1. Spirit Fanfics >
  2. Betroth - Jikook >
  3. Betroth..?

História Betroth - Jikook - Betroth..?


Escrita por: Makita_Kiyo

Notas do Autor


Olá, chuchus! Estou iniciando mais um projeto e espero que gostem! <3

Se gostarem, não hesitem em favoritar, ok? ^^

Boa leitura o/

Capítulo 1 - Betroth..?


Fanfic / Fanfiction Betroth - Jikook - Betroth..?

 

— Está ralo. — falei assim que beberiquei aquele café horroroso.

Idiota. É difícil fazer um café decente por acaso?

— Perdão, sr. Jeon. Vou refazer. — disse a empregada visivelmente constrangida por ter errado a mão da bebida mais uma vez.

— Esqueça, não tenho tempo. — me levantei, saí da sala de jantar e subi para os meus aposentos.

Faltava cerca de quarenta minutos para o início das aulas, portanto apenas fiz minha higiene bucal, e chequei minha aparência no enorme espelho do closet. Meu uniforme — um terno azul petróleo com detalhes em dourado na lapela, nas mangas e nos botões, e uma gravata preta — estava impecável como sempre. Meu cabelo estava casualmente penteado e ao mesmo tempo sutilmente bagunçado. Meus sapatos sociais pretos — que também são parte das vestimentas obrigatórias do colégio — estavam limpos e lustrosos. Eu estava imaculado.

Após meu pequeno momento narcisista eu fui até a minha escrivaninha apenas para pegar os livros que seriam-me úteis no dia, e depois desci a escadaria rumo à porta de entrada da casa, onde um mordomo aguardava ao lado para abri-la. O chofer já estava à minha espera na calçada, onde nossa Mercedes Benz C 180 estava estacionada.

— Bom dia, sr. Jeon. — pronunciou o homem abrindo a porta do carro para mim, acho que Myo é seu sobrenome. Apenas o ignorei como o de costume e entrei no carro.

Ele entrou no veículo logo após fechar a porta para mim e ligou o rádio, colocando o cd de costume. Andamos parte de Gangnam-gu ouvindo Tristesse de Chopin, um de meus compositores favoritos.

— Pare no Starbucks mais próximo.

— Sim, senhor.

Ele rodou mais um quarteirão e virou à direita na próxima esquina, onde havia uma loja franquiada não muito longe. Cogitei mandá-lo descer e me comprar um copo bem grande de café, mas achei melhor eu mesmo ir até lá, já que eu não estava afim de tomar mais uma bebida torta. Deixei meus livros no banco e saí do carro antes mesmo do chofer soltar o cinto de segurança e vir abrir-me a porta.

— Deixe o carro ligado. Não irei demorar. — bati a porta do carro e caminhei poucos passos até a cafeteria.

Eu sinceramente acho o ambiente do Starbucks bem agradável. É aconchegante de certo modo. Parei um pouco longe do balcão e ergui o olhar para que eu pudesse escolher algo no menu eletrônico.

— Bom dia! O que deseja? — cumprimentou-me a atendente, simpática.

— Um Expresso Macchiato grande.

— Só um momento, senhor.

Quando ela disse "só um momento", ela quis dizer só um momento mesmo. Definitivamente um dos atendimentos mais rápidos que algum coffee shop já me proporcionou. Talvez eu até volte mais vezes. Quando a mulher voltou com o copo bem grande de café e me entregou, eu a paguei e em seguida voltei ao carro.

Seguimos direto até o Colégio sem fazer mais nenhuma parada de "emergência". O caminho todo teria sido silencioso se não fosse pelos sons das orquestras sinfônicas que ecoavam pelo veículo, já que o chofer não fala nada e eu também não tenho o costume — nem faço questão — de conversar com ele. Quando chegamos à escola o chofer estacionou, desceu do carro e abriu a porta pra mim dizendo seu típico "Tenha um bom dia, sr. Jeon".

O Colégio Jungsan é um colégio de elite, apenas os magnatas da Coréia do Sul — e digamos que do mundo todo — estudam aqui, geralmente são chaebols. Os professores têm formações em universidades renomadas como Harvard, Oxford, Massachussets, Cambridge etc. Já ouvi comentários de estudantes de outras escolas dizendo que para se estudar aqui o requisito número um é ser um arrogante de primeira classe. Eu chamo isso de inveja.

