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História Better Together - Could Have Been Mine


Escrita por: Princesa_Fefeh e Littlegirl19

Notas do Autor


Heeeey, voltei.
Eu de volta.
Kkk. Capítulo anterior foi tenso, obrigada, miga, por ter postado por mim. Você é demais.
Sem enrolação, vamos a leitura.
Obrigada por quem participa da nossa interação. Essa história não teria graça sem vocês.
Segue o capítulo.

Capítulo 9 - Could Have Been Mine




Pov Ally

 -Piper se você olhar para ele assim de novo é capaz do cabelo dele cair.

—Não seja chata, eu amo o cabelo dele e aqueles olhos azuis maravilhosos. - falou Piper e deu um suspiro logo depois.

—Ainda acho bem nojento você gostar do meu irmão. - disse Trish dando um gole no seu suco.

—Não é nenhum bicho de sete cabeças, Trish. E Dez nem é feio. Se eu não gostasse do...

 Parei de falar, não queria falar do Austin. Não nos falávamos há um mês. Trish ficou sabendo assim que sai da casa do Austin e Piper assim que voltou da viagem a casa da vó.

 Arrumei a touca na cabeça e esfreguei as mãos.

—Nossa, o aquecedor dessa escola está um lixo. - reclamei.

—Não, amiga, você que está frienta demais esses dias. - disse Piper.

—Isso é saudade do aquecedor humano loiro. - disse Trish e eu logo chutei a perna dela.

 -Oi, meninas. – disse Dez chegando e sentando ao lado de Piper. - Bom dia, pimentinha.

 Piper corou e sorriu tímida. Aquilo era ridículo, estava na cara que Dez também gostava dela.

—Oi, Dezis.

—Então, meninas, amanhã uma galera da escola vai para o Food & Music. O que acham de irem também?

—Quando você diz galera, Austin está incluso?

—Alana também. - respondeu sendo óbvio.

—Então para mim não dá.

—Ah, Ally, deixa de coisa. Você vai deixar aquela cabelos de fogo estragar sua diversão? Você estuda no mesmo colégio do Austin e nem por isso deixa de assistir aula. Então, já está na hora de parar de show.

—Trish!- disse Dez chamando a atenção da irmã.

—A Trish não está errada, Dezis. Ally, amiga, você tem que deixar Alana pra lá. Tentar voltar a ser amiga do Austin de novo. Vocês cresceram juntos, têm até tatuagens para provar, parem com essa birra.

—Viu, a loira concorda. - disse Trish roubando uma batata frita minha, ela já estava farta de comer tanta salada.

—Eu não sei não. - vi Austin se aproximar de braços dados com a sua namorada nojenta. Tirei a vista assim que ela me olhou por cima do ombro e deu um sorriso vitorioso. - Eu não vou, não quero ver essa nojenta cantar vitória.

—Ally... - Trish tentou falar.

 Levantei e peguei minha bandeja com o resto da comida, mas decidi deixar na mesa, depois alguém levava.

—Já disse que não vou. Agora eu vou até o meu armário, tenho que pegar um casaco ou vou morrer de frio.

 Estávamos no fim do refeitório, eu teria que passar por Austin e Alana. Esfreguei as mãos uma na outra mais uma vez e soprei ambas fechadas, não fazia muita diferença, mas meu psicológico acha que sim.

  Não vi quando Alana colocou o pé em minha frente e acabei caindo nos pés de uns alunos a frente. Sem levantar olhei para trás, para Alana e Kira sorrindo e logo todos começaram a sorrir. Olhei para o fundo do refeitório e todos na mesa que eu estava haviam levantado e vinham em minha direção.

 Austin largou a namorada e andou até mim. Estendeu a mão para que eu segurasse, mas minha raiva era tanta que acabei dando um tapa em sua mão.

—Eu posso levantar só.

—Ally... - tentou falar quando eu levantava, levantei a mão para que ele não falasse. Andei até Alana e Kira.

—Vocês se acham, não? Bando de mentirosas, ridículas.

—A mentirosa aqui é você. Você é muito patética.

—Quer saber, não vou gastar meu tempo com você, Alana, agradece por estarmos na escola, estou louca para tirar esse sorriso da sua cara.

