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História Best Mistake - Ji min-ah


Escrita por: Ptumblr

Capítulo 82 - Ji min-ah


Fanfic / Fanfiction Best Mistake - Ji min-ah

VERSÃO DO JIMIN

지민의 버전

2 semanas antes

O som das cigarras chiando pareciam gotas de chuva se chocando contra o chão, mas o dia estava bem bonito e ensolarado, mesmo que o ambiente não fosse tão contente.

Suspiro, ouvindo o silêncio das cigarras, me fazendo fechar os olhos e erguer a cabeça, vendo aquele céu com poucas nuvens e muito sol. Seria um ótimo dia para passear ou ir a praia de busan, eu penso, mas permaneço naquele banco de madeira.

Momentos de silêncio como estes me fazem lembrar de alguns momento em minha vida, me fazem lembrar das pessoas que amo e de momentos felizes que vivi com meus amigos. Cada vez mais surpreendido com a beleza da vida e do universo ao meu redor, vejo no plano de fundo do meu celular, uma foto dela, sorrindo para mim.

Sinto sua falta, eu sussurro mas ninguém escuta. Estou sozinho. Sozinho novamente mas aquilo não parecia ser algo tão ruim.

Meus médicos diziam que eu deveria descansar, fica quieto e sossegado por quase um mês mas assim que acordei, tudo o que não fiz foi sossegar e eu não quero sossegar. Mesmo que eu não possa fazer muito por eles, fica deitado em uma cama por tanto tempo também não vai adiantar muito.

— Meu braço dói...— Murmuro baixinho, tocando-o e respirando fundo.

Tudo o que eu mais quero é que apenas um deles acorde, pelo menos um, qualquer um. Eu clamei por isso por noites, dias, manhãs, madrugada, eu só queria ver qualquer um deles abrir os olhos. Saber que estavam bem novamente.

Eu queria que ela voltasse, porque se eu pudesse ver seus olhos mais uma vez, eu tenho certeza de que eu poderia descansar em paz, ou pelo menos não sofrer tanto.

Quando ouvi sua voz pela última vez, quando eu a vi fechar os olhos pela última vez, senti algo em meu peito. Mery foi a última coisa que vi antes do acidente e me dá conta de que quase uma semana depois, acordei em um hospital. Toda noite, me deito e choro, lembrado-me de que estou sozinho mais uma vez.

Tudo o que eu quero, tudo o que eu preciso é que ela acorde, que qualquer um deles acorde mas de acordo com os médicos, às coisas não estão indo tão bem quanto eu gostaria.

É claro, nem todos estão presentes. Hospitalizados no hospital particular da Seul, enquanto Yoongi, Ana e Namjoon estão na cidade do acidente, recebendo tratamento. Pelo o que fiquei sabendo, ouvindo as conversas às escondidas dos enfermeiros, Yoongi machucou a perna durante o acidente mas foi por causa dele que sobrevivemos, pois mesmo com a perna machucada, ele tentou e fez de tudo para salvar a todos, foi ele quem tentou ligar para a emergência e foi por causa deles que não morremos asfixiados com a fumaça do fogo.

Por que tem que ser assim?

Porque às melhores lembranças que tive tiveram que tomar um rumo tão assustador? Às coisas vão acabar dessa forma?

— Olá!— Era a voz do enfermeiro que tem cuidado de mim.— Por que não está com os outros? Acho que uma boa música acústica te faria bem.

Olho em sua direção, vendo-o caminhar em minha direção com um sorriso iluminado. Ele era uma boa pessoa, sabia o que estava fazendo e sempre me alimenta com comidas de verdade, e não às porcarias que me dão aqui.

— Acho que não estou tão animado.— Suspiro.— Como eles estão? Alguma novidade?

Ele não responde, mas eu sei exatamente o que aquilo significa.

— Venha, eu ajudo você a se levantar.— Coloco o braço em seus ombros enquanto colocava força em meu corpo para me colocar em cima da cadeira de rodas.— Sabe, ela canta muito bem apesar da sua idade…

— Do que está falando?

— Você realmente não me escuta?— Ele solta uma risada, tão desanimada, forçada, talvez.— Lalin é filha de uma paciente em estado terminal. Ela costuma vir aqui nas terças, quinta e nos fins de semana para cantar para mãe, mas o hospital começou a oferecer dinheiro para que ela se apresentasse para os outros pacientes também porque ela tem uma voz muito bonita.

Suspiro.— Não quero ouvir música. Me leve para o quarto da Mery, preciso ver como ela está.

— Jimin, você foi visitá-la mais de 6 vezes só hoje e ainda são três da tarde.— Ele me dá alguns tapinhas no ombro, sorrindo.— Um pouco de música lhe fará bem.

Não digo mais nada, apenas me deixo levar por ele até o jardim do hospital aonde ouço uma voz muito doce e uma melodia maravilhosa encantar meus ouvidos. A voz dela era tão soave, tão gostosa de ouvir e aparentemente, os outros pacientes achavam a mesma coisa.

Sentados em bancos enquanto a garota tocava violão e cantava, o enfermeiro trava as rodas da cadeira de rodas e sorrir para mim, sussurrando em meu ouvido que voltaria assim que a apresentação acabasse, mas eu não pretendia ficar ali por muito tempo.

Uma música, apenas uma, prometo a mim mesmo.Respiro fundo e deixo me levar pela sua voz e canção.

Ela era bastante bonita, eu observo. Tin

ha cabelos longos e uma aparência juvenil, um corpo pequeno mas um sorriso enorme. Sua mãe, a paciente que o enfermeiro havia comentado, estava na primeira fila, sempre sorrindo e apoiando sua filha, era uma cena realmente bonita.

— Obrigada pessoal. Espero que tenham gostado.— Ela fala assim que para de tocar, curva-se para os outros pacientes e delicadamente, coloca o cabelo atrás da orelha.— Nós vemos na quinta, tudo bem?

Os pacientes começaram a aplaudir e então, aos poucos foram saindo do jardim. Logo, apenas eu estava ali, vendo-a guardar o violão. Tento alcançar as travas da cadeira de rodas mas percebo que às mesmas estavam presas em algo que eu não sabia identificar o que era, mas eu já estava começando a me irritar.

— Espera, eu ajudo você.— Ouço uma voz feminina e então me assusto ao ver a garota, gentilmente, me ajudar.— Pronto!

— Obrigada.— Digo, vendo-a sorrir.

— Qual o seu nome? Meu nome é Jung Lalin.— Ela estica a mão e eu a comprimento.

— Meu nome é Park Jimin.— Engulo o seco.— Você canta bem.

Ela solta uma risadinha, totalmente sem graça pelo elogio.

— Eu agradeço, minha mãe fica muito feliz por mim também.— Ela diz e logo depois, atrás dela, vejo sua mãe, nos observando de longe.— Por que está aqui? O que aconteceu com você?

— Hum...— Eu não queria mesmo responder aquela pergunta, não me agradava me recordar daquilo, não era bom para mim. Me transmitia algo ruim que gostaria de ignorar, mas era impossível.— Eu sofri um acidente grave… Ah...— Abaixo a cabeça e suspiro.— Minha namorada, meus amigos e eu sofremos um acidente de carro.

Ela ergue as sobrancelhas, surpresa.

— Eu sei que não vai ajudar muito o que eu vou dizer nesse momento, mas eu espero que tudo termine bem para você.— Ela sorrir.— Assim como eu e você, tudo o que nos resta é esperança de que tudo acabe bem no final para às pessoas que amamos. Vocês os ama, certo?— Assinto.— Apenas acredite. Às coisas sempre melhoram quando depositamos esperança em cima delas.

Abro um sorriso.— Obrigada! Espero que as coisas melhorem para a sua mãe também, ela parece está orgulhosa de você.

Lalin sorrir e se vira, vendo a mãe observa-la com um sorriso no rosto. Sorrindo, ela olha para mim também mas seu sorriso logo some no momento em que ela escuta alguém chamá-la, uma senhora já de idade, na porta de entrada para o jardim, nos observando com uma expressão nada boa.

— Você é gentil, mas preciso ir.— Ela dá dois passos para trás.— Espero que sua namorada e amigos fiquem bem logo, Park Jimin.

Ela acena para mim e me dá às costas, indo até sua mãe e logo depois a ajudando a caminhar em direção a senhora que às esperava na porta de entrada do jardim.

Por um segundo, desejei ver aquela garota novamente mas logo depois Mery veio em minha cabeça e tudo o que pude sentir foi uma enorme tristeza e um esperança de ver seus olhos se abrindo mais uma vez.

Sentido às rodas machucarem minha mão, me apresso para chegar na sala D-159, o quarto da Mery. Abro a porta, vendo que não havia enfermeiro algum e me posiciono perto da sua cama, ouvindo apenas os aparelhos que a ajudava a respirar e se manter viva e o ar-condicionado, respiro fundo e toco sua mão.

— Oii, para você de novo...— Novamente estava falando sozinho, com esperança de que ela me escutasse. Coloco força em meu corpo, sentindo a dor e respiro fundo, tentando me sentar em sua cama enquanto segurava suas mãos quente.— Como tem estado aí? Está sonhando que estávamos transado loucamente ou sou só eu…— Solto uma risada baixinha e suspiro. Rir das minhas provocações sozinho é tão triste e humilhante, penso.— Mery, eu sinto sua falta. Sinto falta da Eunji, do Jin, Jungkook e até mesmo da Hyeri. Eu sinto falta de todos os meus amigos mas vê que você é a que está em pior estado é o que mais me destrói. Luto todos os dias para não perder minhas esperanças em tudo, em você, em mim. Por favor, mande-me um sinal de que está tendo sonhos bons.

Mais uma vez, pela décima vez naquele dia, ela não correspondeu às minhas palavras.

Seguro sua mão com mais força.

— Por favor, sei que está me ouvindo, apenas me dê um sinal de que está bem.— Fecho os olhos e conto mentalmente até vinte, mas nada, nada acontece. Fracassado, suspiro e sinto uma lágrima escorrer mas eu a limpo, antes que o enfermeiro entre.

Com um olhar triste, ele olha para às minhas mãos entrelaçadas com às da Mery e solta um longo suspiro.

— Hora de descansar, Jimin.

Não insisto em ficar, pois planejava passar a noite ali. Assinto para ele e percebo que até ele se surpreendeu pelo modo como correspondi. Sou colocado na cadeira de rodas e então vejo a porta do quarto da Mery se fechar devagar.

Ela continuava ali, dormindo profundamente.

Cansado de esperar que o enfermeiro termine de pegar meus remédios na drogaria, destravo às rodas e vou em direção ao meu quarto, adiantando o trabalho dele.

Às rodas a toda velocidade, mãos ardendo e então no fim do corredor, alguém, uma garota, Hyeri. Com o soro ao seu lado e ainda com a roupa do hospital, ela me observava se aproximar e então ergue sua mão, pedindo que eu parar. Diminuo a velocidade e então, alguns centímetros dela, vejo ela suspirar.

— Você acordou...— Engulo o seco. Não sabia como reagir, mas não nego. Se Hyeri acordou, significa que as coisas podem melhorar para os outros, talvez Jin acorde depois e talvez até… Mery.— Como se sente? Não sabia que tinha acordado...

Ela abaixa a cabeça devagar e calada, leva sua mão direita até seu estômago.

— Eu pedi que não contassem a ninguém...— Ela responde, sua voz estava tão fraca e seu rosto tão pálido.— Jimin, o que acontece agora?
Ela olha em minha direção, com os olhos cheios de lágrimas.

 

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Ouvia sua risada do outro lado do bar, vendo sua mão roçar na perna de um outro cara enquanto nossos amigos tentavam ignorar aquela cena para não me machucar como na semana passada, mas do que adiantava?

Seu cabelo cresceu, estava mais bonito e escuro, ela perdeu peso por causa do álcool e drogas mas continuava tão bonita quanto o verão passado, quando nos conhecemos.

Ela era tão bonita mas sua beleza eram como cacos de vidro, que perfuravam minha pele e me faziam sangrar.

— Ela não tem respeito por mim?— Eu me perguntava, vendo aquela cena destruir minha estruturar e fazer meu sangue subir à cabeça.

— Você precisa parar de beber, está piorando.— Ouço Eunji gritar comigo, me dá sermão e logo depois tentar tomar a garrafa da minha mão, mas eu a puxo de volta.

Eu não conseguia desviar o olhar, tentar não olhar minha garota se esfregar em outro na minha frente era como tentar negar o quanto eu era um babaca, mas porque eu continuava amando-a?

Ela era tão bonita, seus lábios eram tão pequenos e rosados e seu corpo magro me fazia sorrir, me excitar. Eu estava excitado, mesmo achando nojento, desejava que ela fizesse o mesmo comigo, o mesmo que estava fazendo com aquele cara desconhecido no fundo do bar.