Eu caminhava tranquilamente pelos corredores luxuosos do Colégio, assim como todos os outros estudantes. Não havia gritaria, baderna ou zoeira, havia apenas pessoas civilizadas, bem comportadas e finas. Poderia-se dizer que Jungsan é um colégio de príncipes e princesas. E de fato é mesmo.

— Jungkook! — cumprimentou-me, animado como sempre, na entrada da nossa sala de aula.

— Hoseok. — sorri para o meu melhor amigo. Sim, até pessoas como eu têm amigos. — Como vai?

— Muito bem, meu amigo! Como passou o fim de semana?

— Deveras bem, e você? Onde correu desta vez?

— Incheon, meus pais me deram um carro de corrida novo!

— É mesmo? Que tipo? — perguntei enquanto ocupávamos nosso respectivos lugares nas carteiras da frente.

— Uma Ferrari Enzo. Ela é linda, além de potente, claro.

— Imagino. Leve-me para dar uma volta um dia desses, sim?

— Esqueceu-se que eu ainda não tenho carta, Jeon?

— Você é estranho. — comentei.

— Eu?! Por que eu seria estranho?

— Você é corredor, mas ainda assim não tem carta de motorista.

— Nem comento nada.

Revirei os olhos rindo de leve. Nós papeamos mais uns instantes até que minha paz — e felicidade — virasse fumaça.

— Jeon Jeongguk.

Que. Inferno.

— O que quer, Park?

— De você? Nada, obrigado.

— Então o que faz aqui? Sua presença não é bem-vinda, se ainda não notou.

— Ah sério? — fez um semblante tristonho, mas logo o desfez ao rir. — Eu não ligo, Jeon Jeongguk.

— Quer parar de me chamar assim?

— Assim? Assim como? — franziu o cenho e se fez de desentendido. — Ah! De Jeon Jeongguk? Mas por quê? Este não é o seu nome, Jeongguk?

— Meu nome é Jeon Jungkook, imbecil.

— Oh, vai apelar para palavreados de baixo calão, Jeongguk? Tsc tsc tsc... Que feio.

— Olhe, você está esgotando minha paciência. E olhe que ela não é muita.

— Parece que temos um estressadinho aqui. — debochou. — Quer um cházinho de camomila?

Eu mereço, Deus!

— A única coisa que eu quero é você se perca por ai!

— Pois saiba que eu posso ficar onde eu quiser. — se sentou na carteira ao lado da minha. Só pode ser brincadeira. — Daqui você só me tira morto.

— Seria um prazer, mas não vou me rebaixar ao seu nível.

— Ao meu nível? O que quer dizer com isso? — ele pareceu irritar-se. — Vamos! Diga na minha cara se for homem!

— Se eu for homem? Ha! — ri em desdém. — Que eu saiba, é você quem gosta da fruta. E não sou eu quem tenho o cabelo rosa, Park.

Placar: ponto para Jeon Jungkook.

— E pelo que eu saiba, Jeon Jeongguk, da fruta que eu como você lambe até o caroço. — meu sorriso irônico deu lugar a um semblante irritado. — E outra, meu cabelo é rosa sim, e daí? Vai fazer o quê? Me bater? Vem, tenta.

— Pois fique sabendo qu-

— Sr. Jeon e sr. Park! Será que poderemos ter um início de aula tranquilo? — pronunciou a professora de inglês.

— Sim, senhora. — dissemos em uníssono.

Park Jimin, sinônimo de insuportável; imbecil; idiota; insolente. Definitivamente ele não deveria estar num Colégio tão prestigiado quanto o Jungsan, tipos como o dele só mancham a sua reputação.

— Sr. Jeon.

— Sim, srª. Ko.

— Conjugue o verbo "tear" no past tense e no past participle.

— Tear, tore, torn.

— Muito bem.

"Rasgar". Nunca um verbo definiu tanto o que eu gostaria de fazer com Park Jimin.

Fora essa interação de pedir para os alunos conjugarem verbos irregulares inúteis, o restante da aula seguiu tranquilamente. A srª. Ko nos deu uma tabela cheia de espaços em branco para que preenchêssemos com verbos, além de termos que ler em voz alta mais um capítulo do romance de Shakespeare, Romeo e Julieta, e fazer um resumo de duas folhas do mesmo.