 Me viro e vou embora, não estava nem um pouco a fim de ir parar na detenção, ou pior ganhar suspensão.

 (...)

Quando fechei meu armário dei de cara com o Austin.

— O que você quer?

— Ally, nós precisamos conversar.

—Não precisamos não. - vesti meu casaco e virei para ele.- Você veio apenas para isso?

—Claro, Ally faz tempo que você me evita. Eu sei que falei muita besteira, mas eu estou desesperado, pequena, por favor. Eu sinto sua falta.

 Minha vontade era pular em seus braços e o abraçar apertado. Dizer que eu já havia esquecido tudo, mas eu não havia esquecido, as palavras dele ainda estavam lá rondando minha mente.

—Semana passada, procurei uma clínica que retira tatuagem a laser, se quiser te passo o número.

 Dei as costas antes que as lágrimas caíssem na sua frente. Eu não havia procurado nada, mas eu queria machucá-lo como ele me machucou.

(...)

Pov Austin

 Encostei minha cabeça em seu armário. As palavras dela voavam em minha cabeça, lágrimas ameaçavam cair. O corredor estava vazio, exceto por mim e um casal, todos estavam no refeitório.

 Senti uma mão em meu ombro, viro e vejo Alana. Ela tinha um sorriso que me fez ter raiva. Tirei a mão dela do meu ombro e me afastei.

—Por que você fez aquilo?

—O que eu fiz?

— Não se faça de vítima, eu vi que colocou o pé para Ally cair.

—Ah, amor, não fiz nada que ela não merecesse.

—O quê? Eu não acredito. Alana isso está sendo ridículo.

—Por que você está defendendo ela? Você lembra o que ela fez comigo?

 Passei a mão no cabelo irritado. Eu havia chegado ao meu limite, não aguentava mais Alana e suas idiotices.

—Eu lembro muito bem o que você fez com ela. Parando pra pensar, não acho que Ally teria a coragem de fazer o que você disse.

—Como? Austin, é claro que ela fez. Como eu saberia se ela não tivesse contado?

—Você pegou o diário dela. - respondi lembrando das palavras da própria Ally.

—Eu não peguei. - rebateu quase de imediato.- Você tem uma queda por ela ,não é? Por isso que estar defendendo?

—Uma queda? Alana, eu gostei da Ally minha infância e minha adolescência inteira. Adivinha só? Ela também. - sorri seco- Em pensar que perdi tanto tempo.- disse mais para mim do que para Alana.

 Ela me olhava horrorizada, como se o que tivesse acabado de falar fosse algo nojento e impróprio.

—Você só pode está brincando. Eu não acredito em você. E todos os momentos maravilhosos que vivemos juntos e nossa primeira vez?

—Momentos, Alana, foram só momentos.- respondi seco. – Eu quero terminar.

 - O quê? Não, amor, não precisamos chegar a esse ponto. - disse vindo em minha direção e colando as mãos no meu rosto. – Eu sou sua ruivinha, você lembra?- segurei seus pulsos e tirei sua mão do meu rosto.

—Era. Alana, você e a Ally não se gostam e eu não vou ficar no meio disso, não me faça escolher, porque você não será minha escolha.

 Falei um pouco alto demais, havia chegado mais algumas pessoas. Alana olhou ao redor e todos nos observavam. Ela levanta a mão e me acerta bem no rosto. O tapa tinha sido forte, mas não mostrei nada disso a ela, que chorou fazendo cena e correu em direção ao refeitório, provavelmente Kira a esperava.

 Estava de rosto vermelho, tinha certeza, mas sem peso nas costas, porque era isso que Alana havia se formado, um peso.

(...)

 Observava Dez e Piper flertando um com o outro. Ela tinha as mãos nos ombros dele enquanto ele segurava na cintura dela.

 -Então, dá para irmos embora ou está difícil?- resmunguei.

 -Tudo bem, pimentinha, eu vou embora, você quer ir comigo?

—Não, Ally, Trish e eu vamos dar uma volta. Quem sabe não a convencemos a ir amanhã.

—Espera, ela não vai amanhã? Mas a turma toda vai. - Lamentei.

