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História Best Mistake - Tudo bem


Escrita por: Ptumblr

Notas do Autor


PRÓXIMO CAP:5/08

"O indivíduo ingressa num estado de inconsciência que é ocasionado por uma disfunção ou lesão cerebral. Sendo assim, inconsciência pode ser definida como a incapacidade do paciente de ter percepção de si mesmo e do ambiente, associada a uma incapacidade de responder a estímulos externos e necessidades próprias"

Capítulo 80 - Tudo bem


Fanfic / Fanfiction Best Mistake - Tudo bem

Acordo, sufocando um grito. Desligo o alarme depressa, tremendo e com as mãos suadas vendo que já eram, exatamente, sete e meia. Olho ao redor, vendo que o sol já havia aparecido, mas meu dia não parecia está bem, ele parecia pior.

Eu me lembrava vagamente de ter adormecido na cama com Jimin mas quando abri os olhos, estava de volta a minha cama, como se nada tivesse acontecido.

Algo estava errado.

Aquele grito, aquele grito aterrorizante me acordou do meu sonho pela segunda vez. O mesmo grito, parecia um pesadelo.

Consigo me lembrar dele com detalhes.

Em um longo corredor, pouco iluminado, com dez portas, algumas abertas, outras fechadas ou até trancadas. Foi estranho, não soube o que sentir no momento mas certamente não conseguia sentir medo, apenas curiosidade.

Caminho pelo longo corredor, chamando por alguém, um pouco perdida mas não apavorada enquanto um cheiro de algo queimado me faz segurar a respiração por alguns minutos.

Bato na primeira porta que vi, ela estava trancada mas eu senti um certo sentimento, talvez de familiaridade e então, uma outra porta se abre misteriosamente e então vejo Jin colocar a cabeça para fora e sorrir pra mim, então, animada, corro até ele e ele me puxa pela mão mas no momento em que penso ter entrado, estou de volta ao corredor pouco iluminado.

Confusa com aquilo, corro direto para a mesma porta mas no momento em em que paro em frente a porta, percebo que não era a mesma porta, havia um número e uma letra.

D159

Aquilo foi realmente bizarro porque o mesmo sentimento de familiaridade me percorreu e uma alegria imensa correu pelas minhas veias. Bato na porta, com a esperança de ver alguém conhecido e então ouço a voz do Yoongi e de repente, quando ele abre a porta e sorrir ao me ver, vejo Beatriz atrás.

— Yoongi-oppa, aonde estou?

Ele engole o seco, encarando-me estranhamente e então uma lágrima sem motivo cai do seu rosto. Ele abre a boca diversas vezes mas som nenhum sai e então ouço o grito, aquele grito e me viro, vendo que cinco pessoas se encontravam no fim do corredor.

— Mery, corre logo.— Era a voz do Jimin.— Você vai perder os fogos.

Sentindo uma animação estranha, deixo Yoongi do lado e então corro na direção da voz do Jimin enquanto ouvia Yoongi me chamar, mas eu queria falar com Jimin, queria ver os fogos que ele havia falado e queria ver os outros quatro rostos ao seu lado mas no momento em que cheguei perto, o grito novamente e então caio no chão, tapando os ouvidos para não ouvir aquele grito nunca mais e então abro os olhos, acordado em minha cama.

Meus olhos percorreram cada canto daquele quarto, cada objeto e papel jogado no chão, percebendo uma movimentação e então, vejo Eunji se sentar na cama de repente.

A encaro por alguns segundos e então ela dispara, gritando com toda força.

— AAAH SOCORRO.

Uma sensação de déjà-vu me fez encara-la por um certo período de tempo até que eu me levantasse e corresse até ela, colocando minhas mãos cada vez mais frias sobre seus ombros e então vendo-a abrir os olhos devagar e olha para mim com os olhos cheios d'água.

Aquele sentimento era estranho, eu me sentia no modo automático mas, mesmo com pouca memória, conseguia me lembrar de algo parecido com isso.

