual será a reação dela ao me ver.

O ônibus do colégio chega e entro procurando por Maia, que de costume está nos assentos do meio, guardando um lugar para mim. Paro do lado dela, que me olha e dá um sorriso singelo.

– Bom dia, branquelo mais lindo do colégio.

Isso me assusta. Não esperava essa reação tão serena.

– Bom dia, baixinha – digo forçando naturalidade e me sento ao seu lado.

– Como você está?

Aprendi com o tempo que quando as pessoas perguntam como você está, geralmente dizem por cortesia. Ficam ali simplesmente esperando uma resposta positiva. Estou bem e você? . Totalmente superficiais. Mas quando Maia me pergunta isso, sei que ela de fato quer a verdade.

– Estou ótimo – prefiro mentir, mesmo sabendo que ela perceberia. – Em uma escala de 0 a 10, estou 11 – digo olhando para ela, sorrindo, e acabo sendo irônico sem querer.

Apesar de saber que eu estou mentindo, ela não insiste o que é estranho partindo dela. Ficamos em silêncio por mais algum tempo até que sou vencido pelo cansaço:

– Okay. Não vai falar nada sobre ontem? – Pergunto fazendo uma cara de cão sem dono.

– Você quer falar sobre isso mesmo?

– Sim. Quero – concluo.

– Então vamos lá – diz respirando fundo. – A primeira pergunta é: O que houve entre você e o Camarão no banheiro para você ir embora correndo daquele jeito? Algo me diz que vocês já se conheciam, o que me leva a segunda pergunta: De onde você conhecia ele?

– Ele não disse nada para vocês quando fui embora?

– Não. Ele foi embora logo depois de você. Me explica logo! – Fala em um tom alto de curiosidade.

– Okay, você quer toda a verdade? – ela consente e eu continuo. – Você se lembra daquela história de quando me assumi, ou melhor dizendo, fui tirado a força do armário?

– Sim, lembro.

– Bom. Você deve ter ouvido falar de um vídeo em que me assumia e dizia gostar do meu melhor amigo... – hesito por um momento.

– Sim. Tem certeza que quer falar sobre isso, Shawn?

Estou com uma feição que expressa minha tensão. Aceno confirmando a pergunta.

– Esse garoto, meu melhor amigo, era Cameron – digo de uma vez olhando para o vazio.

Ela não reage. Olho para ela e percebo que não está surpresa.

– Espera um pouco – digo ligando os pontos. – Você sabia que era ele?

– É... Sim – fala com um sorriso meio falso. – Qual é, Shawn? Acha mesmo que eu não ia procurar saber quem havia sido o otário que magoou você? Ainda no primeiro mês em que cheguei no colégio dei um jeito de descobrir toda a história que você não me contava, e soube que o garoto em questão era do time de futebol – desvia por um momento o olhar de mim de dá mais uma declaração. – Assim que descobri procurei ele e falei umas boas verdades. Talvez tenha dado um chute nos países baixos. Você sabe que não me controlo muito bem.

– Não acredito que você falou com ele – digo sério.

– Me desculpa não ter lhe contado, mas ele merecia isso.

Sorrio.

– Eu te amo, baixinha – digo abraçando ela. Solto-a e continuo. – Mas porque ontem vocês pareciam numa boa?

– Por você, não é óbvio – o fato dela se resumir a isso significa que está escondendo algo.

– O que você não está me contando?

O ônibus para, chegando ao colégio, e Maia foge da conversa se apressando para descer do ônibus. Deve estar aprendendo a fugir dos diálogos comigo, certeza!

– Maia Mitchell – digo num tom repreensivo enquanto caminhamos até a entrada do colégio, e ela vira para mim.

– Ah, tudo bem – ela finalmente cede. – Na segunda, depois do primeiro tempo, eu e Colton encontramos Cameron no estacionamento. Ele parecia mal – isso deve ter sido depois do que eu disse para ele no corredor, naquele dia. – É claro que nós nos reconhecemos, mas por causa de Colton não disse nada. Ele convenceu Cameron de ir a sorveteria conosco. Tentei parecer confortável com a situação, mas na primeira oportunidade, quando Colton foi ao banheiro, eu quase soltei os cachorros. Acabamos conversando e ele me perguntou sobre você. Ele me disse que queria consertar as coisas contigo. Que se sentia mal – diz ela com um olhar compassivo me encarando. – Aí Colton voltou e apareceram os outros amigos dele, que você conheceu ontem. Nossa conversa acabou aí.