— Qual é Austin, você melhor que ninguém sabe o motivo dela não ir. Hoje no refeitório não quebrei a cara do seu problema por pouco.

 -Alana não é mais meu problema. - arrumei a touca e enfiei as mãos no bolso.

—Como?- vi Piper soltar Dez e fazer praticamente o que fiz, mas ela usava luvas.

—É isso mesmo, eu terminei com a Alana. - olhei para Dez.- Abre o carro, preciso do aquecedor. Quando terminarem, podemos ir. 

(...)

 Era sexta, o Food & Music estava a todo vapor e lotado de alunos da minha turma. Finalmente, eu estava sentado na mesa junto com Dez, Piper, Trish e Trent, que finalmente assumiram namoro. Desde a briga com Ally que não tenho essa sensação de estar entre amigos.

 Na mesa ao lado, Alana me olhava com cara de cachorro abandonado, acompanhada de Kira, Elliot e algumas meninas que eu nunca parei para conhecer.

 Um garoto subiu no palco, ele era o apresentador da noite, aparentemente ele iria falar os nomes dos corajosos que iriam se apresentar com música autoral ou um simples karaokê.

 -Austin, eu coloquei seu nome. - disse me tirando dos meus pensamentos.

—Não queria nem estar aqui hoje, imagine cantar. – bufei irritado ao lembrar que todos foram me buscar em casa.

 - Vai ser divertido, loirinho, você lembra como cantava para mim e a Ally? Sua voz é magnífica. - disse Piper.

—Tudo bem, eu vou. Mas só uma única música.

 O garoto, apresentador, começou a chamar os nomes. Me divertir vendo os fiascos que subiam ao palco e impressionado com pessoas realmente talentosas.

  Uma garota terminava de se apresentar, ela cantou Demi Lovato, umas três músicas e agitou o lugar.

 Meu nome é anunciado. Finalmente, havia chegado a minha vez. Avisei que cantaria uma música minha e pedi o violão. Levei algum tempo para me acostumar com o violão enquanto observava as pessoas nas mesas conversarem. Na mesa que eu estava Dez finalmente havia tomado a iniciativa e beijado Piper, fiquei feliz por ele.

— Boa noite, queridos colegas de classe. - falei e arranquei sorrisos de todos - Não vou me aventurar no karaokê, a propósito, Ryan, você arrebentou. - disse para um garoto da nossa turma que tinha sido o pior e todos sorriram novamente - Essa noite vou cantar uma música que eu compus, ela se chama Could Have Been Mine.

 

(Mine)

     After all these years of trying
You think I would have a clue
But all that I've been looking for is you
Yeah

 

(Minha)

Depois de todos estes anos de tentativas
Você acha que eu teria uma pista
Mas tudo o que eu tenho procurado é você
Sim

 

Canto a música que havia escrito há um tempo. Todos me observavam enquanto eu cantava com tanta facilidade.

 Olhei para a porta e a vi parada, com as mãos enfiadas no casaco. Ela me observava com cuidado. Sabia que aquela letra repleta de arrependimento era para ela.

 Now my memories are haunting me
If I had said what I felt inside
You could've been mine
You could've been
Could've been
Could've been
Should have been mine

Agora minhas memórias estão me caçando
Se eu tivesse dito o que eu sentia por dentro
Você poderia ter sido minha
Você poderia ter sido
Poderia ter sido
Poderia ter sido
Deveria ter sido minha

And I know that I'm not perfect
'Cause I can never read your mind
You can never call me Superman
I just wish I could turn back time
Woah

E eu sei que eu não sou perfeito
Porque eu nunca posso ler sua mente
Você nunca pode me chamar de superman
Eu só desejo que eu pudesse voltar no tempo
Woah

...

And I'm trying to move on from the long gone
But you keep coming back, coming back
It just keeps playing back like a rerun
I can't get you out of my head

E eu estou tentando seguir em frente a partir da longa ida
Mas você continua voltando, voltando
Ele apenas continua jogando para trás como uma reprise
Eu não consigo tirar você da minha cabeça

Uuuuuh

If I had said what I felt inside...