Corro até o banheiro do quarto e encho um copo com água e volto correndo. Tento deitar-la, acalmá-la mesmo não entendendo nada, tento mante-la a salvo de qualquer coisa, acariciando sua cabeça para acalma-la.

— Respira, tá tudo bem.— Digo e logo depois faço uma careta. Meu tom foi...— Você está bem?

Eu a ajudo a beber o copo com água e então limpo as lágrimas que continuavam caindo dos seus olhos. Ela estava pálida.

— E-Estou...— Ela respira e como eu já esperava, desvia o olhar e então vejo nossas malas na frente da porta e arregalo os olhos.— Que horas são?

Engulo o seco e olho para o relógio, eram exatamente 7 e meia.

— Eunji-ah...— Ela olha para mim, seria.— Que horas chegamos na universidade? Eu não me recordo de muita coisa.

— Por volta das nove ou nove e meia...— Ela leva a mão até sua cabeça.— Não me lembro. Está na hora de ir pra faculdade?

Percebo a mudança de humor nela e então a vejo se levantar. Vejo a marca roxa em sua perna, a mesma de antes e então percebo que a marca roxa só piorava como se estivesse ficando maior enquanto uma outra crescia em seu antebraço esquerdo.

— Eunji-ah...— A chamo atenção antes de entrar no banheiro e então ela se vira, me encarando. Caminho até ela, preocupada e toco a marca mas ela não parecia sentir dor alguma.— Aonde você se machucou? Tem outra em sua perna?

Aquelas marcas roxas só me lembravam da época em que o pai dela estava solto. Aquilo não era bom, eu não estava gostando nada, nada daquilo.

— E-Eu não...— Ela desvia os olhos para às marcas e então levanta a blusa.— O mais estranho é que o meu corpo está cheio.

Arregalo os olhos ao ver uma enorme marca roxa em seu peito e barriga.

— Não está doendo?— Questiono, ainda mais preocupada.— Você precisa ir ao médico, isso não é normal.

— Mas eu não estou sentindo nada, só um pouco de cansaço mas é porque eu acabei de acordar.— Ela responde e me dá às costas, simplesmente, entrando no banheiro e se trancando lá dentro como se nada tivesse acontecido.

Respiro fundo e então ouço meu celular tocar, vendo que era o Jimin. Rapidamente atendo, não esperando o próximo toque e falo antes que ele comece com um “Bom dia!”.

— Jimin-ssi, você está percebendo algo estranho ou sou só eu?— Me sento na cama, ouvindo a respiração dele do outro lado da ligação. Porque ele não estava falando?— Jimin-oppa?

— Oi? Do que está falando?

Respiro fundo.— As coisas estão estranhas. Eu me lembro de ter dormido contigo e acordei essa manhã em minha cama, como se o ontem fosse hoje, como se estivesse repetindo.

Ele solta uma risada.— Mery, você usou drogas? Chegamos ontem, você nem veio me visitar hoje, do que está falando? Aonde está?

— O que? Ontem? Faz dois dias que chegamos de viagem, Jimin. Está brincando comigo?

— O que? Ficou louca?— Arregalo os olhos. O que estava acontecendo?Eu estava começando a entrar em desespero.— Olha, enfim, eu estou com muita dor de cabeça, pedi para que o Yoongi fosse te buscar, tudo bem?

— De novo?— Meu queixo cai.

— Mery, você com certeza não está bem. Deve ter ficado louca, mas eu continuo amando você mesmo assim. Mas, enfim, eu só quero descansar e faltar uma vez não vai me matar.

— Jimin?— Engulo o seco.— Você está doente? Se sente ou sua testa está machucada de alguma forma?

— O que?— Um silêncio paira por um momento.— Bom, eu acordei um pouco cansado essa manhã, deve ser por causa da longa viagem, por que?

— Jimin, algo não está certo.

— Mery, para com isso, está tudo bem. Eu amo você, mas às vezes é meio paranoica.— Ele solta uma risadinha.— Hey, que tal você vir aqui me visitar, cuidar do seu namorado querido?

Engulo o seco.— O que?