Por que seus olhos eram tão viciantes?

Sinto uma gota de lágrima cair, mas ninguém percebeu. Limpo meu rosto, abaixando a cabeça e vendo que meu cigarro ainda estava aceso. Eu o levo até a boca e o trago, sentindo às feridas da minha boca doerem, mas aquela dor não era nada comparada às outras.

A vida é meio estranha, tem gente que tem tudo pra ser feliz e adora sofrer. Eu sou um belo exemplo disso, um perfeito exemplo de como é isso. Não é que eu adore parar por isso porque eu odeio, mas não consigo me ver sem esse tipo de coisa ou acordar toda manhã e não ve-la ao meu lado. Às pessoas erram, certo? Ela costuma errado 24 horas por dia mas o que temos é tão especial, tão intenso que só de me imaginar longe do seu corpo, sinto meu corpo suar.

— Vamos beber?— Yoongi levanta-se, erguendo sua garrafa de soju com um largo sorriso no rosto.— Saúde!

Brindamos naquela noite mas o clima logo mudou quando Junghwa chegou, sentou-se ao meu lado, comeu minhas batatas fritas e beijou minha bochecha. Aquele perfume não era dela, era masculino e bastante forte, mas como sempre, ela apenas agiu normalmente.

— Desculpe, a fila no banheiro estava enorme.— Ela fala, sorrindo para os nossos amigos como se não tivesse acontecido nada, como se ela não estivesse com marcas no pescoço e perfume masculino que não era dela. Seu sorriso logo sumiu quando ela olhou em minha direção, fechando sua cara e assumindo uma expressão má.— Jimin-ah, porque não vai pegar mais uma cerveja para mim? Levante-se e traga algo para eu beber.

— Você tem pernas, porque você não vai? Use-às.— Fala Eunji, batendo na mesa e desafiando Junghwa de uma forma que a fez ficar toda vermelha. Às duas se odeiam.

— Tudo bem, Eunji. Eu estava indo buscar uma para mim também.— Forço um sorriso e jogo meu cigarro no chão, pisando em cima do mesmo.— Volto já.

Me afasto da mesa, sentindo minhas estruturas cairem de uma forma deplorável, mas eu me mantive firme. Vou até o caixa e pedi duas cervejas e alguns aperitivos. Carne de porco, fritas e carne seca, às preferidas do meu amor.

— Anotado.— Fala a atendente, anotando o número da nossa mesa enquanto levava nosso pedido até o cozinheiro.— Algo te preocupa? Parece meio triste.

A observo pegar duas garrafas de soju do freezer e então ás colocar em minha frente.

Respiro fundo.— Estudando muito.— Pego às cervejas e me afasto.— Obrigada!

Viro-me de uma vez, percebendo que Junghwa olhava em minha direção e animado, abro um sorriso, mas ela apenas vira a cara, prestando atenção no que Namjoon dizia.

— Voltei.— Digo, colocando a cerveja em sua frente. Tento me aproximar da minha namorada, beijando sua bochecha mas ela se afasta, deitando a cabeça no ombro de Jungkook, que olha para mim em seguida e engole o seco. Ele não sabia o que fazer.

— Junghwa...— Jungkook tenta chamar sua atenção e afastá-la de si mas ela coloca suas mãos em cima da perna dele, perto o suficiente para alcançar sua virilha.

Mais tarde naquele dia, quase duas da manhã, nos despedimos dos nossos amigos e pegamos um metrô até o bairro da Junghwa e fomos andando até seu prédio. O aviso de atraso de pagamento ainda estava na porta dela, mas ela preferiu ignorar e entrou, tirando os sapatos e os jogando sobre o sofá que eu havia comprado para ela a uma semana atrás.

— Estou exausta.— Ela fala, tirando o casaco e amarrando os cabelos.— Acho que vou dormir…

Tiro seus sapatos de cima do sofá e os coloco no chão, encarando ela caminhar em direção ao corredor.

— Acho que deveríamos conversar...— Digo, firme mas ela não parecia se importar com o que eu havia dito e continuo andando até seu quarto. Eu estava decidido a pôr um ponto final naquilo, estava determinado a terminar com ela e então, quando chego em seu quarto, eu a encontro quase nua. Apenas de calcinha de blusa, sem sutiã.

— Sobre o que quer conversar?— Ela lança seu olhar para mim, me causando arrepios.

— Porque toca Jungkook daquela forma? Na minha frente, na frente dos meus amigos...— Respiro fundo.— Junghwa, o que é isso? O que estava fazendo?

Ela ergue as sobrancelhas, surpresa. Como ela conseguia agir daquela forma? Tão sonsa e sensual.

— Do que está falando? Eu não fiz isso. Eu nunca fiz isso.— Ela diz, falsa, tão falsa e sonsa.— Você tem provas contra mim?

— Não, mas eu...— Ela me interrompe, se levantando e me empurrando.

— Jimin, eu odeio quando você começa com esse ciumes idiota e inútil.— Ela rosna, revirando os olhos e então me empurrando novamente com mais força.— É exatamente isso o que estraga nossa relacionamento. A merda do teu ciúmes.

— Junghwa...— Ela me interrompe novamente.

— Você me deixa triste, sabia?— Seus olhos começam a se encherem d'água.— Confiança, Jimin. É disso que precisamos mas você sempre ferra com tudo, você e esse ciúmes, por isso que às vezes duvido que realmente me ame como diz que ama. Isso é tão injusto, Park Jimin, não é justo comigo.— Ela se vira rapidamente e então vejo algumas gotas molharem seu tapete.— Você não me ama como eu amo você, não é?

— Eu te amo, Junghwa, eu te amo demais, às vezes até demais.— Digo, engolindo o seco e então ocupando o espaço que nos separava. Eu a abraço forte por trás e beijo o topo da sua cabeça, limpando suas lágrimas com tanta delicadeza, enquanto ela olhava para mim com uma cara triste.

— Eu te amo também, Jimin.— Ela solta um suspiro e se afasta, caminhando até sua cama.— Mas às vezes, o teu amor é realmente questionável.

 

Ela estava fazendo de novo, como toda noite, ela me fez sentir a culpa que ela deveria está sentindo. Junghwa não tinha sentimentos, mas eu tinha sentimentos bem fortes por ela. Tentei toca-la, abraça-la mas sentimental como aparentava está, ela me empurrou e deu-me um tapa por mais uma vez reclamar sobre o ocorrido no bar.

Eu a vi sair pela porta, apenas de calcinha e blusa. Eu a vi pegar minhas chaves e prometer não me ver mas depois daquilo mas eu apenas fiquei quieto, vi ela ir embora e nem tentei impedi-la porque no fim das contas, eu saberia que ela voltaria. Naquela madrugada, eu não consegui fechar os olhos ou pegar em meu celular, teria aula no dia seguinte mas não me importava.

Eu enchi a cara, injetei coisas em mim e fumei quase seis baseados apenas para tentar esquecer tudo de uma vez só, mesmo que por uma madrugada inteira. Amanheci o dia acordado, com adrenalina no sangue, eu apenas tomei um banho e esperei Namjoon vir me pegar.

— Junghwa ainda não voltou com o meu carro.— Suspiro, cansado. Meus olhos estavam pesados, mas eu estava s

em sono.— Obrigada pela carona, hyung.

— Brigaram de novo?— Pergunta Namjoon, soltando um suspiro.— Jimin, somos amigos, nos conhecemos a muito tempo mas você precisa escutar seu hyung. Junghwa, é uma pessoa ruim. Ela só te faz mal.

Eu sei, hyung. Eu sempre soube, mas como poderia negar meu amor a ela? Eu não respondi, briguei ou xinguei ele, pois ele estava certo mas ela era o tipo de erro que eu gostaria de cometer sempre, ela era o mal que eu sentia ser necessário para mim.

Chegamos mais cedo na faculdade, mas eu não fui direto para o refeitório com Nam, eu fui atrás do meu carro e acabei não encontrando. Tarde demais para assistir a aula, fiquei nas escadas, apenas aguardando o tempo passar.

Eu já não era o mesmo a um bom tempo e conseguia enxergar isso em meus olhos. Eu já não conseguia sorrir como antes ou sentir quem realmente eu era. Eu era da Junghwa, isso começou a bastar para mim, não importa às merdas que ela fizesse, no fim acabamos juntos e nosso sexo era um alívio para minhas preocupações e tudo bem ela me usar, eu continuaria sendo apenas dela. Mas ela era minha?

— Você é tão bobinho...— Ouço a voz dela vindo das escadas.— Eu gosto disso, Jaejae.

Jaejae?

Eu a vi subir às escadas naquela manhã, de mãos dadas com Jaebum, meu amigo e com o pescoço cheio de chupões e os lábios feridos. Engulo o seco, sentindo uma raiva incomum dentro de mim, mas eu não consegui fazer nada.

Eu estava destruindo nosso relacionamento com o meu ciúmes, não é? Talvez devesse controlá-lo.

Jaebum, com vergonha por ser visto com a minha namorada em minha frente, rapidamente solta às mãos dela e sorrir para mim.

— Bom dia, amigo.— Ele fala, sorrindo enquanto Junghwa apenas me analisava, seria. Ela nunca mais sorriu para mim, sempre que seus olhos encontravam os meus, sua expressão mudava de sorridente para séria, brava.

— Bom dia, Jaebum.— Digo, sério.— O que fazem juntos?

— B-B-Bom, nos encontramos na entrada da universidade e eu decidi acompanhá-la… Não é mesmo, Junghwa?— Ela não responde, continua olhando em minha direção, totalmente séria.— Bom, o que faz fora da sala? Sua aula não começou?

— Na verdade…

Eu poderia ter uma ideia do que estava acontecendo mas Jaebum era um bom amigo e dessa vez, resolvi acreditar em suas palavras. Ele não era uma má pessoa, ele era meu amigo. Nós conhecemos esse ano mas ele nunca se deu mal com ninguém, na verdade ele sempre foi muito gentil com todo mundo e Junghwa e ele não se deram bem no começo mas ele nunca a tratou mal em minha frente. Eu deveria desconfiar?

Suspiro baixo, vendo o tempo passar diante dos meus olhos pequenos. Muita coisa acontece em três meses, não é? Muitas brigas e eu perdido no meio do caos, sentindo a cocaína me proporcionar sensações de puro prazer e paz.

Eu estava me afundando em mim mesmo, me afogando em minhas lágrimas e me sufocando com o ar em meus pulmões.

Havia noite em que eu queria tanto me deitar ao lado dela, envolvê-la em meus braços e adormecer. Não queria transar, como nos filmes. Nem mesmo fazer amor. Só queria dormir com ela, no sentido mais inocente da palavra. Queria ouvir o gemido da Junhgwa em meu ouvido e esquecer que ela transava comigo enquanto pensava em outros, eu queria tê-la por uma única noite mas essa noite nunca aconteceu.

Não sei em que momento nos perdemos, em que ponto dessa caminhada deixamos para trás nossa pureza e passamos a olhar tudo com desconfiança e descrença, mas tenho certeza que tem dedo dela nisso.

Mas como todo relacionamento, tivemos nossos momentos juntos, aliás, muitos e é por causa deles que eu ainda enxergo algo de bom naqueles olhos e lábios maravilhosos. Lembro-me como se fosse ontem, estávamos sozinhos no telhado, ouvindo radio enquanto jogávamos baralho e ela me disse, pela primeira vez que me amava, mesmo a gente sendo apenas amigos.

— Você está brincando comigo?— Eu questionei, desconfiando de suas palavras, aliás, ela costumava fazer essas brincadeiras idiotas só para me provocar.— Bae, você sabe que eu...— Ela me interrompeu.

— Chim, você acha que estou mentindo?— Ela abre um sorriso e joga o cabelo para trás, me dando uma bela vista do seu rosto.— Você me ama também? Se dizer não, considere minha confissão como apenas uma brincadeira. Não quero ser a trouxa apaixonada.

Dou risada.— Acho que amo você também.

Há tantas coisas que eu não sabia sobre ela naquela noite, tantos segredos e prazeres mas eu senti uma felicidade tão grande por saber que ela tinha sentimentos por mim e tenho certeza que ela sentia o mesmo por mim, pelo menos naquele tempo.

— O que acha da gente se casar amanhã?— Ela sorrir de orelha a orelha.

— Não acha que está indo muito rápido? Me pague um jantar primeiro.— Digo, brincando.

— Eu pagaria outra coisa para você, mas um jantar está bom.— Ela me deu uma piscadinha, dando gargalhada em seguida.

— Isso quer dizer que estamos namorando agora?— Eu senti minhas mãos soarem naquele instante, vendo ela decidir se aceitaria ou não. Não poderia me senti mais nervoso.

— Se eu for o homem da relação, tudo bem.