 

You would've been mine

You would've been

You could've been

Should've been mine

Mine, mine...

You could've been

You could've been

You could've been mine

(Mine)

Uuuuuh

Se eu tivesse dito o que eu sentia por dentro...

 

Você teria sido minha

Você já teria sido

Você poderia ter sido

Deveria ter sido minha

Minha, minha...

Você poderia ter sido

Você poderia ter sido

Você poderia ter sido minha

(Minha)

 

 

Todos bateram palmas e assobios quando terminei. A adrenalina estava tomando conta de mim. Ela ainda estava parada na porta na mesma posição, quando levanto e largo o violão a vejo virar e ir embora.

 Eu não podia a deixar ir embora, corro para o lado de fora e a vejo andar a passos largos para o nada. Estava tendo uma nevasca e a rua estava deserta.  A alcancei e segurei em seu pulso.

—Ally, espera.

 

— Me deixa,  Austin!  
— Você tem noção do perigo que está fazendo aqui fora,  Ally?  Deve tá mais de dez graus abaixo de zero com essa nevasca. 
— E o que tem  haver  com isso?  Por que você não vai proteger a Alana?  Sua namoradinha, não é para ela que realmente se importa,  que acredita? 
— Para de criancice,  pequena.  Você não é assim.  Vamos entrar antes que a gente congele. 
— Eu já disse que não vou!  Você não é meu irmão mais velho, não manda em mim e eu sei muito bem o que estou fazendo. 
— Não,  não sabe.  E você vai vim comigo sim...
— Ou o quê?  Eu vou pegar um táxi... 
— A rua tá fechada,  Ally.  Aliás,  toda cidade está.  Você quer morrer,  é isso? 
— Eu quero dançar,  eu quero me divertir,  eu quero ficar bem longe de você e você não vai me impedir.  - ela sorri enquanto pronuncia as palavras de forma paralela e alterada.  Parecia uma criança desorientada, ou melhor... bêbada? 
— Ally...  Pequena,  você... Você bebeu?  - eu me aproximo mais dela e percebo uma coisa.  Não era álcool.  Ally estava perturbada,  estava ardendo em febre. 
— Me solta,  eu tô bem...  Eu... 
Ela desmaia nos meus braços.

(...)

Estava na minha casa. Com o susto da minha pequena no meu colo desacordada foi o primeiro lugar que pensei em levá-la. Ela estava tão linda deitada na minha cama, dormia tão levemente que parecia um completo anjinho.  O meu anjinho. Só faltava flutuar de tão suave que parecia estar nos seus sonhos.  Ao mesmo tempo, apertava com força os cobertores contra si, resolvo aconchegá-la melhor, não queria que estivesse com frio.  Ajeito com cuidado os lençóis para não acordá-la, mas apesar de tudo, Ally se mexe um pouco, enfim, despertando.

— Austin? - ela fala confusa com a voz serena e bem baixa, piscava os olhos devagar, olhando para o lugar que se encontrava.

— Sou eu sim.  - falo em um tom calmo, pegando sua mão — Que bom que acordou pequena.  Eu já tava preocupado.

— O que aconteceu?  Eu...  eu...

— Shiii!  Calma.  Você tá no meu quarto.  Você tava com muita febre, mas graças a Deus já abaixou bastante. Dormiu até agora.  Não se lembra?

— Acho que sim.  Que horas são?  Eu preciso... – ela hesita em se levantar, mas a impeço.

— Nada disso. Você precisa descansar. Ainda tá fraquinha, Ally.

— Minha cabeça dói um pouco. 

— Eu vou pegar um remédio lá embaixo.  No susto, eu te trouxe pra cá, mas já tentei falar com o tio Lester e ele não atende.  Só dá fora de área. 

— Ele tá viajando a trabalho. Desde o começo da semana.

— Então não tem ninguém em casa mesmo? 

— Não.

— Meus pais ficaram presos na loja por conta da neve, ligaram avisando. Eu vou buscar um comprimido pra você na cozinha.  Eu já volto.

A luz de repente acaba e Ally me abraça forte por impulso.

— A caixa de força deve ter caído por conta da neve. Eu vou pegar lanternas.