— Se não quiser...— Eu o corto.

— Eu vou sim, não se preocupe. Na verdade, estou pensando em não ir a faculdade hoje…

— O que?— O tom de voz dele muda para sério.— Você não vai faltar na faculdade. Você precisa ir.

— Eu também me sinto cansada, Jimin...— Ouço ele bufa.— Por que quer tanto que eu vá?

— Eu já combinei com Yoongi, ele está indo te buscar.

A desculpa dele não me convenceu.

— Tudo bem, eu ligo para ele e digo que apenas Eunji irá.— Rebato.— Não estou disposta.

— Mas você não pode fazer...— A ligação cai e no mesmo momento uma mensagem do Yoongi chega no meu celular e Eunji sai do banheiro, de cabeça baixa.

— Pode entra...— Ela fala e passa por mim.

Estranho. Encaro seu corpo molhado e com machucados se afastar devagar. Eunji, fingindo não ter ninguém por perto, começa a trocar de roupa e então eu entro no banheiro.

Um cheiro de algo queimado invadiu meus sentidos quando liguei o chuveiro mas não havia nada queimado por perto. O cheiro era estranho e nada agradável, como se alguém tivesse queimado borracha ou cabelo. Tento ignorar aquele cheiro e quando termino de fazer tudo o que preciso, saio do banheiro enrolada em uma toalha e olho para o relógio, vendo que ainda era sete e meia.

— O relógio parou?— Questiono, batendo no mesmo com o dedo.

— Aparentemente sim...— Ela murmura enquanto tentava abotoar os botões da calça, e então eu a ajudo.— Você está bem? Parece preocupada com alguma coisa.

Engulo o seco, encarando seus olhos brilhantes e então assinto, me afastando e indo de encontro com o meu armário.

Me visto e me arrumo, jogando meus cabelos sobre os ombros, decidida enquanto observava meu reflexo no espelho, que eu iria descobrir o que estava acontecendo. Era como se o mundo estivesse apertado no modo repetição, era como se eu estivesse sendo forçada a viver a mesma coisa sempre. Sinto uma ansiedade, como se precisasse de respostas a perguntas que eu não fazia ideia, mas como responder algo que eu não sei?

Eu me sentia sufocada.

— Mery, tudo bem? Está admirando sua beleza a um tempo.— Ouço o tom de deboche de Eunji e me viro, vendo-a sorrir para mim.

— E-E...— Engulo o seco.— Você acordou gritando, lembra do sonho que teve? Eu fiquei preocupada.

— Eu não consigo lembrar o que era, mas eu estava apavorada.— Ela responde, usando o mesmo tom e me olhando da mesma forma, como se eu já tivesse visto aquilo antes.— Quando acordei...foi como se eu tivesse esquecido tudo.

Vejo Eunji colocar os óculos e arrumar seu casaco xadrez, sorrindo para mim enquanto dizia que precisávamos ir por causa do Yoongi. Respiro fundo e término e aprontar minha bolsa, colocando-a nas costas e então vendo Eunji sair do quarto.

— O que devo fazer...— Murmuro para mim uma última vez, olhando meu reflexo no espelho.

Pego minhas chaves e então assim que saio do quarto, sinto meu celular vibrar de repente. Sinto um choque vindo do meu peito, como se alguém tivesse injetado adrenalina em minhas veias ou eu tivesse levado um choque, perco a respiração por um momento enquanto meu coração dispara contra o peito e então me visão e sentidos param, me fazendo cair na porta do quarto de joelhos.

Lágrimas caem dos meus olhos e então abro a boca, afim de pedir ajuda, gritar por alguém mas o corredor estava vazio e quanto mais esforço eu fazia, mas doia. Sentindo meu ar ir embora, levanto a cabeça e percebo o quanto minha carne ardia contra a pele e de repente, tudo some.

A dor, a ardência, a falta de ar, tudo se vai e eu volto a respirar normalmente. Me levanto, apoiando minhas mãos ainda trêmulas contra a parede e tento dá alguns passos. Apalpando o caminho até o fim do corredor, tento me manter firme e então paro ali, limpando meu rosto. Em algum lugar um relógio está fazendo barulho,mas, fora isso, o silêncio é total.