Apesar de ser fã da literatura shakespeariana, acho a estória de Romeo e Julieta um tanto quanto tosca. Primeiro ponto a comentar é o uso de um vocabulário esdrúxulo e rebuscado que ninguém entende se não tiver um dicionário ao lado. Em segundo, a história em si. Já é a segunda vez que eu leio esta peça e ainda acho que tanto Romeo quanto Julieta são estúpidos, precoces e inconsequentes.

Quero dizer, Julieta tinha catorze anos e Romeo, dezesseis. Ambos se conheceram num domingo, se casaram na segunda e morreram na quarta. E morreram por nada, em minha opinião. Sinceramente, quanto mais eu penso nesse negócio de "amor", mais eu penso que deve ser algo idiota.

— Jungkook! Tem alguém ai? — Hoseok perguntou, tirando-me de meus devaneios.

— Perdão, estava distraído. — comentei, ainda caminhando lado a lado em direção à sala da segunda aula de hoje.

— Notei. — ele riu. — O que foi aquilo mais cedo? Você e Park não se cansam de se alfinetarem por ai?

— Foi ele quem começou.

— Hoje, né? — riu debochando.

— Não importa, esqueça isso.

— Tudo bem, mas se quer um conselho, apenas pare com isso antes que você vá parar na diretoria e acabe expulso.

Definitivamente eu não poderia ser humilhado ao ponto de ser expulso da Jungsan por mau-comportamento!

— Ok, Hoseok... — suspirei derrotado enquanto nos sentávamos cada um em sua respectiva carteira. — Você venceu.

Hoseok apenas sorriu e virou seu corpo para frente assim que o professor de matemática adentrou a sala.

Não sou — nem nunca fui — bom em matemática, mas gosto dessa aula. Gosto porque aquele energúmeno não a faz.

 

~

 

— Seis mochis e uma xícara de chá verde. — pedi a uma das merendeiras, que trouxe meu pedido sem demora.

— Aqui, senhor. — peguei a bandeja de prata cheia de ornamentos e segui para o caixa.

— Quinze mil won. — disse a cobradora. Prontamente entreguei o dinheiro e segui para a mesa reservada para mim e para Hoseok.

A cantina da Jungsan sempre foi dos lugares que mais me agradou no Colégio. É bem aconchegante e confortável por causa das placas de madeira escura que cobrem o salão de cima a baixo. Como é um prédio — eu diria que se assemelha mais a uma mansão ou a um castelo — antigo, os aposentos são todos muito bem decorados e ornamentados. Geralmente são cômodos escuros por conta da madeira, mas é muito bem iluminado graças aos muitos castiçais e lustres presentes em cada ambiente.

Obras de arte legítimas — como as de Picasso, Da Vinci, Michelangelo etc — enfeitam os corredores e o salão, mais popularmente conhecido como cantina ou refeitório mesmo. Todos de fora duvidam que sejam as pinturas verdadeiras — até mesmo os que estudam na Jungsan duvidam —, mas de fato são. Os museus ao redor do mundo detêm cópias — que eles afirmam serem as reais para os visitantes — e nós detemos os originais.

— Não vai beber café hoje?

— Bebi mais cedo, Hoseok. — comi um pedaço do bolinho de arroz e limpei-me com o guardanapo. — E estou com vontade de tomar chá agora.

— Não é por causa do que Park falou, ou é?

"Quer um cházinho de camomila?"

— Será que dá pra parar de falar desse idiota por um minuto? — perguntei já irritado.

— Credo. — murmurou e checou uma mensagem no celular. — Vou à biblioteca, bebe teu chá ai e vem falar comigo quando estiver mais calmo, ok?

Depois disso ele apenas se levantou e foi embora, me deixando almoçando sozinho.

 

~

 

— Sr. Byun, qual é a capital dos Estados Unidos da América? — perguntou o professor de geografia, sr. Lee.

— Nova... York? — não acredito numa coisa dessas.

— Errado. Senhorita Kwon.

— Disney? — Jesus, me salve dessa burrice.

— Errado. Sr. Jeon?

— Washington DC.

— Correto. — lógico que está correto, como se eu fosse errar alguma coisa.