– Não existe conserto pelo o que ele me fez passar.

– Eu sei que ele foi um otário com você, mas ele parece arrependido, sabe? Você tinha que ver a cara dele quando você foi embora ontem.

Quando ela diz isso, sou tomado por um sentimento de compaixão. Eu odeio Cameron, mas ao mesmo tempo me importo tanto com ele, que só de imaginar vê-lo triste me deixa mal.

– Bom. Eu não me importo mais. Cameron é passado para mim.

– Um passado que, por acaso, é seu parceiro no trabalho de química – diz me encarando.

– Chega desse assunto Maia – vejo Colton com uma galera do time um pouco distante. Sem sinal de Cameron – Porque você não vai lá falar com seu namoradinho.

– Shawn... – ela insiste em continuar nossa conversa, mas declaro que já acabara.

– Eu estou bem. Vou para a sala. Só não enrola com ele, Okay? – E saio deixando ela para trás.

A possibilidade de Maia estar, agora, possivelmente apoiando Cameron me tira do sério. Sigo direto para a sala de aula. Ao chegar me ajeito no mesmo lugar de sempre quando Natasha, uma menina loira e com os olhos grandes, chega até mim sentando no lugar ao meu lado. Acho que devemos ter todas as aulas juntos, mas nunca troquei mais do que uma ou duas palavras com ela.

– E aí, Shawn – diz com um sorriso travesso na cara.

– Oi, eu acho. – digo fazendo uma cara de quem não está entendendo a situação.

– Um garoto passou aqui na sala um pouco mais cedo e me pediu para te entregar isso – ela tira um bilhete azul do bolso e me entrega.

Curioso leio:

"Me encontra após a última aula na biblioteca. Eu preciso conversar com você. Por favor, não fura comigo. Vou estar te esperando. – CAM. "

Termino de ler com um sorriso que, eu juro, não faço ideia do motivo dele ter brotado no meu rosto. Natasha está me encarando.

– É o mesmo menino com quem você estava discutindo ontem aqui na sala, não é? – diz ela empolgada. – Vocês são tipo... namorados?

– Que? Não! – Digo gritando, e quando percebo que gritei sinto vontade de sumir. Tem outras pessoas na sala olhando para nós. – Ele não é meu namorado. É só um idiota.

– Aham... Acredito – fazendo uma feição esnobe.

Eu odeio estar tendo essa conversa, e ainda por cima com uma estranha. A culpa é de Cameron. Que raiva sinto dele.

***

– Você tem que ir, Branquelo – me aconselha Maia.

Acabou a aula e estamos no armário da escola ajeitando o material. Passei toda a aula pensando se devia encontra-lo ou não. Não consegui chegar a um veredito. Meu coração diz que sim, e minha razão diz que é furada. Ele provavelmente vai vir com o mesmo discurso de ontem, e sinceramente, não estou afim disso.

– Eu não quero, Maia – resmungo.

– Ele está te esperando, cara – ela se empolga. – Essa é a chance de vocês se acertarem. Deixa ele falar o que sente e diz tudo o que tem para dizer também. E se te der vontade dá um soco na cara dele. Não tem problema, amigo.

Eu rio.

– Está bem. Eu vou! – resolvo ceder.

Sigo até a biblioteca que se localiza perto da sala da direção, no segundo andar. Subo as escadas e chego no destino. Ao entrar na biblioteca só encontro a bibliotecária no balcão.

– Olá.

– Bom dia. Em que posso ajudar? – ela diz sorrindo, evidenciando suas rugas de idade.

– Ah... A senhora viu se um garoto, não muito alto, de cabelo castanho claro, provavelmente usando uma mochila vermelha, estava esperando aqui?

– Bom – ela pensa um pouco. – Não me recordo de ninguém com essas características passando por aqui hoje. Sinto muito.

Suspiro revelando minha decepção.

– Obrigado, de qualquer forma – sorrio e me direciono para a saída.

Não consigo entender porque Cameron não apareceu. Será que ele mudou de ideia em relação ao que ele disse a Maia sobre querer consertar as coisas entre nós? Ele desistiu? Minha cabeça está a mil, e quando raciocino melhor chego à conclusão de que Cameron é um grande idiota. Pronto. A raiva que sinto por ele está me consumindo outra vez.