Respiro fundo, olhando ao redor mas ele estava completamente vazio. Volto a andar e bufo ao ver que Yoongi me esperava em seu carro, sorrindo para mim.

Me aproximo e entro no carro, vendo que Beatriz não estava lá dentro e Eunji dormia no banco de trás.

— Bom dia, Sister.— Yoongi me observava, sorridente.

— Eunji já está dormindo?— A encaro e volto a olhar para Yoongi.— Aonde está Beatriz?

— Aparentemente ela se sente cansada demais para assistir aula hoje.— Ele responde, parecia um pouco impaciente.— E bom, Eunji apenas entrou e fechou os olhos. — Ele olha para o cinto de segurança e para mim em seguida.— Coloque bem o cinto.

— Por que?— Questiono, me sentindo curiosa de repente.

— Não quero que se machuque no futuro, quer acaba com a garota da notícia?— Ele arqueia as sobrancelhas, mas eu não havia entendido aonde ele queria chegar.

— Que? Do que está falando?— Pergunto.

— Houve um evento noite passada e um grupo de jovens sofreu um acidente muito grave e aqueles que não estavam com cinto morreram, uma garota está gravemente ferida. Pelo amor de Deus, você não lê as notícias pela manhã?

— Eu não tenho 80 anos, Yoongi.— Respondo e reviro os olhos, colocando o cinto e verificando se eles estavam bem colocados.— Feliz?

Ele sorriu e passa a mão em meu cabelo, assistindo.— Muito!

Ele acelera o carro e dá a volta, indo em direção ao campus da faculdade.

— Yoongi, quem era a garota? Ela era da faculdade?— Pergunto, curiosa.

— Na verdade eu não faço ideia, nunca a vi mas parece que foi sério.— Ele fala.— Ouvi os atletas falando no corredor hoje pela manhã e depois vi que estava no jornal local. Aliás, está com fome?

— Na verdade não, estou sem apetite.— Digo.

— Foda-se, você vai comer do mesmo jeito. Está tão magra, está perdendo peso muito rápido.— Ele fala.— Você vai comer alguma coisa. Jin e Namjoon estão nos esperando em uma lanchonete, vamos comer.

Abro um sorriso e concordo.— Tudo bem! Alias, algo estranho aconteceu comigo antes de sair do quarto…

— O que aconteceu?— Ele me olha preocupado.

— Eu senti uma dor muito forte no peito, achei que fosse expludir.— Respondo, bufando.— Acha que devo ir ao médico?

— Você vomitou ou algo parecido?— Ele pergunta e eu nego.— Pode ser que esteja grávida. Jimin e você são dois irresponsáveis, vivem transando sem proteção.

Reviro os olhos.— Não, eu não queria vomitar. Era uma dor horrível, eu fiquei sem forças mas de repente, passou.

— Fome.— Ele fala.— Você realmente precisa comer algo. Passou uma semana inteira comendo besteiras, precisa se alimentar direito.

Suspiro.— Pode ser…

Chegamos lá em menos de cinco minutos, vendo o carro do Jin estacionado bem na frente e pelo visto, ele havia batido o carro em algo pois o farol de trás estava quebrado.

Abro a porta do banco de trás e mexo na Eunji, tentando acordá-la para irmos comer, mas ela nem se mexia.

— Deixa ela dormir, deve está morta por causa de ontem.— Ouço Yoongi falar enquanto abaixava os vidros do carro.— Eu compro algo para ela comer quando voltamos para a faculdade.— Ela deve está cansada.

— Tem certeza?

Ele concorda e eu simplesmente fecho a porta, me juntando a ele e entrando, vendo que nossos amigos estavam nos bancos, inclusive Hoseok estava ruivo e vivo. Sinto algo forte em mim, sinto vontade de correr até ele e abraçá-lo até esmagá-lo, era como se eu devesse mesmo fazer aquilo, como se fizesse parte do meu papel, mas eu não fiz.

