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História Best Man Speech - Capítulo Único


Escrita por: Miss8Hope

Notas do Autor


Bonsoir, meus amores!

● Os personagens que são citados aqui e o universo, pertencem ao Manga "Naruto", de Masashi Kishimoto.
● Edição da capa feita por mim. Imagem encontrada aleatoriamente na internet.
● Campanha: DIGA NÃO AO PLÁGIO! #CrieSuasPrópriasEstórias
● Feita de fã para fã. Sem qualquer fim lucrativo.

♠ Trilha Sonora → 'When I Was Your Man' by Bruno Mars

Boa leitura, espero que gostem ♡

"Eu podia dizer só que acabou, mas daí eu teria que assumir que começou de verdade. Eu teria que dizer que você e seus olhos esverdeados e sua covinha na bochecha me amaram e quiseram construir uma história de amor comigo. Eu teria que acreditar que a gente, alguma vez, teve sequer uma chance de subir no altar e falar aquelas palavras bonitas e jurar que a gente ia superar pobreza, doença, tristeza e todas aquelas coisas que casais apaixonados juram para ser feliz. Mas essa história não é nossa." - Desconhecido

Capítulo 1 - Capítulo Único


Best Man Speech

by Miss Hope

 

— Eu os declaro marido e mulher.

Uma risada nasal.

Ele não conseguiu controlar. Muito menos o repuxar de lábios num pequeno sorriso cheio de escárnio, mas que possuía muito mais mágoas do que quem olhasse conseguiria ver.

Era oficial: Haruno Sakura, há uma hora, havia se tornado esposa de Morino Idate.

Sentia um gosto amargo na boca toda vez que repetia isso em sua cabeça.

O casal estava num pequeno palco improvisado, comentando sobre como todo o romance os havia levado até o altar e blá blá blá – aquelas coisas que casados falam na festa de casamento, a qual, no caso, literalmente iniciou após a cerimônia (já que ambas foram no mesmo local). Os dois sorriam e ele não podia deixar de sentir uma reviravolta no estômago.

Ela estava linda. Perfeita. Nem ele podia negar e não iria ou queria. O vestido branco lhe caia perfeitamente, os cabelos rosados que ele sempre adorou estavam soltos, chegando até sua cintura, enfeitados com algumas flores brancas. Não usava véu e o modelo do vestido deixava a pele clara do busto exposta. É claro que não diria o mesmo do noivo, o qual vestia um simples terno branco – para o diferenciar dos outros convidados – e uma gravata rosada, combinando com os cabelos dela.

Sentiu o maxilar travar e a mão livre da taça de champanhe fechar o punho com força quando o outro moreno colocou o braço ao redor da fina cintura dela e beijou-lhe calidamente após o pequeno brinde.

Agora é que a palhaçada começava: o brinde dos padrinhos.

Ino foi a primeira – a madrinha de casamento –, com um longo discurso melodramático que ele não fez questão de prestar atenção. Depois Kakashi – o Hokage que havia casado os dois – e logo seria Tsunade ou talvez Naruto; ele não sabia qual dos dois iria primeiro e pouco importava. A única coisa relevante ali era que ele não subiria lá de forma alguma, então não tinha porque se preocupar.

Quem diria que o mundo daria uma volta desse tamanho: Uchiha Sasuke – padrinho de casamento de Haruno Sakura.

Outro riso saiu pelos lábios entreabertos quando determinado pensamento lhe atingiu. Que fiasco.

Virou a taça de champanhe de uma vez e franziu o cenho, percebendo que precisava de algo mais forte. Esperaria mais um pouco. Talvez lhes desse os “parabéns” mais falso que conseguisse e iria embora – beber um pouco do saquê que tinha guardado no armário de sua cozinha.

— Tenho certeza de que vocês serão muito felizes...

Ele tinha vontade de vomitar.

O pior de tudo era que sua reviravolta no estômago era causada pelo simples fato da realidade ter batido em sua testa com aquela pequena frase de Kakashi. Ela seria feliz. Muito feliz, provavelmente.

Tudo bem, ela não carregaria o sobrenome dele, não moraria na principal casa do Distrito Uchiha e seus filhos não desenvolveriam o Sharingan – o que era um tremendo desperdício – diga-se de passagem. Podia até imaginar um pirralho de cabelos negros como os dele e olhos esmeraldinos desenvolvendo o Sharingan...

Balançou a cabeça, afastando o pensamento.

Apesar de tudo isso, ela seria verdadeiramente feliz. Ele sabia disso. Soube quando o infeliz do Morino apareceu pela primeira vez de mãos dadas com ela em um dos almoços do Time 7 no Ichiraku. Soube disso quando o viu visitando-a durante seus plantões no hospital, levando flores e convidando-a para jantar após os turnos. E – principalmente – soube disso quando ele se ajoelhou na frente dela, durante a festa surpresa que ele e Naruto planejaram para ela naquele mesmo ano, e pediu a mão dela em casamento na frente de todos.