Estou indo em direção a saída, quando encontro com Gregg saindo da sala do diretor.

– Oi, Shawn – diz ele se iluminando ao me ver.

– Ah... Oi, Gregg – paro por um instante.

– Que bom que eu te encontrei. Você não apareceu hoje na lanchonete da escola e a última vez que te vi você sumiu de repente. Espera – reação de quem faz uma descoberta – Você é um ninja, acertei? – diz rindo.

– Errou. Mas pode me chamar de Cinderela, a princesa que ama sair correndo de príncipes – percebo que meu comentário foi terrivelmente gay, entusiasmado e que não seria algo que naturalmente diria. Fico corado na hora.

Ele começa a rir. Meu Deus, que sorriso maravilhoso. Por favor, continua.

– Eu amei essa analogia – diz concordando com a cabeça – mas da próxima vez deixa o sapatinho de cristal, Okay?

Eu sorrio sem entender o que ele quis dizer com isso.

– Bom... Eu preciso ir para casa – digo fugindo do assunto.

– Eu te levo – sorriso.

– Não! Não quero te incomodar de novo, Gregg. Obrigado.

– Para com isso! Você não me incomoda. Vamos – ele sai andando e eu sigo atrás tentando alcança-lo.

A parte mais estranha de andar de passageiro em uma motocicleta é a proximidade entre os ocupantes. Sento atrás dele e agarro no apoio lateral – mas a vontade de agarrar a cintura dele é grande, não vou negar.

Chegamos e minha mãe está em frente de casa, na varanda. Ela me vê chegando e desce os degraus. Gregg nota que ela está vindo em nossa direção e desce da moto.

– Mãe, esse é Gregg Sulkin – digo nervoso. – Um amigo.

– Prazer em conhece-la, Sra. Mendes – diz Gregg estendendo a mão de maneira totalmente cortês.

– Que bom conhecer um amigo do meu filho – minha mãe fala olhando para ele. – Não me lembro a última vez que Shawn trouxe um amigo para nossa casa, exceto Maia – complementa me olhando.

Eu estou sem graça. Não sei o porquê de parecer que estou apresentando meu namorado para minha mãe. Não precisava de tanta cerimônia assim.

– Porque você não almoça com a gente? – Minha mãe diz e olho para ela espantado.

– Ah, eu adoraria, Sra. Mendes. Mas minha avó está me esperando em casa. Sinto muito – responde ele.

– Tudo bem. Mas saiba que o convite está de pé.

Ele me olha sorrindo e eu sorrio de volta, como o rosto avermelhado. Depois disso ele se despede e vai embora. Ao entrarmos dentro de casa começa o interrogatório:

– Gregg Sulkin? Achei ele bem interessante – diz e eu sei bem onde ela quer chegar.

– Não, mãe. Não estamos namorando – afirmo encarando ela.

– Eu não disse nada, querido. Mas ele parece bem atencioso. Te trazendo até em casa.

– Ele é bem bacana. Mas não faz o meu tipo. E ele já tem uma namorada, então sem chances – concluo e ela faz uma cara de luto.

– Bom... uma hora você vai conhecer um garoto perfeito para você, meu amor – me consola ela.

– Não, mãe. Eu definitivamente não quero ter essa conversa com você.

Ela começa a rir.

***

Passo a tarde deitado no meu quarto. Não tenho dever para fazer. Estou no maior tédio. Resolvo ligar para Maia que não atende o celular. Deve ter deixado no silencioso, ou talvez esteja na casa de Colton fazendo sabe se lá o que.

Ainda estou pensando nos motivos plausíveis para a furada que Cameron me deu hoje cedo, na biblioteca. Penso no que Maia me disse sobre a conversa deles. Isso não sai da minha cabeça. Preciso ocupar meus pensamentos. Resolvo sair de casa.

Ando pelas ruas de Della Vell e sigo até Paradise. Passo pela pista de skate e observo algumas manobras. Continuo olhando até que um skatista me nota e balança a cabeça para cima perguntando:

– E aí, cara. Você sabe fazer alguma manobra? – diz o garoto como se já me conhecesse. – Chega mais.

– Ah... não. Valeu – digo passando a mão direita por de trás da cabeça. – Eu tenho que ir – e saio sem olhar para ele.