— Sentiu minha falta?— Hoseok fica em pé quando me vê e então caminho até ele, deitando minha cabeça em seu peito enquanto sentia o perfume levemente doce em minhas narinas, mas eu fui arrancada de perto dele antes que pudesse fazer qualquer coisa por causa do Yoongi, que puxou sua orelha e gritou com ele.

— Oi Mery.— Era a voz da Ana, ela sorria para mim enquanto Jin, ao seu lado, fazia o mesmo.

Cadê Namjoon? Ele deveria está aqui, não é mesmo?

— Olá...— Abro um sorriso ao ver meus amigos. Jin, Ana, Jungkook e até mesmo Hoseok estava ali.— Cadê o Namjoon?

Jin junta às sobrancelhas, parecia confuso ao ouvir o nome do marido e então ele começa a olhar ao redor, olhando para todos com uma expressão preocupada.

— Eu...— Ela abre a boca mas logo se cala, em seguida, vejo Namjoon atravessar a porta da lanchonete. Com os sapatos sujos de lama e grama molhada, ele sorriu ao nos ver e se senta.— Aonde estava?

— Eu só me atrasei.— Ele responde e beija Jin, sorrindo ao me ver.— Tudo bem, Mery? Parece preocupada.

Engulo o seco.— Aonde estão os outros?

— A maioria vai faltar. Parece que todo mundo se sente indisposto...— Responde Jungkook sorridente.

— Como foi a viagem?— Ouço a voz de Hoseok e olho para o mesmo, percebendo que ele encarava meus dedos.— Isso é um anel de noivado?

— Quase acertou…— Respondo, seria.

— Jimin e Mery voltaram.— Responde Jungkook de boca cheia.— Fizeram até tatuagem juntos.

— Aonde? Cadê?

Mostro minha tatuagem com uma certa animação, me recordando dos momentos bons da viagem e do Jimin tão perto de mim.

— É uma daquelas tatuagens de casal?— Perguntou Hoseok e eu assenti.— O que Jimin tatuo?

— “Oppa”, eu que escolhi.— Respondo, sorrindo.— Ele tatuou no mesmo local que eu.

— Que fofo, aliás, aonde ele está?— Ouço ele perguntar.

— Ele me ligou dizendo que não se sentia bem e que não assistia a aula hoje.— Respondo.— Deve está…

Me calo, de repente. Eu estava repetindo falas?

Porque tudo parecía ser apenas um déjà-vu, como se eu já tivesse vivenciado tão experiência.

Li certa vez que uma pessoa tem um déjà-vu quando as duas metades do cérebro processam as informações em velocidades diferentes: o lado direito alguns segundos antes do esquerdo, ou vice-versa. Minha pior matéria é ciências, por isso, não entendi todo o artigo, mas isso explicaria essa estranha sensação de duplicidade, como se o mundo — ou você — estivesse se partindo em dois. Pelo menos é assim que me sinto: como se houvesse um eu real e um reflexo dele, e eu não soubesse distingui-los. A questão é que o déjà-vu sempre vem e vai com grande rapidez — trinta segundos, um minuto no máximo. Mas esse não acaba. Tudo é igual: Às salas, às expressões, não importa o que acontece, tudo parecia seguir apenas um rumo, um único rumo, não importando o que eu faça.

Acho que estou ficando louca.

— Mery...— Yoongi estrala os dedos em minha frente, me fazendo acordar.— Tudo bem?

— Não, eu ouvi dizer que bateram em um carro na rua principal.— Fala Jin para Jungkook.— Como é possível que tenham batido em uma árvore?

— Mas eu vi as fotos na internet. Inclusive, um aluno do meu curso estava no carro também. Pelo o que eu li e ouvi hoje de manhã, perderam o controle do carro e com isso o carro acabou saindo da rua e batendo em uma árvore.— Afirma Jungkook.— Poucos sobreviveram, metade está no hospital no centro e o resto morreu.

— Você está errado, não é isso o que diz às notícias.— Fala Jin, revirando os olhos. Ele estava mesmo levando aquela discussão a sério.