— Não me deixa sozinha aqui nesse blackout, Aus. Fica comigo.

— Ainda tem medo de escuro, pequena?  - me afasto um pouco dela, mas ainda a mantendo perto o suficiente de mim. Seu corpo delicado junto ao meu não me dava vontade de soltá-la nunca mais.  O jeito assustado que me olhava só me fazia querer a proteger.

— Não, quer dizer... Eu só não quero ficar sozinha.

— Eu prometo não demorar.  Precisamos de lanterna ou algo do tipo para iluminar mais o quarto... Ou prefere ficar no escuro?

Ela balança a cabeça negativamente de imediato e eu sorrio.

— Eu volto logo, enquanto isso fica com meu celular, a bateria ainda está funcionando. – eu me solto da minha pequena depois de ter dado um beijo casto em suas mãos.

(...)

Volto para o quarto com uma caixa de velas decorativas e um suporte antigo já com uma acesa.

— Demorei um pouco pra trazer já chocolate quente pra você, Ally, e...

Ally estava distraída olhando uma foto nossa na tela do meu celular.  Eu havia me esquecido desse detalhe.  Quando me vê, finalmente, fica sem jeito.

— Você tem isso faz tempo?

— Eu acho que precisamos conversar agora, né?  - coloco a xícara em cima da minha cômoda e sento na sua frente.

— Austin...

— Só me escuta, por favor, pequena. – eu respiro fundo antes de prosseguir — Ally, eu fui um idiota com você naquela noite.  Se arrependimento matasse...  Você tem todo direito de ter ficado chateada comigo.

— Você me assustou, Austin.  Você nunca elevou o tom de voz para mim daquele jeito, nunca brigou comigo daquele jeito.

— Desculpa.  Eu errei.  Eu não só errei, mas... Você não merecia aquilo. Se eu pudesse voltar no tempo...

— Mas não pode.  – ela começa a chorar — Ninguém pode.  Eu não fiquei só chateada, Austin, eu fiquei triste com você...  A última pessoa que eu achei que fosse ficar, a primeira pessoa que penso todos os dias, a que mais confio desde que me entendo por gente. A gente prometeu ser melhores amigos para sempre, lembra?  - as lágrimas aumentam e ela tenta limpar o rosto, mas sem sucesso — Nunca abandonar um ao outro... Como minha mãe fez comigo. – Ally já soluçava e agora não se importava mais em esconder o choro. — Ela foi embora, Aus, foi embora.  Foi... Foi por isso que fiquei tão decepcionada com você... Minha mãe, você... Eu não quero ficar sozinha.

— Ei, vem cá. – a puxo para um abraço urgente e apertado — Sua mãe não te abandonou, pequena, eu não te abandonei. Nunca. – ela molhava meu casaco, mas não ligava. — Eu não vou embora.

— Jura? – falava com dificuldade.

— Juro.  Você é minha pequena, Ally. Sempre vai ser. Vai ter que me aturar por um tempo bem longo. Agora, se acalma. – eu me afasto para enxugar seu rosto — Eu gosto de te ver sorrindo e não chorando. Já disse que seu sorriso tem o poder de iluminar o mundo?  - ela sorri com minhas palavras e eu retribuo — Não disse?  Fica muito mais linda assim.

— A gente tá bem de novo, não está? Não aguento mais ficar sem falar com você nem por mais um dia sequer...

Sorri bobo pela naturalidade e inocência que ela dizia tudo isso.

— Lógico que está, pequena.  Aliás, é você que tem que... – ela se joga no meu pescoço novamente antes mesmo de eu terminar qualquer frase.

— Tá perdoado.  Mais que perdoado.  Promete que não vamos brigar nunca mais? – ela me abraçava forte.

— Não posso te prometer isso, pequena.

— Não?  - ela se solta de mim — Você, então, quer dizer que quer voltar a brigar comigo?

— Não, sua marrentinha.  Eu estou dizendo que implicamos desde sempre e evitar isso entre a gente é inevitável.  Mas prometo que como da última vez, jamais.

— Nunca mais.  – sorrimos juntos.

— Agora deixa de enrolar que não esqueci seu comprimido, você vai tomar.  Já deixei água aqui no quarto pela última vez que tomou o remédio para febre.