Eu considero aquela uma das melhores noites da minha vida. Ela parecia ser tão inocente naquele tempo, tinha um sorriso tão doce mas às vezes conseguia me excitar só ao pronunciar meu nome. Era louco como tudo aconteceu tão rápido e deu tão certo nos primeiros meses, pelo menos até ela me mostrar quem era de verdade, até eu perceber quem ela era e me ver preso nesse tipo de romance mal feito.

É claro que muito tempo se passou depois daquilo, e apesar dos inúmeros motivos para terminarmos, ela me deu outros motivos para ama-la de uma forma tão intensamente, motivos o suficiente para deseja-la para sempre.

Ainda me pergunto se valeu mesmo ter insistido tanto em um relacionamento que havia acabado a tempos atrás. Naquele tempo éramos tão jovens, eu era tão imaturo e eu consegui enxergar nela algo que despertou em mim um sentimento de aventura.

Aquilo era bom?

No natal, na noite de natal, estava frio e eu tinha coisas a fazer mas Junghwa não apareceu para me desejar feliz natal” naquele dia, na verdade nossas brigas só aumentaram e sempre que isso acontecia, ela ia embora e voltava com chupões e perfumes masculinos. Eu passei três meses aguentando ela me olhar com puro desprezo e sempre que eu questionava sobre nosso namoro, enquanto eu dormia, ela injetava cocaína em minha veia, o bastante para me deixar inconsciente por um dia inteiro.

Era loucura, eu sei, mas naquele dia, naquela noite de natal, enquanto eu me preparava para minha última luta do ano, decidido a ganhar aquela porra para pagar o conserto do meu carro, dei tudo de mim, descontei todas às minhas frustrações naquele corpo desmaiado de mais um universitário imbecil.

Eu sangrei naquela noite e sentia meu rosto queimar sempre que ligava para Junghwa e percebia que ela não atendia. Ela desligou o celular e tudo dizia, que mais uma vez, ela estava com outro.

Ela fez amor, chupou um outro alguém e nem sequer me devolveu meu carro. Eu fiquei tão enfurecido ao ponto de destruir todo o seu apartamento e chorando, voltei para meu quarto, entrei no banheiro e lá injetei o máximo que pude de cocaína, fumei o resto de maconha do meu armário e ouvindo música, deitei-me em minha banheira, pegando meu celular e ligando para ela uma última vez enquanto meu sangue se misturava com a água limpa da banheira.

— Oi, querida.— Meu tom manteve-se firme.— Temos que conversar. Junghwa eu não estou feliz com o nosso relacionamento...— Passo a mão na cabeça e olho para o relógio perto da pia, marcando que já estava bem tarde.— Bom, quando ouvir isso, e eu sei que você vai, apenas venha me visitar. Bom, tchau.

Desligo o celular e respiro fundo, olhando para o teto e logo depois, não muito tempo depois, fecho os olhos e quando abro, me deparo com um quarto branco. Médicos me diziam que eu havia tido uma overdose e que por pouco, por muito pouco, eu não morri.

— Nem deveriam ter se dado ao trabalho de me salvar.— Respondo, vendo que meu pai estava no quarto também.

Ele me encarou por alguns minutos, analisando minha feição e então, decepcionado comigo, abaixa a cabeça e sai do quarto, fechando a porta com força.

Uma semana depois, após receber a notícia de que seria internado em uma reabilitação para ex viciados, recebo a notícia de que veio me visitar, mas ela estava acompanhada. Após eu ter uma crise de raiva por não conseguir, mais uma vez falar com Junghwa, Eunji acabou marcando sua visita e no dia seguinte apareceu com um buquê de flores.

A verdade é que eu não desejava ve-la, eu queria mesmo era saber da Junghwa, queria que ela me fizesse uma visita e bate-se em mim por ter me drogado a esse nível tão radical, receber uma bronca por ter acabado com o nosso estoque, mas não, era apenas a Eunji e com noticias que me abalaram de um jeito que jamais imaginei.

— Ela morreu.— Ela me disse, abaixando a cabeça em seguida enquanto brincava com suas bijuterias.— Foi enterrada a quatro dias atrás e… Jimin, ela estava grávida.

Lembro-me com detalhes de ter sentido minha cabeça se esvaziar. Eu prendi minha respiração naquele momento, não acreditando.

— O que?

Eu não compreendi no momento em que ela disse, nem mesmo quando ela foi embora. Lembro-me de ter entrado naquele quarto e ao ver meu reflexo, imaginei Junghwa abrindo a porta, bêbada ou algo do tipo. Eu desejei que ela voltasse por dias, semanas.  Eu precisava ve-la uma ultima vez mas aquilo sequer aconteceu e eu nunca tive coragem de ir até o cemitério visitá-la.

Quando fui solto, prometi a mim mesmo que iria tentar esquecer toda essa história, tentava ignorar o fato de um possível filho e tudo o que aconteceu no ano retrasado. Eu precisava de um recomeço, algo novo, experiências novas e um pouco de paz, por isso dediquei meu tempo livre em exercícios e a universidade. Mudei de visual, pintei o cabelo, perdi peso. Eu pretendia começar meu ano com o pé certo dessa vez.

Meu objetivo assim que o ano começou foi: Esquecer Junghwa. Esquecer as brigas, dá adeus às drogas e tentar arrumar minha vida, dando atenção a coisas importantes, como às minhas amizades.

— uhhh, ouvi dizer que teremos calouros maravilhosos.— O temperamento da Eunji mudou novamente. Isso sempre acontece quando ela bebe demais.— Ya, não posso acreditar que amanhã começa tudo de novo.

Bufo, colocando a garrafa de soju na mesa. Eu estava bem alterado, após o sexto copo, já não sabia mais em que copo estava.

— Você só sabe falar disso?— Reclama Beatriz, batendo na mesa. Ela também estava bem bêbada.— Aish, apenas cale a boca.

Beatriz. Namorada do Yoongi a dois anos, ela era bonita e bastante inteligente mas era tão mau humorada. Ela era ótima em fazer as pessoas odiarem ela em apenas dez minutos, mas Yoongi a amava e eles eram um ótimo casal.

Dois mal humorados. Eles se entendiam bastante.

— Soube que terei que dividir o quarto com uma garota, ainda não sei quem ela é mas fico imaginado. Será que ela é bonita?— Vejo Eunji apoiar a bochecha sobre a mão, como se estivesse mesmo imaginando.

— Com certeza é uma gorda estranha.— Falo, rindo.— Não que eu tenho algo contra garotas gordas, na verdade, a maioria é muito atraente. Gosto de pessoas com bastante carne, para dormir abraçadinho e...— Yoongi me interrompe.

— Para de falar besteiras. Você está bêbado.— E mesmo dizendo que eu estava bêbado, ele enche meu copo mais uma vez enquanto eu enfio a salsicha frita dentro da boca.— Por sorte, não terei que dividir quarto com ninguém. Meus objetivos esse anos são: Estudar bastante, arrumar dinheiro e dá um jeito de comprar um apartamento.

— Odeio criar expectativas no começo do ano, porque elas nunca se realizam.— Hoseok vira o copo e então respira fundo.

— Eu tenho muitas expectativas para nós dois… essa noite.— Taehyung solta dá uma piscadinha para Hoseok e rindo, os dois se beijam.

Eu realmente odeio quando eles começam a se pegar quando estão bêbados pois é como se eles esquecerem que existe outras pessoas ali e faltam transar na nossa frente. Eu me senti na obrigação de separá-los, colocando um de cada lado.

— Sem sexo com platéia essa noite. — Namjoon dá a ordem para todos, inclusive para Hoseok e Taehyung.— É o nosso último dia de férias, temos que aproveitar.

— Falando em aproveitar… Vão dá uma festa amanhã ao anoitecer.— Avisa Jin, animado.— Terão muitos calouros e muita bebida. Talvez seja a chance de alguém desencalhar…

Eles estavam falando do Jungkook mas o mesmo estava tão entretido em seu celular que sequer prestou atenção na conversa. Ele estava apaixonado pela estudante de cinema, Ana, uma estrangeira com descendências coreanas que por fotos, era bastante atraente. Eles sempre foram amigos, mas a amizade dos dois tem ficado ainda mais forte ultimamente por causa da amizade entre ela e a Beatriz.

— Jungkook-ah, preste atenção. É a sua chance de arrumar alguém.— Eunji grita, batendo na mesa de uma forma agressiva.— Desculpa!— Ela cora logo em seguida, envergonhada.— Acho que vou parar de beber.

Rimos.

— De qualquer jeito, não me esperem na celebração de boas vindas aos calouros.— Digo, virando o copo mais uma vez e abrindo um sorriso tão convincente e confiante.— Eu pretendo amanhecer na minha cama, dormir o máximo que eu conseguir.

— Novidade.— Eunji usa seu tom de deboche.— Você nunca aparece.

Fato. Eu odeio essas comemorações que acontecem todos os anos, pois é sempre uma bagunça e é muito barulho. Por isso, prefiro ficar em meu quarto e foi o que eu fiz durante o dia seguinte. Trancado em meu quarto, apenas vendo porno e me masturbando enquanto me embebedava com o licor, acordo na manhã seguinte, literalmente, acabado. Sentindo cheiro de álcool em minha cama e uma dor de cabeça me fazendo berrar de dor, tomo um banho frio e já de mau humor, me arrumo.

Eram quase oito horas, ou seja, eu estava atrasado porém bonito e cheiroso. Peguei minha bolsa naquela manhã e às minhas chaves, indo me encontrar com Eunji. Como todas às manhãs, eu sempre ia até o seu alojamento, esperar Eunji para da-lhe uma carona, mas assim que abri a porta e vi malas em cima da cama, me surpreendi.

— O que...— Sinto meu celular vibrar naquele instante, vendo que era uma mensagem do Jungkook. Não era nada muito importante e então, no momento em que ouço a porta do banheiro se fechar e me viro-me, me surpreendo ao ver olhos desconhecidos e tão bonitos.

Eu costumo me recordar da sensação que senti no momento em que vi seu rosto todo molhado e o cabelo úmido, jogando para trás enquanto seus olhos me analisavam dos pés a cabeça com uma certa confusão, curiosidade.

Ela é bonita, eu pensei.

Com a toalha nos pés, me dando uma plena visão do seu corpo molhado e magro, engulo o seco e logo depois vejo ela corar e junta a toalha, cobrindo-se novamente como se estivesse envergonhada demais para olhar em meus olhos.

— Não precisa ficar vermelha, você é bonitinha.— Soltei aquele comentário, sorrindo de canto, vendo que ela ficou ainda mais vermelha.

Nos próximos segundos depois, não consigo mais ouvir o que ela diz, apenas a analisava, tentando não deixar tão obvio o quanto eu me encantei com sua aparência.

— E-Eu estou falando com você. — Aquela garota pequena tentou chamar minha atenção, usando um tom mais grave.— Você deve ser um dos amigos dela, sabe aonde ela está?

— Não sei…

Foi tudo o que eu disse, enquanto escutava ela pedir que eu fosse embora, mas algo em mim não queria sair daquele quarto tão cedo. Então, eu fiquei. Jogo-me em cima da cama da Eunji.

— Fica tranquila. Isso não me interessa, você tem muito pouco a oferecer.— Tento provoca-la com palavras duras, mas ela não se deixa atingir e apenas se vira.

Vendo ela se vestir por cima do travesseiro, abri um leve sorriso ao ver a cor clara do seu sutiã, cheguei até a provoca-la novamente, e dessa vez, consegui.

— Se quiser eu te dou para você usar. Quer?— Mery revirou os olhos em seguida, me fazendo rir ao me virar e liga a TV.

Não tive intenção de fazer nada naquele momento, apenas a observei por alguns minutos, sentindo que ela estava encomodada com a minha presença. Eu gostei daquilo.

Eunji logo apareceu e da pior forma possível. Toda descabelada e desejada, vejo que ela se surpreendeu ao me ver no mesmo ambiente em que sua colega de quarto, que mais tarde, se tornaria uma das melhores coisas que havia passado por mim.

— Desculpa Mary...— Fala Eunji, coçando a cabeça.— eu esqueci que você estava aqui. Chim Chim te perturbou?

Lembro-me da sensação agradável que senti ao descobrir que o nome dela era Mery, do sorriso que tive que segurar.

— É seu namorado? Sinto muito por você. De verdade.. — Mery disse, causando gargalhada em Eunji e eu.

Mery era tão doce quando eu a vi pela primeira vez, tinha um humor meio arrogante, mas sua aparência era sempre doce. Lembro-me de notar que ela não conseguia olhar para os olhos de uma pessoa por muito tempo e às vezes era tão inocente quanto uma criança, mas seu sorriso sempre foi o meu sol, desde a primeira vez que eu a vi sorrir naquela mesma noite, até hoje. Seu sorriso me transmitia uma sensação inconfundível.