— Gente, pelo amor de Deus, eu estou aqui.— Fala Hoseok.— Memórias positivas, por favor. Não quero falar de acidente nenhum, eu não os conheço, não me importo.

— Uau!— Murmura Ana.— Isso foi bem insensível.

Dou risada.— Concordo.

Jhope revira os olhos.— Tanto faz, só vamos mudar de assunto.— Como foi a viagem?— Pergunta Hoseok, animado.

— Ya, foi ótima.— Responde Jin, fazendo seus famosos sons com a boca, como se estivesse contando a coisa mais empolgante do mundo.— Comemos bastante, houve brigas, descobri que o gemido da Mery é bem alto, que Jimery foi oficializado de verdade e que os dois parecem coelhos transando.

Minhas bochechas coram e então sinto Yoongi colocar suas mãos sobre as minhas bochechas, dizendo o quanto estavam coradas e como eu já esperava, o mesmo assunto, às mesmas expressões e os mesmo olhares sobre mim. Eu odeio mesmo quando começam a falar da minha vida sexual.

— Aigoo, vamos mudar de assunto.— Pede Yoongi por mim, rindo. Eu sabia que ele não queria rir de mim, mas era quase impossível para eles. Reviro os olhos e pego meu celular, mandando uma mensagem para o Jimin mas ele nem mesmo visualizou e em seu contato, dizia que ele não estava online a muito tempo. Eu não soube explicar, mas minha feição muda de repente e uma necessidade terrível de ve-lo percorre minhas veias.

— Meu estômago dói.— A risada do Hoseok me tirou do transe e no mesmo momento, Namjoon acaba se assustando com a risada com o barulho da risada e enquanto bebia sua vitamina de beterraba, acaba derramando tudo em sua roupa e em cima do livro que lia, o mesmo livro que vi ele lendo na kombi, aparentemente ele ainda estava na metade mas aquilo não era importante, ele manchou sua roupa com o líquido de cor vermelha e resmungou algo enquanto Jin ia até o balcão para ajudar seu marido a se limpar mas era tarde demais.

Namjoon levantou-se e eu o observo ir, já esperava por aquilo e então me levanto também.

— Aonde vai?— Ouço Hoseok gritar.

— Volto já.

Corro em direção ao carro do Namjoon e antes que ele entre no carro, entro também.

— Eu preciso que me dê uma carona até a fraternidade de vocês. Preciso ver o Jimin.— Digo, respirando fundo e então ele olha pra mim, surpreso.— É sério, Namjoon.

— O que? Porque? Você não tem aula?— Ele pergunta.

— Não questione, apenas ligue o carro.

Ele arqueia as sobrancelhas e assinte, acelerando assim que saímos do estacionamento. Sem falar nada o caminho todo, chegamos alguns minutos depois mas eu não espero ele desliga o carro, assim que passo pela porta principal, sinto um forte odor de algo queimado e um sentimento terrível de que eu estava no lugar errado, na hora errada, mas aquilo não me impediu de continuar.

Corro, apresso meus passos e vendo aquela porta de madeira em minha frente enquanto sinto arrepios em minha pele, erguendo meus pelos enquanto algo em mim me dizia “não”. Sentia vontade de chorar, mas não saía lágrima alguma. Era só uma espécie de tristeza, de náusea, uma mistura de uma com a outra, não existe nada pior mas aquilo não foi o suficiente para colocar minha mão sobre a maçaneta e girar.

Meu coração disparava contra o peito, aumentando e aumentando conforme a tensão crescia e então eu finalmente abro a porta do quarto, vendo que tudo estava normalmente e Jimin, dormia em sua cama com as cobertas cobrindo seu corpo inteiro.

Engulo o seco e dou alguns passos precisos até a cama. Puxo o lençol devagar para não acorda-lo e então a porta do quarto se fecha de uma vez e quando me viro, ninguém está na cama, era apenas o nada e o corpo do Jimin não estava ali. Assustada, apresso meus passos até o banheiro e abro a porta vendo que ele não estava lá também e volto, dando de cara com a porta do quarto do Jimin novamente, como se eu tivesse acabado de chegar.

