Ouvi uma gritaria, abri os olhos e senti uma dor de cabeça absurda. Levantei calmamente, olhei para baixo e PUTA QUE PARIU!
Olhei para a cama e vi que tinha um garoto deitado sem camisa, dei um grito alto, pelo amor de deus, o que aconteceu noite passada?
Ele deu um pulo na cama e levantou, me encarando com os olhos arregalados.
–O que aconteceu? – ele perguntou assustado, eu estava mais, com certeza.
–QUEM É VOCÊ? – gritei. Ai, vou parar de gritar, minha cabeça ta doendo.
–Se você quiser saber eu te conto tudo, mas posso te garantir que não transamos! – soltei a respiração, nem percebi que estava segurando, isso me aliviou muito.
–Espera. Que horas são? – comecei a ficar desesperada, cadê a merda do meu celular?
–Sei lá, acabei de acordar.
–Meu Deus, é quase nove da manhã! – comecei a me vestir rapidamente, percebi que não daria tempo de ir para casa trocar de roupa, bosta.
–E daí? É cedo ainda.
–Eu tenho aula, garoto! – ele arregalou os olhos, como se lembrasse de alguma coisa.
–PUTA QUE PARIU, EU TAMBÉM TENHO! – levantou quase voando e foi procurar os sapatos. – Em qual faculdade você estuda?
–É um pouco longe, PERA! Como você sabe que eu estou na faculdade?
–Você me disse que tem dezenove, ninguém está no colegial com dezenove. – encarei-o, o que mais eu falei? – Que seja, se quiser eu posso te levar, eu vim de carro.
Saí correndo do quarto, a sala estava com algumas pessoas espalhadas, todas dormindo, procurei em mais dois quartos e finalmente a achei, balancei-a até acordar.
–GIOVANNA, ESTAMOS ATRASADAS! – gritei e saí correndo de volta para o quarto. – Carona aceita. – falei para ele e voltei para o quarto que a Gi estava.
Ajudei-a colocar o salto e nós três saímos correndo para o carro do garoto desconhecido até então.
Quando finalmente chegamos à faculdade, Gi saiu correndo para sua aula, porém eu precisava pedir.
–Me empresta seu casaco? Ainda não adquiri vergonha na cara de aparecer assim na aula. – falei rápido com um sorriso torto. Ele me deu o casaco e eu vesti-o rapidamente, o ótimo era que o casaco era maior. Antes de ir, perguntei o que mais me incomodava. – Qual é o seu nome?
–John. John Hunter. – ele deu um sorriso lindo, mas eu não fiquei nem três segundos para apreciar aquele sorriso e saí voando para o prédio.
Bati na porta calmamente, por favor, não pergunte nada.
Abri a porta e entrei, todos os olhares da classe se direcionaram á mim, sentei na minha cadeira como se nada estivesse acontecendo. Antes eu peguei meu caderno e estojo reserva no armário.
A professora me olhou com desaprovação, mas continuou com a explicação sobre... Sobre o que mesmo?
[...]
MEU DEUS, A MINHA CABEÇA VAI EXPLODIR!
–Márcia, vou à farmácia.
–Até imagino o por quê. – todos deram uma risadinha.
–Para de graça.
–Vai logo antes que a sua cabeça exploda de tanto álcool. – mais risadas, idiotas.
As garotas do último ano que cursam farmácia estavam fazendo estágio na farmácia da faculdade, uma garota morena baixinha muito simpática me deu remédio para dor de cabeça. Conversamos um pouco e descobri que seu nome era Gabriela.
–Então, você tem namorado? – perguntei me apoiando no balcão.
–Sim, o nome dele é João, ele se formou ano passado em farmácia também.
–Vocês dois fizeram farmácia? Que legal! Escolheram juntos?
–Não, eu o conheci depois que entrei na faculdade, eu moro com ele em um apartamento no centro, minha família mora em outra cidade, eu só moro aqui por causa da faculdade.
Conversamos mais até eu perceber que a dor de cabeça estava se tornando suportável.
–Bom, foi bem legal conhecer você, mas agora eu tenho que voltar para a aula. – ela me deu tchau e foi lá para dentro arrumar algumas caixas de remédios e eu voltei para a sala.
Intervalo, amém!
Estou morrendo de fome, obrigada senhor.
Sentei-me à mesa com meus amigos e adivinhe quem estava lá? EXATAMENTE! O MATTHEW! Vai achar a tua turma, guri!
–Ei Lauren. – Gus jogou um pedaço de comida no meu braço para chamar a minha atenção, achei desnecessário. – Ficou chapada ontem à noite?
–Tão chapada quanto a sua mãe fica para esquecer que você é o filho dela, acho que não. – dei uma piscadela e bebi mais um gole de água, todos começaram a vaiar o Gus.
–Você poderia ser mais legal ás vezes. – ele continuou.
–Ah, pega no meu pau. – mostrei o dedo do meio.
Ele sentou do meu lado esquerdo e me abraçou, correspondi o abraço meio desajeitado.
–Senti falta da sua delicadeza matinal diária. – ironizou.
–Senti falta da sua idiotice matinal diária. – dei uma risada ao ver sua cara de bunda.
–Vaza Walker, ela é minha. – Michael apareceu com seu instinto protetor, me deu um abraço e fez careta para o Gus, que saiu mostrando a língua para ele. Tão maduros. – Ei, você viu a Gi? – perguntou sentando onde o Gus estava e pegando uma batata frita do meu prato.
–Eu ia te perguntar isso agora, não a vejo desde hoje cedo.
Do nada, sinto um peso em meu ombro direito, olhei imediatamente e vi-a com a cabeça apoiada em mim.
–Little Piggy, onde estava? – perguntei fazendo carinho em seu cabelo.
–Passei a manhã inteira enfiada na biblioteca estudando para uma prova que eu vou ter depois do intervalo. – me olhou com um olhar de raiva, okay, a culpa foi minha.
–A Márcia não passa prova pra gente no primeiro dia. – provoquei.
–Foda-se. – delicada.
Dei o remédio para dor de cabeça que a Gabriela havia me dado, para a Gi tomar, ela reclamou que ainda estava morrendo.
–Ei, quem era o cara que deu carona pra gente hoje?
–Eu sei lá, acordei na mesma cama que ele – quando ela arregalou os olhos e foi abrir a boca, falei imediatamente. – VESTIDA, ele me garantiu que nós não transamos e ofereceu a carona. O nome dele é John Hunter, mas achei melhor só Hunter.
–Quer dizer que a gente pegou carona com um desconhecido¿ Você não é nem um pouco responsável, sabia?
–Me dizem muito isso.
[...]
Dormi durante as últimas aulas, fui acordada por alguém me balançando, quando fui olhar, minha visão estava girando então não consegui reconhecer o rosto.
Esfreguei o rosto e coloquei minha bolsa no ombro, levantei em seguida, mas não consegui ficar de pé e me apoiei desesperadamente na primeira mesa que vi pela frente.
–Você ‘ta bem? – a pessoa perguntou, era uma voz masculina.
–To... To ótima, obrigada.
Tentei dar um passo, mas novamente não consegui e caí em peso na pessoa, que me segurou e depois me pegou no colo, escolhi fechar os olhos para não ficar mais tonta ainda.
Ouvi vozes distantes, um barulho de motor se aproximando e uma voz conhecida se destacou em cima das outras, abri os olhos imediatamente e consegui ver o rosto de Hunter vindo em minha direção.
A pergunta era: o que ele estava fazendo aqui?
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