Em algum momento durante esse raciocínio, ele se pegou observando-a.

Ela ria e corava com os comentários de Naruto durante seu discurso, quando ele contava alguma piada idiota ou ameaçava Idate caso não tratasse sua melhor amiga bem. Bebericava o champanhe algumas vezes e fazia alguns comentários com o Morino ou com Ino, que estava sentada na mesma mesa que ela, na companhia do Kazekage – seu marido há dois anos.

Ficou um tanto curioso quando ela começou a olhar para os lados discretamente, procurando alguém talvez. Os discursos haviam acabado e uma música começou a tocar ao fundo. Não levou dois tempos para que Idate a fez se levantar e levou-a para o centro do salão.

Claro... a dança dos noivos ou casados, tanto faz.

Dançavam calmamente e dos dois pareciam conversar por uma troca de olhares singelos. Até que um sorriso surgiu no rosto de Sakura e ele sentiu uma pontada em seu peito. Ele conhecia muito bem aquele sorriso, mas fazia anos que não o via nos belos lábios da menina – agora mulher.

Era um sorriso simples, mas caloroso. Até suas esmeraldas sorriam com ela. Felicidade pura. Inocente até. Era completamente nostálgico. Ele se lembrava daquele sorriso como nunca houvera lembrado de algo. Recebia aquele sorriso todos os dias em que a via, sem qualquer motivo em particular ela sempre sorria para ele daquele jeito e somente para ele.

Claro que isso fora antes dele ter deixado a Vila e a abandonado num banco, chorando.

Pegou outra taça e virou-a de uma vez novamente.

Não aguentava mais ficar ali.

Virou-se e se pôs a caminhar para fora daquele lugar. Não demorou muito para que se encontrasse do lado de fora do pequeno salão de festas, o ar frio balançou seus cabelos e o fez diminuir o passo, repassando os acontecimentos da noite em sua cabeça enquanto caminhava pelo pequeno jardim que enfeitava a frente do local.

Não era para aquilo ter acontecido. Não era para ela ter se casado com ele.

Talvez fosse melhor para todos dessa forma. Para todos, menos ele. Quem ele queria enganar fazendo toda aquela encenação de que estava de acordo com aquele casamento? Era bem capaz de todos saberem que ele não estava e nunca estaria “de acordo”.

Teve de se controlar quando Kakashi pronunciou “se alguém tiver algo contra a união dos dois, fale agora ou cale-se para sempre”. Se não tivesse mantido os pés firmes no chão e as mãos coladas ao corpo era capaz de tê-la tirado do altar e a arrastado para fora da igreja.

Cômico era pensar que ele até vislumbrou-a olhando ao redor, focalizando as esmeraldas em si, como se esperasse alguma reação dele. Reação a qual não veio. Depois de tudo que a fez passar, depois de ter ignorado todas as possibilidades que teve em acabar com aquela palhaça e depois de ver a forma como ela parecia feliz ao lado do outro, pela primeira vez ele não deixou que seu egoísmo falasse mais alto. Colocou-a em primeiro lugar.

Ele seria um imbecil caso se convencesse que poderia fazê-la feliz como o outro faria. Que poderia dar-lhe uma vida tranquila, boa e feliz. Ele não era aquele tipo de homem. Não havia nascido para casar, ser pai e ter família. Acima de tudo, ele não a merecia. Nunca mereceu. Sempre que podia a ignorava. Fechava os olhos e olhava para o outro lado.

Ela era boa demais para ele, tinha plena consciência disso.

— Achei que já tinha ido embora.

Ele não achou que alguém fosse notar sua escapatória e que, se alguém notasse, seria a ameba loira que ele chama de melhor amigo. Então quando a voz fina e aveludada chegou aos seus ouvidos e ele ergueu as sobrancelhas, realmente surpreso.

— Hn. – não precisava se virar para vê-la revirando os olhos com sua resposta.

— Sabe... Todos os padrinhos deveriam fazer um discurso. – claro que ele entendeu a deixa, ouviu ela se aproximar e sentia o olhar quente em sua nuca. A única coisa que fez foi fechar os olhos e suspirar.

— Dobe deu conta do recado.

— Naruto não é você, Sasuke.

Ele quase deixou um sorriso escapar no canto dos lábios. Quase.

— O que você queria que eu dissesse? – um pouco arrisco, mas nada além do esperado.

— Não sei, talvez queria que dissesse que está feliz por mim ou alguma coisa do tipo...

Não estou feliz por você.