Eu não gosto de ser rude com as pessoas, mas não me sinto confortável de estreitar laços com quem não conheço. Esse sempre foi um grande problema para mim. Sempre fui meio antissocial. A primeira pessoa que conseguiu derrubar esse muro foi Cameron. Ele me conquistou de uma maneira curiosa. Nem eu compreendia como conseguia manter essa relação com ele. O que eu quisesse falar com ele eu falava. Não me sentia inseguro perto dele. Pelo menos naquela época.

Continuo andando em direção a sorveteria. Peço batatas fritas e milk-shake e fico ali sentado. Olhando o movimento das pessoas. Quando ouço uma voz familiar e viro o rosto para frente.

Gregg está na mesa da frente com uma garota ruiva. Ele finalmente nota minha presença e dá um sorriso surpreso. Se levanta chamando a garota e vem em minha direção.

– Segunda vez no mesmo dia? – diz ele rindo. – Podemos sentar com você, Shawn?

– Claro. Sentem-se. – Respondo e estendo a mão para a garota. – É um prazer finalmente conhecer você.

Gregg faz uma cara de quem não está entendendo e ela estende a mão e me cumprimenta sorrindo:

– O prazer é meu. Sou Julia e você deve ser o Shawn.

É uma situação estranha. A namorada dele é realmente linda.

– Vocês formam um lindo casal, sério – comento sorrindo e sendo sincero.

– O que? – os dois perguntam ao mesmo tempo, mas ela sorrindo e ele assustado.

– Ah... espera – digo confuso. – Você não é a namorada do Gregg?

– Não – diz ela rindo. – Sou prima dele. Não sei de onde você tirou isso.

– Por que achou que ela fosse minha namorada? – pergunta Gregg.

– Me desculpem – que vergonha. – Maia falou que você disse que tinha uma namorada. Pensei que fosse você, Julia. Me desculpa, sério – ela faz uma cara de quem diz que está tudo bem.

– Eu não tenho namorada – diz Gregg constrangido e possivelmente pensando no motivo de eu e Maia estarmos conversando sobre ele.

– Não namora, mas eu sei que ele anda pensando em alguém – interfere Julia que está folheando o cardápio. – Ele vive postando umas frases românticas demais na internet.

– Cala a boca, Julia – diz Gregg que está completamente corado agora. Que fofo, penso.

– E quem é a sortuda? – pergunto o desafiando.

Ele fica em silêncio.

– Ou sortudo, não é, Gregg? – diz Julia tirando os olhos do cardápio e lançando um olhar malicioso para ele.

Espera, Gregg é gay? Isso só pode ser uma piada. Fico chocado com essa possibilidade. Se ele é gay, então existe uma probabilidade, pequena que seja, dele gostar de mim. Sorrio. Ele está totalmente envergonhado. A probabilidade aumenta um pouco mais quando olho no olhar tenso dele que se encontra com o meu. Por mais que essa situação me deixe animado, envergonha-lo assim não é justo. Então mudo de assunto.

– E o vestibular? Estudando muito? – Pergunto.

– Ah... Sim. Bastante – Ele responde. – Eu estou com uma pilha de livros para ler – diz voltando ao normal e praticamente esquecendo da saia justa.

A gente continua ali conversando por um tempo. Eu ensino a cultura da batata frita e milk-shake para eles, que fazem uma cara de nojo, mas ao provar, aceitam que não é tão ruim quanto parece. Ao entardecer vou com ele e Julia até a casa da vó deles, que é a mais próxima de Paradise. Chegando lá, Julia se despede e me deixa com Gregg. Eu gostei dessa garota.

– Foi legal hoje – diz ele sorrindo.

– Sim, foi sim. Sua prima é gente boa. Gostei dela.

– Bom... me desculpa por aquela confusão – diz ele voltando a ficar tenso. – Sei lá. Acho que ficou um clima meio estranho.

– Se refere a que? – o desafio.

– Acho que você entendeu sobre que eu estou falando.

– Sim – rio. – Você é gay. Não é algo ruim, pelo menos não para alguém como eu.

Ele começa a rir. Silêncio.

– Seria muito estranho eu pedir seu número agora?

– Acho que não – ele me passa o celular dele e digito meu número. – Pronto!

– Legal – ele pega o celular e me olha sorrindo.

– Eu preciso ir – interrompo o silêncio agradável – Já está ficando tarde.

– Ah, tudo bem. Até mais.

Aceno e vou embora sem olhar para trás, carregando um sorriso no rosto.



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