— Eu não sei não. Não quero carona de nenhum Jimin. — Ouço Mery responder a Eunji, após a mesma ter me oferecido como táxi para a garota. Sorrindo, viro-me e encaro sua feição de estranheza, fazendo ela revira os olhos e me xingar baixinho após eu ter respondido seu comentário.

Aquilo me atiçou de alguma forma.

— Eunji, você sabe que essa criança não vai aceitar ir à festa.— Provoco, ainda com um enorme sorriso no rosto, mantenho meu tom.Ela deve ser aquele tipo de pessoa que...— Imediatamente, Mery me interrompeu.

— Pensando bem, acho que eu vou sim. — Ela retrucou, encarando meus olhos, mau sabia ela que eu estava feliz ao descobrir aquilo.

Naquela mesma noite, quase meia noite, após ter injetado em minha veia o suficiente para conter a energia em mim, olho-me no espelho enquanto enrolava os cases em minhas mãos, me preparando para a luta.

Eu levei muitos socos naquela noite, mas acabei desviando de outros, por fim, venci por muito pouco. Via meus amigos e conhecidos comemorando minha vitória enquanto minha cabeça latejava por causa dos socos, mas a vitória abafava a dor e eu adorava aquela situação.

Desço do ringue, vitorioso e então perto da passagem, lembro-me de ver um celular e uma foto de uma garota, sim, era ela e então, ao erguer a cabeça, lembro-me de ver o desespero nos olhos da Mery e vou até lá, pronto para ouvir um obrigada pela boa ação, mas antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, por muito pouco ela não cai no chão após ser empurrada por um cara desconhecido.

— Toma cuidado garota, você é muito desastrada —Digo, sorrindo e então piscando para ela antes de me afastar e caminhar em direção a saída do lugar.

Após pegar meu pagamento e colocar curativos nas feridas, parti para uma festa não muito longe. Eu me senti confiante naquele dia, lembrando-me de me encontrar com algumas “amigas”. Eu nunca me senti tão animada, pronto para me embebedar, após o segundo copo de tequila, acho minha turma.

— Você foi incrível.

Muitos elogios para uma noite só. Eu podia jurar que o mundo estaria ao meu favor, pelo menos até ser jogado dentro da piscina por uma bunda e logo depois ver que era a colega de quarto, Mery.

Só de calcinha e sutiã, ela parecia surpresa por me ver e eu estava enfurecido pois meu cabelo nunca esteve tão sedoso até aquele momento.

— Desculpa.— Ela grita, engolindo o seco mas eu simplesmente passo por ela, empurrando seu ombro enquanto caminhava em direção aos outros, tirando a camisa molhada.

— Você está bem?— Pergunta Yoongi.

Assinto.

지금

 

O céu está cinza. Parecia um jardim novo. Me sinto perdido, vendo as gotas de chuva caírem e molham o vidro do meu quarto.

Quantas gotas de chuva caem em menos de uma hora?

Eu me sentia entediado, brincando de jogo da velha comigo mesmo, fingindo ter outra companhia além de mim naquele quarto branco e cinza.

Mery não estava acordada, ela nem se movimenta, continua dentro do seu sonho, vivendo seus momentos enquanto eu tenho que lidar com tudo isso e apenas manter minha esperança viva.

Fazem três semanas que Hyeri acordou e durante essas três semanas, senti que por todo hospital, ela me evitava. Mesmo que eu quisesse manter contato, conversar, interagir com ela, ela me manteve longe de si, me deixando ainda mais sozinho.

— Você está viva. Isso é o bastante para mim.— Digo, sorrindo após encontra-la no jardim assim que a chuva passou. Ela não parecia bem, tocava sua barriga sempre que olhava em minha direção.— Tem algo que queira me contar?

Ouço alguém chamar por ela e então, ao olhar na direção da porta, vejo um casal usando roupas formais e logo depois os olhos de Hyeri se enchem d'água.

Ela levantou-se e caminhando devagar, abraçou o homem e beijou o rosto da mulher. Aquela foi a última vez que eu a vi. Tentei visita-la algumas vezes, mas sempre ela estava dormindo ou recebendo visita dos seus familiares.

Eu sabia o motivo daquilo, no fundo eu sabia que ela havia perdido a criança antes da hora certa e vi que ela estava péssima por causa daquilo, mas o que eu poderia fazer? Ela se distanciava.

Sentia meus dedos congelarem por causa do ar condicionado, enquanto o som do tic-tac do relógio me deixava ainda mais nervoso pelos minutos que pareciam nunca passar.

Eu estava ansioso para que contar às notícias para Mery, eu estava contente para conversar sozinho com Eunji e fingir que os meus outros amigos também estava acordado. Gostava de fingir que Namjoon e eu conversamos sobre meus problemas amorosos, gostava de brincar com os fios escuros do Jungkook e gostava de ensaiar canções com Yoongi. Pelo menos daquela forma eu não me sentia tão solitário.

Meu corpo estava cansado, eu me sentia velho, apodrecendo. Quantas vezes eu dormi na esperança de acordar e tudo ser diferente? Quantas vezes eu abri às dez portas, com esperança de ver sorrisos e uma notícia boa.

O tempo passa mas nada acontece, tudo permanece do jeito que está e cada vez mais, a cada dia, minha fé estava sendo atacada mas eu tentava permanecer forte, por mim, por eles, por ela.

— Dez e vinte.— O enfermeiro entra com sua bandeja com os meus remédios.— Hora do remédio.

Bufo e ele me ajuda a levantar, me colocando em cima da cama.

— Como se sente?— Ele pergunta enquanto troca meu soro.— Dormiu bem? Você acordou cedo essa manhã.

— Alguma novidade?— Pergunto, suspirando.

— Na verdade, sim.— Ele abre ainda mais o sorriso.— Na verdade você vai gostar, mas não pode ver a surpresa agora, terá que esperar.

— Estou esperando por quase dois meses, acho que consigo aguentar alguns dias.— Abro um sorriso, já imaginando coisas em minha cabeça. Quem será?

— Você receberá alta mês que vem, está ansioso?— Ele pergunta, mas eu não demonstro animação.— Poxa, Jimin, animação. Soube que é um dos seus amigos.

Meu coração explode. Quem será?

Jungkook? Namjoon? Eunji?

— É a Mery?— Pergunto, sorrindo.

Meu coração explodia em emoções, fazendo minhas mãos soarem e meus olhos lacrimejar.

— Acalme-se. Eu não sei quem é, eu apenas ouvi alguns enfermeiros comentando, mas não sei quem é.— Ele dizia e então entregou-me um copo com água e alguns comprimidos.— Pelo o que ouvi falar, faz três dias que essa pessoa acordou…

Arregalo os olhos.

Como isso é possível?

— Eu preciso descobrir quem é. Por favor, deixe-me sair.— Peço, imploro já imaginando quem seria. Um turbilhão de coisas começaram a possuir minha mente, me enchendo de ideias e esperança. — Você não tem ideia de quem possa ser?

Ele nega, arrumando as coisas na bandeja enquanto eu o encarava, vejo ele caminhar em direção a saída enquanto dizia que iria buscar meu café da manhã e eu apenas assinto, já me preparando para fugir do quarto.

Pego minhas muletas, calçando meus sapatos confortáveis e arrumando o cabelo. Devagar, giro a maçaneta e me apressando, mas ao mesmo tempo, me preocupando para tropeçar e cair. Entro no corredor aonde estão os outros e suspirou, abrindo às portas devagar e vendo que a família de algum paciente cantava parabéns ao lado do quarto da Eunji.

Cruzando os dedos, torcendo para que ela tenha acordado, abro a porta de olhos fechados e então sinto meu sorriso crescer quando escuto uma voz baixa e então vejo que ainda deitada naquela cama desconfortável de hospital, Eunji deixava lágrimas caírem enquanto tentava alcançar minha mão.

— E-Eu não sinto minhas pernas...— Sua voz saiu como um sussurro, tão fracas, enquanto as lágrimas continuavam a cair.— O que está acontecendo?

Engulo o seco e então a analiso.

Sua perna direita estava erguida com muitos aparelhos ao seu redor e apesar dos curativos em sua testa e braço, ela não parecia estar preocupada com aquilo. Estava assustada, em pânico.

— Eu quero sair daqui...— Ela tenta levantar a cabeça, mas eu a impeço, tocando sua testa e pedindo que ela permaneça quieta.— Jimin, estou com medo.

Toco sua mão, cruzando às nossas em um movimento perfeito enquanto meu sorriso só aumenta.

— Estou muito feliz que esteja viva, minha amiga.— Limpo as lágrimas do seu rosto e então ela sorrir.— Eunji, você não sabe o quanto estou feliz.

Às lágrimas começam a cair em meu rosto também e então, um pouco fraca, percebo que ela tentava me puxar e então eu abraço.

이전

— Você pode me explicar como eu vi para aqui? Porque estou vestida assim e aonde estão as minhas roupas?

Seu rosto estava inchado e ela com cheiro de vômito, mas sua beleza não se deixava abalar por isso.

Lembro-me to tom castanho natural dos fios de cabelo da Mery e da cor da sua pele ao receber a luz do sol naquela manhã. Ela me encarava, séria e constrangida por ter acordado, pela primeira vez, ao meu lado em minha cama após ter me beijado na festa da madrugada passada.

Vestida em minhas roupas e após receber um sermão meu, vejo seu reflexo no espelho enquanto ela me olhava de cara fechada enquanto ainda estranhava meu antigo moletom branco e minha samba canção.

— Obrigada por me ajudar.— Ouço ela falar, tão vermelha quanto um pimentão.

Como de costume, para irrita-la, abro um sorriso.

— Não vá pensando que temos algum tipo de ligação só porque eu fui legal com você. Eu fiz isso por Eunji. Não é porque você me beijou a força e quase transamos que você pode achar que temos algo.

Lembro-me que eu adorava essa sensação. Sabia que minhas palavras a irritava mas ve-la irritada sempre foi um dos meus hobbys pois Mery fica terrivelmente fofa.

Ela arregalou os olhos.

É claro, ela não lembrava de ontem. Lembro que Mery bebeu demais, pelo menos o bastante para vomitar várias vezes durante o caminho até a fraternidade.  

— Relaxa! Nós não transamos. Eu só transo com mulheres de verdade — Digo, sorrindo.

Eu adorava aquilo.

Caminhei até o quarto, deixando a sozinha no banheiro mesmo sabendo que seus olhos acompanharam meus passos até o guarda-roupa, aonde eu me despi e vesti uma cueca nova, mesmo sabendo que de longe, ela me observava com seus olhos pequenos e curiosos.

— Me empresta o teu celular? Preciso ligar pro táxi vim me buscar — Ouço ela falar após eu brincar com a situação, provocando-a mais uma vez.

Pego uma calça e começo a me vestir.

— Não seja idiota, eu levo você de volta — Digo, sério e antes que ela pudesse falar algo, eu a interrompo, forçando a minha voz para ficar mais grave.— Para de ser mal agradecida porra, estou tentando ser legal aqui. Já não basta você vomitar a noite toda, me beijar a força? E eu nem citei o fato de você ter se deitado comigo na cama sem eu ter chamado você.

Na verdade não aconteceu exatamente daquele jeito. Assim que chegamos ao meu quarto, após corredores e escadas, eu a empurrei para o banheiro e vestido, dei um banho nela e após esperar quase dez minutos para ela tirar uma peça de roupa, emprestei minha roupa a ela e decidi que deixaria ela dormir na minha cama mas antes que eu saisse no quarto para ir para o quarto do Jungkook, sabendo que ele não dormiria lá, ouço ela me chamar.

— Jimin-ah, não vá.— Ela murmurou, enrolada em meus lençóis.— Por favor, durma comigo. Estou com frio.

E eu fiquei. Mesmo um pouco bêbado, eu voltei e deitei-me ao seu lado, ouvindo sua respiração durante o dia todo. Foi uma longa noite para mim.

— Você poderia muito bem ter me deixado naquela festa e ir embora, mas preferiu me trazer aqui e cuidar de mim. — Eu ouvia ela dizer, em silêncio.— Então cala a boca.

Em seguida, Jackson entrou no quarto de uma vez, vendo nós dois e então, envergonhado e com seu tom brincalhão, ouço sua pergunta e revirando os olhos, mando o mesmo sair do meu quarto, percebendo que a vermelhidão nas bochechas da Mery só aumentaram.

— Você é bem mal educada para uma garota, não acha?

— Meu pau.— Ela responde.

Aquilo me fez rir horrores. Ela sempre teve um humor incrível.

Após alguns minutos no banheiro, escovando os dentes e arrumando o ninho no meu cabelo, vejo que a Mery me esperava impaciente enquanto reclamava do seu cabelo e da sua aparência, desesperada por um banho e roupas.