— Eu tomei?

— Tomou, só não deve se lembrar.  – entrego o medicamento para ela segurar — Não sabe o susto que me deu, pequena.  Trate de nunca mais fazer isso novamente. Você não vai tomar?

— Vou, mas promete que vou ganhar cafuné depois?  Igual quando eu era mais jovem e fazia isso para me acalmar?

— Sessão nostalgia?

— Ah... Senti falta. 

— Prometo.  Mas só porque hoje você está merecendo mimo.

— Oba!  - ela toma com vontade.  Guardo o copo. E deito ao seu lado na cama. Ela se aninha no meu peito e eu começo a fazer meu cafuné.

— Continua o mesmo?  - pergunto enquanto ela me abraçava.

— Igualzinho.  Sabe onde eu queria está nesse exato momento?

— Me deixa pensar... Tem muitas flores e uma vista incrível?

— Sim.

— O terraço tá sentindo muita falta sua. Mas com essa neve toda e o frio que está fazendo...  Sem chance.

— Mas aqui também está muito bom. Seu abraço é quentinho. -ela sorri e eu a aperto mais. Vejo que ela desvia o olhar para meu pulso.

  — Eu acho que tenho algo para te devolver.  – eu me levanto e abro uma gaveta.

— Eu pensei que não existisse mais.

— Eu não via a hora de te entregar.  – eu volto para cama e deito ao seu lado.  — Eu tinha tanto medo de não me perdoar...  De te perder... Olhava para a foto que viu no meu celular sempre que ia dormir.

— Eu não deixava de pensar na nossa tatuagem sempre antes de dormir.  Você sabe que o que falei hoje da tatuagem é mentira, não é?  Eu não tiraria por nada...  – ela toca atrás da minha orelha me fazendo arrepiar pela surpresa e por seu toque ser tão leve.  Ally estava deitada de frente enquanto eu estava com o cotovelo apoiado na cama ao seu lado, fazendo com que nossos rostos estivessem bem próximos um do outro. 

Começo a fazer carinho no seu cabelo e aproximo mais nossas posições.

— Aus... 

— Shi! – já havia puxado minha pequena para o lado e segurava sua cintura, a colando bem perto de mim. Agora estávamos frente a frente.

— Não faz isso... – fazia cócegas com nossos narizes e ela sussurrava — Por favor.

— Por quê? – sussurrei de volta — Você não quer?  - meu coração estava batendo muito acelerado.  A vontade de colar nossos lábios era incontrolável.

— Você tá confuso... A gente tá confuso... Não estamos pensando direito.

— Por favor, pequena.  Eu não tenho a menor dúvida do que quero fazer neste exato segundo. Eu quero te beijar. Eu quero você, Ally.

E sem esperar mais nada, faço o inevitável, junto nossos lábios, finalmente. Nosso beijo não tinha palavras suficientes para o definir ao certo. Era doce, lento, como um choque de temperaturas trocadas e em contato com a pele, mas de forma prazerosa. Não era rápido e voraz como um beijo dado em uma pessoa qualquer, em uma noite qualquer, eu queria aproveitar cada espaço de tempo e não sair mais dele. Também não era calmo e casto, nossas línguas dançavam de forma lenta e sincronizada.  Não deixava de ser intenso e caloroso. O beijo da Ally me fazia esquecer o mundo e sentir sensações únicas.  Eu não poderia estar em lugar melhor.

POV Ally

Austin depois de dizer com todas as palavras, letras e sílabas possíveis o que tanto desejei ouvir há muito tempo, se aproxima mais de mim e faz o que eu mais queria também naquele momento , ele me beija e dessa vez não era sonho.  O beijo se iniciou devagar se intensificando aos poucos, mas mesmo assim não deixava de ser como eu imaginava só que mil vezes melhor: era lento, mas intenso, mágico, mas com paixão. Austin me beijava sem pressa.

Estava tudo tão bom, tão incrível que eu tinha muito medo de não ser real.  Beijar o meu loirinho me fazia ter todas as borboletas no estômago e está a ponto de flutuar. Não era meu primeiro beijo, mas foi com ele que sempre quis que fosse, eu tinha as mãos em seu pescoço enquanto ele na minha cintura.  Mas perfeito impossível até que me separo com gosto de quero mais.