Olho para trás, assustada, confusa e quando encaro a porta novamente, engulo o seco e bato na mesma uma, duas, três e nada.

— Jiminie...— falo seu nome, tentando me manter a calma para poder pensar mas minha voz saiu tão baixinha que quase eu não a escuto.— J-Jimin-oppa.

— Está aberta.

Era ele, era a voz dele, sua doce e suave voz.

Junto forças, sentindo meus dedos trêmulos sobre a maçaneta e então a giro, abrindo a porta. Jimin deitado em sua cama e com uma máscara preta cobrindo seu rosto, vejo que ele me encarava com uma certa confusão enquanto sua aparência não era uma das melhores.

Ele estava péssimo, como se estivesse apodrecendo aos poucos mas seu cheiro continuava o mesmo e aquilo fez meu coração acalma-se. Respiro fundo, um pouco ofegante e então ele sorri pra mim.

— Oi, achei que viria mais tarde.— Sua voz estava baixa, bem baixa.— Como você está?

O encarando da porta, sinto uma lágrima escorrer em minhas bochechas e então, fraca, acabo caindo de joelhos no chão.

— Jimin-ah, o que está acontecendo? Eu estou com medo.— Murmuro baixinho, limpando as lágrimas do meu rosto e então vejo um par de pernas se aproximaram. Abaixando-se e me segurando com suas mãos frias, Jimin sorrir pra mim e limpa meu rosto.— Por que está tão frio? Você está congelando.

— Você se sente feliz?— Ele pergunta, baixinho e então eu balanço a cabeça, murmurando um “não” enquanto minhas lágrimas continuam a molhar meu rosto.— Por que?

— Eu me sinto confusa.— Respondo.— O que está acontecendo?

— Sorria para mim, Mery.— Ele pede e então se aproxima de mim, colocando nossos lábios e então, se afastando.— Quero ver seus dentes…

Engulo o seco e então um tímido sorriso cresce em meu rosto, fazendo o sorriso do Jimin só aumentar.

— Eu estou com medo, Chimchim.— Sussurro, desfazendo o sorriso.

— Shiu, shii você está bem, não se preocupe.— Me puxando pela nuca, ele encostou nossas cabeças e me beija. Meu coração acalmou-se naquele momento, algo aconteceu que me manteve calmo o suficiente e então deito minha cabeça em seus ombros, fechando meus olhos com força.— Eu te amo, Mery.

— Eu também te amo, Jimin.

No mesmo momento, ouço um alarme tocar bem alto, alto o suficiente para me fazer abrir os olhos e então percebo que eu estava de volta a minha cama. Sem Jimin por perto para me manter calma, como se fosse um sonho, arregalo os olhos ao perceber que eu estava de volta ao meu dormitório e ao meu lado, vejo Eunji se sentar na cama e então, ela grita.

AAAH SOCORRO.

 


Notas Finais


Confuso, não é?
Bom, queria pedir desculpas pela demora. É que eu estou tentando me empenhar na escola e acabei esquecendo, mas tudo bem, eu consegui terminar e quero me desculpar por qualquer coisa.
Eu me surpreendi com a quantidade de leitores no cap passou. Tantas teorias loucas, fodas e devo admitir que grande maioria estava certa, ou seja, vocês estão MESMO prestando atenção nos caps, isso é bom, sabia?
EU QUERIA ISSO E ESTOU CONSEGUINDO.
Alias, soube que algumas pessoas falam da minha fic no twitter e gente, mano, mEU DEUUUS eu fiquei feliz. Não sabia dsso e tinha gente até divulgando.
EU TO FELIZ PRA CRLH

MAS ENFIIIIIIIIM....
O QUE ACHARAM? Louco, não é? Acho que vcs ja perceberam oq está acontecendo, não é?
Apenas mantenham força, sábado que vem eu tento posta novamente, okay?
PRÓXIMO CAP:5/08


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