Pedi que ela tomasse banho no meu banheiro, mas a mesma não quis e então, tirando uma liga dos bolsos, eu a puxo e junto todo o seu cabelo, vendo que ela estava arrepiada.Eu gostava do efeito que eu causava nela, era incrível. Após amarrar seu cabelo, percebendo o quanto vulnerável ela parecia estar por saber que eu tocava seu pescoço, senti uma enorme vontade de beija-la e não hesitei em passar meus dedos por dentro do moletom, sentindo suas costas e então sua barriga quente.

Eu a puxei para perto, colando nossos corpos enquanto percebia que ela abaixava a cabeça pois não suportava olhar em meus olhos por mais alguns segundos.

— Erga a cabeça, quero ver seus olhos.— Disse baixinho enquanto abria um sorriso.— Você tem lindos olhos.

Eram realmente lindos. Era um castanho escuro mas pareciam ainda mais bonitos quando eles encontravam os meus. Ela tinha olhos tão doces, só não se comparavam com os seus lábios e o calor que aquilo me proporciona.

Aquela foi a primeira vez que nos beijamos e nenhum dos dois estava bêbado. Queríamos aquilo, ela queria, eu queria e foi um dos melhores beijos que já demos. Doce, lento, sincronia perfeita.

— Temos que ir… — Não conseguia tirar os olhos dos lábios dela, do quanto vermelho eles estavam e o quanto lindo eles pareciam, me fazendo querer beija-los mais uma vez. Lentamente, ainda envergonhada, vejo ela balançar a cabeça e eu abro um sorriso.— Agora estamos empatados. Você me beijou a força, eu te beijei a força.

Ela revira os olhos e me dá às costas, murmurando coisas para si enquanto meus olhos se mantém grudados aos movimentos que sua bunda fazia enquanto ela andava em minha frente.

지금

— Ela canta bem…

Toco o ombro da Eunji, vendo que seus ouvidos pareciam admirados por causa da voz da Lalin, que assim como sempre, mais um fim de semana se apresentava no jardim do hospital para os seus admiradores doentes e para sua mãe.

Em uma cadeira de rodas, empurro Eunji para mais perto, colocando-a na segunda fileira enquanto ela sorria vendo a Lalin cantar.

— Ela canta realmente bem...— Ela abre um sorriso com seus lábios brancos e com pouca vitamina.— Quero saber que musica é essa, preciso ouvi-la depois…

— Quando a apresentação acabar, perguntamos que música é essa.— Digo, sorrindo.

Hoje, justo hoje, estava fazendo uma semana e alguns dias que Eunji havia acordado e pela primeira vez depois que ela acordou, convenci os médicos a deixarem que eu a levasse para passear pelo hospital, para que não forçasse no quarto de hospital.

Eu estava melhorando. Minhas costas estavam melhorando, minhas perna ainda se movimentavam com dificuldade mas eu já conseguia me equilibrar sem a muleta e não precisava mais da cadeira de rodas. “Você está melhorando bem rápido”, dizia o enfermeiro toda manhã, “Logo, logo está em casa.”.

Eu ficava feliz quando ele me dizia coisas como essas, mas logo me senti triste ao lembrar dos outros. Pelo menos Eunji estava bem e em apenas uma semana, estava respondendo bem aos medicamentos.

— Yoongi não deu notícia?— Ouço ela perguntar e balanço a cabeça, percebendo que a pequena Lalin sorriu ao nos vê ali e sorrimos de volta.— Será que ele já recebeu alta?

— Provável que não.— Respondo, bufando.

Ele nunca deu notícia, para falar a verdade. Nenhum deles. Eles provavelmente não sabe o numero do hospital aonde estamos e nem eu sei o numero do hospital aonde ele está internado.

— Na verdade, eu só consigo receber alguma notícia sobre ele e os outros quando vejo que a mãe do Hoseok vem nos visitar.— Digo, engolindo o seco.— Ela vem toda terça, mas você está sempre dormindo quando ela resolve aparecer.

— A mãe do Hoseok? Falando nisso… Como ele está?— Pergunta Eunji, curiosa.

Exato. Como ele está?

A mãe dele não fala dele e quando eu pergunto, ela muda de assunto, dizendo qualquer coisa, como se quisesse esconder algo e eu também não forço a barra apesar da preocupação e paranoias preencheram minha cabeça com ideias.

— Também gostaria de saber.— Respondo.

A música acabou. Após a terceira música, Lalin se curva e agradece pela presença dos pacientes. Arrumando seu equipamento, destravo às rodas da Eunji e a empurro até Lalin, tocando seu ombro e a fazendo virar e sorrir ao me ver.

— É Jimin, não é?— Ela mantém seu sorriso, esticando o braço.— Olá, como você está?

— Estou bem. Você cantou muito bem hoje, parabéns...— Digo, um pouco sem graça e então, sem jeito, ela coloca o cabelo atrás da orelha e sorrir, tímida.— Bom, essa é a minha melhor amiga, Eunji. Ela virou sua fã.

Rindo, Lalin se abaixa e tocando os joelhos da Eunji com delicadeza enquanto a mesma abre um sorriso.

— Oi, é um prazer conhece-la.— Os olhos da Eunji chegam a brilhar.— Você canta também, eu não soube o que dizer.

— Obrigada… Eu fico feliz que isso tenha trago algo de bom pra você.— Fala Lalin.— Como você se sente hoje?

— Bem, na verdade.— Responde Eunji.— Mas estou curiosa… Que música você estava cantando? Tenho quase certeza que eu a conheço.

— Oh, é da UI. Chama-se Through the Night.

Eunji erguer as sobrancelhas.— UI? Você escuta UI? Meu Deus. Eu amo as musicas dela.

— Sério? Eu também. Ela é tão fofa e a voz dela é tão bonita...— Comentava Lalin.— É bom saber que temos o mesmo gosto musical. Adoro musicas calmas como às da UI.

— Você conhece a Kwon Ji ah?

E a partir dali, às duas não pararam mais. Conversando sobe musica durante vinte minutos, o assunto entre elas não morria.

— Quantos anos você tem?— Pergunta Eunji.— Você parece ser bem nova.

— Eu tenho 15 anos.— Responde Lalin.— E você?

— 19. Você parece ser tão nova…

— Inclusive, percebi que sua mãe não estava na primeira fileira como sempre para te ouvir cantar.— Digo, chamando sua atenção para mim.— Aconteceu alguma coisa?

— Ah… Sobre isso...— Lalin assumi uma expressão de tristeza, um pouco sem graça.— Ela não pode sair para me ouvir cantar. Ela… piorou.

— Espero que ela melhore.— Digo, abrindo um sorriso agradável.

— Também espero...— Ela responde, um pouco triste.— Acho melhor eu ir, preciso resolver algumas coisas.

Sem esperar que falássemos algo, ela saiu andando em direção a saída e então some. Me questionando sobre o acontecido, levo Eunji de volta para o quarto pois já estava na hora do seu remédio.

— Será que eu fiz algo de errado?— Pergunto para Eunji.

— Com certeza não… Ela só parecia um pouco mau por causa da mãe.— Responde Eunji.— Ela é tão nova e tão madura, canta tão bem. Queria ter o talento dela.

Concordo e então, ajudando-a a subir em cima da cama, a sua enfermeira entra e em seguida a ajuda com os remédios enquanto eu dou tchau, caminhando em direção ao quarto da Mery.

Ansioso para contar sobre o meu dia, abro a porta, sabendo que não teria enfermeiros ou médicos por perto naquele momento e entro, vendo um casaco preto estendido sobre o sofá, um casaco masculino.

Aquilo

não era do padrasto ou de sua mãe, eu tinha quase certeza. Eles geralmente vem visitá-la nos domingos e quintas, não hoje, não em um sábado.

Mancando, me aproximo do sofá e pego o casaco, ouvindo a porta abrir em seguida e me surpreendendo ao ve-lo.

— Yoongi!?

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Observando ela sorrir enquanto Jaebum a abraçava de uma forma carinhosa, sinto o sangue subir a minha cabeça e tento me controlar enquanto caminha na direção dos dois, empurrando a lata de coca-cola para Mery e respiro fundo para não enfiar aquela lata no crânio deles.

— Eu vou indo, que tal sairmos hoje para comemorar essa vitória?— Ouço a voz dele, se aproveitando do meu momento com a Mery. Quem deveria dizer aquilo sou eu, não ele, pensei.

— Seria ótimo.— Gentilmente, ela responde e então escuto sua voz, me chamando.— Eu vou indo, que tal sairmos hoje para comemorar essa vitória?—… Está bem?

Olho em sua direção.— Por que não estaria?— Meu objetivo não era ser grosso, mas eu me sentia irritado por saber que mesmo depois de ter passado tanto tempo perto dela, ele surge do nada como sempre e tenta chamar toda a atenção só para ele. Aquilo sempre me irritou.  Ouço ela dizer mais algumas palavras, um pouco constrangida pelo modo rude como me dirigi a ela.— Impressão sua.

Relembrando todos os momentos em que Jaebum estava presente, se metendo com quem não era de seu interesse, me irrito ainda mais comigo mesmo por sentir raiva daquilo. Eu queria enfiar uma faca em sua barriga e corta-lo em pedaços, mesmo depois dele ter ido embora.

Primeiro Junghwa, agora Mery.

Ela era apenas minha amiga, éramos bons amigos mas mesmo assim…

O sino bateu e vendo que todos estavam se levantando para voltar para às salas, sinto-me indisposto com tudo, um pouco triste por lembrar de Junghwa e triste por em algum momento ter comparado Mery com a mesma e então, vendo os outros se afastarem, tento seguir outro rumo, ouvindo a voz da Mery me chamar.

— T-Tenho coisa melhor para fazer Mery...— Eu respondo, vendo a animação em seu rosto sumir aos poucos. Acho que ela percebeu que eu não estava bem, mas resolveu não me incomodar.

Andando em direção a saída, escuto ela gritar algo mas não entendo muito bem e sigo meu caminho de volta para o meu quarto. Me revoltei naquele dia, quebrando alguns quadros e chorando de raiva por mais uma vez não ter conseguido controlar meus sentimentos após ter prometido a mim mesmo que tentaria não sentir mais nada por causa do passado e lá estava eu novamente, relembrando da Junghwa, de tudo, dos nossos momentos.

Acabo dormindo, tirando um curto cochilo e acordando algum tempo depois, recebendo diversas mensagens da Eunji em meu celular.

Arrumando-me enquanto ainda sentia as lagrimas caírem, pego minhas chaves e chego a pizzaria algum tempo depois, vendo que eles já estavam lá dentro.

Mery parecia tão feliz por me ver ali, comentando sobre a pizza e o quanto estava contente, embora eu estivesse ainda triste, decidi me distanciar. Aquela foi uma das piores decisões que eu poderia tomar naquela situação pois vi em seus olhos que ela se sentiu mal, ficou preocupada comigo.

Mery-ssi, espero que não me leve a mal por ter sido tão babaca naquele dia. Mesmo não querendo, naquele momento eu explodir, descontando minhas frustrações em suas costas tão frágeis, agindo impulsivamente, agindo como Junghwa costumava agir comigo.

Eu não era daquele jeito, não costumava ser.

Eu me senti mal ao ver suas sobrancelhas arqueadas e sua expressão surpresa. Minha intenção não era machuca-la, mas ao fazer isso, eu acabei me machucando ainda mais e além disso, machucando você também.

— Amigos? Desde quando somos amigos Mery? Nunca fomos amigos.

Aquilo doeu em mim também, eu podia sentir que aos poucos, que eu estava me tornando Junghwa e aquilo me deixou terrivelmente triste e na mesma proporção, com raiva por fora.

— Qual o seu problema Jimin?— Ouço sua voz, decepcionada comigo e com o meu modo de agir.— Hoje mais cedo você estava todo feliz, rindo e me abraçando e agora chega aqui e diz que nunca fomos amigos. O que deu em você?

Como merecido, acabei levando um soco depois daquilo, mas não dá Mery e sim do Jaebum. Suponho que ao perceber que havia sido ele, minha raiva só aumentou pois ninguém ali tinha no que se meter. Era entre eu e a Mery, e como sempre, bancando o heroi fofo da história, Jaebum tentou me acertar outra vez até que finalmente consigo e acabo por fim, descontando toda a minha raiva e estresse nele, todas as minhas frustrações nas forças do soco que eu acertava em seu rosto.

No fim, dirigindo em direção ao alojamento da Mery, bato em sua porta. Com o objetivo de pedir desculpas por tudo, por ter sido babaca daquela forma, por ter tratado ela como eu tratei, eu só queria me desculpar e pedir um abraço, talvez desabafar.

— MERY!

Gritei, batendo desesperadamente enquanto a vizinha ao lado reclamava do barulho. Eu sabia que a Mery estava ali, eu sabia, eu conseguia ouvir os murmúrios dela.