— Você não vai abrir os olhos? – ele me pergunta ainda bem perto de mim.  Eu não tinha aberto os meus, mas eu podia sentir que ele falava em meio a um sorriso. — Eu já abri os meus e você está a coisa mais linda envergonhada.

— Eu não estou envergonhada... Eu só não quero que isso acabe.  Tem certeza que é real? Não pode ser mais um sonho.

— Você já sonhou que me beijava? – eu balanço a cabeça para confirmar. Não consigo deixar de sorrir.  E escuto o som da sua risada gostosa.

— Mas no sonho, a gente era interrompido no último minuto. Lembra quando a Trish me chamou na sala?  Então, foi ali.  – eu vou para debaixo do cobertor. — Eu não acredito que eu tô te contando isso!

— Ally, deixa de ser boba. - ele sorrir— Sai daí.  Eu quero te ver.

— Não.  Não quero te encarar, eu não sei o que te dizer. Ainda mais depois do que te confessei.

— Mas e se eu te confessar uma coisa?

— Confessar? – não resisto e o olho finalmente.

— Sim, pequena.  – ele me faz me sentar na cama e ele faz o mesmo.

 Austin pega minha mão e fica entretido em acariciá-la com carinho, não me olhava diretamente, deveria estar escolhendo as palavras.

Será que estava arrependido? Não podia ser...  Eu tinha achado tudo tão maravilhoso.

— Austin, se você quer me dizer que se arrependeu, que não gostou do beijo...

Ele levanta a cabeça, parecendo incrédulo e me dar um sorriso em seguida.

— Me arrepender, pequena?  Só se eu fosse o cara mais idiota e burro de todo o mundo.  Foi o melhor beijo da minha vida e na garota mais especial que eu podia querer.

— Mais especial?  - ergo as sobrancelhas questionando, mas também sorrindo.

— De todas. – ele sorri em resposta — Ally, não sabe como é linda, pequena, como eu tenho vontade de te colocar nos meus braços e te proteger de tudo e de todos. Depois de te ver tão frágil no meu colo hoje, tão doce, tão indefesa, tão perfeita...

— Espera... você tá querendo me dizer que me beijou para me consolar?  Por pena, Aus?

— Não, pequena.  Você não entendeu...

— Claro! Eu deveria ter imaginado, tava bom demais pra ser verdade.  – eu saio rápido da cama — A ilusão tava tão boa, eu preferi acreditar que tinha sido real, mas não foi, nunca vai ser.

— Ally, espera!  - ele corre e me vira contra ele — Não é sonho, pequena, não foi por pena, eu te beijei porque eu desejei, porque eu te desejei, Ally, e porque eu queria você comigo mais que tudo. – ele me segurava firme pelos braços e não desviava o olhar de mim sem hesitar em nenhum momento.

— Austin... Você só tá dizendo isso...

— Porque é verdade.  – ele passa a mão para minha cintura e a outra para atrás da minha nuca —Porque eu quero . – cola nossas testas, se aproximando mais — E por que... Para de complicar as coisas. - fala em um sussurro de voz e roça nossos lábios numa tortura deliciosa.

— Não faz assim...  Para.  – estava tão mole nos seus braços que via a hora de cair, caso ele me soltasse.

— Por quê? -ele me empurrava contra a porta do seu quarto lentamente.

— Porque assim eu não resisto.

— Então não resiste.

— Não posso... É-é errado.  Não é certo.

— Claro que é certo, Ally. – chegamos na porta e ele me choca contra ela — Nós dois queremos.  Qual é a justificativa agora?

— Você tem namorada...  – Fechei os olhos enquanto sentia a respiração dele me fazendo querer acabar com a mínima distância que existia ali.

— Eu terminei com a Alana.

— Sério?

— Uhum. – ele retorna a fazer cócegas dessa vez com nossos narizes.

— Por minha causa?

—Por nossa causa, Ally. O que eu falei na música é verdade. Não sabe como eu me arrependo de não ter dado uma chance para a gente quando comecei a te ver com outros olhos naquela época.