Eu gosto das aulas de geografia. Com elas posso tem uma noção do tamanho do império de minha família, além de conhecer os países que ainda serão parte desse império. A família Jeon é detentora da maior rede de hotéis de luxo do Leste Asiático, e eu sou o herdeiro de tudo. Todos os Hotéis JJ — iniciais que inspiraram meus pais na escolha do meu nome — são cinco estrelas, são extremamente luxuosos, e muito cobiçados entre a alta sociedade mundial.

Por eu gostar muito da matéria, a aula passou muito rápido, quando eu notei eu já estava indo para minha quarta aula do dia. O único problema da geografia é que eu tenho que aturar mulas que acham que a Disney é a capital dos Estados Unidos, que a Torre Eiffel fica em Londres — me recordo de terem dito uma barbaridade dessas esses dias —, e que a África é um país. Mesmo num colégio como Jungsan há pessoas assim (que eu particularmente chamo de antas). São os típicos riquinhos sem cérebro.

— Olá, Jungkook! — cumprimentou-me meu instrutor de hipismo assim que eu cheguei à pista, que fica um pouco afastada da escola. — Pronto para mais uma aula?

— Olá, sr. Hyun. — acho que ele é o único que me chama pelo meu nome e acho que deve ser o único professor que eu cumprimento. — Como a Charlotte está?

— Ela sente sua falta.

— Sente? Mas nos vimos na sexta-feira. — ri fraco.

— Charlotte é muito apegada a você, Jungkook. E tenho certeza que você também é apegado a ela.

Não respondi, porque o que ele disse é verdade. Eu sou muito apegado a minha Charlotte.

— Enfim, vá se trocar enquanto eu a preparo pra você.

— Deixe-me por a cela? — ele sorriu sem mostrar os dentes e acenou positivamente com a cabeça.

Era a última aula do dia, a minha favorita. Tubo bem que geografia está no meu coração, mas o hipismo pra mim é tudo. Minha Charlotte é minha bichinho de estimação — sim, ela fica na escola já que aqui eles tem toda uma estrutura montada.

Fui até meu escaninho, guardei meus livros e peguei minha roupa própria para hipismo. Fui ao vestiário e me troquei, guardando meu uniforme normal no mesmo escaninho. Ao sair ao ar livre, para a pista, pude ver minha bela Charlotte sendo paparicada com cenouras e com uma escova de cabelos. Fui me aproximando dela com um sorriso nos lábios e, quando ficamos frente a frente, fiz um carinho em sua cara.

— Oi, Charlotte! — disse sorrindo. — Senti sua falta, sabia?

Ah... Ela continuava sendo a égua mais bela do mundo. Seus pelos todos negros, macios e sedosos, eram mais bonitos que muito cabelo de muita mulher por ai. Charlotte sempre estava cheirando a shampoo pelas segundas, já que banhavam-na aos domingos. O sr. Hyun havia acabado de escovar sua crina, deixando-a imaculada (não que já não fosse antes).

— Sua cela. — entregou-me o objeto e eu o amarrei nas costas da égua.

De imediato após prepará-la eu a montei sem dificuldade alguma. Agora éramos apenas eu e Charlotte trotando, correndo e saltando obstáculos por uma hora e meia — até darem quatro da tarde, horário que se encerra o dia letivo na Jungsan.

 

~

 

Assim que cheguei em casa, por volta das quatro e vinte, notei que meu pai havia chegado mais cedo que o de costume.

— Filho. — a voz veio da biblioteca. Provavelmente ele me viu passando por ela enquanto eu ia em direção à escadaria.

Recuei alguns passos e parei em frente à porta do cômodo.

— Sim?

— Receberemos convidados hoje para o jantar. Eles chegarão às oito, esteja arrumado.

— Posso saber quem virá?

— A família Park.

Park? Será possível que... Não! Park é um sobrenome bem comum e existem várias famílias Park ricas na Coréia. É, não tem como ser a família de Park Jimin. Sem chance.

—Hm... Vou subir. — ele não disse nada, apenas voltou a ler seu jornal.

Ao chegar em meu quarto, coloquei meus livros na escrivaninha, e fui me banhar. Deixei a banheira enchendo enquanto eu me despia, jogando as roupas para lavar no cesto em seguida. Não demorou para que o volume da banheira estivesse cheio, mas, antes que eu entrasse, eu joguei alguns sais de banho na água como de costume.