Eu não desisti. Não voltei atrás. Quase sete e meia e eu ainda estava ali, tentando falar com ela e explica meu lado mas ela não abria a porta, até que, com esperança, vejo que estava destrancando a porta e então Eunji saiu.

— Jimin-ah, acho melhor você ir embora.— Fala Eunji, bocejando.— Mery não vai falar contigo.

— Eu preciso falar com ela, você não entendeu?— Eu gritava para o corredor inteiro ouvir, não me importando com as reclamações. Eu sabia que ela estava escutando a conversa.— Ela está brava, não é? Eu ferrei com tudo de novo.

Ela tampou minha boca, forçando-me a olhar em seus olhos.— Por favor, não grite mais. Você está incomodando a todos e gritar não vai faze-la falar contigo.— Eunji suspira.— Jimin, ela está cansada. Foi um longo dia para todo mundo, só a deixe descansar.

— Ela tem que falar comigo. Não ligo se ela está cansada, eu também estou.— Digo, frustrado.— Não vou sair daqui até ela vir falar comigo. ESTÁ OUVINDO MERY? EU VOU FICAR.— Grito e então Eunji me dá um tapa no braço, me fazendo resmungar.

— Você disse coisas hoje que a magoaram, ela não quer e tenho certeza que você sabe que ela não vai sair do quarto para falar contigo.— Com uma voz calma, ela toca meu ombro, sorrindo.— Se quer ficar e esperar, fique. O corredor é todo seu, mas não faça barulho. Você não é o dono do mundo, Jimin.—  Engulo o seco.— Nem tudo funciona como você quer e você sabe que Mery está magoada com você, então apenas pare e pense no que você fez. Se gosta dela, como sei que gosta, respeite o espaço dela.

— Eu não...— Eunji me interrompe.

— Jimin...— Ela solta um suspiro.— Se não gosta dela, o que está fazendo aqui? Você está gritando e quebrando as coisas desde saiu da pizzaria, está chamando por Mery a horas, desesperadamente. Seja sincero com você mesmo, tudo bem? Não vou te julgar, eu te conheço e sei o que está tentando fazer. Não cometa o mesmo erro duas vezes, Jimin. Não faça isso com você mesmo, porque é patético

Abaixo a cabeça, sentindo minha cabeça se encher de pensamentos. Eu me senti triste, naquela noite.

— Eu não vou sair daqui.— Digo, decidido e então ouço Eunji soltar uma risadinha.

— Teimoso.— Ela fala.— Já que vai ficar. Vou pegar algo para você dormir.

Me dando às costas, vejo Eunji volta alguns segundos depois com um travesseiro e um sorriso no rosto.— Espero que não passe frio essa noite.

Assinto e agradeço, vendo ela entrar no quarto.

Sentei-me na porta, ouvindo a conversa das duas e o modo como a Mery ria de mim pelo o que Eunji havia falado, sobre eu gostar dela. De fato, eu gostava.

Eu sentia algo por ela, não sabia identificar o que era mas eu sabia que sentia e era bom, puro, mas naquela noite, eu chorei.

Chorei o bastante para encher um balde d'água e vendo algumas garotas passarem e comentar baixinho sobre mim, acabo caindo no sono.

Não lembro-me como cheguei ali exatamente mas em minha roupa, o perfume da Mery me fez suspirar e então percebi o que havia acontecido.

Deitado em sua cama, percebi que estava dentro do seu quarto e que por sinal, eu havia perdido a primeira aula, talvez uns três, podendo comparecer a faculdade apenas no horário do almoço.

Eu senti vontade de ir falar com ela e agradecer por me colocar em seu quarto mas ela estava ocupada, sorrindo para Jaebum feito uma tola.

Como ela pode sorrir daquele jeito para ele? Aliás, por que para ele e não para mim?

Durante a refeição, vendo os dois rir um pro outro, imagino uma cena em minha cabeça aonde eu mato Jaebum e saiu dessa ileso.  Aquilo era possível?

Eu a vi olhando para mim, tentando decifrar meus pensamentos e os meus olhos que em momento algum, se distanciou dos teus. Eu queria falar com ela, estava me segurando, mas no fundo, eu só queria abraça-la e pedir perdão mas eu não consegui, fui tolo e Jaebum, mais uma vez, tomou meu lugar, sentando-se ao lado dela.

— Ya, oppa, você não vai comer?— Ouço a voz da Jae-in.

Não estou com fome.

— Sim, eu só estou preocupado com algumas coisas...— Comento, um pouco cabisbaixo, até que sinto às mãos da Jiwon tocarem meu queixo e erguê-los.

— Oppa, o que te incomoda? Converse comigo.— Ela abre um sorriso e então eu acabo rindo, envergonhado.— Tão bonito. Como você pode ser tão bonito.

— Não seja uma mentirosa.— Digo, mesmo ciente da minha beleza.— Mas, de qualquer forma, obrigada!

— Que tal tomarmos um sorvete depois? Pode te animar?— Elas sugerem.

— Oppa, qual o seu sabor de sorvete favorito?— Pergunta Jiwon.— Eu gosto de morango.

— E eu de você.— Brindo, fazendo às duas rirem.

Poucos minutos antes do sino bater, percebo que a Mery havia levantado e caminhando devagar, ela devolve a bandeja para o seu lugar, mas como sempre, Jaebum a acompanhou e na frente do refeitório inteiro, beijo-a como nunca antes, dando um show, expondo tudo o que eu gostaria de fazer com ela e me fazendo descontar minhas raivas ao ver aquela cena em qualquer coisa.

Eu só queria estragar tudo como ontem.

Eu invadi seu quarto naquela tarde, esperei durante horas, preparando um discurso e desculpas no momento em que ela entrou, no momento em que os nossos olhos se encontraram, eu só consegui sentir uma terrível vontade de beija-la.

— Precisamos conversar…

Minhas mãos estavam suando, frias.

— Mery, que tipo de pessoa você acha que eu sou? — ele pergunta, ignorando o que eu havia dito antes. Ele está brincando? — Eu não sou esse monstro que você pensa que eu sou.

Ela não queria me ouvir.

— Você não lembra o que fez? — riu, ela riu de mim. — Você bateu no Jaebum, me ofendeu de todas as maneira possíveis. Está sempre me ignorando e me tratando mal. Entra no meu quarto como se não houvesse amanhã e acha que pode gritar comigo? Eu não sei que tipo de jogo é esse que você gosta de fazer com as garotas Jimin, mas não rola comigo.

— Eu não estou fazendo jogo com você… — Eu estava nervoso, surtando, não conseguia organizar minhas ideias de uma forma clara, para fazer ela compreender o que se passava comigo.— Eu só.. Você...

— Mery, eu não gosto dele.

Eu não sabia mesmo como fazer aquilo. Por Deus, eu só queria que ela me entendesse de uma vez por todas, que ela me compreendesse.

Reviro os olhos. — Então não se aproxime dele, não fale com ele. Sei lá. Mas não é porque você não gosta, que eu não tenha que gostar também. Não somos nada, Jimin. Nada!— Brava e com suas palavras duras, sinto meu coração quebrar.— Porque você simplesmente não sai daqui e me ignora como sempre? Você é bom em ignorar as pessoas.

— Sabe por que? — Eu me aproximou ainda mais.— Eu estou viciado em você.

Tum, tum… Tum, tum.

Meu coração estava acelerado, minha garganta ardia e a vontade de chorar aumentava mas eu não fiz, não chorei. Tentei me manter firme, esperando por uma resposta que no fim, acabou me destruindo ainda mais.

Minha voz acabou ficando ainda mais baixa enquanto eu me aproximava, colando nossos corpos, sentindo os batimentos do coração dela contra o meu peito.

— Só não me faça ficar longe de você… Ok?

Por sorte, acabou tudo bem. Levei alguns chutes e tapas, mas Mery e eu decidimos naquele dia que ficamos amigos e que tentaremos manter a coisa agradável entre nós dois.

Sorrindo para mim, vejo seu rosto tomar uma feição mais seria e então ela pergunta:

— Jimin, você já gostou de mim?

Meu mundo parou naquele momento. Não soube o que pensar, no que pensar, o que falar, como falar ou como agir. Ela me pegou de surpresa, totalmente de surpresa. Não consegui olhar diretamente para o seu rosto depois daquilo, mesmo que quisesse, eu não consegui mas sim, Mery, eu gostava de você.

Não era sexo, pois nunca transamos e mesmo se a resposta fosse sim, mesmo assim, não seria só isso. Eu gostava mesmo dela. Gostava da forma como ela olhava para mim e como parecia animada em algumas situações e até os surtos de raiva dela, tudo isso, agregou e me fez gostar dela de uma forma tão carinhosa, que no fim, eu não pude mais controlar.

Mery, Kang Mery, eu gosto de você.

— Claro que não!— Respondo, sentindo minhas bochechas queimarem e para aliviar a situação, tentei brincar com a situação.— Você tem que aprender uma coisa, eu gosto de vaginas… Não da dona delas. Por que achou que em algum momento eu gostaria de você? Quer dizer, você é irritante e nada atraente.

Mas acabou não sendo tão engraçado no final.

— Você é um idiota.

지금

 

Eu não soube como reagir, o que pensar. Eu deveria chorar de emoção ou manter minha expressão curiosa?

Ele parecia bem, sem lesões, sem curativos, é como se nada tivesse lhe acontecido. Se ele estava tão bem, como ele poderia ter passado tanto tempo sem dar notícia, como ele poderia ter recebido alta e ao menos me avisar. Eu estava cheio de perguntas sem resposta.

— Você parece bem, Jimin.— Ele fala, um pouco constrangido.

— Quando você recebeu alta?— Pergunto, engolindo o seco. Eu sentia minhas mãos suarem frio.— Por que não me ligou? Por que não me avisou que estava bem? Sabe, vai fazer quase um mês e meio que eu estou aqui, tentando me recuperar e você super bem, não apareceu…

— Eu sei, você está confuso, curioso. Eu juro que pretendo contar tudo a você, mas no momento, eu só quero que você me abrace, amigo.— Ele suspira.— Jimin, você não tem ideia do tamanho da minha felicidade por saber que você está bem, que está se recuperando.

Dou um passo e por fim, acabo apressando meus passos até ele, o abraçando forte, o mais forte que consegui.

— Eu senti sua falta, Yoongi.— Falo, respirando fundo.— Eu fiquei tão preocupado.

— Eu estava bem, na verdade, eu não passei nem uma semana no hospital.— Ele disse assim que se afastou de mim, sorrindo.

— Então, por que demorou tanto pra dá noticias?— Pergunto, novamente.

— Namjoon.— Ele responde.— Namjoon estava mal, passou um mês inteiro internado mas acordou do coma quase uma semana depois. Eu tive que permanecer e cuidar dele...

— Ele está bem?— Arqueio as sobrancelhas.

— Sim, ele está, mas...— Ele responde e eu sinto um alívio enorme por isso.— Mas a Ana…

Engulo o seco.— O que tem ela?

Yoongi respira fundo.— Na noite do acidente, quando você perdeu o controle e bateu o carro contra a arvore, Ana estava sem cinto, assim como Eunji e Hyeri, mas ambas não voaram para fora e antes que o carro pegasse fogo, eu por muito pouco não consegui tirar a Ana do carro pois ela acabou ficando presa e o fogo só aumentava, apesar da chuva.— Prendo a respiração.— Ela teve queimaduras, Jimin e quase três dias depois do acidente, acabou tendo uma parada cardíaca e os… Os médicos não conseguiram trazê-la de volta.

— Ana morreu?— Meus olhos se enchem d'água.

— Eu juro que fiz o meu possível para salvá-la, eu me esforcei mas antes que eu conseguisse tirá-la de lá...— Yoongi suspira e então eu o puxo para um abraço, sentindo as lágrimas dele molharem minha camisa.— Me perdoa, eu tentei, eu juro.

— Tudo bem, Yoongi.— Eu estava chorando também. Eu não conseguia pensar direito, eu só sabia chorar, sentindo minha mão tremer ao ouvir aquela notícia.— Tudo bem…

— Jungkook… Será que ele irá me perdoar?— Ele pergunta.— Jimin, eu a enterrei, ajudei a enterrar-la e foi uma das piores sensações do mundo. Por favor, eu não posso ver um amigo morrer novamente. Eu estou me sentindo mal.

— Vai ficar tudo bem, Yoongi, eu juro.— O abraço com mais força.

— E se não acabar bem?

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Eu havia ganhado mais uma luta naquela noite, quase perdendo por muito pouco, mas como sempre, venci no fim. Animado, suado e com um roxo no olho, tudo o que conseguia pensar era na Mery e a abracei forte quando eu a vi assim que entrei na sala de espera.

Eu queria beija-la, espalhar pro mundo minha felicidade mas nossos momentos foram interrompidos no momento em que um cara desconhecido e velho entrou na sala com mais alguns homens grandes ao seu redor.