— Aus...

—Ally, eu tô morrendo de vontade de te beijar de novo...  Facilita e acaba com essa agonia... Eu acho que não vou conseguir me controlar por muito tempo. – a voz rouca dele suplicava.

— E eu acho que não tenho mais desculpas...  – eu sorrio e eu acho que ele entende o recado.  Juntamos nossos lábios em um beijo mais intenso que o primeiro.  Ele não se preocupava com a falta de ar que parecia existir com a vontade que me beijava. Estava no paraíso, perdendo a noção da vida que ainda nos rodeava, do mundo que ainda girava, é possível ficar tão fora de órbita nos braços desse menino?  O celular dele toca nos interrompendo.

— Você não vai atender?  - tentava sair do beijo que agora não tinha toda intensidade de como foi iniciado.

— Eu tô ocupado fazendo coisa muito melhor. – e volta a colar nossos lábios.

— Austin...  Não para de tocar.  Atende.

— Sabia que você sabe ser muito insistente quando quer?  Eu só vou colocar no silencioso. – me dar um selinho e vai em direção a cama.

Aproveito para me recuperar um pouco.  Passo as mãos pelos cabelos e pela roupa, olho para o Austin e estranho sua expressão.

— Paramos aonde?  - ele me fala assim que percebe minha presença mais próxima — Já estou incomunicável.

— Quem era, Aus?

— Ninguém importante.

— Eu sei quando está mentindo...  Sempre franze levemente o rosto.  O que tá me escondendo?

—Nada, pequena.  Nada que não possa esperar até amanhã.  – ele me puxa para si e me beija na bochecha.  Aproveito sua distração e pego o aparelho em seu bolso.

— Alana.  Eu sabia.

— Ally, me devolve. 

— Você não disse que terminaram?

— E terminamos.  Eu terminei. Mas parece que ela não entendeu, mas eu não tenho culpa.

— Eu sei, eu acredito, não precisa explicar.  Mas eu preciso ir.

— Ally, não faz isso.  Estava tão bom aqui... Nós dois. Dorme aqui comigo, eu prometo me comportar.  Eu só não quero me despedir de você.

— Ei, calma.  Eu amei o que aconteceu entre a gente, nosso beijo, essa noite.  Mas eu preciso pensar um pouco.

— Pensa aqui.

— Tentador, Aus, mas é sério.  Eu não quero estragar nada. Eu vou para casa dormir e depois conversamos.  Eu quero ir com calma e me lembrar de hoje como... A noite do nosso primeiro beijo.

Eu sorrio e ele também. 

— Certeza que não tá chateada comigo?  A Alana...

— Shii!  Não fala dela. Eu não quero estragar meu dia especial.

— Não falo.  – ele sorri e me aperta mais contra si — É só o seu nome que me importa. 

— Boa noite!  Dorme com os anjos e sonha comigo.

— Preferiria dormir com você e sonhar com os anjos... Ou melhor...  Com você também.  – bato em seu peito.

— Idiota! É sério.

— Eu também estou. Agora vai antes que eu mude de ideia e te prenda aqui para sempre.

— Exagerado. 

Desço as escadas e me despeço com mais um beijo.  Tudo parecia um sonho, enfim, realizado.





Notas Finais


E então? Oficialmente a partir desse capítulo, a sincronia das postagens daqui com o nyah é simultaneamente.
Sim, para quem não sabia, todos os capítulos até o capítulo passado já tinham sido postados no nyah. Esse aqui é inédito digamos assim. Postamos hoje tanto aqui como lá.
Enfim, recados dados... O que acharam da nossa surpresinha?
O que mais gostaram? Nos contem.

Divisão do capítulo de hoje

Primeira parte até o Austin dizer " Ally, espera! " em plena nevasca : Little Girl

Ela arrasou, né? Confusões no refeitório, pequena discurssão Auslly, Austin cantando... Minha parceira é geniaaaal. Parabéns, amiga.

Segunda parte em diante, eu.
Ai gente, escrever o primeiro beijo deles foi tão bom
Espero que tenham gostado desse momento, de tudooo.
Bjs e até a próxima.


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