Ele até pensou em verbalizar seus pensamentos, mas não estava com fôlego para a provável discussão que viria caso ele falasse aquilo. Ele simplesmente a olhou, por três segundos contados e desviou o olhar para o céu límpido e estrelado, ouvindo-a suspirar.

— Seria muito pedir que não fosse Uchiha Sasuke por cinto minutos? Por favor. – sentiu o toque quente dela em sua mão gelada e esforçou-se para não olhá-la. – Eu aceito qualquer coisa que tenha a dizer, Sasuke.

O único som que ela recebeu em troca foi uma risada nasal dele.

Horas antes ela havia pedido que ele fingisse que não era “Uchiha-Pedra-de-Gelo-Sasuke” e que demonstrasse um pouco de felicidade por ela, por um dia. Ele quase lhe disse que não havia motivos para ficar feliz, mas claro que o olhar dela não deixou que aquelas palavras fossem verbalizadas.

O que ele deveria dizer? Não gostava de proferir palavras além do necessário e realmente nada do que pensasse parecia bom o bastante. A única coisa que pensava em dizer era algo como “não queria que tivesse se casado com ele”, mas ele não tinha o direito de dizer aquilo.

Um suspiro e dois passos se afastando foi tudo que bastou para que ele se manifestasse.

— Me desculpe.

A surpresa foi mútua.

Ela estancou no lugar e ele franziu as sobrancelhas. Não acreditava que aquilo tinha sido verbalizado. Desde quando ele se desculpava? Ele podia até imaginar o choque estampado nas feições delicadas dela.

— Sasuke?

Começou. Agora termine.

— Me desculpe, Sakura. Por tudo que fiz. Por toda a arrogância, frieza ou como queira chamar o modo que sempre lhe tratei. Eu sei que é tarde para me desculpar por todos os meus erros, eu sei disso. Eu era idiota, egocêntrico e nunca pude valorizar o que você sempre me ofereceu, o que eu sempre fiz questão de recusar e até desprezar.

Ok. Era mais difícil do que pensou que seria. As palavras certas não vinham e ele não conseguia se virar e olhá-la nos olhos para se desculpar.

O silêncio pairou entre eles e ele sabia que ela estava processando o que ele havia acabado de falar.

— Não posso dizer que estou feliz por você.

Esse foi o momento em que criou coragem para encará-la. Os olhos esmeraldinos estavam um tanto esbugalhados e mais cristalinos que o normal. Ela iria chorar. Odiava quando ela chorava.

— Sasuke...

— Me deixe terminar. – fechou os olhos e respirou fundo. – Não posso dizer isso, seria a maior mentira que já disse em minha vida. Eu... – bufou. – Mas posso dizer que você deveria estar feliz. Ele é um cara de sorte... – foi mais um sussurro para si mesmo, mas sabia que ela tinha ouvido. – Eu tenho certeza de que ele lhe fará muito feliz, muito mais do que eu poderia imaginar em fazer. Ele é um cara que leva flores no seu trabalho, só para dizer que lembrou de você. Vocês vão andar de mãos dadas na rua e as pessoas ficaram felizes por vocês. Vocês faram todas essas baboseiras de casais...

Um sorriso cálido apareceu nos lábios dela quando as primeiras lágrimas caíram. Em dois segundos ele estava em frente a ela, segurando o rosto delicado com uma das mãos e colocando uma mexa rosada atrás de sua orelha. Passou as costas da mão pela bochecha dela, secando as poucas lágrimas.

— Eu quero que seja feliz, Sakura. Queria poder fazê-la feliz, mas nós dois sabemos que isso não iria acontecer.

Segurou o queixo dela e depositou um beijo em sua bochecha, permitindo que um sorriso triste surgisse em seus lábios quando o mesmo surgiu nos lábios dela.

— Me desculpe por não poder lhe fazer feliz.

O sorriso dela mudou quando percebeu que o menino pelo qual se apaixonou anos atrás ainda estava parado à sua frente, não lhe dizendo palavras bonitas e reconfortantes, mas sendo sincero com ela e até consigo mesmo. Aquele menino estava trancado a sete chaves dentro do homem antissocial e frio que Uchiha Sasuke havia se tornado.

Ela nunca poderia tê-lo, mas estava feliz em saber que ele ainda existia.

— Não é o discurso tradicional, mas foi muito melhor. – risos mudaram a atmosfera do lugar quando ela disse aquilo.

Ela sorriu. Estava casada e não se arrependia. Ela sabia que seu amor pelo moreno não tinha sido em vão e poderia sonhar com o que eles poderiam ter sido caso o destino tivesse lhes dado mais tempo.

Então tudo que ela poderia lhe dizer era:

— Obrigado, Sasuke.  



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