— Quem é você?

Segurei o pulso da Mery, pronto para qualquer coisa.

— Meu nome é Hwan. — Ele respondeu.— Er… Sua namoradinha pode esperar do lado de fora? Precisamos conversar.— Não se preocupe, linda, são apenas negócios. Ninguém aqui vai machucar ninguém.

Ela hesitou, com medo por mim e por ela, mas no fim acabou saindo. Eu nunca os vi antes, nem os nomes pude reconhecer mas a partir daquela noite, tudo mudou… para pior.

— O que você quer comigo?— Eu pergunto, sério, tentando gravar seu rostos em minha cabeça caso aconteça algo. Eles não pareciam está ali para me oferecer doces.— Eu não os conheço.

— Você lutou bem, é bem forte.— Afirmou o tal Hwan, sorrindo.— Eu tenho uma proposta maravilhos para você.

— Que proposta?— Eu pergunto, surpreso com aquilo.

— Que tal você trabalhar para mim? Quanto você ganha nessas lutas? Em média… Quase dois mil dólares?— Dou de ombros, mas não parecia está muito interessado naquilo.— Eu tenho um negócio, aonde contrato lutadores jovens para participar de lutas reais e ganhar dinheiro, rios de dinheiro.

— Como assim?

— Você trabalha para mim e eu pago você com o triplo do que você ganha aqui e você só precisa lutar a partir de uma vez por mês. Simples.— Ele fala, com um sorriso tão contagiante e confiante.

— O que você é exatamente?— Pergunto.— É contra lei, certo?

— Garoto, pense em mim como um empresário e sim, é contra lei mas o que você anda fazendo também não é permitido por lei. Você continuará fazendo a mesma coisa mas ganhando o triplo do que poderia ganhar com essas briguinhas de adolescente.

— Acho melhor...— Ele me interrompe, colocando uma maleta preta cheia de dinheiro em minha frente.

— Fique com isso, por enquanto. Você tem dois dias decidir, tudo bem? Caso queira, meu numero está na maleta, é só me ligar… Se não quiser, faça do dinheiro sua maior riqueza.— Ele me dá sua mão e eu a aperto.

Minha cabeça se encheu de dúvidas naquele exato momento e minutos depois que eu o vi sair, sentando em um sofá, prometi manter o controle da situação. Eu não havia aceitado ainda, certo? Eu tinha alguns dias para decidir e não estava certo daquilo, afinal, parecia uma proposta um pouco confusa.

Passo um pano úmido no rosto, pronto para fazer os curativos quando uma mensagem da Mery chega em meu celular, o fazendo vibrar e em seguida, uma mensagem do Jungkook, perguntando se estava tudo bem.

Eu não respondi. Termino de fazer o que tinha que fazer e guardando a mala com todo o dinheiro no carro, vou para a festa ver meus amigos, afim de esquecer aquela proposta por um longo período de tempo.

Seria e com uma mistura confusa de preocupação e curiosidade em seus olhos escuros, engulo o s

eco ao ver a Mery observando às pessoas ao seu redor e por trás, devagar, caminho até ela e a empurro para dentro da piscina enquanto ria.

Voltando a superfície, ouço suas reclamações e quando ela sobe de volta, somos empurrados dentro da piscina juntos. Nós nos beijamos naquela noite, não naquele momento mas naquela noite, sim.

No dia seguinte, acordando totalmente impaciente, me vejo pensando novamente naquela proposta e no que eu poderia ganhar fazendo tudo aquilo. Era muito dinheiro e eu nem tinha que fazer muita coisa, porém, tudo parecia facil demais.

Eu tinha muitas contas para pagar. Tinha a faculdade que estava com o pagamento atrasado, o curso da Eunji, algumas compras que devia ter pagado e mesmo com o dinheiro das lutas em minha mão, tudo aquilo não era o suficiente para pagar tudo o que eu devia.

— Está tudo bem Chimchim?— Escuto a Mery perguntar, em meio aos nossos amigos.

Deixo meus pensamentos de lado e foco minha atenção nela.

— Está. Por que?

Não, não estava.

— Você parece impaciente.

Dou de ombros e então, algum tempo depois, após o sino tocar, vejo todos indo embora e como sempre, Mery me espera e pergunta se não vou com eles.

Eu precisava de tempo, precisava esfriar minha cabeça e pensar naquilo.

— O que está acontecendo? Não pode adiar o sexo para mais tarde.— Ouço seu tom, cheio de sarcasmo enquanto ela revirava os olhos e eu dou risada.

— Acredite em mim, eu queria muito que fosse isso, mas não é. É rápido Mery, não se preocupe. — Respondo, sorrindo para ela e tentando demonstra está confiante sobre minhas palavras..— Volto antes da primeira aula acabar.

Ela apenas concorda, sem dizer mais nada.

Ela não parecia muito satisfeita com minha resposta e então, eu a puxo e a beijo, colo nossos lábios e tento dizer através daquilo que eu estava bem e estava dizendo a verdade.

Depois disso não parou. Lembro-me de ter ido para o meu quarto, mandar uma mensagem para Jungkook, explicando a situação mas ele não me respondeu a tempo. De certa forma, eu sentia uma segunda presença em cada passo que eu dava, eu estava sob pressão e então, decidido sobre a minha resposta, eu me encontro com aquele homem velho alguns dias depois e dou minha resposta.

Sim.

Eu havia acabado de fugir da sala, pronto para entrar dentro do carro e então nós apertamos nossas mãos e fizemos um trato. Eu teria que aparecer na “base” deles algumas vezes por dia, sem ninguém saber, eu não poderia deixar rastros, até que um dia, algo terrível aconteceu.

Ela viu tudo.

Mery, eu fui um péssimo amigo por ter escondido algo desse tipo para você? Me desculpe, eu estava tomado pelo dinheiro.

Eu não contei sobre aquilo para ninguém. Apenas Jungkook sabia sobre tudo aquilo e ele me prometeu manter aquilo em segredo. Eu tentei me manter longe daquilo, ainda não parecia certo para mim sendo que eles eram da pesada e eu, sedento pelas notas de papel, acabei no fim aceitado.

Em uma noite, alguns dias depois, soube que a Mery iria se encontrar com um garoto. Eu não o conhecia, nunca o vi mas pelas informações que consegui arrancar da Eunji a força, poderia imaginar. Um estudante de Medicina. Certamente, mais um estudante de medicina metido.

Mery chegou a sair com ele uma noite e obrigado Eunji a me deixar entrar, esperei por quase 4 horas, até ela voltar para o quarto toda sorridente e com um urso no braço.

Eu nunca vi um urso tão feio.

— Não brigue comigo, ele não quis sair. Disse que só iria embora depois que você chegasse.— Falou Eunji e então Mery revirou os olhos.

Eu me senti impaciente no momento em que a vi entrar, me sentia um pai vendo sua filha chegar em casa após ter passado a madrugada festejando com as amigas.

— Sabe que horas são, Mery?— Eu me senti terrivelmente irritado naquela noite.— São dez e quinze, Mery. O que vocês estavam fazendo de tão importante para demorar tanto?

— Não enche.

Eunji saiu depois daquilo, nos deixando a sos enquanto eu percebia o quanto iluminado o rosto dela estava. Ela estava feliz, ela saiu com um cara e ele a deixou feliz. Não gostei, cancela.

— Ele beijou você?— Pergunto, sou direto mas não esperava que ela respondesse que ela o beijou e não o contrário. Não gostei daquilo, mas não surtei ao saber.

— Porque fez isso?— Pergunto.

— Porque eu não faria isso?

Eu não soube o que dizer depois daquilo, eu apenas fiquei em silêncio, observando tudo o que ela fazia.

— Jimin, porque está aqui? Não tem nada melhor pra fazer não? Porque não vai atrás de alguém que queira transar com você?

— Ele que te deu aquele urso horroroso?— Pergunta Jimin apontando pra o pequeno urso azul. Abro um sorriso.

— Sim! Ele foi um fofo comigo a noite toda. Abriu a porta e tudo. Ele revirou os olhos.— Ela parecia realmente contente. — Assistimos um romance, ele me pagou um sorvete e me comprou um urso. Ele é uma pessoa incrível.

Aquilo me fez revirar os olhos. Ele parecia ser o cara perfeito e tinha boas maneiras mas de qualquer jeito, eu gostaria que ela falasse aquilo de mim, que estivesse se referindo a mim e não a ele.

— Você é mesmo uma menininha inocente.— Falo. Eu senti meu coração se quebrar no meio após aquilo. Ela parecia está gostando mesmo dele.— Você gostou mesmo dele?

Por favor, diga “Não”.

— Ele é um cara legal!

Um cara legal. Eu sou um cara legal, porque nunca tivemos esse tipo de encontro também?

— Ele não tentou nada não, né?

Ela suspira.— Não, ele não tentou nada. Porque quer saber tanto sobre o encontro? Não tem nada melhor pra fazer?

É claro que eu não tinha nada para fazer. Por isso estava ali, perturbando-a.

— Você mesmo disse que eu deveria sair com outras pessoas e é exatamente isso o que estou fazendo.— Ela fala e aquilo me irritou.

— Você não tem que me escutar sempre, Mery. — Ela rir.— Eu falo muita besteira.

Eu realmente não gostei daquilo. De fato, eu disse que deveríamos sair com outras pessoas, mas isso não significa que ela devesse mesmo sair. Ela tem eu, o que mais ela poderia querer?

Mesmo sendo só amigos naquela época, eu gostaria de apagar aquela informação da minha cabeça. Gostaria que ela nunca tivesse saido com ele.

— As vezes acho que você está apaixonado por mim.— Ouço ela falar. Eu não soube como reagir.— Fica com ciúmes quando saio com outros caras, está sempre preocupado comigo e finge que está bêbado para dormir no mesmo quarto que eu…

— Eu faço isso com todo mundo.

— Não, não faz.

Reviro os olhos. Realmente, não faço. Nem com a Eunji eu sou assim.

— Ok, não faço. Mas eu me preocupar com você não significa nada.

— Será mesmo?

Engulo o seco e então vou ao banheiro, trancando a porta. Eu iria surtar. Não conseguia organizar minhas ideias. Não queria que ela soubesse que eu gostava mesmo dela, ainda que ela já suspeitasse, eu não estava pronto.

— Vamos sair?

Eu tinha um plano em mente, um lugar na verdade. O telhado.

— Aqui é o telhado. Porque me trouxe aqui?— Ela pergunta.

Em noites de outono, inverno e primavera, do telhado eu poderia enxergar o quanto o nosso planeta era enorme. Quando me sentia triste, eu subia as escadas, me sentava e observava o céu por horas. Era um lugar com muito significado para mim, era mágico porque sempre que eu subia, sentia meu estresse indo embora.

— Você planejou isso?

Arrumo alguns lanternas, espalho um edredom no chão e arrumo algumas almofadas. Tentei deixar o lugar apresentável para ela. Mery foi a primeira garota que trouxe ali, eu geralmente vinha sozinho mas agora tinha alguém com quem compartilhar aquele lugar.

— Não...— Eu respondo, sorrindo..— Sim! Na verdade eu sempre faço isso sozinho. Quando estou triste, venho pra cá.

Vejo ela abrir um pequeno sorriso, tímida e com as maçãs do rosto avermelhadas por causa do vento frio da noite.

Mery estava tão bonita naquela noite. Sem maquiagem, sem nada. Eu poderia gritar para o mundo o quanto ela era bonita.

— O que foi?— Ela engole o seco,

— Nada...— Tento desviar o olhar.

Eu me senti feliz ao ve-la ali comigo e não conseguia esconder aquilo de alguma forma. Me senti dez kg mais magro, mais leve, mais solto, mais feliz. Mery era a causa de tamanha felicidade em meu coração? Algo me dizia que sim.

Ao som da música do meu celular, eu a puxei para dançar no telhado, mesmo envergonhados por fazerem aquilo sozinhos, feito idiotas, dançamos agarrados.

— É vergonhoso se você achar que é vergonhoso.

A música mudou de animada, para lenta. Tori Kelly, eu amava aquela música e passei a ama-la ainda mais depois de dançar com a Mery.

Aquela noite acabou se tornando uma das melhores mas algo aconteceu depois daquilo, eu me via apaixonado, ou quase. Eu levantei cedo, após uma noite de amor e dormindo agarrados, fui ao meu quarto e procurando por qualquer coisa, acabo encontrando um saco com um pouco de cocaína.

Era cedo, cedo demais para qualquer pessoa está acordada e então, escondido, eu me droguei no banheiro, me lembrando de momentos em que me drogava com Junghwa e assim que vi Mery, tão preocupada, meu mundo caiu.

Eu tive medo dela se afastar de mim por causa daquilo, tive medo dela me deixar e sabia que tinha fudido com tudo depois fazer tamanha besteira.  Ela me odiaria, certo?