A água estava muito boa, mas resolvi sair antes que eu adormecesse na banheira e corresse risco de morrer afogado. Acho que fiquei relaxando na água quente por uma meia hora. Me sequei e enrolei a toalha na cintura, indo até o closet. Confesso que fiquei em dúvida sobre que roupa usar nesse jantar, mas acabei por optar trajar um terno preto da Calvin Klein, mas, apesar de ser uma roupa formal, eu dei uma certa informalidade optando por não usar uma gravata e deixando o botão do colarinho aberto.

Eram cinco e meia da tarde e eu já estava pronto. Nem sei porquê sou tão adiantado assim.

 

~

 

— Sr. Jeon, os convidados chegaram. — uma das empregadas me avisou.

É, eu sei que chegaram. Deu pra ouvir a campainha.

Que pontuais. Uau.

Nem preciso dizer que fiquei das cinco e meia até agora, oito, lendo o conto das Mil e Uma Noites para passar o tempo. Com certo desgosto, fechei meu amado livro — deixando-o encima da cama — e chequei meu visual no espelho mais uma vez. Estava lindo, como sempre.

Desci as escadas e meu pai e minha mãe — muito bem arrumados — estavam conversando com o que supus serem o sr. e a srª. Park, que estavam igualmente muito bem arrumados. Estampei um sorriso em meu rosto e caminhei até os casais, cumprimentando nossos convidados com uma breve reverência.

— Boa noite, sr. e srª. Park.

— Este é meu filho, J- — minha mãe fora interrompida.

Jeon Jeongguk? — a voz irritante vinha detrás de mim, indicando que provavelmente ele tenha recém saído do lavabo.

Eu. Mereço.

— Vocês se conhecem? — perguntou o pai de Park.

— Estudamos juntos, senhor. — respondi-o.

— Isso facilitará bastante as coisas, não acham? — disse meu pai aos outros três adultos no salão.

Facilitar as coisas? Do que estão falando?

— Bom, vamos entrando. Discutiremos melhor na mesa.

E assim nós cinco seguimos a anfitriã — vulgo minha mãe — pela casa rumo à sala de jantar. É claro que ela fazia questão de ir falando sobre a casa pelo caminho. Eu sinceramente não estava prestando muita atenção (até porque ela fala essas coisas para todos os convidados), eu estava mais preocupado com o fato de que eu e o energúmeno do Park Jimin iríamos jantar juntos.

 

~

 

Após comermos, tudo o que eu queria fazer era fingir um mal-estar para poder me recolher em meus aposentos, mas eu nunca perderia a sobremesa. Não a perderia por causa de Park Jimin.

— Filho, por que não sobe e mostra o seu quarto para Jimin? — disse meu pai.

Porque se eu e ele subirmos juntos, alguém ficará lá morto. E te garanto que será ele.

— Com licença. — me levantei da cadeira. — Por favor, peça para nos avisarem quando forem servir a sobremesa. Vamos, Jimin? — armei meu melhor sorriso forçado quando me dirigi a ele.

Ele pediu licença e ambos subimos as escadarias sem dizer uma só palavra — e óbvio que eu fiquei uns quatro passos a sua frente por dois motivos: primeiro, eu me recuso deixar Park Jimin andar na minha frente; segundo, ele não conhece a minha casa pra poder ir na minha frente. Assim que chegamos ao meu quarto eu esperei aquele tampinha passar pela porta para que eu pudesse fechá-la.

— Seu quarto até que é legalzinho, Jeongguk. — disse olhando em volta.

— Não começa.

— Começar o que, inferno? Eu to elogiando seu quarto pra termos algum assunto e você fica ai!

Eu não disse nada, apenas me sentei em minha poltrona de leitura e comecei a mexer no celular, na tentativa de esquecer de sua não desejada presença no quarto. Park deve ter ficado uns instantes em pé, mas ouvi quando ele se jogou na minha cama.

— Ei! O que pensa que está fazendo?

— Me sentando.

Sentando? Você está se esparramando na minha cama, seu infeliz!

— Tinha que ser na cama? — perguntei puto. — Tem uns sofás ali do lado, se você não notou!

— Notei sim, mas a cama me pareceu ser mais confortável.

— Saia. — ordenei, seco.

— Oi?

— Saia da minha cama.

— Não saio.

Respira, Jungkook!

— Ande logo. Sente-se no sofá.

— Nope.

— Aish! Você é insuportável!

— Eu?! Você é quem está quase gritando com seu hóspede.

— Não estou gritando.

— Não disse que estava, retardado. Eu disse que você quase estava.

— Que tipo de hóspede xinga seu anfitrião?

— Quer saber, Jeon Jeongguk? Vamos ficar quietos até que nos chamem para comer a porra da sobremesa.

— Apelando para palavreado de baixo calão? Que feio, Park Jimin. — imitei sua fala de hoje cedo.

— Vai torrar a paciência de outro, vai. — ele apenas tirou seu celular do bolso interno de seu terno e passou a usá-lo, assim como eu estava fazendo. — Qual a senha?

— Que senha?

— Do wi-fi, idiota.

— Não vou te passar! Tá pensando o que? Eu hein, abusado. — falei a última frase mais baixo, só pra eu ouvir mesmo.

— Peço para sua mãe então. — se sentou na cama, ameaçando se levantar. — Mil e Uma Noites? — murmurou.

Tirei os olhos do celular e o fitei. Ele segurava meu livro — que esqueci que tinha o deixado na cama — e folheava as páginas.

— Adoro esse livro. — disse baixo.

— Não quero saber. — voltei a fuxicar no Facebook.

— Minha mãe lia ele pra mim quando eu era criança.

— Que bom.

— É a primeira vez que lê ele?

Meu Deus! Será que ele não cala a boca um segundo?

— Não.

— Ah... — ele pareceu sem graça com minha falta de interesse em iniciar uma conversa normal.

Acho que fiquei meio mal por ser tão seco.

— Espera, você disse que sua mãe lia pra você? — resolvi dar uma chance para conversarmos sem alfinetadas.

Sorrindo de leve e sem tirar os olhos do livro ele me respondeu.

— Toda noite ela lia um conto. — fez uma pequena pausa. — A sua não? — olhou pra mim e eu acenei negativamente com a cabeça.

— Uma empregada lia pra mim de vez em quando.

Agora sim ele parecia verdadeiramente sem graça. Mas antes que ele pudesse fazer alguma coisa ouvimos batidas na porta.

— Sr. Jeon, a sobremesa será servida.

Sem dizer nada, eu apenas larguei meu celular na poltrona e fui até a porta.

— Vai demorar muito? — revirei os olhos e perguntei ao ver que Park nem havia sequer se mexido ou tirado os olhos do livro.

Ele seu um pulo como se tivesse tomado um susto e colocou o livro na minha cama novamente. Ao se levantar, Park deu uma arrumada sem seu terno, já que ele havia se amarrotado um pouco por causa de sua gracinha de ficar deitando na cama dos outros.

 

~

 

De sobremesa tivemos Fraisier e chocolate quente. Confesso que doces franceses são meus favoritos, afinal não há chefes e confeiteiros melhores que os da França.

Quando acabamos de comer, nós ficamos mais uns minutos na mesa, mas depois nos retiramos e fomos até a sala de visitas — que fica no salão de entrada da mansão. Os adultos ficaram conversando sobre política, negócios e investimentos, eu apenas fiquei atento à conversa e Park ficou no mundinho dele olhando pro nada.

— Meninos. — chamou-nos meu pai. — Nós temos algo para contar a vocês.

— O que aconteceu? — perguntou Jimin.

— Não aconteceu nada, filho. Ainda vai acontecer.

— Diga logo, pai. Estou ficando preocupado. — ele trocou olhares com minha mãe e com os pais de Park.

— Ah. — suspirou. — Você e Jimin estão noivos.

Como é que é?!


Notas Finais


* Fraisier: bolo mousse de morango;
* Os comentários feitos por Jungkook a respeito de Romeo e Julieta são baseados em minha opinão pessoal :P
* ₩ 1,000.00 = R$ 2.93

Gostaram? O que acharam? Comente! Não seja tímido! Não se esqueça de favoritar caso tenha gostado e queira acompanhar a estória ^^

Já estou trabalhando no segundo capítulo, ok?

Bjs de luz *3*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...