— Nunca mais fale ou olhe pra mim. Você morreu pra mim, Jimin. Morreu!

지금

 

Há momentos na vida da gente, que a gente se pergunta porque é que as coisas são assim. São nesses momentos, que paramos para refletir sobre o real sentido das coisas… descobrindo assim as certezas e as incertezas da vida que a gente vem carregando desde de sempre. O interessante disso tudo, é que não é apenas questão de rever os principios, mas é questão de rever a sí mesmo, em quem você se tornou em como você interage com as pessoas, se perguntar por que as coisas são assim não adianta em nada se você não demonstra pra você mesmo o seu brilho, a sua força, a sua garra, o seu carisma, o seu alto astral, o seu vigor, sua juventude.

Não basta apenas mostrar pra você mesmo, você deve agarrar isso com tudo, e provar pra todo mundo do que você é capaz e como você se dispoe a encarar seu medos e seus tropeços de cabeça erguida, de peito aberto, sem medo, sem preceitos, sem esquecer de quem você realmente é de que como você realmente gostaria de ser. É com esse pensamento que você abre as portas de você mesmo para que o seu verdadeiro eu mostre a todos quem está por dentro e abrindo essa porta, também, é que você consegue trazer pra dentro, interagir com o exterior, absorver as coisas.

Nessas horas, temos que ficar atentos e criar um filtro para drenar tudo de ruim e absorvermos somente o bom, o agradavel, o doce. Se você consegue acordar todos os dias, com o brilho nos olhos, disposto a enfrentar seus medos, e dar um tapa nos inimigos, você consegue obter de você mesmo e dos outros tudo aquilo que você sonha, tudo aquilo que você quer. É a capacidade de nos apaixonarmos todos os dias é que nos faz criar asas e alçar vôo rumo a lugares mais distantes, mais bonitos. O fogo inocente dos olhos de uma criança, o brilho curioso, é o que devemos ter para conseguirmos sonhar, viver, sorrir e crescer.

Eu não suportaria perder mais um amigo, mais uma amiga, alguém próximo. Aquilo me atingiu como um choque, como um soco vindo de alguém 10x mais forte que eu, eu estava nocauteado. Já havia se passado quase uma semana e eu ainda não conseguia acreditar na morte da Ana.

Perguntei como todos ficariam quando soubesse, como Jungkook ficaria.

Nesse meio tempo, pelo menos coisas boas aconteceram. Yoongi estava de volta, Eunji estava cada vez melhor, semana que vem eu vou receber alta, Jin e Beatriz acordaram. Mery continuava adormecida e Jungkook quase morreu na madrugada de terça-feira, após uma parada cardíaca, mas os médicos conseguiram reanimá-lo.

— Os médicos estão pensando em desistir dos dois, certo? Já se passaram meses e eles ainda...— Eu o interrompo, vendo a cara de tristeza Yoongi.

— Mas eles não vão. Não vou deixar eles desligarem os aparelhos… Eles vão acordar, Yoongi. Eu sei que vão.— Digo, decidido, confiante de minhas palavras.

Faltavam apenas duas pessoas. Jungkook e Mery. Eles vão acordar, eu tenho certeza.

Domingo, andando pelo corredor, percebi que a mãe e o padrasto da Mery vieram visita-la. Eu ouvi sua mãe chorando para o médico salvar sua filha a qualquer custo, disposta a pagar o que for para faze-la acordar.

Ela nem vem muito ao hospital, duas ou no máximo, três vezes na semana, ela vem visitar a Mery e sempre que vem, sai daqui chorando.

— Ela é uma pessoa desprezível. Ela quase nunca vem visitar a filha e nem olha na nossa cara quando nos vê nos corredores.— Ouço a reclamação da Eunji, enquanto observava a enfermeira a trocar seu soro.

Não acho que ela seja uma mãe ruim por não visitar a filha com tanta frequência. Ela tem medo, é só isso. A mãe da Mery é uma pessoa bastante conservadora, orgulhosa e protetora. Ela tem medo pela filha. Não lhe faz bem visitar o hospital sempre pois eu sei que ela tem medo de acabar descobrindo que a única filha morreu.

Acho que isso acabaria comigo também.

— Será que ela virá hoje?— Me pergunto, ao lembrar que hoje é quinta. Geralmente vejo a mãe da Mery andando pelos corredores às quintas, depois das seis horas da tarde.

— Acho que sim.— Responde Namjoon, enquanto o mesmo acariciava a cabeça do Jin, que estava com a perna engessada.— Fiquei sabendo que seu pai está pagando todas às consultas e tratamentos que estamos recebendo aqui.

— Sério?— Ergo a cabeça.

— Sim.— Respondi Jin.— Agradeça-o por isso.

— Ele nunca veio me visitar. No máximo, soube que meu irmão mais novo e a minha mãe vieram me visitar, mas eu não havia acordado.— Bufo, tomando meu iogurte natural.— Ele nunca me ligou, mandou mensagem, mandou flores, nada.

— Talvez seja duro demais para ele te ver aqui...— Fala Jin, mas eu discordo.

— Ele é orgulhoso. Não me admira que ele não tenha me visitado.— Suspiro.— Eu estou muito ansioso para sair desse lugar. A mãe do Hoseok apareceu? Vocês perceberam que ela muda de assunto quando ouve o nome do Hoseok? Ele nunca veio nos visitar…

— Nem ele e nem o Taehyung.— Fala Jin.— Quando eu acordei, no dia seguinte, ela veio me visitar e eu perguntei sobre eles para ela…

— O que ela disse?— Pergunto.— Ela respondeu.

— Ela mudou de assunto, parecia meio triste e eu fiquei sem graça para perguntar novamente.

— O que será que aconteceu com eles?— Me pergunto.

— Quando cheguei a Seul, eu fui visitá-la. Yoongi e eu fomos até a casa dela e passamos o dia com a Ayeon… Ela está morrendo de saudade do irmão, mas eu não tive coragem de traze-la ao hospital e Yoongi também não.— Fala Namjoon.— Ela fica triste sempre que falamos do Jungkook e pergunta sempre o porquê dele nunca mais ter ligado para ela.

— Você fez bem.— Fala Jin.— Mas e sobre a mãe do Hoseok? Você não perguntou nada sobre ele?

— Sim. Na verdade, quando eu cheguei lá, estava esperando ve-lo, mas eu não o vi e percebi que tinha varias fotos dele e velas. Eu achei super estranho e então, tentei ir ao quarto dele e percebi que estava arrumado. Eu cheguei a perguntar da irmã mais velha do Hoseok sobre ele e a mãe dele disse que ele havia dormido noite passada na casa dela, mas eu sei que ele não estava lá porque ele nunca arruma a cama e a cama dele estava perfeitamente arrumada…

— Ela deve ter arrumado...— Suponho.

— Não.— Ele discorda.— Acho que não. O mais estranho aconteceu depois… Yoongi e eu a vimos chorar quando voltamos com a Ayeon, ela estava chorando no quarto dele.

— Eles não estavam na fraternidade?— Pergunta Jin, preocupado.

— Não. Perguntamos sobre eles para quase todo mundo e falaram que não. Eles não aparecem lá a meses.

Respiro fundo.

— Quando eu sair, quando eu receber alta, vou atrás deles. Isso tudo tá muito estranho.— Digo e eles concordam.— Preciso saber a verdade…

Eu fui visitar Mery em seu quarto depois daquilo, nem parei para ver Lalin se apresentar mais uma vez. Cobrindo a Mery de amor e com todas as minhas esperanças e alegrias, tentei sufoca-la com nossos melhores momentos, enchendo-a com coisas boas e positivas. Esse deve resultar em algo bom não é?

— Quando será que você irá acordar?— Eu perguntava.— Estou planejando viajar depois que você acordar. Apenas eu e você, que tal o Havaí? Inglaterra? Meu inglês é horrível mas eu sei que você é fluente. Dizem que o Japão é bom, mas eu queria visitar lugares quentes, com praias e lugares bonitos. Você irá gostar?

Ela não respondeu, ela nunca me respondia.

— Sua pele está tão bonita hoje, Mery.— Acaricio sua pele.— Acho que aquele creme te fez bem, está com a pele cheirosa e bonita.

Algumas semanas depois que eu acordei, lembro-me de ter recebido um presente com cremes e perfumes. A mãe do Hoseok me deu e toda manhã, assim que posso, venho até o quarto da Mery e me certifico de deixar sua pele macia e cheirosa, para quando ela acordar, vê o quanto está bonita.

Pelo jeito, o creme tem funcionado bem.

— Será que, quando você acordar, irá se lembrar do que está se passando em sua cabeça? Quando será que você irá acordar?— Suspiro.— Sinto sua falta, você consegue me ouvir?

Aquilo era triste. Ninguém nunca está preparado pra perder alguém, não importa quantas pessoas já foram embora da sua vida, quantas só marcaram território e logo em seguida se foi. Ninguém nunca vai saber lidar com a partida, sempre ficará destroços por todos os lados, para que você os limpe e siga sozinho, como fez das outras vezes.

— Mery, você me ouvindo ou não, quero que isso fique gravado em você.— Respiro fundo.— Não me deixe, não nos deixe.

Eu saí do quarto depois daquilo, beijei seus lábios e sua testa e sai do quarto, indo para o meu. Tomei meus remédios e quase meia hora depois, andando pelo corredor, a caminho do quarto da Eunji, vejo que o quarto da Mery estava com a porta aberta, não toda, mas um pouco e então fui até lá para fecha-la quando vejo a mãe da Mery saindo.

Ela olhou em minha direção, seria, apenas me comprimentou e saiu andando.

— Senhora...— Eu a chamo, tocando em seu ombro e a fazendo parar.— Podemos conversar?

Ela se vira.

— Sei que tem muita coisa para fazer, mas eu só gostaria de conversar um pouco.— Digo, abrindo um sorriso.— Prometo não tomar muito do seu tempo.

Ela acabou concordando enfim.

Fomos para o meu quarto e lá, eu servi um pouco de chá a ela.

— Como você está? Está melhorando, garoto?— Ela pergunta e eu concordo.

— Vou receber alta semana que vem.— Digo, feliz por saber que aquilo aconteceria logo.— Estou melhorando.

— Que bom.

O silêncio constrangedor pairou sobre aquele quarto.

— Sei que a senhora está mal pela Mery, pela sua filha.— Começo a dizer, um pouco constrangido.— Eu estive mal durante semanas por causa disso, meses na verdade. Eu a visito todos os dias e faço companhia para ela por horas, na esperança que ela acorde algum dia.

— Entendo.— Ela fala.

— Eu sei que, provavelmente, a senhora me odeia e deve até mesmo me culpar pelo acidente, mesmo não sendo a verdade eu apenas peço perdão. Não foi minha culpa, eu perdi o controle do carro e bom… Mery e eu tivemos uma das melhores semanas da nossa vida naquela semana. Eu sinto disso, de todos os dias acordar e saber que ela está bem e viva… e...— Ela me interrompe.

— Não o culpo pelo o acidente, não o odeio.— Ela fala, seria.— Eu cuidei da Mery sozinha, eu a eduquei e me certifiquei que ela teria uma ótima educação. Eu sei que sou uma mãe protetora demais, mas eu a amo e sei que ela ama você. Eu não seria uma mãe ruim se odiasse o rapaz que faz a minha filha feliz?— Ela suspira.— Ela confiava em você, ela amava você de verdade e eu sei o quanto fui dura com ela por tudo isso, por tentar priva-la de se machucar como eu me machuquei com o pai dela, mas hoje, eu percebo que eu estava errada. Se machucar faz parte, viver momentos ruins faz parte e eu sei o bem que você faz a ela.

— Eu a amava também, ainda a amo...— Minha voz estava baixa.

— Jimin, por favor, continue do lado da minha filha, não desista dela.— Vejo seus olhos se encherem d'água.— Eu sei que no passado por ter sido uma mãe ruim, mas eu me arrependo tanto e me arrependo ainda mais agora por não ter me arrependido antes, a tempo.

— Não se sinta ruim por causa disso. Quando ela acordar, e eu sei que ela vai, ela irá dizer o quanto te ama.

— Eu sinto falta dela, Jimin.— Ela fala, deixando as lágrimas caírem.— Sinto falta da minha filha, da minha única filha.

Me levanto e a abraço forte.

— Ela está bem… Logo acordará, você precisa acreditar.

 

계속 ...

 

 

 


Notas Finais


Não acabou. EU SEI, EU SEI que eu disse q seria o ultimo mas povo, eu tive que partir o cap no meio. Tá grande.
Daqui a dois dias eu posto o outro e fecho. Ta beleza?
Foi meu aniversario na sexta. Gostaria de agradecer todos os parabéns e coisas boas que me desejaram. VOCÊS SÃO MUITO FOFOSSS.
Até o próximo...


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